Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Meu Caos, Nosso Caos

"Sem essa de 'amar demais machuca'. O que dói é amar sozinho."


Elizabeth aceitou o roupão de Ellyus emprestado e foi ao banheiro lavar o rosto, escovar os dentes e soltar os cabelos. Olhou-se no espelho e, de repente, ficou com medo. Como havia concordado com aquela idéia louca de dormir no quarto dele, e, ainda por cima, na sua cama!

Pegou a maçaneta da porta e decidiu.

Vou embora para o meu quartinho sacolejante. Digo a Ellyus que é melhor assim. Morro de vergonha de dizer isso... Acontece que certas situações são irreversíveis! Agora que me meti nessa, ou eu saio de uma vez, ou então preciso me cuidar para que nada aconteça... senão, amanhã vou estar com cara de boba, pior do que agora!

Ficou parada. Não sabia direito o que fazer. Sentia-se como um bicho, na estrada, acuado pela luz dos faróis. Correr para a frente do carro ou disparar para a floresta? Se não tinha confiança em si própria, precisava confiar em Ellyus.

Saiu do banheiro com a sacola de maquilagem pendurada no ombro e viu que Ellyus já tinha desmanchado a cama. De cada lado, nas extremidades, havia um travesseiro. Poderiam passar a noite juntos, como se estivessem separados por uma parede de ferro.

Ele a esperava com um conhaque na mão. Ao se aproximar, para pegar o copo, a alça da sacola prendeu-se no canto de uma cadeira de balanço e tudo que estava dentro rolou pelo chão. Elizabeth sentiu-se mais desajeitada do que um elefante numa loja de cristais finos.

Base, pós de arroz, batom, sua carteira, óculos escuros, tudo de útil e inútil que tinha enfiado na bolsa às pressas, estava lá, esparramado.

Pego as coisas agora? Claro. Senão, ainda vou levantar de noite e beber água, tropeço nos óculos escuros e me arrebento no chão...

Ellyus veio ajudar. Ajoelhados no chão, olharam-se por uns dez segundos. A comunicação entre eles foi instantânea e a mensagem surpreendeu os dois.

Os olhos dele brilhavam com uma tal intensidade, que Elizabeth ficou sem ar. Não se mexeu, e nem poderia. E como se não fosse parte da cena, mas apenas uma observadora, viu Ellyus erguendo a mão.

Seus dedos compridos acarinharam o rosto dela, a pele lisa, como se examinasse uma boneca de porcelana antiga e de rara beleza. Com o polegar, traçou o contorno do queixo, tão de mansinho, que ela mal sentia. Continuou, foi descendo pelo pescoço, arredondou pelos ombros, pelo colo, e parou na curva dos seios. Olhava a boca trêmula e macia.

Devagar, como se tivesse medo de feri-la, Ellyus beijou Elizabeth. Seus lábios eram quentes e o beijo, hesitante, coisa que a espantou. Como se pedisse permissão, como se dissesse: Elizabeth, eu posso?

Essa surpreendente vulnerabilidade dele, combinada com sua força e o cheiro masculino de sua pele, tiraram a paz e a confiança dela.

— Ellyus... — Sussurrou, e o abraçou.

A resposta dele foi imediata. Segurou o corpo trêmulo, a boca achou a dela, num beijo apaixonado, que a derreteu inteira com seu fogo.

Nunca tinha sido beijada assim. Todos os beijos do mundo não mereciam o nome de beijos, comparados com aquele. Só esse calor, essa emoção de estontear, essa gostosura, esse prazer profundo.

Quando sentiu os dedos em volta dos seios é que percebeu que a doçura de sua boca estava misturada com sal, sal de suas lágrimas. Por um instante, deu-se ao luxo de ceder completamente ao êxtase daquela mão, sobre o vestido. Mas não podia suportar mais. Empurrou-o e correu para a janela, de costas para ele. Com as mãos no rosto, soluçou como nunca, nem mesmo na morte dos pais; nem mesmo quando rompera com Arnold. Seu choro ecoava pelo quarto, e não viu que ele se aproximava. Sobressaltou-se com a mão em seu ombro.

— Minha doce Elizabeth... — Disse, rouco e com um carinho que ela ainda não tinha ouvido. — O que foi que eu fiz? Por que está chorando? Me perdoe por ser tão fraco.

Não podia responder. Ele abraçou-a e fez com que se sentisse segura no ninho macio de seus braços, até que os soluços passassem. Olhou-o, tão magoada, que ele próprio se magoou um pouco.

— É impossível... — Foi o máximo que ela conseguiu dizer. Seus olhos, porém, estavam dentro dos dele, em desafio e afirmação.

— Não, minha querida Eilis. Não é impossível. É que não chegou a hora, e sinto muito ter esquecido. Há coisas na minha vida que você não pode saber agora, mas vai saber um dia. Eu lhe prometo que um dia lhe explicarei tudo. Nesse dia, tudo será possível e bom. Não vou pedir que espere por mim. Pois não tenho esse direito. Só quero que acredite em mim, quando digo que meu casamento não é o que você pensa. Não posso dizer mais nada, a não ser que sinto muito e espero não ter estragado a amizade que vem nascendo entre nós. Percebi que você não me olha mas como se estivesse me julgando e nem me condenado. Pelo menos agora, sabe que não sou um monstro como aquelas revistas diziam.

Elizabeth ficou parada, encarando-o. Ele dizia a verdade, não estava mentindo, não estava arranjando desculpas pelo que acontecera. Confiava nele e tentou mostrar isso com um pequeno sorriso. Ellyus baixou a cabeça e beijou-a no rosto.

Foram andando até a bagunça das coisas espalhadas no chão. Ele viu o lenço amarrado com uma fita.

— O que é isso?

— Isso? — Elizabeth achou difícil se concentrar numa coisa tão comum como um lenço. Pode esperar. Não é nada de importante.

— Não sabia que você tinha feito compras. Muito menos, numa loja de antiguidades.

— Mas não fiz. — Tudo era tão sem importância, que ela nem prestava atenção no que dizia. Queria ficar perto dele de novo.

Mas Ellyus começou a observar o lenço, e alguma coisa o deixou com raiva.

— Elizabeth, quero uma explicação onde arranjou isso?

— Quer que eu explique agora?

— É. Já.

— Está bem. Não é nada importante. Faz tempo que estou para perguntar a

Natasha e a você como entregar isso, em Danica.

— Danica? — A voz dele estava brusca, como se tratasse de negócios, e Elizabeth ficou espantadíssima com a mudança.

— É. Danica. O lugar onde mora a massagista/Bruxa de Natasha e todas aquelas mulheres do mercado.

— Sei de tudo isso... — Interrompeu ele. — Estou cansado de saber onde é Danica. Mas o que você tem a ver com o lugar?

— Tenha paciência, que eu conto. Antes de sair de Los Angeles, um amigo de tia Francesca perguntou se eu podia entregar um presentinho.

— Continue. — Ele estava autoritário.

— Estou contando o mais depressa que posso. Eu disse que entregaria, se não fosse muito grande. E, realmente, acho que é bem pequeno.

— Pois eu não penso assim. — Pegou o lenço, como se tivesse veneno. — Nunca lhe ocorreu, Elizabeth, que isso é muito pesado para um lenço?

— Não. Nem um pouco. É grande, velho. Aberto, fica mais ou menos deste tamanho. — Elizabeth começou a gaguejar, sob o olhar furioso dele, mas teimou em acabar a frase. — Se os guardanapos aqui são tão grandes, por que os lenços não podem ser também?

— Vou mostrar por quê. — Estava resolvido a humilhá-la e começou a desatar a fita.

— Ei! — Elizabeth não iria permitir. Ele estava exagerando. — Não pode fazer isso; não é meu! Eu devo entregar isso somente nas mãos de...

— Posso e vou fazer.

— Não! Acho que não devia. Deram-me para entregar a...

Ela parecia muito pequena, brigando com ele, mas, pelo menos por uma vez, pouco ligava para seu tamanho. Estava com a razão e sabia disso.

— Nem eu nem você devemos abrir. É uma questão de confiança e honra.

— Confiança, honra, o diabo! Pegaram você direitinho. O famoso conto-do-vigário. E por Deus como pode cair nessa história afinal?

Elizabeth não entendia nada. Só sabia de uma coisa: tinham lhe dado um presente para entregar. Nem queria saber o que era. A única pessoa que podia abri-lo era a dona.

A essa altura. Ellyus já havia tirado a fita. Abriu o lenço e...

— Meu Deus!... — Gritou Elizabeth, sem acreditar em seus olhos. Dinares, dezenas de dinares, a moeda iugoslava, caíam no chão, como gaivotas ao pôr-do-sol. Mas com uma diferença as moedas eram todas feitas em ouro.

— E então? — Disse ele, impaciente.

Elizabeth não tinha absolutamente nada para dizer. Foi pegar o dinheiro e parou.

Imagine pensar que, há poucos instantes, estava pronta para lhe oferecer tudo.

Como as emoções podiam mudar, de uma hora para outra! Ellyus assumira de novo seu ar de autoridade e antipatia, ela estava zangada. Muito zangada.

Ellyus ficou sério.

— Quem foi que deu esse lenço para você?

Pelo jeito, não ia relaxar. Mas, na verdade, tinha que encarar a situação: Centenas de dólares haviam voado pelo chão do quarto...

Ele insistiu já demonstrando estar perdendo totalmente a paciência.

— Fiz uma pergunta, Elizabeth O"Donnell.

— Não conheço o tal de Oscar e muito menos sua esposa, Látima muito bem. São amigos de minha tia. Para ser exata, não foi ele que mandou o presente.

Tudo parecia história muito antiga e sua cidadezinha no interior do Canadá, outro planeta, muito longe de Slavica. Elizabeth resolveu que, se conseguisse sair daquela enrascada, voltaria para lá, para sempre.

Lutou para se conservar calma.

— Sei muito pouco sobre ela. É uma senhora iugoslava, parente de Látima. Não a vemos muito. — Será que ele queria que ela entrasse em todos os detalhes?

— É simpática, quando a gente fala com ela, mas nunca cheguei a conhecê-la bem. Moram numa fazenda no interior do Canadá, e sabe como...

Ellyus interrompeu-a.

— Não estou interessado na vida social deles. Quero saber a razão pela qual fez você entrar com dinheiro ilegal no país. Contrabandear.

— Contrabandear? — Perguntou ela, perplexa. — claro que não!

— Sim!...

— Não!..

— Que outra palavra posso usar? Não sabe que é ilegal trazer tanto dinheiro iugoslavo para o país? Poderia ter dólares à vontade, mas as autoridades suspeitam, se o dinheiro é moeda corrente do país. Além do mais quando são moedas de ouro de de 1920, o antigo Dinar Sérvio.

— Talvez ela não soubesse. — Era ridículo estar defendendo uma mulher que mal conhecia.

— Ora, vamos, Elizabeth! Você não nasceu ontem. Ela sabia muito bem que estava errada. E te usou para infligir as leis desse país.

— Está fazendo uma tempestade em um copo da água. — Apertou o roupão contra o corpo.

— Você tem idéia das implicações? Dos perigos que sua imprudência por ter nos colocado?

Pare de mandar em mim! Elizabeth pensou, silenciosa. Estava quase chorando.

Alto, desafiou-o em seguida.

— Que implicações? Se alguém me perguntasse alguma coisa sobre o dinheiro, eu simplesmente diria a verdade.

— E acha que acreditariam?

— Por que não? Não tenho nada a esconder.

— Elizabeth, dar um lenço como presente é uma coisa muito tradicional por aqui. Somente entre familiares ou juramentos de sangue! — A paciência de Ellyus estava se esgotando. Irritado com a teimosia dela, tirou um cigarro do bolso, hábito que estava tentando abolir e que depois de anos estava teimando em voltar. Tudo por causa dos atuais acontecimentos em sua vida— Que hora para uma lição de História! Há centenas de anos, é o modo que se usa para contrabandear pequenos artigos. Tanto fugitivos do País como membros da máfia antiga. Estamos ferrados com toda certeza!...

Elizabeth sacudiu os ombros, mas estava escutando atentamente.

— Não tenho nada com isso.

— Tem. Está contrabandeando.

A paciência dela acabou de uma vez.

— Bobagem! Só você havia de pensar numa coisa dessas.

— Ah, é? Como você se sentiria, indo de lá para cá e sabendo que estava carregando ilegalmente uma quantia dessas? Isso aqui só perde para drogas! Misericórdia mulher, acorde pra vida!

— Não tem tanto dinheiro assim! Teimou sem prestar atenção no que ele dizia.

— Veja! — Apontou para o chão e fez com que ela olhasse. — O suficiente para encrencar você. E anda com isso como se fosse o dinheiro de sua passagem de ônibus ou do metrô.

Elizabeth sabia que tinha perdido a discussão e estava quase chorando, mas não queria que ele a visse aos prantos de novo.

Ellyus a olhava através da fumaça do cigarro. Se estava pensando em algo para fazê-la parecer mais boba ainda, ela não podia adivinhar, pois a expressão do seu rosto não dizia nada.

— Vamos supor que, em vez de Danica, tivéssemos ido até a fronteira italiana ou austríaca, Trieste ou Graz. Teríamos que passar pela alfândega, e você provavelmente seria descoberta. Qual a explicação daria a eles?

— Acho que não iria acontecer nada disso.

— Por que não? Pensa que é diferente dos outros só por que está me acompanhando? — Sorria para ela, mas agora Elizabeth queria mais é que sumisse de sua vida. — O que você diria à polícia da fronteira? Que o dinheiro era meu? Seria uma boa vingança, não acha?

— A verdade. Que estava levando o lenço para um parente de alguém. E teriam que acreditar, porque é a verdade.

— Elizabeth, você é mais teimosa do que uma mula empacada! Tem alguma idéia de quem é a pessoa que vai receber isso? É parente próxima da mulher que vive no Canadá? Sabe se são terroristas ou da própria máfia Sérvia?

— Como vou saber? Não sou do FBI, seu idiota!... — Mais uma pergunta dessas e vou embora daqui, pensou. — Espere, espere um pouco. Tem um bilhete aqui. — Procurou debaixo da pilha de dinares de ouro. — Não sei se devia ler isso; afinal de contas, não é para mim e não gosto de abrir correspondência alheia.

— Meu Deus! Abra logo! Só espero não descobrir que existe uma mala cheia de drogas na casa da família Stankovie!

Elizabeth obedeceu, relutante. Lá no fundo, estava contente por Ellyus ter descoberto tudo. Ele tinha razão, mas ela não queria admitir. Tinham tirado vantagem dela, pois só quisera fazer um favor. Na verdade, estava exausta. De vez em quando, o mundo parecia complicado demais para ela.

Ellyus abriu o bilhete e tentou ler.

— Está escrito em um dialeto antigo também. Preciso de uns minutos para me concentrar. Acho que nem trabalhando no banco você mexeu em tanto dinheiro, não?

— É bastante, mesmo?...

— Dá pra comprar a propriedade da família Stankovie e talvez levar o hotel da minha família de brinde. Disse ainda nervoso. — Dá para você apanhar do chão e contar, enquanto eu quebro a cabeça?

2390 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro