Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O que meu pai Astor Casquel, me ensinou

Dinheiro é um tabu em muitas casas, mas nunca foi na minha. O que é uma pena, já que falar sobre isso desde cedo pode nos proteger muito dos solavancos financeiros ao longo da vida.

É apenas o relato de um filho que aprendeu muita coisa sobre isso com o pai.

Meu pai é um homem muito realista. Me ensinou desde cedo que se deve gastar menos do que se ganha, que é preciso lutar pra ter o que se quer e que nada cai do céu.

Foi muito com o incentivo dele que comecei a trabalhar, primeiramente nas empresas da família e depois estudando a moda de vários países, Astor Casquel me ensinou também a  programar tudo o que eu queria fazer com o meu primeiro salário.

Nessa época eu fazia pequenos desfiles e campanhas publicitárias, mas logo me tornei um super modelo.

Mas os ensinamentos dele foram além disso. E hoje, quero dividi-los com vocês.

Primeiro foi "O valor do dinheiro"

Quando eu tinha uns 16 anos, morávamos em um apartamento no centro de Los Angeles, que ficava quase ao lado de uma loja que vendia revistas na cidade.

Toda santa vez que passávamos por ela, na volta do colégio, eu olhava pra dentro e via aquelas prateleiras forradas de gibis de diversos heróis e de mangás. Eram segundos valiosos de pura contemplação pra mim.

Naquele momento apenas ficava olhando e com certa curiosidade. Foi meu pai que também me apresentou esse universo.

Mas só fui realmente me interessar anos mais tarde, Astor Casquel falava que eu amadureci rápido demais. Havia perdido parte da minha infância e adolescência.

Com Ella pedindo livros de romance todos os dias (mesmo que não ganhasse), meu pai decidiu que era hora de me ensinar a ter noção sobre o controle e as escolhas que o dinheiro nos impõe.

Confesso que teve uma época da minha vida que simplesmente fiquei perdido, e boa parte por causa do dinheiro.

Comecei a ganhar um salário muito cedo, antes dos 14 anos. E com aquele dinheiro, eu teria que comprar tudo o que queria em longos 30 dias.

No primeiro mês, eu gastei toda a mesada comprando diversos CDs (A Viagem Internacional) no primeiro dia de "pagamento". Dias depois, recebi uma grande quantia por um ensaio fotográfico, agora, pra comprar roupas e acessórios.

Meu pai se sentou do meu lado, e me explicou que o dinheiro que eu ganhava vinha quase todos os dias e que eu tinha que começar a controlar melhor os meus gastos ao longo das semanas. Eu era um adolescente privilegiado, mas também deveria ter responsabilidade.

Ele foi comigo até à diversas lojas diferentes e começou a fazer conta. "Ellyus, separe uma parte, como se fosse a mesada, você pode comprar inicialmente alguns gibis e ainda sobra dinheiro pra comprar alguns doces. Ou pode comprar gibis, e mangás e guardar o restante para o próximo mês".

Vocês não fazem ideia do quanto eu me senti adulto depois daquilo. Eu entrava nas lojas e consegui me controlar. Depois ficava horas escolhendo uma única revistinha por semana. A ideia era sempre diversificar. Tomei gosto pela leitura, minha psicóloga dizia que isso iria me manter mais centrado.

"Batman eu já comprei na semana passada, então agora vamos de outro gibi".

Até fiz amizade com a dona do comércio, que tinha toda a paciência do mundo de me ver folheando os gibis 1001 vezes antes de optar por um deles. Aquilo era uma terapia pra mim e acabei arriscando, escrevendo frases curtas, algumas mensagens e pensamentos que surgiam de vez enquanto.

Ouvia sempre de Astor Casquel que relações com dinheiro envolvem honestidade, e aprendi bem a lição.

Meu pai trabalhava muito. Fazia plantões de 48h em cidades vizinhas, atendia em hospitais, nos postos de saúde em alguns bairros mais carentes da cidade e no consultório. O cansaço era tanto, que já vi ele cair de sono e quase se afogar num prato de sopa durante o jantar. Isso tudo antes dele aceitar ser sócio de seu marido Marcello Savalla.

No segundo ano ganhando meu dinheiro, meu olho cresceu mais que a barriga e sim, eu tentei burlar, de novo, o nosso acordo. Aproveitando a estafa mental dele, lá pela metade do mês, inventei uma desculpa qualquer e saí com alguns colegas de trabalho, dizendo que não tinha recebido no início do mês. Infelizmente logo foi descoberto, pois praticamente zerei a minha conta.

Além disso, Astor acreditou em mim e me deu um cheque em branco. No outro mês, a mesma coisa. No terceiro, a minha desonestidade foi pega em flagrante.

"Há quanto tempo você está sendo desonesto comigo, Ellyus Lancellotti?". Confessei meu crime e recebi um dos sermões que mais me marcou na vida.

Para o meu pai, confiança era a base de tudo. Ele detestava mentira. E quando o assunto envolvia esse tema, ele era muito, mas muito duro nas palavras.
"Eu não confio mais em você, meu jovem. E se for assim,  então nossa relação vai mudar daqui pra frente. Você vai ficar dois meses sem receber salário e, quando voltar a receber, vai passar a assinar um recibo pra mim e pro Marcello".

E ficou três dias sem falar comigo. Aquilo foi terrível, eu sentia falta demais de seus conselhos.

Eu era um adolescente irresponsável, eu sei, mas acredito que aquele papo foi determinante para que eu entendesse – e muito – o peso e a importância de ser honesto sempre.

Você Ellyus Lancellotti vai aprender a Ser transparente em momentos de crise! Foi uma das lições mais importantes da minha vida também.

Lembro do Marcello apenas rir vendo Astor me educar.
Quando eu tinha uns 17 anos, em um certo momento, notei que meus pais andavam tensos e tendo altas conversas sobre dinheiro em casa. A família tinha perdido uma boa parte do orçamento mensal. Um dos sócios havia dado um desfalque em uma de nossas filiais.

Lembro de ser chamado na mesa de jantar da cozinha (onde ocorriam todos os papos mais sérios) e ouvir deles que a situação estava bem difícil.
"Tempos difíceis estão por vir, meu filho. E preciso que você compreenda isso. Teus estudos seus pais garantem, mas todo o resto irá mudar. Agora tem a sua irmã e milhares de famílias que dependem de nós também".

Foi a primeira vez que vi Astor chorar, ele se sentia culpado por ter confiado demais. E eu entendi o porquê. Filho de um imigrante italiano, que fugiu da Segunda Guerra e chegou nos EUA com uma mão na frente e outra atrás, nunca ganhou nada de graça. Tudo ele teve que lutar muito.

Meu avô era muito rígido, pouco amável com a família, deu um total de zero apoio aos filhos. Meu pai conseguiu se formar e dar uma vida boa pra sua mãe e seus outros irmãos na base do trabalho árduo. Voltar quase à estaca zero era uma derrota pra ele. Ele também tinha o seu orgulho e não aceitava a ajuda de Marcello.

Para sair da crise, investiu tudo o que podia em uma especialização mais técnica sobre Moda feminina e masculina, o que teve total apoio de Marcello. Estudou feito um doido. E ali eu entendi por que ele não abriu mão de investir na minha educação: porque ela nos leva longe. Graças às dezenas de cursos que ele fez, ele voltou com tudo. E eu morri de orgulho. E tive o desejo de seguir seus passos, pois a carreira de modelo não é tão longa assim.

Sobre ser bom com as pessoas
Isso nada tem a ver com dinheiro, mas não posso deixar de falar. Além de um exemplo pra mim, meu pai foi muito bom para as outras pessoas. Sempre foi um cara bem-humorado, brincalhão, parceiro e jogava todo mundo pra cima. Esse é Astor Casquel, o homem que adotou a mim e minha irmã Ella.

Mesmo anos depois da partida repentina de minha irmã, eu e meus pais ainda colhemos o carinho das pessoas que conviveram com ela. Uma vez, eu estava num táxi indo para a rodoviária e o nosso antigo motorista me disse: "Todos os dias eu passo na frente da mansão Savalla e lembro do sorriso dela. Eu sou muito agradecido, a sua irmã que sempre tratou a gente com carinho". A professora do colégio dela, bem velhinha, até pouco tempo atrás, levava os biscoitos favoritos de minha irmã para todos. Ella era muito amada no abrigo, ela nunca deixou de visitá-los.

Uma vez no supermercado, um homem me parou em pleno caixa, e me disse: "Ellyus? O irmão da Ella?". Eu assenti dizendo que sim. "Meu jovem, sou o Lucas, da lanchonete onde sua irmã vivia fazendo pedidos estranhos, lembra? Só quero te dizer que sinto muita falta dela e sinto pelo ocorrido. Ela foi a pessoa mais cheia de vida que eu conheci".

Plante o bem, maninho. Plante o bem. Essas eram as palavras que mais ouvia antes de Ella praticamente sair correndo com o meu sanduíche.

O que eu queria ter ensinado a ela? Tantas coisas... Mas pelo menos irei realizar o sonho de minha irmã.

Meu pai Astor sempre foi um cara que confiava muito nos bancos. Lembro que, nas nossas andanças, íamos muito nas agências para ele falar com os  gerentes. Hoje, trabalhando no mercado financeiro, sei bem como as coisas funcionam. E como os bancos pecam pela desonestidade com o cliente. Na verdade, as idas a esses locais eram aulas práticas.

Meu pai, detesta desonestidade e ficaria puto da vida se soubesse a realidade de tudo que estou fazendo agora. Estou praticamente forçando a Eilis a ficar do meu lado porque estou com o meu orgulho ferido. Juro que estou ouvindo a voz dele nesse instante: "Que falta de transparência meu rapaz!" As indicações estão em toda parte, não é mesmo. Queria ter tempo pra sentar do lado dele, pedir conselhos e ter a mesma conversa franca sobre relacionamentos e amor que já tivemos tantas vezes.

Como saber se estou realmente apaixonado? Essa seria a pergunta feita a ele. E num instante ouviria.

Espero que esteja falando realmente de paixão e não de amor.

De qualquer forma acabaria ficando em silêncio e meu pai seriamente pararia o que estivesse fazendo para olhar dentro dos meus olhos

"Ellyus eu sei que para você a paixão sempre teve como componente principal o sexo. Mas a Paixão envolve você sentir desejos pela outra pessoa. Vontade de tocá-la, sentir sua pele, ter intimidades, ter prazer."

Para logo em seguida sentir que Astor fica mais tranquilo e me faz sentar diante dele.

"Já o Amor é algo que nasce com a experiência no relacionamento. É o dia a dia que a gente vai criando o amor, baseado no afeto e no respeito pela outra pessoa. Claro que quando existe a paixão, ou seja, sexo, o amor é mais rapidamente construído, pois a intimidade potencializa o afeto e o carinho."

Assumindo então que a pergunta se refere à paixão no meu conceito, vou responder, pois isso fica fácil de se detectar...

Meu jovem simplesmente não complique as coisas pra você e pro destino. Ainda ouviria de Marcello que raramente se meteria em uma conversa minha e de Astor.

"Veja a reação do seu corpo. Ele muda perto da pessoa objeto da paixão?" Seria a segunda pergunta feita por meu pai.

"Você sente vontade de se aproximar, tocar, sentir, beijar?" Cortaria Marcello pegando uma dose extra de uísque.

"Seu pensamento sai do lógico e da razão e passa mas para desejo e vontade?" Completaria Astor tentando adivinhar pelo meu silêncio e olhar.

"Se a resposta for sim para as perguntas acima, posso afirmar que você realmente está apaixonado, meu jovem. Tenho pena da garota! Afirmaria Marcello saindo em direção ao seu escritório.

Agora se você citou paixão erroneamente, querendo dizer amor, vou lhe dizer o seguinte, Ellyus. Primeiramente, não dê ouvidos ao Marcello, ele é racional demais.

Eu ouvi isso Amoré mio! Diz Marcello sem se virar. Não existe amor à primeira vista, NUNCA.

Tenha paciência Marcello, o assunto aqui é sério. Retruca Astor. Amor a gente constrói em um relacionamento com carinho, afeto, atenção e cuidado. Não existe amor sem relacionamento, portanto se você trocou na pergunta "amor" por "paixão" posso afirmar que você não está amando a outra pessoa.

Sem relacionamento não existe amor. E você é jovem demais pra saber a diferença. E o que sente pela Linda White não é nenhum dos dois!

Olha Ellyus, o que Marcello está tentando lhe dizer é que... Agora, mesmo sem relacionamento pode existir sim, uma grande paixão, daquelas bem loucas e intensas, que mexem profundamente com você, te deixando louco até de desejo. Inclusive essa paixão pode se manifestar de imediato, na primeira vez que você a viu. Mas também sei que você não sentiu isso pela Linda, foi o contrário.

Essa foi a primeira conversa que tivemos sobre Amor, Paixão e o meu estranho relacionamento.

Mas tudo bem. A vida segue o seu curso. E eu levo todos os ensinamentos deles comigo. Todos os dias.

E sei que estou cometendo a maior loucura da minha vida. Até sinto seus olhos sobre mim nesse instante.

2199 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro