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Em Apuros

"Sem essa de 'amar demais machuca'. O que dói é amar sozinho."


Passados alguns instantes, ele suspirou e disse extremamente cansado.

— Pelo que eu entendi, é gente que emigrou e quer ajudar a família que ficou para trás. Mas esse pessoal não imagina o perigo em que se envolve e que acarreta para os outros. E pelo que entendi, eles são de uma antiga e tradicional família daqui. Diz alguma coisa sobre uma dívida de sangue!...

— Hein?

— Você provavelmente não sabe sobre o que estou falando.

— Não, não sei. Aliás, é a primeira coisa com a qual concordamos, na última meia hora.

— Elizabeth! Você está em apuros! Vou ter que resolver isso para você!

Pronto, lá vai ele começar com a cena de chefe-assistente, pensou. Estava demorando muito! — Vou tentar explicar o bilhete.

Elizabeth não fez mais comentários. Afinal de contas, se estava com problemas com as autoridades, era melhor saber a quantas andava.

— Essa carta é endereçada a uma certa Mayra!... — Disse ele. — Deve ter a sua idade, mais ou menos. Pelo que entendi, a avó de Mayra pelo lado materno é tia desta pessoa que deu o lenço a você. E foi ela que arranjou um dinheiro para Mayra. Mas há uma condição. — Releu um pedaço da carta. — E Deus nos ajude para não nos metermos numa briga de família aqui!

— A troco de que haveria uma briga?

— Não tenho certeza. Mas posso ler nas entrelinhas. Estas coisas são muito semelhantes, em todas as famílias desse País. Acontece muito em Danica do que os demais vilarejos. Especialmente em Verica também, de onde muita gente tem saído para ganhar a vida nos Estados Unidos ou no Canadá. E os que ficam se sentem magoados. Brigam... Juram vingança por diferentes motivos. Sabe que uma quebra de promessa pode levar alguém a morte nesse lugar!...

— E daí?

— Ah, Elizabeth! Não vai dar para explicar. Brigas de família, vendetas, assassinatos, juramentos de sangue ou promessas...

— Pare de ser dramático! — Afinal, ela só queria prestar um favor. Não ia matar nem ser morta.

— Não estou exagerando nada. Se é uma briga de família, pode vir de gerações e continuar por outras gerações. Você pode estar no meio de uma vingança sangrenta. Temos que tomar muito cuidado. e não banque a desentendida agora. Sei que não é tão inocente como está querendo aparentar.

— Não acredito em nada disso. O mundo mudou e...

— Está bem. Vou começar tudo de novo. A avó de Mayra enviou esse dinheiro para que ela vá para o Canadá estudar. Certo?

— É você quem está dizendo.

— E contra quem a avó está jogando a menina?

— Ninguém. Aposto que é um convite honesto. Para a menina viajar, ver o mundo...

— Pois ela poderia ser educada aqui, é mais barato do que no Canadá. Se essa garota estiver fugindo de algum compromisso firmado a muitas gerações, podemos estar em perigo sim. Aqui as promessas e alianças são levadas ao extremo! — Parou para reler outro parágrafo. — Olhe aqui, pulei este pedaço.

Elizabeth abriu a boca. Aquele drama estava até dando sono.

— Veja. Esta é só uma de uma série de cartas que Mayra não respondeu. Por quê acha que isso está acontecendo?

— Mais uma razão para eu entregar, não acha? — Olhou-o, esperançosa.

Será que não concordariam em nada? Não viu nenhuma reação e tentou de novo.

— Quem sabe está doente? E quem sabe não consegue escrever inglês direito? Há montes de razões possíveis.

— Ela não teria que escrever em inglês. Elizabeth, você acha que entende, porque é muito honesta. Eu estou achando que há algo por trás disso. Esse dinheiro deve ser chantagem. Com isso, ela pode pagar uma passagem de ida e volta, viajar muito e começar a vida no Canadá. É dinheiro demais para se dar como presente a qualquer pessoa.

Elizabeth concordou, sempre achando que ele estava exagerando. Ainda não tinha ouvido um argumento realmente lógico para não entregar o dinheiro. Se a moça tinha a sua idade, então, melhor ainda; queria ajudar mesmo.

— Não sabemos qual é o problema dessa família.

Elizabeth ignorou suas dúvidas.

— Quando é que você acha que posso ir a Danica? Quem sabe pode ir comigo?

— Nem pense nisso! Eu não vou. Sei que está me achando prepotente e intolerante com o povo daqui ao dizer isto, mas a gente do interior de Danica é diferente.

— Todo mundo tem preconceitos. E não me surpreende que os iugoslavos também tenham preconceitos contra um grupo pouco privilegiado.

— Não tem nada disso, Elizabeth. — Ellyus resolveu tentar novamente, antes de perder a paciência de vez. — Natasha falou sobre Danica com você?

— Não. Sabe que já são quase duas horas? E estamos aqui, brigando por causa de uma ilhota sem importância.

— Vamos ficar aqui o tempo necessário para enfiar um mínimo de bom senso na sua cabeça de vento.

— O que eu sei sobre a gente de Danica foi o que aprendi no primeiro dia, na feira, quando ela brigou com a mulher dos pimentões, que foi rude e desonesta. Isto não pode se generalizar para Danica inteira, não?

Agora, era a vez dele ser sarcástico.

— Não, Elizabeth, não pode. — O modo de concordar fez com que se sentisse mais boba. Como um adulto passando pito numa criança de quatro anos, fez o último esforço para convencê-la. — Não faz muito tempo, o pessoal da ilha vivia de roubo e contrabando. A ilha na verdade era um antigo presídio que o restante do País para manter as piores pessoas.

— Interessante como lição de História.

— Não dá para entender, Elizabeth? São muito pobres. Ainda vivem de artimanhas, bicos... Muitos são ciganos, temidos pelos demais vilarejos.

— E daí? Tanta gente é pobre, por aqui, E se você lembrar de como este país foi invadido tantas vezes, por tantos exércitos, em tantas guerras, vai chegar à conclusão de que o único modo de sobrevivência, para alguns, são os negócios escusos.

Ele levantou a voz já sem paciência nenhuma.

— Não, como a gente de Danica! Será que não consigo enfiar isso nessa sua maldita cabeça? — Apontou o cigarro para ela, como se fosse um revólver. — São um bando misterioso. Já temos muitos empregos, o país está de pé, e eles vivem como se o vizinho quisesse tirar a pele deles! Quando há um grande roubo ou sequestro dentro desse País acha que eles vão se esconder aonde?

Elizabeth ficou quieta. Não gostava de escutar esse tipo de conversa. Ellyus estava sendo preconceituoso. Era um defeito de seu caráter que ela não conhecia então. Mas ela não havia percebido nada anteriormente.

Enquanto isso, ele catou o dinheiro, enrolou de novo no lenço, na carta e amarrou com a fita. Foi colocar em sua pasta.

— Não tem problema ficar neste quarto, por hoje? — Elizabeth ficou contente por sua voz não trair o desapontamento que estava sentindo. Como ele podia ser tão sem compreensão para com a gente de Danica?

— Vou guardar bem. Na volta, colocaremos no banco.

— Pode deixar. Eu faço isso.

— Por que quer tomar a responsabilidade?

— Porque eu é que tenho que entregar.

— Não acredito! Depois de tudo que eu disse, você não entendeu? Vai fazer uma coisa estúpida dessas? De pura teimosia? Aguentar as consequências de algo que não fez?

Ela continuou quieta. Era verdade que não tinha sido cautelosa, ao aceitar a encomenda. Só quisera ter um gesto cortês para com os amigos de sua tia Francesca. Nesse sentido, ele tinha razão. Mas acreditava que estava levando ao cúmulo do exagero uma história simples.

Elizabeth respeitava o bom senso de Ellyus. Mas tinha que julgar uma porção de coisas negativas que haviam se passado entre eles. Tantas contradições, mal-entendidos! Seu amor por ele. Sua falha tentativa de vingança contra o mesmo. Sentia vergonha disso, e mais vergonha ainda de sua disponibilidade aos primeiros sinais de interesse. A atitude dele era imprevisível.

Como estaria de manhã? Seria o seu chefe novamente, passando pito por causa de Danica, ou um suposto namorado apaixonado como a instantes?

Chega de incertezas!, pensou. Ia tomar as rédeas da coisa. A começar por passar a noite em seu próprio quarto.

Arranjou toda a dignidade que podia, fez uma cara calmíssima, juntou suas coisas, inclusive o lenço, e foi para a porta.

— Onde é que acha que vai? — Ellyus estava mais indignado do que surpreso.

— Uns poucos grunhidos e gemidos de uma fornalha não vão me perturbar mais do que ficar aqui com você. — Só queria que sua voz parasse de tremer. Ah, como seria bom, se ele se adiantasse e a fizesse mudar de idéia! Mas, ele não faria isso...

— Por favor, senhorita O"Donnell queira sair então dos meus aposentos. — E abriu a porta para ela.

Elizabeth sentiu-se péssima. O roupão se arrastava pelo chão, enquanto fazia sua caminhada heróica para aquele quarto horroroso, onde passou a noite acordada, mas não por causa do barulho.

1490 Palavras

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