Black Ties and White Lies
Taylor's POV
Terminar com o Adam e aparecer logo em seguida com o Tom talvez tenha sido uma péssima escolha.
Mas eu não tinha, e ainda não tenho, muita ideia do que estou fazendo.
Tom estava ali, e de algum jeito eu pensei que me apoiar nele para sair de vez da relação com Adam fosse algo que talvez funcionasse. O que eu quero dizer é que eu usei Tom como um meio para escapar de algo que estava me fazendo mal - e eu sei que isso é errado. Eu e Adam brigamos - e então ficou implícito ali que aquilo era o fim - mas claro que dias depois ele apareceu dizendo que estávamos em um momento ruim mas que com algum esforço a gente talvez pudesse passar por aquilo, só que eu não queria passar por aquilo e continuar como estava. Ainda mais depois de tudo que ele despejou em cima de mim.
Eu queria deixar tudo - a nossa relação - para trás. E foi o que fiz.
E então Tom me ligou alguns dias depois, sabe-se lá como ele conseguiu meu contato, mas ele parecia muito preocupado por achar que meu namoro com Adam acabou por culpa dele, e foi aí que começamos a conversar. Ele me convidou para um jantar, aproveitando que estava na cidade, e um jantar acabou virando dois - eu talvez tenha dado a entender que algo poderia acontecer entre a gente - ele se mostrou disposto a entrar nisso e eu não parecia diferente. Quando vi eu estava convidando ele para passar o feriado de quatro de julho em Rhode Island comigo. Logo depois estávamos nos beijando na praia, as pessoas já estavam cientes do que tínhamos, então toda a atenção se voltou para isso. Nos fotografaram em todos os cantos - em encontros em Los Angeles, nós nossos momentos no quatro de julho, nos jantares em New York. Dias depois de tudo isso Tom estava conhecendo minha mãe, por insistência dele mesmo, e um mês depois disso era eu quem estava indo visitar a mãe dele na Inglaterra.
Foi tudo tão rápido que eu mal pude controlar. E é bem claro que o Tom está totalmente nisso - realmente focado em fazer dar certo - mas eu mesma não estou, e não por causa dele mas porque tem um ponto muito importante em tudo isso que me impede de manter o foco em Tom e sequer pensar em me entregar nessa relação.
E esse ponto tem nome.
Elouise.
E o fato de que estamos começando a retomar a nossa amizade e eu só não... Eu só não consigo parar de pensar nela.
Ter ela na minha vida é quase estranho, e então estar nesse momento em que estamos caminhando para essa linha de amizade em que eu ligo e conto as coisas que estão acontecendo no meu dia e ela faz o mesmo, e aí saímos para tomar café durante à tarde, ela vem até a minha casa e apenas conversamos e é tudo sempre tão bom. Ela faz com que eu me sinta bem.
E ela nem tenta, ela só faz.
— Você está pronta? — Austin pergunta quando eu desço as escadas depois de quase uma hora me arrumando no andar de cima.
Estamos em Los Angeles já há alguns dias, e hoje vamos nos reunir alguns amigos no Lost Property, um bar que fica entre a Sunset Boulevard e a Vine Street. Gigi nos chamou para essa noite mais calma, com bebidas e conversa e vamos estar com o pessoal de sempre. Quero dizer, quase o pessoal de sempre, porque Gigi e Elouise aparentemente viraram grandes amigas desde o MET Gala, e claro que a garota foi chamada - então temos uma adição ao pessoal de sempre - e isso é ótimo ao mesmo tempo que é péssimo, porque eu vou ver ela.
E eu não tenho ideia do que esperar já que não nos falamos há três ou quatro dias e ver ela me deixa feliz de um jeito que eu quase fico triste porque... Meu Deus, eu estou comprometida mais uma vez! E eu não deveria estar desse jeito perto dela, eu sei disso.
Quando eu saio de casa já são pouco mais de nove da noite, e no tempo que chego com Austin no Lost Property praticamente todos estão ali - incluindo Elouise. Eu os cumprimento e me sento ao lado de Gigi, com Austin ao meu lado.
Eu peço apenas um Uísque com gelo e então mergulho nessa conversa com Gigi e Martha. Não tenho ideia de quanto tempo passa, mas em determinado momento Austin troca de lugar para conseguir conversar com Ryan e então Elouise se senta ao meu lado, e eu reparo que mal conversei com ela - porque eu estou nervosa demais para isso.
— Aonde está o seu namorado? — ela pergunta, e é a primeira pergunta que ela faz. Eu suspiro de leve, pensando que por algum tempo me esqueci de Tom.
— Ele saiu com alguns amigos, eles estão em algum clube aqui perto, em West Hollywood.
— Oh, claro... Hm, nós mal nos falamos hoje — ela diz. E claro que mal nos falamos, eu conversei com quase todo mundo, menos com ela.
Porque ela me deixa nervosa.
— Desculpa — digo — Eu só, você sabe, comecei a conversar com as meninas e então... — dou de ombros — Mas como você está?
— Bem — ela sorri de leve — E você?
— Também. Tem sido dias divertidos — digo, mas isso nem é verdade. Eu tenho passado muito tempo com Tom, e na maioria do tempo estou pensando em Elouise.
Não tem nada de divertido nisso.
— Eu imagino... — ela comenta — Eu vi que você estava em Londres nessa última semana.
— Ah, é... Hm, eu fui conhecer a mãe do Tom.
— As coisas já estão nesse passo? — ela pergunta surpresa.
— Acho que sim — dou de ombros — Ele parece bem certo do que temos.
— E você?
— Eu o que?
— Parece certa do que vocês tem? — Elouise me faz essa pergunta e a resposta imediata que vem na minha mente é "Não". Não, porque eu não tenho certeza de muita coisa, e tudo com Tom parece incerto, quase errado.
— Acho que sim.
— Acha?
— É só- Tudo é muito rápido, a forma como tem acontecido mas -é, eu gosto dele, então — dou de ombros — Acho que eu estou certa disso.
• • •
Já passa da uma da manhã e eu sei que estou um pouco mais alta do que deveria. Eu bebi um pouco demais, enquanto Elouise não colocou uma gota de álcool na boca e é pensando nisso que Austin pergunta se ela pode me levar para casa porque ele decide que vai passar à noite na casa de um amigo.
Eu digo que vou voltar para casa sozinha, mesmo sem condições alguma. Eu digo que vou voltar para ficar com os meu gatos - sozinha, e faço questão de ressaltar isso - mas então eu tenho o olhar de Elouise em mim e sem pensar tanto acabo completando com um "a menos que você queira me acompanhar?" e ela não diz nada, porque acho que ela já conversou Austin então é bem óbvio que ela vai me acompanhar.
Eu só não estou bem o suficiente para entender isso.
A mão dela está na minha cintura, e eu consigo andar bem sem precisar me apoiar - eu estou mal mas consigo manter meu equilíbrio, o que é impressionante - mas ainda sim não digo nada porque quero continuar sentindo o toque de Lou no meu corpo.
Quando entramos no carro ela faz questão de ajeitar o meu cinto de segurança e logo estamos seguindo pelas ruas de Los Angeles.
Chegar em casa é rápido. E no tempo que chegamos e entramos, eu digo que Elouise deve ficar por aqui porque é tarde e é perigoso voltar sozinha - mas a verdade é que eu só quero mais tempo com ela.
Ela faz questão de me deixar no sofá e então segue para a cozinha enquanto eu começo a falar sem parar. Elouise parece estar procurando algo, e eu reparo nisso por conta do barulho, e então me ajeito no sofá para conseguir olhar na direção da cozinha e pergunto "o que você está procurando?" e recebo um "nowt" como resposta, o que me deixa alguns segundos sem saber o que dizer porque eu não tenho ideia do que ela disse.
— Nowt? — minha voz sai um pouco mais arrastada do que o planejado e eu acabo rindo de leve, não só por isso mas também por conta do que ela disse e do que eu não entendi.
— Hm? — ela pergunta no tempo que volta e então eu reparo no copo com suco e no pacote de biscoitos que ela carrega na mão.
— Nowt? O que é isso? — pergunto.
Lou se senta ao meu lado e me estende o copo, ela então abre o pacote de biscoitos e também me estende mas eu não sei se estou realmente com fome.
— Só pra você não dormir sem ter comido nada — ela diz.
— Mas-
— Taylor...
Eu suspiro de leve, contrariada, mas estendo minha mão e alcanço dois ou três biscoitos.
— Ótimo — Lou sorri calma — Ah, e "nowt" é "nada". De vez em quando isso acaba saindo.
— O seu sotaque ficou realmente forte quando você disse isso — comento — Eu gosto do seu sotaque.
— Você vivia brincando com o meu sotaque — ela lembra.
— Eu realmente fazia isso — sorrio de leve — Mas você se irritava fácil, eu adorava. Deus... Isso foi há tanto tempo.
— É estranho como passou rápido — ela diz.
— É um pouco... Uma hora estávamos dançando na sala da sua casa em Londres e então- Uau, quase três anos depois. Mas é legal que ainda temos contato, ainda que as coisas não tenham dado certo.
— É, é bom ter você na minha vida — Lou diz e eu quase me derreto por completo pela forma como ela fala.
— É bom ter você na minha vida também, Lou.
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