Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Contando os Dias

"Sem essa de 'amar demais machuca'. O que dói é amar sozinho."


Dormir no mesmo quarto com o retrato daquela mulher era impossível. Elizabeth aproximou-se da mesinha e virou-o para a parede.

Não queria fazer isso, mas o que não tinha remédio, remediado estava.

Sentiu-se menos ansiosa, menos desorientada. Estava preocupada com Ellyus, mas sabia que não tinha direito de estar. Afinal de contas, era seu chefe, nada mais que isso e o responsável por sua presença ali. Deu a ela o emprego mais emocionante do mundo. Mas a que custo seria viver algo tão intenso e emocionante afinal?

Resolveu pôr de lado qualquer sentimento pessoal em relação ele. Com esta resolução, a tristeza diminuiu um pouco. Só restou o cansaço combinado com o alívio de tirar a amassada roupa de viagem. Seus pensamentos remoeram as emoções do dia, os acontecimentos, tudo que havia encontrado no breve espaço de tempo em que deixou sua casa.

Seria ótimo relaxar, dormir. Deitou, bocejando, mas ainda teve uma pequena surpresa: o colchão. Acostumada com a firmeza das molas americanas, seu corpo não conseguiu se ajustar à sensação de estar envolvido numa nuvem macia de penas.

Quando eu me acostumar, com certeza vou gostar... foram os últimos pensamentos de Elizabeth, até o dia seguinte, quando acordou com a voz de Natasha no pátio gritando ordens novamente. Misericórdia a mulher parecia um soldado pronto para entrar em guerra.

Falava em croata e parecia estar persuadindo e passando pito em alguém, ao mesmo tempo. Elizabeth não conteve a curiosidade e abriu as janelas para olhar lá fora.

Rodeada de gatos, Natasha mandava alguns deles embora e tentava chamar outros para a panela de comida. Nenhum dos gatos era bonito; todos pareciam molhados, sujos, a não ser um macho grande, de orelha amassada e bigodões.

— Bom dia!... — Natasha gritou. — São gatos sem dono. Não têm casa e não são muito amigos! — Disse, enfaticamente, empurrando um deles para longe da panela. Mostrou um bicho grandão. — Este aqui é pai desses bebês. E rouba a comida deles. — Foi com o prato para perto de uma fêmea multo magra, que estava amamentando. — Venha, Bisera, você está comendo por vinte.

— Está quase cega, mas é muito carinhosa com seus gatinhos. Castramos os machos e algumas fêmeas na primavera passada. Mas sempre aparecem mais!... — Natasha suspirou. — O que se pode fazer? As pessoas são terríveis e não cuidam direito deles.

Mas Elizabeth logo aprendeu que a brava Natasha sempre tomava uma providência a respeito de tudo.

— Quando você se vestir, desça correndo. Até Ellyus chegar para trabalhar vamos passar o tempo sendo felizes. Depois vai ser um inferno mesmo!

E o que falava, estava falado, prometido e cumprido. Nos dias seguintes, ela e os pais mostraram a Elizabeth muitos aspectos turísticos da ilha. Os turistas viriam em bandos, mais tarde, no fim da estação.

No primeiro dia, logo que Elizabeth se vestiu e tomou café, encontrou Natasha já lá fora. Fechando o pesado portão, deu a Elizabeth uma cesta de junco acolchoada com um pano vermelho, costurado de tal modo que pequenos objetos podiam ser guardados em suas bolsinhas e compartimentos. Igualzinho a Chapeuzinho Vermelho, pensou Elizabeth, feliz e já começando a aproveitar o calorzinho gostoso da manhã.

Faltando apenas o lobo mau surgir diante dela, Ellyus Lancellotti.

As duas eram lindas, cada uma a seu modo. Natasha usava uma saia simples e blusa em tons sempre escuros. Ficavam bem para ela, valorizando seu aspecto aristocrático. Sorriu, aprovando o vestido simples na cor vermelho e branco de Elizabeth, que usavam rabo-de-cavalo e parecia duas meninas brincando com inúmeros gatos.

Elizabeth gostaria de ter aquele aspecto de segurança total da amiga, sem saber que a outra quase invejava sua inocência e o modo ingênuo de encarar o mundo. Natasha havia ouvido Ellyus falar por mais de sete meses na garota a sua frente, ele ia do ódio ao amor em minutos. Reclamou, xingou o mundo e a si mesmo antes de ficar em silêncio por vários dias. mas uma coisa ela agora tinha certeza, Ellyus continuava exagerado como sempre e principalmente cego.

— Primeiro, vamos descer a montanha e visitar o mercado! — Anunciou Natasha.

Elizabeth achou a idéia ótima. Queria muito ver aquelas traiçoeiras ruazinhas íngremes à luz do dia. Mas logo percebeu que, se queria mergulhar naquela atmosfera com tranquilidade, teria que fazer isso mais tarde, sem a amiga, tão cheia de energia, que a cada passo a fazia andar cinco. Elizabeth só guardou uma vaga lembrança de tudo que viu, de tanto correr.

