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Desafios do Desconhecido

Impossível achar Mayra. Lorenzzo perguntava a todo mundo sobre a moça dos selos, e todos apontavam para o correio, se fazendo de desentendidos.

As pessoas não estavam sendo desagradáveis, mas não queriam fornecer informação ou responder a perguntas diretas, Havia alguém com o nome de Mayra?

Sim, mas não sabiam onde estava. Sacudindo os ombros, seguiam seus caminhos.

Lorenzzo achou isso muito estranho, numa cidadezinha tão pequena. Se Mayra tivesse saído para pescar ou colher amoras ou ervas, todo mundo saberia.

Estavam em pé, na frente da única gosfiona da cidade. Gostariam de sentar, mas era mais uma taberna do que um lugar para se tomar café, e algumas das pessoas tinham péssima cara. Nem Lorenzzo nem Elizabeth gostavam do jeito delas.

— Esse lugar é estranho, muto estanho mesmo. Mas parece o covil de ladrões e assassinos!... — Disse ele. — Se eu contar que sou do acampamento dos ciganos de Verica, ninguém vai ligar. Não estão nem aí para o meu povo ou quqlqer outra coisa. Essa gente tem regras, leis e uma conduta mais fechada que o meu próprio povo. E além disso, dá pra sentir a hostilidade deles a quilometros de distância.

— Mas você, pelo menos, fala a língua deles.

— Será que ela pediu que escondessem seu paradeiro? Ou o padrasto a está escondendo de nós?

— Boa pergunta.

Voltaram ao correio. Já tinham ido lá, mas estava fechado. Agora, acabava de abrir. O homem que ajudou Elizabeth da outra vez, disfarçou.

— Mayra? Mayra? — Não sabia de nada.

Lorenzzo viu um monte de cartas no balcão, com selos estrangeiros. Apertou o homem outra vez. E sem paciência acabou mostrando o cabo de seu punhal. Um aviso que ele não estava de brincadeiras.

— É. É... — Disse ele, com relutância. — Estas cartas ficam de lado para os colecionadores de selo.

Quem iria querer aquilo? É claro que a dona da loja de selos e moedas! E pronto. Não conseguiram mais nada dele. Será que Mayra viria buscá-las? Ou o padrasto?

A fila de gente atrás deles crescia, e Elizabeth e Lorenzzo tentaram descobrir um jeito de arrancar informações. Nada adiantou. O pessoal começou a resmungar e a empurrar. Não tiveram outra alternativa, senão ir embora.

Lorenzzo bateu a porta com toda a força e Elizabeth achou bom não entender a língua, pois senão teria aprendido, sem dúvida, um palavrão.

— Será que o padrasto a escondeu?

— Claro! Ela é dinheiro no bolso. Aposto um jantar, esta noite, que o padrasto não entende nada de selos nem de moedas e Mayra é que sustenta a casa. Se ela for embora, ele perde a mamata. A garota é a galinha dos ovos de ouro. Precisamos dar dinheiro a alguém. Quem, dentre esses cidadãos tão dignos, aceitaria um pequeno suborno?

— A massagista/bruxa de Natasha. — Elizabeth não achou sua idéia grande coisa. — Acho que vai ser fácil encontrá-la.

Indo para a casa da massagista, esperava resolver alguma coisa. Primeiro, porque queria ir embora ainda nesse dia; segundo, por causa de Mayra; e terceiro, para elevar o moral de Lorenzzo, que estava se arrastando na lama. O cigano estava mais do irritado, ele detestava ser contrariado ou enganado.

Bateu na porta onde vivia a massagista. Ele olhou pela janela.

— Ela está. Uma amazona!

— Formidável, imensa, não é?

— Puxa!

A mulher veio atender e trocou algumas palavras com Lorenzzo em voz baixa.

Não sorriu, não deu a mão a Elizabeth, nem fez qualquer outro gesto civilizado.

O rapaz falava cada vez mais depressa. Finalmente, ela o convidou a entrar.

Elizabeth tinha que ficar lá fora. Daí a pouco, ele voltou, com um sorriso.

— O que foi que ela disse?

— Pouco, mas eu paguei pouco, também.

— Confiou nela?

— Não. Mas não é importante. Disse que haveria mais dinheiro, se tivéssemos uma chance de falar com Mayra o tempo que quiséssemos. Se conseguir isso, ganha mais dinares. Acho que vai arranjar tudo, por interesse.

— Bom, já é um começo.

— Enquanto isso, temos que esperar dentro da casa dela.

Elizabeth não via outra alternativa, apesar de não gostar da idéia.

— Dentro é melhor do que fora. Ela deve saber o que faz.

Lorenzzo abriu a porta e olhou para o céu.

— O tempo está ficando engraçado. Quero dizer, nunca vi nada igual. Até parece que os deuses estão ficando furiosos com alguma coisa.

Não era para estranhar. O céu estava preto; o ar, abafado. Elizabeth queria ir para Verica o mais depressa possível.

A casa era minúscula, suja, com cheiro de repolho e maçã.

Toda trancada, com uma cama coberta por colcha de retalhos. A mesa redonda, com toalha vermelha brihante, cheia de flores e estatuetas que nehum dos dois conhecia. Numa prateleira, viam-se os potes e garrafas com diferentes tipos de ervas. Elizabeth foi olhar de perto. Abriu um, passou o dedo e esfregou no rosto. Cheiro gostoso de laranja, ou tangerina. Já ia experimentar, quando Lorenzzo chamou sua atenção.

— Pare com isso! Virou ladra? Ai, se aquela imensidão chega aqui de volta e encontra você mexendo nas coisas dela! Juízo! Eu é que não vou defender você. Já deveria saber que as bruxas detestam bisbilhoteiros. Estou quase dando no pé, entro no barco e vou para Verica, que já estou enjoando dessa aventura louca!

— Se pelo menos a ilha fosse bonita, aposto que gostaria! Você é um cigano sem fronteiras, e todo cigano tem um fraco por beleza e liberdade. Pelo menos, umas flores...

— Não. Para mim, chega conhecer essa Mayra, conversar um pouco e ir embora. Está tudo preto lá fora. — Ficou com o nariz colado no vidro. — Esse céu está me dando medo. Não gosto disso. Acho que precisamos dar o fora daqui em menos de meia hora. Temos que atravessar o mar e acho que os deuses podem ter outros planos em mente.

Lorenzzo estava preocupadíssimo.

Pela última viagem, Elizabeth conhecia as marés traiçoeiras. Se Mayra chegasse logo e combinasse um encontro em Verica, não havia motivo nenhum para voltar àquela ilha horrorosa. Talvez a feira da ilha fosse o lugar mais adequado.

Lorenzzo continuava de olho no céu.

— Boro. Isto quer dizer, tempestade de vento.

— Bobagem. — Elizabeth não queria saber desse tipo de agouro. — Está tudo quieto como um túmulo.

— É. E ela também parece que saiu do túmulo.

— O quê? Quem? Sobre quem está falando?

— Você não disse que Mayra é diferente do povo daqui?

— Falei, falei.

— Então, aposto que é ela. Com um lenço tapando o rosto. Saiu correndo da quitanda e vem vindo para cá.

elizabeth respondeu, rápida.

— Só devemos abrir a porta para ela.

— Não posso dizer a idade nem ver o rosto. Diabo de lenço! Mas, com certeza, só ela corre nessa cidade.

Era Mayra. Amedrontada pela ordem do padrasto de ficar escondida enquanto os dois a procuravam, agora estava mais aflita ainda e confusa com a contra-ordem que recebera da massagista de ir falar com Elizabeth e Lorenzzo.

Conseguiu explicar que estava com ódio. O quitandeiro, obedecendo a seu padrasto, a havia trancado num porão escuro, úmido e mofado. Era assim que tratavam uma mulher desobediente e tola. Mas precisava ter paciência. Sua mãe lhe ensinara isto.

Lorenzzo e Elizabeth se entreolharam. Quem seria a tola e desobediênte à qual ela se referia?

Elizabeth acabou entendendo. Era a própria Mayra.

A raiva de Lorenzzo explodiu. Compreendeu mais sobre a moça em dois minutos do que Elizabeth em duas visitas. Uma vez que lhe tirassem o medo do rosto, que lhe dessem roupas bonitas e fosse arrancada daquele ambiente, seria uma mulher lindíssima. Disse isso a ela. Ele também reconheceu que a pobre garota era completamente diferente da população local.

Mayra murmurou algo que Elizabeth não entendeu. Lorenzzo explicou.

— Está dizendo que sou doido. Sabe que é cigana de fogo, porque o padrasto já lhe provou que sua mãe veio dessa casta ou seria o seu pai biológico.

— Descubra o que ele disse.

— É o que quero, mas é impossível resolver um problema de anos em poucos minutos.

— Tente.

Lorenzzo fez o possível. Seus gestos eram tão eloquentes como as palavras, e Elizabeth, que não entendia nada de croata, se convenceu de que ele estava conseguindo alguma coisa. Finalmente, a garota olhou-os nos olhos.

— Meu padrasto só me deixa mexer com as moedas porque não sei fazer outra coisa. Foi só o que aprendi. Não presto para nada. E sim, meu pai era chamado de cigano de fogo.

— Quando foi isso?

— Quando eu era criança, no vilarejo deles. em Verica. Meu pai ainda era vivo.

— Diabo! — Interrompeu Lorenzzo. — Olhe o tempo! Temos que correr! O vento vem vindo!

Elizabeth só queria saber de escutar a história de Mayra. Agora que havia começado... Mas Lorenzzo estava certo. Era hora de voltarem para Verica.

— Só mais cinco minutos.

— Está bem. Só isso. Senão, não saímos daqui hoje.

A história dela veio a seguir. Depois da morte do pai, aquele homem de Verica, que era chefe em seu vilarejo, ficou ajudando a mãe. Não gostava realmente do trabalho. Mayra lutava para segurar as lágrimas. Soluçando, continuou contando que o negócio estava na família há gerações. Sua avô Samara era na verdade a responsável por cuidar e prover tudo dentro do vilarejo e lá era ponto obrigatório de parada para quem queria selos ou moedas, ervas ou outros rituais. Depois que a mãe fora coagida a se casar com esse patife que possuía muitos nomes, a família dela protestara e brigaram. Mas nada se pode fazer na época.

Elizabeth estava fascinada. Mayra começava a tomar corpo como pessoa. Já tinha identidade. Lorenzzo apontou para fora, onde o vento uivava. Mas ela não tinha mais pressa.

— Por favor, Elizabeth, temos que sair daqui! As janelas batiam, as árvores gritavam seu descontentamento, os galhos não sabiam para onde ir.

Mayra sabia do perigo e o ignorou. Pela primeira vez na vida, alguém mostrava carinho por ela, se interessava por sua história. A mãe havia morrido num acidente de carro, em Gordana. Antes que a família fosse informada e pudesse ajudá-la, o padrasto mudou rapidamente para Verica onde a maioria de seu povo estava. Assim, começaram os maus tempos.

Elizabeth não se conteve. Abraçou Mayrae, incoerente, quis convencê-la de que viriam dias melhores.

— Venha conosco agora! — Implorou.

— Não. — Mayra não queria ouvir falar nisso.

— Então, prometa ir para o Canadá, estudar lá e voltar para, Verica e para a família de seu pai biológico. Deixo o dinheiro com Natasha Stankovie e seu irmão Oliver. proprietários da ilha Verica, e você...

Mayra sacudiu a cabeça que não. Elizabeth continuou forçando.

— Vamos! — A voz insistente de Lorenzzo quebrou o impasse. — Olhe, olhe lá fora!

Mayra juntou-se a ele, na janela.

— É o boro. Vento grande. Vocês não podem ficar lá fora. Joga vocês no chão e fere muito. Boro é perigoso. É melhor ir para a minha casa. — Abriu a porta.

— Nem morto! Prefiro morrer afogado do que passar a noite nesse buraco. E se você tiver um pingo de juízo, vem também. — Lorenzzo estava apavorado.

Mayra não aceitou. Não deixaria a ilha. Ninguém entendeu, mas não tiveram tempo de discutir.

— Vamos embora já!... — Disse Lorenzzo, agarrando a mão de Elizabeth. Ele se voltou para Mayra e disse algo que fez a jovem se assustar e dar passos para trás.

Ela quase saiu voando, com o impacto do vento. Caixas de água, bancos, tudo de cabeça para baixo. Rodamoinhos de galhos e sujeira enroscavam-se em suas pernas. Uma veneziana passou voando por eles. Chegaram ao portão da muralha romana e não tiveram mais a proteção do muro.

A cena era de espantar. Ondas loucas batiam no cais. Os barcos que ainda não tinham virado eram puxados por seus donos. O barqueiro deles havia sumido.

Lorenzzo encontrou um barquinho que parecia resistente e ofereceu um monte de dinheiro para o homem, febrilmente, gritando alguma coisa. Ele virou-se, perguntando se era maluco de sair num tempo assim. Outro barqueiro se aproximou.

Seu barco só tinha como recomendação não ter afundado ainda. Entraram todos nele. Lorenzzo jogou Mayra praticamente em suas costas, a garota tentou gritar e ele lhe deu uma palmada, depois lhe disse algo novamente que a fez ficar em silêncio. Para o mal ou para o bem, começavam a viagem.

Não chovia. Lorenzzo queria explicar a Elizabeth que a chuva resolveria tudo, pois o boro iria embora. Mas ninguém escutava ninguém. Uma série de ondas levou-os mar adentro. O barco sacudiu como uma rolha. Só eram atirados de um lado para o outro. Não faziam nenhum progresso. Ensopada e tremendo, Elizabeth se encolheu, apavorada, na pequena cabine.

Lorenzzo chegou até a proa com uma corda grossa. Amarrou-a na cintura das duas mulheres.

Os dois estavam se machucando muito, e. afinal, ele conseguiu se amarrar com a outra extremidade. Elizabeth achou que estava louco, quando lhe ordenou para ficar em pé.

— Essa coisa pode afundar em um minuto. Afundamos juntos, se não estivermos lá em cima!

Mais fácil falar do que fazer. Elizabeth não podia olhar as ondas. Eram como dedos cinzentos querendo agarrar o barco e a eles. O medo tomou conta de seu corpo. Sentiu a presença da morte.

Lorenzzo achou um salva-vidas velho e pediu a Deus que estivesse em ordem.

Com os dedos duros de frio, conseguiu soltá-lo e se amarraram a ele.

Se houvesse justiça no mundo, Elizabeth, Mayra e ele sobreviveriam. Afinal, tinham se arriscado a enfrentar aquele tempo em missão de ajuda e conforto. O pensamento não a encorajou muito.

O pescador desistiu do leme. Desesperada, Elizabeth tentava se segurar onde podia, para não cair na água. Fora da cabine, estava face a face com o inimigo, o mar. Cega pela violência da água, olhos ardendo, pálpebras inchadas. A dor era suportável. Gostaria de poder abrir os olhos e ver se Lorenzzo e Mayra ainda estavam lá. Escutou um estouro. Tempestade? O peso da última onda bateu em suas pernas e jogou-a no chão. Sentiu-se presa numa briga de demônios do mar. Lorenzzo chegou junto dela, mas Elizabeth não viu. Só escutou um barulho, como se o mar estivesse engolindo, escandalosamente, alguma coisa. O barco afundava. Os barulhos eram o protesto da pequena embarcação, sendo levada para o fundo.

Precisava mais do que a coragem de seus antepassados agora. A sorte não estava com ela. Também, que importava? A vida sem Ellyus não tinha sentido.

Caiu na inconsciência.

Escutou uma voz, de longe. Talvez fosse Ellyus. Tentou se concentrar, mas era difícil. A voz ia e vinha. Era importante ouvir, mas estava tão longe! Mesmo que fosse Ellyus, não poderia conversar com ele depois?

Então, Lorenzzo deu-lhe um tapa no rosto. Onde estavam eles? Por que batia nela? Estava tão fraca, que nem se surpreendeu de estar apanhando.

— Elizabeth, volte a si. Vai morrer, se não voltar!

Com o olhar fora de foco, viu Lorenzzo perto dela. Ainda havia uma corda entre os dois e ele segurava uma tábua. Os restos do barco boiavam em volta, como um brinquedo quebrado por uma criança malvada.

— Elizabeth, acho que não está ferida. Você precisa reagir. Está com hipotermia gelada! Se não reagir, morre! Fique acordada!

Tentou obedecer, mas não conseguia. Sua vida estava nas mãos dele, mas só se ele insistisse muito. Que moleza, que tonteira!

— Ficar na água abaixa a temperatura. Por favor, escute.

Ia escutar só por causa dele, mas não sabia se o esforço valeria a pena.

— Onde está Mayra? Perguntou preocupada.

— Eu não sei. Espero que a garota estaja bem. Ela pode estar a quilometros daqui. Ou mar a levou de volta a praia.

— E nós?

— Acho que o mar nos levou mais pra longe da ilha! Disse tentando manter o otimismo.

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