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Meu Segredo Oculto


— "Quando vocês decidiram levar a menina pra casa?"

A pergunta fez Ellyus Lancellotti paralisar no meio do escritório, seus dentes trincarem e em seguida um dos seus punhos se fechou.
Visivelmente irritado, ele virou o copo de uísque e o sorveu de uma vez.

— Quem lhe falou sobre a menina? Perguntou num sussurro baixo mas ameaçador.

Ficaria surpreso com que a imprensa pode descobrir. Eilis lhe respondeu apreensiva.

— Disso eu não me surpreendo. Minha surpresa é outra coisa completamente diferente! Explicou voltando-se ao bar.

— Ellyus você já está passando dos limites. Avisou ela preocupada.

— E desde quando Ellyus Lancellotti possuí algum limite? A pergunta feita exclusivamente a Elizabeth a fez ficar pálida. Por que, você não refresca a minha memória e me diz o que você e a sua revista de fofoca escreveram sobre mim nesses quase nove anos?

O silêncio que se seguiu deixou ambos bastante incomodados. Ellyus se lembrou da última conversa que teve com Elizabeth, seus olhos ficaram frios e opacos antes de se voltarem para Letícia Abravanel.

— Mesmo que Ella não quisesse ser adotada, eu acabei fazendo um acordo de jamais separar a dupla de irmãos. Eles eram gêmeos, apesar de tudo. Por isso, agendaram visitas periódicas no colégio interno. Revelou ele suspirando profundamente. — Mas o destino tinha outros planos.

— Ella ouvia tudo o que o irmão mais velho tinha a contar sobre a família, os novos amigos, a escola e toda a rotina. Após um ano de visitas e conversas, eu contei para a minha irmã como era ter dois pais e todas as regras de casa, Ella questionou sobre Marcello e ao Astor: "Quando vocês vão me levar também?". Pra mim foi uma grande surpresa. Ella me aceitou, em sua cabeça éramos irmãos e só isso importava. O trauma por ter perdido seu irmão gêmeo foi o esquecimento, na época foi a doutora Leticia Abravanel que cuidou de n[os dois.

— E, assim, a menina-mulher que não queria mais ser adotada transformou a família, que se reajustou, juntando ao irmão que nunca se importou em ter dois pais gays – e poderiam ter seguido assim, se não fosse o ocorrido há quatro anos.

— "Eu achei que sabia o que era amor até ter a minha vida revirada pelas pessoas que um dia confiei"...

— Então me conte essa história.

— Essa história não é somente sobre mim. Mas sobre Linda White e Ella.

— Você tem a oportunidade de esclarecer tudo e...

— Pra que esclarecer algo que ninguém se importa? Eilis e sua revista só desejam vender mais notícias sensacionalista.

— Eu posso lhe ajudar Ellyus e...

Ele sorriu e virou seu copo de uísque sentando-se em uma poltrona e olhando fixamente o copo vazio.

A história de Ella

— Ella era muito sensitiva, emocional e impressionável, uma garota de sorriso extremamente meigo e gentil. Não era à toa que seu humor mudava a cada instante, oscilando entre a depressão e a euforia, incerta de sua própria identidade. Aliás, esse era uma das  características mais intrigantes dela. Ella tinha algo que me deixava fascinado e me dava paz.

— Você se apaixonou por Ella? A pergunta o fez sorrir de um modo totalmente diferente.

— Não, foi ao contrário. Seus informantes são péssimos! Também foi através da adoção que Ella passou a integrar a sua família, Linda White tinha 32 anos, uma ex-modelo que se vangloriava em não ter ou desejar ter filhos. Após mais quatro anos na fila de adoção, Marcello e o companheiro Astor, em união estável na época, foram chamados para conhecer a filha dois dias após Ella deixar o colégio interno, sua ficha dizia que a mesma havia nascido ali e a mãe a havia abandonado.

— Até aí uma história bastante normal e...

— Era tudo mentira! — Afirmou Ellyus fechando os olhos já demonstrando cansaço.

— Ser um recém-nascido, ou bebê com poucos meses de vida, era um dos critérios de adoção do casal, para que pudesse crescer desde o princípio com os dois pais. Mas outra vez o destino resolveu brincar com todos nós. "Astor sempre quis ser pai, mas por adoção", contou Ellyus. A chegada de Ella era a realização de um sonho: "a melhor experiência da vida", se emociona ao relembrar. Foi graças aos conselhos de Linda que o mesmo aceitou a adolescente.

— Você já estava envolvido com Linda White? Perguntou Eilis sem olha-lo diretamente.

— Vivíamos juntos a pelo menos quatro anos, eu comecei a me relacionar com Linda quando tinha dezessete anos. Na adolescência gostava de me relacionar com mulheres bem mais velhas do que eu. O que acha? Será que isso significava que eu tinha carência materna. Gargalhou Ellyus brincando com as pedras de gelo em seu copo vazio. — Na segunda semana que Ella estava em casa, a família Savalla Casquel organizou uma festa de apresentação, com direito a todos os presentes e brincadeiras tradicionais, que tendem a deixar uma adolescente feliz.

Ellyus se lembra muito bem de cada detalhe: —"Eu fui julgado e condenado em todas as minhas ações e não digo que não estava errado, mas pra mim tudo soou muito natural. Nossa família amava a Ella. Eu achei que sabia o que era amor até ter tudo arruinado diante dos meus olhos".

Para ele, o planejamento de ter uma família envolvia muito trabalho e amadurecimento, tanto pessoal quanto profissional, para que sua irmã pudesse ter um lar estruturado, com condições para viver confortavelmente. Pois Ella nunca teve ou soube como era ter uma família de verdade. Já Ellyus Lancellotti tinha nascido e experimentado as delícias de ter um pai e uma mãe, mesmo que fosse por um curto tempo.

— "Eu sempre tive o desejo de dar a minha irmã tudo que eu não pude ter, então trabalhei bastante, desde que me afastei das más influências, e fui construindo a minha vida em torno disso. Decidi que queria ser  uma pessoa melhor, um filho e porque que não, um irmão melhor.

— Pelo visto a mudança ocorreu após os seus vinte e poucos anos, realmente mudou os planos! Já que as revistas de fofoca diziam que você planejava tudo só quando estivesse com uma estabilidade financeira adequada. Então a aposentadoria das passarelas não era uma opção imediata.

— Por isso, quando a oportunidade apareceu, meus pais e eu estávamos preparados para dar um lar à Ella. E daí por diante houve a separação do casal, mas não do mundo da moda em si. Atualmente, me pareceu mais saudável estar separado de Linda, mas ela continuou participando ativamente da criação dos eventos onde eu ia participar.

— Os dois optaram por isso para preservar a relação?

— Eu tentei intercalar os dias da semana com trabalho e finais de semana com Ella. A organização feita pelos meus pais considerou os estudos de ambos e a disponibilidade para as viagens, sendo Astor o principal cuidador de Ella naquele momento. Mas o amor de ambos por ela, e dela por eles, seguiu crescendo cada dia mais. Era como se ela sempre estivesse feito parte da nossa família. Eu me lembro que, no início da minha separação, Ella percebeu que Linda, mesmo fingindo compreender, sentiu a "quebra" do vínculo entre nós dois. A falta da presença de Linda em alguns eventos faziam a impressão questionar onde estava o casal do século, principalmente nos primeiros meses onde participei dos maiores eventos de moda do mundo. Com o passar do tempo, ambos explicamos aos tabloids que eu e Linda não estamos mais juntos. Pra Linda isso significava o fim de muitas mordomias que nosso relacionamento proporcionava... Mas uma vez foi ingênuo, em acreditar que o sentimento estava sendo naturalizado dentro do entendimento dela.

— "Então Linda mudou de tática e fingiu estar muito apegada a nós dois, eu e Ella. Eu em todo caso entendi que não importava quem passasse na minha vida, a única pessoa que importava e que sempre ficaria seria meus pais adotivos e minha irmã do coração", reforçou Ellyus.

— Por que não me fale sobre a chegada de Ella a sua família, Ellyus. Talvez assim conseguimos descobrir o por que tais memórias estão o afetando assim.

Ele olhou os sapatos vermelhos da mulher, eram de um vermelho estranho, o brilho lhe dava náuseas e nem sabia por que. O pior erra a mania insuportável de ficar batendo o lápis sobre a prancheta. Aquilo o estavam deixando mais ansioso ainda.

— Ao chegarmos em um ambiente ainda desconhecido, eu e Ella  passamos por dificuldades praticamente iguais de adaptação. Como eu estava mais aberto a aceitar a adoção, aderi mais facilmente às regras de casa, à necessidade da frequência escolar e aos direitos e deveres dentro e fora de nossa nova vida.

— Você e Ella se identificaram imediatamente, algo muito bom. Pois ambos vinham de histórias diferentes. Acredito que foi isso que os tornaram tão próximos e apegados um no outro?

— Juro, eu não sei! Afirmou ele irritado. — Você está parecendo uma repórter irritante que me enganou alguns dias atrás.

— Poderíamos tratar dessa mudança de humor. Pois percebo que isso o incomoda bastante.

— O que me incomoda são pessoas manipuladoras e mentirosas. E principalmente àquelas que ficam me interrompendo a todo instante.

A mulher ajeitou os óculos e em seguida os ombros.

— Com a chegada de Ella, houve uma grande resistência. "Meus pais precisaram dar muitos sermões, alguns castigos e repreensões para que ela entendesse as regras de onde ela estava, mas jamais pensaram em desistir", afirmou Ellyus sorrindo outra vez.

— Apesar do trabalho duro na educação de nós dois, Astor sempre afirmou que, após dizer "sim" para a adoção, nada faria com que eles dissessem "Não". "Era uma certeza que sempre tiveram: no momento em que receberam a liberação para nos levar pra casa, nada os faria mudar de ideia".

— Ao saber disso como se sentiu na época?

— Foi bom, mas estranho ao mesmo tempo.

— Meus pais afirmaram que o diálogo foi essencial para manter a ordem dentro de nosso lar, mas algumas restrições precisaram ser incluídas na rotina para proteção a nossa proteção também. "Até hoje, eles não tentam controlar os meus passos e algumas decisões."

— E como se sente sobre isso?

— As vezes feliz e em outras muito irritado. Mas confesso que eles tem razão. Eu preciso e precisava de guias

— E quando a escola senhor Lancellotti?

— O que tem ela? Indagou a mulher que voltou a bater o lápis sobre a prancheta.

— Me diz o senhor?

— Acredita mesmo que essa informação vai lhe ajudar a me dar um diagnóstico?

A mulher anotou algo na prancheta e esperou que ele continuasse.

— Você é muito irritante Letícia! Sabe que antes de ser minha psicóloga, você é minha amiga.
Suspirou Ellyus voltando a falar sobre sua vida. — Na escola, a composição familiar precisou ser reforçada com professores e demais educadores presentes, as aulas de reforço foram necessárias. Com as atividades envolvendo datas festivas, por exemplo, houve a necessidade de explicar a didática promovida em casa para facilitar o entendimento e evitar possíveis constrangimentos. Como deve imaginar foi um adolescente realmente fora dos padrões.

1870 Palavras

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