Muitas das casas eram de madeira e pareciam estar ali desde tempos imemoriais. Outras eram de tijolos, pintadas de cores vivas. Num outro clima, seriam berrantes e espalhafatosas. Ali, sob o sol brilhante, ficavam perfeitas, ao lado de pinheiros, oliveiras e árvores frutíferas, apertadas nos jardinzinhos minúsculos. Tinha razão sobre as florestas do caminho. Gerânios, lobélias, lírios, toda espécie de flores coloridas sorriam nas janelas. Tudo tão vivo, harmonioso e perfumado.

— Quando estamos ricos, plantamos flores. Nas épocas das vacas magras, cultivamos legumes. Agora está bonito, não está? Uma tradição antiga e muito respeitada por todos desta ilha.

Elizabeth concordou. Estava lindo. Assim como o povo. Nas ruas cheias de vida, não caberia agora um carro. Àquela hora, a rua pertencia aos habitantes; alguns fofocando, outros lavando os degraus das escadas. Crianças de escola brincavam e pulavam por ali, recreio da manhã; talvez estivessem correndo para casa para pegar um bolinho saído do forno. Uma bola de futebol raspou nos pés de Elizabeth, que chutou-a de volta para um menino de seus dez anos, Todos se espantaram, inclusive ela própria, com o chute certeiro. Fazendo um grupo inteiro de garotos gritar em seguida, pois sem querer ela acabou fazendo um gol. Mais uma esquina, e chegaram ao centro da cidade de onde outros vilarejos como os moradores chamavam se conectavam.

Era dominada por uma baía em meia-lua, onde haviam desembarcado na chegada. Barcos a vela de pescar e até um restaurante flutuante atracavam ali, todos limpos e coloridos. Como o dia estava muito claro, dava para ver toda a baía, que se estendia por uns três quilômetros, até sumir em mar aberto. A beira dos cais era uma esplanada de pedra trabalhada, muito bem-acabada.

— É muito antiga? — Perguntou Elizabeth.

Natasha não tinha idéia. E nunca tinha realmente pensado nisso. Provavelmente, séculos.

— Este lugar, como toda a costa adriática, teve muitos conquistadores: romanos, venezianos, turcos, alemães, austríacos, húngaros italianos... Todos queriam nossos cursos de água, nossas árvores, nossa terra, nosso orgulho. Esse trabalho em pedra talvez tenha sido feito pelo nosso povo no tempo dos romanos, ou dos turcos. Realmente eu não faço ideia, sabe algumas coisas infelizmente se perdem no tempo, mesmo permanecendo. Mas quero lhe mostrar como estamos agora, sem lições de História por agora.

Elizabeth ficaria feliz de qualquer jeito. Se Natasha quisesse sentar num café e contar a história da ilha, tudo bem. Mas havia uma cidade a ser explorada. Quiosques coloridos apontavam cá e lá na esplanada e havia um triângulo de parque que as andorinhas, bebês e cidadãos mais velhos compartilhavam com prazer. Atrás, muitas lojinhas, onde as pessoas entravam com as cestas vazias e saíam com pães frescos, roscas recheadas com frutas e garrafas de vinho. Atravessando o parque, Natasha levou Elizabeth por algumas ruas tortuosas, até a feira livre. O cheiro de pão assado fresco e de ervas chamou sua atenção quase que imediatamente. E também as barraquinhas, cheias de toda espécie de frutas e legumes recém colhidos.

Aproximou-se de uma banca cheia de peixes, que, podia jurar, ainda pulavam. Todo mundo barganhava, num alarido ensurdecedor. Fazendo ela lembrar de filmes que havia visto quando jovem. Era um lugar único e mágico, algo que poucas pessoas tinham o privilégio de conhecer.

Escutou Natasha dizer qualquer coisa como "paraíso na Terra". Concordava que o mercado era extremamente interessante, mas era exagero chamá-lo de paraíso. Pois querendo ou não, Elixabeth ainda prezava e muito o meio de viver de uma cidade grande como Los Angeles.

Devia ter demonstrado isso pela expressão intrigada, pois Natasha repetiu a palavra.

— Paradisio.

— Ah! — Respondeu, nada esclarecida.

— Paradisio é a nossa palavra para tomate.

— Ah! — Disse Elizabeth, mas, desta vez, tinha compreendido. Natasha estava firme na idéia de lhe ensinar palavras da região.

E, na verdade, paradisio era o jeito mais certo de descrever aquele enorme tomate. Se a tia Francesca o tivesse plantado, levaria para a oficina, para exibir aos fregueses. Prsut.

Elizabeth nunca conseguiria pronunciar prsut direito. Parecia uma sílaba só. Para sua alegria, não precisou repetir a palavra. Natasha lhe deu um pedaço de um delicioso presunto defumado para comer e, antes que tivesse tempo de agradecer, já estava escolhendo pimentões verdes de outra barraca que estava mais a frente delas.

A mulher que vendia os pimentões estava vestida de maneira muito diferente dos outros. Parecia pertencer a outro século, com um lenço na cabeça, montes de saias de lã e meias grossas. Poderia ser pitoresca, ali de pé, imune aos elogios de Natasha, que queria pechinchar e levar os melhores pimentões. Mas estava severa, desaprovando.

Elizabeth sabia que deviam discutir a qualidade da mercadoria. Quem ganharia? Pois as duas mulheres pareciam bastante determinadas em provar os seus pontos de vista sobre à mercadoria.

Logo, a mulher pegou um saco e botou dentro alguns pimentões. Natasha sacudiu a cabeça. A mulher praguejou, jogou-os junto aos outros e começou outra vez. Escolheu pimentões maiores, menos machucados. Quando a transação terminou, Natasha virou-se para Elizabeth.

— Não sei por que me dou ao trabalho. Este pessoal de Bojana não tem honra. Todas as vezes, ela dá um jeito de trocar os pimentões e me dar os mais velhos, amassados e feios. Maldição!...

Bojana, era um vilarejo ao lado de Danica, era esse o lugar onde devia levar o lenço, recordou depois de verificar suas anotações. Agora era hora de perguntar a Natasha se podiam ir lá. Mas sua anfitriã já se voltava para o peixeiro, e Elizabeth perdeu a oportunidade. Com toda aquela confusão feliz à sua volta, logo esqueceu completamente a promessa de entregar o presente.

Foram de banca em banca. Havia potes de mel de flores do campo que atraíam tanto as abelhas quanto os clientes. E ovos de codorna pintados em cores que inspirariam um desenhista moderno, ao lado de sólidos ovos de pata pintados da mesma maneira. Natasha fazia suas compras muito mais objetivamente do que a maioria dos fregueses e muita gente parava para cumprimentá-la e sorrir para sua convidada, dando as boas-vindas. Elizabeth começava a se preocupar. Se fossem usar aquela comida para almoço, não teriam tempo de cozinhar.

Logo, suas cestas ficaram cheias até a boca. A não ser que fossem mágicas, não cabia mais um alfinete em nenhuma das duas. Mas claro que Natasha tinha um plano. Apareceu dois meninos gêmeos que, em troca de algumas moedas, tiraram as cestas delas e saíram depressa em direção ao conjunto de casas estrada acima. A essa altura, o mercado já se esvaziava, tanto de fregueses quanto de comida.

Natasha levou-a de volta ao centro da cidade, onde havia umas barracas nas quais Elizabeth não tinha reparado antes. Adoraria explorá-las, pois estavam cheias de tapetinhos, objetos de madeira entalhada e artigos de couro. Sabia que ali poderia achar um presente para a irmã, mas Natasha passou correndo por elas.

— Meu carro deve ter sido mandado para cá. Vamos ver.

Elizabeth gostaria de qualquer coisa, menos de andar de carro com ela novamente. Parou e mudou a bolsa de ombro. A amiga pareceu perceber sua relutância, pois imediatamente sugeriu outra coisa.

— Você está com fome? Podemos ir a uma gosfiona, um café típico daqui! Depois que comermos, estaremos preparadas para ver mais de Verica.

Elizabeth sabia agora que tudo podia se transformar numa ocasião festiva, com Natasha por perto. Não entrariam num café, simplesmente e esperariam ser servidas.

Natasha se certificou de que ela estava bem, sentada numa mesa na calçada, não muito perto dos transeuntes, sem correntes de ar e foi para a cozinha, ver com os próprios olhos o que havia sobrado para o almoço.

Pela primeira vez naquela manhã, Elizabeth ficou sozinha. Um pouco de sua alegria tinha ido embora. Talvez estivesse só com fome. Mas o estado de espírito persistiu, mesmo depois que Natasha voltou com o dono da gosfiona, cujas boas-vindas pareciam sinceras e amáveis, em croata, ele discutiu o cardápio com gestos exagerados e muitas risadas, e depois trouxe um vinho rosé delicioso. Natasha insistiu para que Elizabeth tomasse um pouco, pois estava pálida.

— Enquanto preparam o almoço, relaxe. É natural que esteja cansada da viagem. Aqui é muito calmo. Vai lhe fazer bem, tenho certeza.

A idéia de calma de Natasha não era a mesma de Elizabeth. Toda hora aparecia alguém na mesa, querendo ser apresentado à forasteira, e ficava para tomar um pouco de vinho. Logo começavam a conversar em croata e, apesar de Elizabeth não se sentir deslocada, seu senso de dever lhe dizia que precisava voltar para casa para conhecê-la melhor e decidir onde ela e Ellyus trabalhariam.

Não aceitou a sobremesa, que parecia enorme. Depois de se despedir de todos, começou a subir a montanha. Sabia que iria achar o caminho. A rua estava quase vazia, agora. As pessoas levavam a sério a hora da sesta naquele lugar realmente. Embora não estivesse com sono, sentia-se contagiada pela preguiça da ilha.

2224 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro