Mais do que um Sonho
Elizabeth sonha que está no século XVI e é parte da corte da princesa de Lamballe, Maria Luísa Teresa de Saboia. Ela resolve aproveitar o sonho e acaba em um Labirinto, onde conhece um certo Duque de Orleães. A noite é uma criança.
Com pérolas negras em volta do meu pescoço me lembravam que eu não estava no meu habitat natural. Uma senhora com perfume doce e uma enorme peruca branca passava um rouge nos meus lábios e bochechas, enquanto eu encarava o jardim luxuoso da janela rococó revestida de ouro.
Olho para os lados e de repente, anoiteceu e estou com um vestido verde oliva com uma enorme anágua e mangas bufantes, que quase não me permitem mexer. Passo de relance em um espelho e vejo o tecido da máscara de renda cobrindo meu rosto. Não me reconheço.
— Mademoiselle, a senhora está atrasada! — Vem uma voz do jardim.
— Estou indo, Frederico. — Respondo um pouco indecisa.
Frederico? Como eu me lembro o seu nome se nunca o vi?
Saio de casa e subo na carruagem. A noite está quente e clara - e eu não estava acostumada com toda aquela anágua. É como se eu estivesse vivendo em outra pele, disfarçada - uma espiã em ação.
— Chegamos, Mademoiselle Lamballe!
Abro meus olhos, escondidos entre a máscara e me encontro em um jardim esverdeado, todo coberto de mini luzinhas de velas, milhões delas. Me vejo caminhando entre os lordes, condes, viscondes e damas mascarados como uma intrusa, uma alienígena.
Minha peruca pesa, meu corpete me abafa, mas por baixo dessa armadura, me sinto mais segura.
— Você veio!!!!
Senti um abraço nas minhas costas. Virei e olhei uma mulher de rosto pálido com uma máscara de ouro. Atrás delas, parecia que estava uma escolta real. Peraí, escolta real?
— Vim! Marie, quanto tempo. Como está Louis?
E como eu sei de tudo isso?
— Está tudo bem. Eu espero que você esteja confortável no Petit Trianon.
Escolta real, máscara de ouro, Petit Trianon, a pele de porcelana... Marie... Meu deus, é Marie Antoniette? Vejo também
Jeanne que recebeu o título de Madame du Barry e, entre a aristocracia, passou a ser conhecida como a amante oficial do rei. No dia em 22 de abril de 1769, inclusive, ela foi apresentada à Corte em uma cerimônia luxuosa, em Versalhes. Que que tá acontecendo? Escondi minha cara de espanto. Ela continuou falando.
— É o meu refúgio, você sabe. Nada mais justo que minha melhor amiga de infância fique no meu lugar favorito do mundo. Apesar do que está acontecendo.
De repente, passa um homem com toda a velocidade e encosta em Marie com uma faixa vermelha, que gruda no seu vestido de fios dourados.
— Está com você, vossa majestade!
Ela ri e sai correndo em sua direção. Eu pego uma taça de champanhe e decido virar tudo. - Isso aqui decididamente é um sonho ou uma alucinação.
Abro o olho e estou de novo em um novo lugar, sem minha taça de champanhe. Porra, nem controlar meus sonhos eu consigo. Mas que inferno!
Olho para os lados e estou em um labirinto verde, o arbustos altos, as luzes e violinos distantes na festa.
— Vou te pegar!!!
Escuto o farfalhar de risos e vozes furtivas entre os arbustos. Gemidos, beijos e risadas. O cheiro de cedro e o champanhe na minha boca do nada, começam a me excitar. Já que estou aqui, vou aproveitar.
Solto uma risada e corro livre pelo labirinto, tentando alcançar alguém. Estou suada e resolvo tirar a anágua e a peruca. Vou largar no meio do caminho. Afinal, é só um sonho.
Chego em uma clareira com uma estátua de uma musa grega totalmente nua. Chego perto e passo a mão na pele gelada do mármore.
— É um Rodin. Tome cuidado. Essa estatueta é uma das preferidas de vossa majestade.
A voz grossa veio de um homem sentado no banco, fumando um charuto. Eu achei graça. E dei uma risada debochada. Já tinha entendido que era um sonho e estava 0% aí para minha reputação.
Olhei para ele pela primeira vez e fiquei chocada. Sabe quando você não está muito preparada para o impacto de uma pessoa muito bonita? Ele parecia que era esculpido do mesmo mármore da estátua, os cabelos ruivos longos, as mãos, lábios e nariz enormes. Tudo nele era grande.
Eu só poderia estar muito bêbada e alucinando.
Ele, por sua vez, com certeza me olhava como uma selvagem de cabelos soltos. De certo, achava que eu estava doida.
E naquele momento, talvez eu estivesse.
Sentei do seu lado no banco e peguei o charuto de sua mão. Dando uma longa tragada. Ele me olhava incrédulo.
— E você seria?
— Mademoiselle Lamballe. Enchanteé.
— A senhora perdeu a sua peruca e anágua? Foi atacada? — Ele perguntou, sério.
— Não. Estavam pesadas e larguei pelo caminho. Essas roupas parecem armaduras. E não me chame de senhora. E muito menos pelo meu título de nobreza.
— Você não é daqui. — Ele afirmou.
— Não. Mas isso não importa. Quero aproveitar o tempo que me resta. Só me diga seu nome.
— Hélio Felipe Orleães. Duque de Orleães.
— Hm, Duque, me conta: Você já transou em um jardim antes?
Sentei no seu colo, de frente pra ele. Ele mudou a expressão: de super sério, sorriu e colocou a mão nos meus quadris. O clima tinha mudado em milésimos de segundos. Eu passei a mão no seu pescoço e comecei a roçar nele.
— De onde saiu essa criatura selvagem, essa ninfa de jardim? — Ele se perguntava, me perguntava. O brilho nos seus olhos era intenso, quente. Eu rebolava nele e sentia sua ereção.
— De um lugar muito distante, onde não existem anáguas nem perucas.
Puxei minha calcinha para baixo e abri sua braguilha, sentindo suas mãos em meus seios.
Sentei de uma vez e nós dois gememos. Eu o beijei ferozmente e ele me beijava de volta com a mesma intensidade.
Eu iria sentar nesse homem. Gozar nele. Iria usufruir daquele pau até acordar. Sentava sem parar e de repente, ele me levantou e me encostou contra a estátua.
Entre os gemidos, eu soltei.
— Ah... não era um Rodin?
— Foda-se o Rodin. Estou com uma Deusa. Uma ninfa.
Ele me comia como um homem desesperado. Seu cabelo longo, seus lábios carnudos me devorando, suas mãos fortes me carregando enquanto ele metia dentro de mim. Nós dois sabíamos que nunca mais nos veríamos.
Eu senti que ele estava perto e o abracei. Ele foi mais rápido, olhando para os meus olhos atrás da máscara. Seus olhos pareciam águas líquidas do mar. Porra...
Eu conheço esses olhos... Ellyus Lancellotti!
Gozei mordendo seu pescoço e senti ele logo depois, dentro de mim.
O alarme na cabeceira tocou e eu acordei assustada. E claramente muito excitada. Estava de volta, dentro do meu pequeno quarto no castelo.
E nunca mais veria meu Duque. Meu Ellyus Lancellotti... Havia sido apenas um sonho e nada mais!
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