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Acampamento Meio-Sangue






Thalassa continuou paralisada, sem perceber que nem mesmo respirava até que seus pulmões doeram e a forçaram a puxar o ar para dentro. Olhando ao redor, ela notou que todos os semideuses estavam a encarando e cochichando e, até mesmo Dionísio parecia, da sua mesa, cochichar com Quíron. O símbolo do poder de Poseidon sumiu da sua cabeça, mas Thalassa ainda olhava em sua direção, como se pudesse continuar visualizando aquele brilho fantasmagórico.

Nada fazia sentido para ela. E ao mesmo tempo, tudo fez sentido.

Não sabia o que dizer ou fazer, muito menos, o que sentir. Deveria estar feliz, correto? Descobriu quem era seu pai e, possivelmente, agora poderia pedir ajuda para resgatar sua mãe sabe-se Deus lá de onde ela estava. Mas mesmo assim, Thalassa só sabia que em seu peito existia um vazio bastante doloroso.

Viveu a vida inteira cercada de água, literalmente, falando. Seu pai não poderia ter dado um oi? Ou tirado ela da Ilha? Sim, Poseidon estava proibido de ser cultuado ou de pisar na Ilha e nenhum dos deuses que o apoiavam eram dignos de ir até o local. E sim, Poseidon havia destruído inúmeros filhos de Nêmesis antes. Mas nada disso justificava o porquê dos vinte e seis anos de silêncio de Poseidon. Ou justificava?

A primeira pessoa a se recuperar do choque foi Serena. Ela se levantou de onde estava sentada, junto aos seus irmãos e companheiros de Chalé e sorriu para Thalassa, como se ela ser a filha de um dos três grandes fosse a coisa mais incrível do mundo inteiro. Isso fez Thalassa se sentir tão grata por ela, que quase chorou quando Serena a abraçou, exclamando:

-Meu Deus! Eu nem acredito que não percebi antes! É claro! A sua semelhança com o Percy e o fato de você amar água e ter nascido numa ilha! Vem, Thalassa, precisamos falar sobre isso!

Serena deu uma rápida olhada na direção de Quíron. O centauro balançou a cabeça afirmativamente. A loira, então, começou a empurrar Thalassa para longe dos meio-campistas curiosos e inconvenientes que se amontoavam ao redor da garota e murmurou um “ Vem logo” quando passou por Luke. Aquilo o tirou do estado de torpor e o rapaz se levantou, assumindo a guarda das duas meninas. Isso afastou a maior parte dos Campistas.

No entanto, como era esperado de um filho de Ares, Ethan se meteu no meio do caminho de Serena e Thalassa, fazendo as duas pararem. Thalassa ainda parecia um pouco atordoada, mas mesmo assim, revirou os olhos e perguntou:

-O que você quer, hein, Ethan?

Atrás dela, Luke cerrou os punhos enquanto observava o jeito que Ethan percorreu com os olhos o corpo de Thalassa. Era algo entre “desprezo” e “ gostaria que você fosse um brinquedinho”.

-Eu tinha razão. Você é mesmo filha de Poseidon, então, hein? Isso explica porque tentou me matar afogado…

-Obrigada por dizer o óbvio, Filho de Ares! - Serena revirou os olhos e tentou passar por ele, sem sucesso. - Quer sair da nossa frente?!

-Ou o que, hein, Loirinha?

-Ou eu posso esquecer que sou Chefe-conselheiro e quebrar a sua cara. - Luke reclamou, ficando entre as meninas e Ethan. - Ou, melhor… Tenho certeza que se você olhar para a mesa Principal, Quíron está só esperando que eu faça algum sinal. E se eu fizer…

Ethan olhou na direção que Luke indicava. Não só Quíron como Argus e Dionísio também olhavam para os três, parecendo apreensivos. Ethan soltou o ar, encarou Thalassa e resmungou:

-Um dia, você vai estar sem os seus guarda-costas.

-E eu vou estar bem aqui, esperando. - Thalassa respondeu, o empurrando para o lado quando passou.

O caminho até o Chalé de Poseidon foi bastante silencioso e tenso. Thalassa ainda tremia, mas não sabia mais se era de choque por ter sido reclamada ou de raiva por não ter socado a cara de Ethan. Afinal, ele estava dando em cima dela ou declarando guerra entre os dois?  Ora parecia isso, ora parecia outra coisa. Era enervante!

O som de cascos vindo de próximo do Chalé de Hera fez o grupo parar. Porém, era apenas Pomenio. O sátiro ergueu os dois braços em sinal de redenção e deu de ombros:

-Grover me disse que, talvez, você fosse precisar de companhia. Você foi… Hm… Reclamada, é?

-Por Poseidon. - Thalassa informou, voltando a andar ao lado do sátiro na direção do Chalé ocupado por Percy.

-Bem, acho que ele não é o pior pai. O problema é só… - Pomenio torceu a barra da blusa, nervoso. - Você é uma criança proibida, então. Isso é realmente um problemão…

-Uma criança proibida?

-Lembra que os deuses tinham feito um acordo de não terem mais filhos, não lembra? - Luke perguntou, abrindo a porta do Chalé para que eles passassem.

Thalassa assentiu, mas percebeu que Luke não ia entrar com eles, ainda mais quando Percy, Annabeth e Grover já estavam dentro do chalé. Sem dizer uma só palavra, antes que Luke fechasse a porta com ele mesmo do lado de fora, Thalassa agarrou a mão dele e, beirando o pânico, o olhou no fundo dos olhos e negou com a cabeça. Luke hesitou, dando a mão a ela, sentindo o calor dos seus dedos se misturarem com o gelo nos dedos femininos. Ele soltou o ar e encarou rapidamente a parte interna do Chalé, mas Thalassa apertou ainda mais a mão dele e Luke soube que não poderia deixar Thalassa sozinha naquele momento. Então, ele entrou com ela.

Percy ergueu uma sobrancelha para Luke e até Annabeth parecia curiosa, Talvez, não com o fato dele estar lá, mas sim, com as mãos unidas deles. Já Percy…

-Hm, Lassie?

-Sim?

-Tem certeza que… Bem?

Thalassa acompanhou o olhar dele e parou em Luke, que olhava para o chão, claramente desconfortável. Ele ameaçou soltar a mão dela, murmurando:

-Bem, é um lance mais de família mesmo e…

-O Luke fica. - Thalassa afirmou, sem saber de onde tinha tirado tanta coragem.

Percy torceu os lábios e soltou o ar, dando de ombros, trocando um olhar com Grover. Luke continuou parado, feito uma estátua, enquanto Annabeth e Serena se sentavam no chão, bem ao lado de Pomenio e Grover. Luke e Thalassa permaneceram de pé, mas logo a seguir, a porta abriu, assustando os seis presentes.

Quíron entrou no Chalé de Poseidon, olhando com o semblante franzido para o grupo.

-Uma reunião de família, hm? Não esperava tanta gente assim…

-Pode entrar! - Annabeth acenou, sorrindo. - Estávamos esperando por você para iniciar a reunião.

Quíron assentiu, entrando no Chalé e olhando ao redor. Parecia desaprovar a bagunça de roupas jogadas no chão, perto da cama, mas não falou nada. Pelo menos, não relacionado à bagunça. Ele esperou que Percy acenasse para Thalassa se sentar ao lado dele, enquanto Luke se sentou entre Serena e Pomenio. Todos pareciam muito ansiosos, mas mesmo assim, Quíron perguntou:

-Tem certeza que você quer que todo mundo ouça a nossa conversa, Senhorita Holt?

-Bem, o que for dito aqui, eu vou acabar falando para eles, depois. - Thalassa foi honesta quando deu de ombros e juntou as mãos sobre o colo. - Se eu não puder confiar neles, bem… Não posso confiar em mais ninguém.

Quíron assentiu e estava prestes a falar quando Grover comentou um pouco alto demais:

-Eu acho que a palavra confiar e ter Luke incluído na frase, não combinam…

Ao perceber o que falou e o olhar de Luke - quase como se pudesse assassinar o bode com as próprias mãos-, Grover baliu e continuou:

-Mas claro! Isso era antes, sabe? Quando você estava com o Cronos.. Ainda bem que você não está mais com ele… Nada de Cronos, ainda bem! Só para confirmar, você não está com ele, não é?

-Grover! - Annabeth reclamou, impaciente. - Para com isso!

-Desculpe, foi…

-Podemos ouvir o Quíron?

Thalassa perguntou, impaciente. Não pela discussão em si, mas porque estava ansiosa para saber mais sobre si. Quer dizer, agora tinha juntado os pontos: Percy, Grover e Annabeth sabiam que ela seria reclamada aquela noite, é claro. Por isso sumiram da mesa, para poder preparar o terreno. Então, Poseidon tinha contado primeiro ao Percy, era isso? Fazia sentido, é claro.

-Ótima ideia! - Luke resmungou, soltando o ar. - E só pra garantir: Eu juro pelo Rio Estige que não estou com cronos ou nenhum outro tipo de vilão! Satisfeitos?

Um trovão soou ao longe, confirmando o juramento. Grover e Percy assentiram, o que fez Annabeth olhar do namorado para o Centauro, impaciente.

-Então, quem vai começar?

-Percy? - Quíron chamou, fazendo o rapaz olhar para ele. - Você quer começar?

Percy hesitou apenas um segundo. Mas então, assentiu, ajeitando o corpo na cama e se virando de frente para Thalassa.

-Bem… Eu não sei da história toda, na verdade, mas eu, Grover e Annabeth estávamos em Nova York, aproveitando as férias, quando meu pai encontrou conosco. Ele me disse que… Bem, que ele tinha descoberto que tinha uma filha um pouco mais velha que eu, sabe? E eu fiquei bastante confuso, porque se ele tinha uma filha, por que ele nunca falou nada? E por que ela não poderia ser a Heroína da Profecia?

-Profecia? - Thalassa perguntou, confusa. - Qual Profecia?

-Existia uma profecia há anos atrás… - Quíron explicou, com uma voz que lembrava um professor de História entediado. - E ela foi o motivo pelo qual os Três Grandes juraram nunca mais terem filhos. Ela dizia que ao chegar aos 16 anos, um dos filhos dos três grandes poderia tanto destruir o mundo, quanto salvá-lo.

Thalassa franziu a testa. Meio segundo depois, ao olhar para Percy, entendeu.

-Ah… Você era o Herói da Profecia.

-Sim, mas ela falava de Luke também. - Percy resumiu, balançando a mão para descartar o assunto. - Bem, de qualquer forma, é lógico que eu fiquei um pouco irritado, mas… Acho que, você, mais do que ninguém, sabe que Nêmesis manteve aquela ilha protegida e segura. Até demais.

Thalassa assentiu, mudando de posição enquanto tamborilava os dedos sobre a perna direita, impaciente. Então, ela perguntou, incerta:

-Ele… Não sabia que eu… Existia?

-Não.

-Ah… - Thalassa soltou o ar, sem saber se isso era melhor ou pior do que esperava.

Percy fez uma pequena pausa e pigarreou, chamando a atenção da ruiva.

-Na verdade… Poseidon suspeitava que você Existia, mas não tinha como provar e… Por fim, chegou à conclusão de que, por um golpe de sorte do destino, não engravidou a sua mãe. Ele procurou você, até, mas como não achou, acabou deixando o assunto para lá. Pelo menos, foi isso que ele disse. Acontece que, até você rezar por ajuda, Poseidon achava que não tinha tido filhos semi-deuses além de mim. E pelo que parece, você também é a primeira filha mulher dele….

Thalassa estava quieta, apenas balançando dedos e pé. Estava impaciente e tinha muitas perguntas. Mas quando percebeu que Percy estava esperando ela absorver aquelas informações, ela exclamou:

-Okay, e aí?

-Bem, Thalassa. - A voz de Quíron interrompeu o que quer que Percy fosse falar. - A Verdade é que essa pequena richa entre Poseidon e Nêmesis começou há tantos milênios atrás que nem mesmo eu sei dizer o que realmente a causou: Pelo que me lembro, Poseidon matou alguns filhos de Nêmesis e destruiu um território pertencente a deusa. Porém, eu também me lembro de um ataque às Terras de Poseidon.Ou melhor, aos mares. A questão, na verdade, nem é tão antiga assim, mais. Provavelmente, não foi em retaliação a essa rixa que Nêmesis a manteve praticamente escondida do resto do Mundo. Eu tenho uma teoria muito boa e bem mais atual.

-Se não for por isso…? Por qual motivo foi?

Quíron não respondeu de imediato, ele apenas tirou um pedaço de pergaminho de dentro do bolso da blusa florida e o abriu. O papel estava tão velho que fez barulho e por alguns instantes, todo mundo achou que ele fosse se rasgar, mas não foi o caso. Era pequeno e muito, muito velho.

-Guardei isso por tantos anos… - Quíron explicou, entregando na mão dela. - Mas, finalmente, pedi para que Annabeth fosse pegar para mim no Sótão. Embora, eu não precise nem mesmo ler para saber o que está escrito.

Thalassa encarou o papel. Estava escrito com tinta em grego e ela se concentrou apenas no texto, já que nos primeiros segundos, ficou vidrada em uma manchinha da tinta no alto da página.

“Para o Sul vão os três reclamados
Sob a proteção da Deusa da Vingança
A Perdida, a proibida e o perdoado
São do mundo, o último fio de esperança

Buscarão o que está perdido
E cumprirão o que está destinado
Voltarão com o que foi escondido
E dessa Glória, virá um novo Tratado.

Uma guerra eminente hão de impedir
Trazendo paz entre Justiça e Mar
Se a Filha do Oceano não sucumbir
Ao que o destino quer te transformar”

Thalassa releu aquele papel tantas vezes que as palavras começavam a dançar diante de seus olhos, enquanto isso, percebeu que o Chalé tinha ficado em silêncio, após Quíron recitar a poesia. Olhando ao redor, ela encarou Serena, que deu de ombros, e Percy, que perguntou:

-Então, espera aí… Quer dizer que ela sempre esteve destinada a existir?

-Sim, Percy. - Quíron respondeu, calmo. - Assim como você.

-Ela poderia ter sido a garota da minha Profecia, não eu?

-É complicado, mas acredito que apenas a Profecia dela…

-Como sabem que a Profecia é minha?

Percy e Quíron olharam para Thalassa. Ela apontou para o papel em sua mão e deu de ombros.

-Poderia ser do Percy!

-O Percy já tinha uma Profecia que previa a vinda dele. - Quíron explicou, apoiando as mãos na cintura, acima da parte cavalo dele. - Nessa Profecia diz Claramente: Filha do Oceano. Thalassa, pelo que você nos contou, sua mãe e Poseidon estavam no Oceano quando…

-Argh! - Thalassa fez uma careta, o interrompendo. - Okay, não quero saber como fui concebida! Muito obrigada, Quíron!

Grover e Pomenio soltaram, juntos, uma risada abafada, enquanto Percy esticava a mão para Thalassa em um pedido mudo. Ela soltou o papel na palma da mão masculina e encarou o nada, deixando Percy ler.

-A Perdida, a Proibida e o Perdoado?

-Perdida faz sentido ser a Thalassa. - Serena ponderou.

-E o Perdoado, o Luke. - Annabeth continuou.

Luke ergueu a cabeça para Annabeth, sentindo o coração acelerar. Perdoado? Ele nem mesmo tinha pensado nisso.

-Proibido, talvez, seja o Percy? - Luke arriscou.

-Aqui diz proibida. - Percy corrigiu, negando com a cabeça.

Mas então, Thalassa olhou para Serena, com a testa franzida, tentando raciocinar. Serena era filha de Apolo, isso era fato. Mas ela, claramente, tinha poderes de Afrodite. Thalassa já a ouviu falar francês fluente sem que ela sequer soubesse falar. Também já a viu sentir o que outras pessoas eram capazes de sentir. E Thalassa sabia que relações entre deuses e legados eram proibidos. Filhos? Muito mais.

-Serena… Lógico, como não pensei antes? - Thalassa sussurrou, fazendo o grupo olhar para ela, confuso.

-Eu? O que tem eu?

-Serena, você não conhece sua mãe e Apolo falou que era complicado. Você tem poderes de ambos os deuses: Apolo e Afrodite.

-Não posso ser filha de dois deuses, Lassie. A não ser, que eu seja uma deusa e esse não é o caso!

-Mas pode ser filha de um deus e um legado. - Thalassa falou, se voltando para Quíron. - Mas as relações entre eles são divinamente proibidas porque um semideus legado chamaria muita atenção e poderia…

-Gerar um problema muito grande para o Olimpo por serem mais fortes e incontroláveis que os próprios semideuses. - Quíron assentiu, olhando para Serena como se a visse pela primeira vez. -Sim, Senhorita Holt. Você está certa!

Serena deixou o queixo cair, enquanto Luke assobiava e murmurava um “Isso esclarece muita coisa, até”. Thalassa se voltou então para Quíron novamente.

-Okay, então… Meu pai suspeitava da minha existência apenas por causa dessa Profecia?

-Não só pela Profecia, mas porque é quase impossível um deus se relacionar com uma humana e não acontecer nada. - Quíron soltou o ar. - Eu não tenho muitas informações sobre você, na verdade, mas Hermes conseguiu algumas coisas. Castellan?

Thalassa franziu a testa e encarou Luke, que desviou o olhar, vermelho.

-Luke?

-Bem… - O Rapaz soltou o ar e coçou a nuca, encarando Thalassa. - Em minha defesa, eu não fazia ideia do que estava indo atrás até voltar ao acampamento e depois, eu fui proibido de falar até a hora certa, okay? Mas Hermes pediu para que eu fosse procurar umas informações sobre uma pessoa. Sua mãe se chama Evangeline Holt?

Thalassa sentiu o coração acelerar tanto que só percebeu estar de pé quando todo mundo encarou ela. Então, Thalassa perguntou, ansiosa:

-Você tem notícias sobre a minha mãe?! Luke, por que você não me disse nada?!

-Evangeline Holt atualmente é uma escritora bastante famosa. Mora em Nova York e escreve romances contemporâneos adultos. - Luke explicou, com um tom de voz um pouco triste. - Ela… Não tem filhos, Thalassa.

-O que?! Claro que tem! E minha mãe não é escritora…!

-Pelo menos, é o que ela pensa que é…

Luke ficou encarando Thalassa, enquanto a ficha dela caía. É claro, havia uma Profecia sobre uma filha do Oceano. Nemesis sabia e assim que teve a oportunidade, ficou com Thalassa para ela. Por vingança ou a visão distorcida de justiça, já que Poseidon havia matado os filhos dela.

E é claro, fazia sentido que Nemesis mexesse com a cabeça de sua mãe para que a Profecia começasse a se concretizar. Foi tudo estrategicamente armado para que aquele momento acontecesse.

Thalassa se permitiu sentar novamente, desolada. Sua mãe não sabia da existência dela. Mas pelo menos, estava bem e viva e era isso que importava para Thalassa. Pelo menos, naquele momento, já que se fosse mesmo nessa missão para servir de peão para a paz entre Nêmesis e Poseidon fosse restaurada, precisava da sua mãe segura e longe da confusão. Depois pensava em como contornar a situação.

-Hey, Lassie…

Thalassa levou um pequeno susto quando Percy segurou a mão dela, mas deu a mão ao rapaz torcendo para que ele não percebesse o quanto ela tremia e suava. Claro, não foi o caso.

-Eu vou confessar que fiquei um pouco irritado com nosso pai quando ele me falou de uma filha mais velha…

-Enciumado. - Annabeth e Grover interromperam, juntos.

Percy fingiu que não ouviu quando eles falaram e continuou do ponto onde parou.

-Mas… Eu acho que você é muito diferente do que eu imaginei que seria. Então… Meio que vir aqui fazer uma ponte entre nosso pai e você, me ajudaram a compreender você. Quer dizer… Quem diria?! Eu tenho uma irmã! E ela é muito legal!

Thalassa assentiu, sorrindo para Percy. Entendia o sentimento, afinal, nunca imaginou que teria um irmãozinho. Sem perder a oportunidade, ela esfregou a mão nos cachos loiros dele e resmungou:

-Certo, Pequeno Plâncton, mas eu sou a mais velha! Se lembre disso!

-Hey, eu pareço ser o mais velho, Cauda de Sereia! Isso não vale!

Thalassa riu, empurrando Percy para o lado depois que ele a empurrou também. Ela olhou ao redor e percebeu que todos estavam sorrindo para ela, de leve. Até mesmo Quíron.

Naquele momento exato, Thalassa nunca se sentiu tão em casa: Estava rodeada das pessoas que mais gostava no mundo, tinha acabado de descobrir quem era seu pai, e embora sua mãe não se recordasse dela, estava viva. E bem. E era isso que importava, de verdade.

Mas não queria ficar emotiva naquele instante, então apenas enxugou os olhos e encarou Quíron, disfarçando as lágrimas que ameaçavam transbordar.

-Tenho que partir em missão nesse minuto?

-Na verdade… - Percy quem respondeu. - Nossa pai disse que ia nos dar um sinal quando fosse para liberar você. 

-E o que vamos fazer no Sul, aliás? - Serena perguntou, confusa. - A Profecia não dizia absolutamente nada de concreto…

-Saberão quando a hora chegar. - Quíron exclamou. - Informações demais podem ser perigosas, já que sempre tentamos impedir as profecias mesmo sabendo que não conseguimos. Eu sugiro que vocês descansem. Thalassa, precisamos que você traga suas coisas para esse Chalé. Vamos providenciar uma cama para você também. Serão dias bastante tensos até que seja autorizada a expedição.

Todos concordaram e começaram a se dispersar no Chalé, menos Thalassa que continuava sentada na cama de Percy, segurando o pequeno pedaço de pergaminho que ele deu a ela de volta.

Grover e Pomenio saíram para pegar uma cama que estivesse sobrando em outros chalés, enquanto Annabeth, Serena e Percy iam pegar as coisas de Thalassa no de Hermes quando perceberam que ela ainda parecia estática. Talvez Luke tivesse que ter ido atrás como Conselheiro Chefe, mas no momento em que Quíron saiu do Chalé 3, Luke se abaixou na frente de Thalassa, a olhando nos olhos.

-Oi, Pequena Sereia. - Luke sorriu, de lado, reforçando a cicatriz em seu rosto. - Eu bem que disse que você era uma Princesa, eu não disse?

Thalassa riu dando um soquinho no peito dele, mas ao mesmo tempo, as lágrimas finalmente desceram e ela começou a chorar. Então, murmurou sob o olhar atento de Luke;

-Minha mãe, ela… Está bem? Mesmo?

-Eu juro pela minha vida! Ela está ótima! Inclusive, estava trabalhando em um romance com Sally Jackson, a mãe do Percy! Desculpa não ter te contado antes, estávamos todos tentando entender essa confusão… E os deuses não são de falar tudo, apenas meias verdades…

Thalassa assentiu, incapaz de falar de tanto alívio. Por um ano e meio achou que sua mãe poderia ter ido parar debaixo da água junto com o barco ou com outro destino pior, mas ela “só” tinha perdido a memória.

Seu alívio foi tanto que ela não conseguiu evitar olhar para o teto e agradecer a Nêmesis por ter sido misericordiosa. 

-Hey, vem cá… - Luke sussurrou, esticando os braços para limpar as lágrimas de Thalassa. - Odeio ver meninas chorando. Quer um abraço?

-Talvez! - Thalassa soluçou e viu Luke se sentar ao seu lado, de frente para ela.

Thalassa se jogou contra o corpo de Luke, que a envolveu em um abraço forte, pela cintura. Seu nariz foi parar nos cabelos dela e Luke fechou os olhos, deixando Thalassa chorar o quanto quisesse. Era a primeira vez que ele via a garota chorando tanto e com tanta intensidade e nem por um segundo, afrouxou o aperto entre eles. Thalassa estava com cheiro de Marshmallows e algum perfume bastante leve, mas fresco. E Luke percebeu que aquele poderia ser o melhor cheiro do mundo, o que o deixou um pouco assustado. Não deveria ficar reparando em cheiros alheios, ainda mais quando a pessoa estava chorando de soluçar em seu peito.

A ruiva sentiu as mãos de Luke acariciarem as costas dela enquanto Luke desembolava os cabelos vermelhos e compridos com os dedos. Thalassa, que tinha encharcado a camisa laranja dele com lágrimas, não queria sair do abraço. Luke era quente e o peito dele era confortável, além disso, Luke tinha o mesmo cheiro do Chalé de Hermes e, depois de quase trinta dias dormindo naquele Chalé, era como se fosse sua casa.

-Estou interrompendo algo?

Luke e Thalassa levaram um pequeno susto e olharam para a porta, onde Percy estava parado, segurando uma mochila, um travesseiro e um edredom. Os dois jovens se afastaram abruptamente e Thalassa limpou o rosto com as costas da mão, enquanto Luke se levantava da cama, em dúvida se ficava no local ou se ia embora. Thalassa parecia mais calma do que quando começou a chorar e Percy parecia que estava prestes a matar ele, enquanto o fuzilava com os olhos.

Era fato que preferia interagir com Percy quando Annabeth estava do lado. Não havia como negar.

-Ah, obrigada! - Thalassa finalmente encarou Percy e percebeu os pertences dela em sua mão.

Se levantando, ela pegou a mochila e deixou Percy pôr o travesseiro e o edredom na própria cama, olhando de Percy para Luke. Nenhum dos dois dizia absolutamente nada. Porém, Percy parecia que estava prestes a pular no pescoço de Luke e o estrangular, o que fez Thalassa franzir a testa, confusa.

-Ham… Percy?

-O Luke já está de saída, correto? - Percy perguntou, franzindo os lábios em uma careta. - Preciso te contar muita coisa ainda sobre nosso pai e sobre outras coisas…

Thalassa encarou Luke, vendo ele assentir.

-Claro, sem problemas. Te vejo amanhã, Princesa?

Thalassa assentiu, observando Luke saindo pela porta logo a seguir. Percy virou para ela, com uma sobrancelha erguida e perguntou:

-Princesa?

Thalassa olhou para Percy e revirou os olhos, mas não respondeu, pois Grover e Pomenio entraram no quarto, com mais dois Campistas, carregando uma cama. Logo atrás, tinham mais quatro pessoas trazendo o colchão. Quando todos os campistas saíram e Grover e Pomenio se despediram dos dois, Percy e Thalassa arrumaram as camas e se deitaram, em silêncio. Logicamente, Thalassa não conseguia dormir, então apenas ficou encarando o teto sobre sua cabeça, deixando sua mente repassar as informações obtidas no dia.

Porém, em certo momento, Thalassa deixou sua cabeça voltar para o exato momento em que Luke a abraçou. Ele era gentil, isso ela sabia, apesar de toda aquela confusão com Cronos e traição. Também era educado, logicamente, e uma das características que ela mais gostava nele era que Luke não tentava fugir ou justificar os seus erros, apesar de, às vezes, ser tão estoico com o que havia feito, que a irritava.

Mas no momento do abraço, Thalassa de alguma forma sabia que ele não tinha a abraçado apenas por ser gentil e educado. Ela poderia estar muito errada e, futuramente, se arrepender de confiar nele? Poderia. Mas naquele momento, ela sentia que eles estavam começando a construir uma amizade e que ele, realmente, se importava com ela.

-Você e o Luke…?

Levando um susto, Thalassa se estremeceu na cama e encarou Percy. Tinha achado que ele tinha dormido, além de estar desacostumada com o silêncio.

- O que?!

-Está acontecendo algo entre vocês? - Percy se virou para Thalassa, a olhando com uma cara meio…

Thalassa não sabia dizer se ele estava irritado ou com dor de barriga.

-Algo entre a gente?

-É. Você sabe… Vocês são mais que amigos?

-Mais que amigos?!

-Olha, entendo se você não quiser responder. Não é porque temos o mesmo pai que preciso saber tudo sobre você e…

-Percy, não tem nada rolando entre eu e Luke. Somos amigos. Na verdade, eu sou a missão dele mas… Não tem como a gente passar tanto tempo com uma pessoa e não criar um vínculo, sabe? - Thalassa explicou, brincando com a ponta do cabelo para não olhar para Percy. - Além disso, eu sei que você está preocupado com o histórico do Luke, mas… Infelizmente, eu confio nele.

-Eu sei. - Percy assentiu, desviando o olhar. - Annabeth também confia nele. Mas é importante que você confie nas pessoas sempre desconfiando, Lassie. Traição vem de onde menos esperamos.

Thalassa assentiu. Sabia disso, era claro. Tinha confiado em Nemesis a vida inteira e ela tirou sua mãe e a fez de peça em seu jogo. No entanto, sabia que Percy tinha um problema com Luke e, talvez, isso nunca iria passar, então nem tentou argumentar, apenas aceitou o conselho, em silêncio.

-Percy… - Thalassa mudou de assunto porque havia algo incomodando muito mais do que se Luke a traíria ou não. - Você ficou com medo quando… Tudo aconteceu? Porque agora que eu sei da Profecia e que minha mãe está bem e de quem eu sou filha, eu… Eu estou apavorada.

Percy assentiu, com confiança.

- Eu era uma criança, Lassie. Tinha 12 anos quando minha professora de álgebra se transformou em uma Fúria e eu a matei com uma caneta que virou uma espada. É lógico que eu fiquei com medo. E antecipando as próximas perguntas: Não ficou mais fácil com o tempo e eu ainda tenho medo.

Thalassa soltou o ar e virou de barriga para cima novamente. Ficou bastante tempo em silêncio, pensando em inúmeras coisas, até que seus pensamentos começaram a não fazer sentido nenhum. Antes de finalmente dormir, Thalassa abraçou o travesseiro e resmungou:

-Sabe? Eu sempre quis ter um irmãozinho mesmo…

Isso fez Percy levantar a cabeça do próprio travesseiro e sorrir, se lembrando de Tyson contando, anos antes, que pediu um amigo para Poseidon e Percy o encontrou logo a seguir. Com um sorriso, ele pensou que Tyson, com toda a certeza, iria amar a irmã.



Oiie, Pessoal! ❤️

Cheguei com mais um capítulo que explica bastante coisa, não acham?? Espero que não tenha ficado confuso para vocês, reli várias e várias vezes, mas algo pode ter passado despercebido, então...

Aliás, pessoal: Estamos nos encaminhando para a minha parte preferida da fanfic ksksksk Eu muito ansiosa pelos próximos capítulos! Obrigada a cada um que está lendo, vocês são incríveis (mesmo que ninguém comente, né, bonitos? Kkkk)

Bem, eu espero que esse capítulo tenha agradado vocês, pois estava louquinha para postar ele!

Até semana que vem!

(Ps: Não esqueçam de conferir minha nova fanfic do Luke, hein! A Amanda é meu novo bebezinho e ela precisa de amor e carinho ❤️)

Beijos 💋





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