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Capítulo Vinte e Quatro

Levi Prescott:

Quando cheguei à casa dos meus pais, fui recebido pela animada risada de dois bebês. Ao olhar para a sala, vi minha sobrinha Agatha rindo do gato de estimação do pai, que era parte anjo.

Franklin olhou para ela e soltou uma risada quando Angel voou e desapareceu em segundos, indo para outra dimensão e trouxe alguns brinquedos para eles.

Lanora estava ali com Diel, olhando admirada para a cena, querendo se misturar, e foram ficar ao lado. Meu irmão soltou uma risada e sorriu para mim.

— Acho que o pai Gabriel está gostando bastante de ter crianças na casa — Scott disse e me abraçou. — Como tem passado?

Notei que ele mudou bastante desde que se mudou para uma alcatéia de lobos, ganhou até músculos, e cutuquei a barriga dele, que está dura.

— Você não disse que estava fazendo exercícios? — Falei chocado, e ele bateu na minha mão. — Está parecendo meio gorduchinho.

Ele olhou para mim, e entendi o sinal claro que me fez soltar uma risada.

— Não contou para o Zack ainda? — Falei, e ele me calou, puxando-me para a cozinha com calma. Vi meus pais ali conversando com Lilal, que acenou para mim.

— Descobri isso de manhã, mas não tive a chance de contar para o meu marido — Scott disse. — Estamos muito ocupados o tempo todo com um monte de coisa, acaba causando falta de tempo; tem horas que só o vejo de noite.

— E da última vez que se viram, quiseram aproveitar — Falei e soltei uma risada.

Na cozinha, meus pais continuavam a conversar com Lilal. Scott e eu nos juntamos à roda, e a atmosfera estava repleta de alegria e expectativa.

— Parece que a casa está cheia de novidades — comentei, observando o movimento ao nosso redor.

Scott riu, concordando.

— É verdade. Além disso, temos a notícia da chegada de um novo membro à família.

Lilal sorriu, demonstrando entusiasmo.

— Isso é maravilhoso! Parabéns a você e ao seu marido. — Lilal disse e isso me fez ver como ela se enturmou com a minha família bem rápido.

Enquanto a conversa fluía animada, Zack, o marido de Scott, entrou na cozinha, aparentemente curioso sobre o que estávamos discutindo.

— O que está acontecendo aqui? — indagou Zack, olhando para cada um de nós.

Scott tomou a palavra, revelando a notícia com um sorriso radiante.

— Descobrimos esta manhã que estamos esperando um bebê.

O rosto de Zack se iluminou em surpresa e alegria.

— Sério? Isso é incrível! Parabéns, amor! — disse, abraçando Scott com carinho.

Todos na cozinha celebraram a boa nova, e a atmosfera tornou-se ainda mais festiva. Entre abraços, risadas e felicitações, a notícia do novo membro da família consolidou um momento especial naquele reencontro.

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Percebi uma mudança no ambiente e, intrigado, dirigi-me ao quintal. Lilal já havia captado a energia espiritual, e ao sair, deparei-me com Kagome em sua forma de raposa, que logo se transformou em sua figura humana, vestindo um kimono com detalhes do céu noturno. Seus olhos dourados fixaram-se em mim com uma ponta de zombaria.

— Acho curioso como sua família recebeu Lilal tão bem, além de saber quem você realmente é — ela disse, desafiadora.

— Estou apenas observando e vendo o mundo, não desisti de me vingar de Natsuls, mas quero recuperar meus poderes por completo — ela disse, soltando uma risada amarga. — Ainda fico perplexa com como seu poder me fez querer parar de lutar naquele dia.

— Posso dizer que te superei no final — falei, e ela me olhou com um certo divertimento.

— Veremos quando recuperar todos os meus poderes — ela disse, dirigindo seu olhar para Lilal, que permanecia serena diante da presença de Kagome.

— Veio fazer uma visita; não achava que isso seria algo que você pudesse fazer? Ficou até surpresa — comentei, observando a interação entre as duas.

Kagome sorriu de maneira enigmática, como se estivesse se divertindo com algum segredo conhecido apenas por ela.

— Veremos como as coisas se desenrolarão. Há sempre surpresas guardadas nas entrelinhas do destino. Eu só vim ver como está sendo essa vida — disse Kagome, e sua voz carregava um tom melancólico. — Também queria ter notícias daquela criança.

Olhei surpreso em sua direção, pois era evidente que ela desejava saber o que estava acontecendo com Jai. No entanto, eu mesmo não tinha informações precisas sobre para onde levaram seu corpo ou como ele estava.

— Ele está recebendo os cuidados certos para seu corpo, e a alma dele está ficando estabilizada — Lilal disse, e olhei em sua direção. — Titânia está cuidando de tudo.

— Fico surpresa que Natsuls não impediu isso de acontecer depois de tudo — Kagome disse amargamente. — Quando Jai e Narut me libertaram, eu via as marcas dos contratos deles e não quis fazer nada; só desejava minha vingança. Narut impediu Jai de envelhecer para ter um corpo jovem e poder armazenar mais energias.

Sabia que seria isso; além disso, seria necessário para Narut ir atrás do seu pai, roubar a coroa e matar todos, sem que ninguém pudesse fazer nada contra ele. Nada adiantaria; afinal, todos os espíritos sabem que nenhum dos filhos do pai de Narut poderia conseguir usar a coroa, ou seria um final trágico. Bem, isso foi uma profecia que se ouvia a muito tempo m

A complexidade das relações entre Narut, seu pai e os destinos traçados por profecias antigas criavam um emaranhado intrigante. O roubo da coroa e a previsão trágica em torno de seus filhos pareciam elementos fundamentais para o desdobramento da história.

— Eu sabia que seria um plano inútil, mas não quis fazer nada — Kagome disse e riu amargamente. — Talvez não seja realmente diferente do que Natsuls faz com os outros.

— Kagome, Jai já disse o que aconteceu com a família dele? — perguntei.

— Bem, eles morreram quando ele tinha dezesseis anos em um acidente, e ele disse que viu um animal que parecia uma raposa — Kagome disse, e congelei.

— Não foi uma raposa espiritual. Pedi para Titânia me deixar ver as memórias daquele rapaz — Lilal disse e estalou os dedos, mostrando uma imagem. Ali estava um casal correndo com os filhos adolescentes, uma raposa, e notei algo estranho na figura da raposa. — Foi uma raposa de aura que ele e sua irmã haviam criado sem perceber. Olhem para a energia que emana de seus corpos. — Olhei atentamente para a imagem e vi a energia saindo daqueles corpos; então a aura ficou raivosa, atacou os pais e depois a irmã, e tudo escureceu. — Isso foi depois de uma briga entre os irmãos e os pais.

— Aquela raposa de aura se tornou vingativa após a briga entre os irmãos e os pais — explicou Lilal, enquanto as imagens se desdobravam diante de nós.

Kagome observava a cena com uma expressão séria, absorvendo a revelação.

— Jai não fazia ideia do que havia criado naquela época. Ele não sabia que essa aura se tornaria uma força tão destrutiva — acrescentei, sentindo um peso na explicação.

Lilal continuou mostrando as memórias, revelando a tragédia que se desenrolou naquele dia fatídico.

— Após a briga, a raiva da aura se manifestou, resultando na terrível tragédia que levou à perda da família de Jai. Narut observou tudo ao olonge e aproveitou para enganar e mudar as memórias que Jai tinha, mas quando o contrato se desfez tudo surgiu com tudo e sua mente está com ele carregando essa culpa consigo, mesmo sem entender completamente o que aconteceu naquele dia.

Kagome permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as informações. A complexidade dos eventos passados começava a se desvendar, trazendo à tona uma compreensão mais profunda sobre as origens da tragédia que assombrava Jai.

Antes que ela abrisse a boca, notei a raiva e a escuridão dentro dela surgindo, e ela foi embora da nossa frente.

— Ela se culpa, afinal esses poderes vieram da linhagem que ela teve — Lilal disse, olhando com pena para o lugar onde Kagome estava segundos antes.

— Ela não precisa ficar desse jeito, cada um faz as próprias decisões para o seu futuro — falei, e ela sorriu para mim.

— Isso é verdade, mas ninguém é forte o suficiente para suportar um peso desses ao ver que pessoas da sua família foram mortas por um poder que foi herdado de si mesmo — Lilal disse calmamente. — Natsuls está passando pela mesma coisa na floresta espiritual; muitas raposas foram embora para outros territórios se espalhando ou se juntaram aos que estão do lado daquele deus caído que enviou a sua mensagem de que um dia irá retornar. Natsuls enviou Lanore para o único lugar que sabia que ela estaria muito bem cuidada e protegida.

Olhei para ela surpreso.

— Mas... — falei.

— Meu querido irmãozinho, sabe que a cabeça do Natsuls é algo que ninguém nunca vai entender — Lilal disse e colocou uma mão em meu ombro. — Mesmo que ele diga que você o traiu, ele ainda sente saudades do irmão mais novo dele até o final, mesmo que seja cabeça dura para pensar em dizer isso.

— É difícil entender o que se passa na cabeça de Natsuls, mas espero que ele encontre a paz um dia — comentei, sentindo o peso das complexidades que envolviam minha família espiritual.

Lilal assentiu, compartilhando o peso desse entendimento.

— Cada um tem seus fardos, e o tempo pode trazer cura ou, pelo menos, aceitação. Enquanto isso, devemos cuidar uns dos outros da melhor maneira possível.

Observamos o horizonte por um momento, contemplativos diante das incertezas e desafios que o futuro reservava para nossa família espiritual. A harmonia daquele reencontro familiar era temperada pelas sombras do passado, mas a esperança permanecia como uma luz a guiar nosso caminho.

— Vamos voltar para dentro e aproveitar o tempo com a família — sugeri, e Lilal concordou.

Enquanto retornávamos à casa, deixamos para trás as sombras momentâneas, focando no presente e nas conexões que sustentavam nosso vínculo espiritual. A jornada da família continuava, marcada por desafios, revelações e, acima de tudo, o amor que transcende as fronteiras entre os mundos espirituais e humanos.________________________

Gostaram?

Até a próxima 😘

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