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Capítulo 9 - Piratas!

Olá! Tudo bem? Espero que sim!

Este capítulo é inédito! Uhu~ Eu estou editando a história e fiquei com vontade de escrever esse aqui. Espero que gostem!

Bjs!

— PIRATAS! PIRATAS! – O homem desesperado gritava da gávea.

No mar, enquanto o sol baixava na água salgada eles vinham com suas velas ao vento em direção à pequena companhia de três navios mercantes. No maior deles os canhões já estavam apontados para o grupo de piratas, nos outros dois os homens armados tomavam posição.

— FOGO! - E as bolas de ferro perfuravam cascos e quebravam madeiras, ambos os lados atiravam, homens empunhavam armas de fogo e espadas. Os estilhaços e a pólvora queimavam, lascas de madeira voavam para todos os lados, vez ou outra encontravam alguém pelo caminho atingindo olhos, gargantas e pernas.

— PRA CIMA DELES! - Jane gritou quando as madeiras formaram uma ponte ligando os navios. Os piratas do Alma Negra atravessaram aos gritos, Simon quando passava não sobrava espaço para nenhum pé a mais.

Os ventos estavam favoráveis e as ondas balançavam os navios, o laranja do céu combinava com o fogo da pólvora e a euforia dos piratas enchia o ar de barulho.

— LUTEM! - No outro navio pirata os homens faziam o mesmo e o capitão Bartolomeu avançava com os seus.

Eram dois navios piratas contra três mercantes armados até os dentes, homens treinados com rigor pela marinha e exercito imperial faziam a escolta das naus, mas os piratas não seguiam as mesmas regras e nem mesmo os golpes eram aprendidos por instrutores já que muitos deles aprenderam a se virar nas ruas dos impérios e becos das cidades. Haviam os piratas que foram alguma coisa e podiam antecipar o método limpo de lutar dos de branco, mas isso era mais uma desvantagem para eles do que uma vantagem para os piratas.

— Este aqui já foi. - Simon tinha sangue na roupa e respingos vermelhos no rosto.

— Vamos esperar Bartolomeu terminar a parte dele. - Victhor nem parecia ter ido à luta, se julgado pelo seu aspecto físico. Um ao lado do outro o par de amigos eram um enorme contraste.

— Você matou aquele cara com um único tiro! - Will gritou vindo ao encontro deles. — Você estava tão longe! Como conseguiu? - Quando chegou perto ele se parecia mais com Simon do que com Victhor, embora estivesse o tempo todo da batalha lutando ao seu lado.

— Eu sou melhor com armas de fogo do que com espadas.

— Você foi incrível! - O sorriso de Will era tão largo em seu rosto que estava incomodando Simon só de olhar.

— Você também não foi nada mal para uma primeira vez. - Victhor não tinha nenhum sorriso largo no rosto, embora sua expressão fosse de alguém contente.

— Isso foi muito excitante! Eles eram tantos que eu achei que não fossemos dar conta!

Simon já não estava aguentando mais e saiu de perto dos dois, Victhor não precisou perguntar para saber que o loiro era o motivo.

No Alma Negra as coisas iam sendo encaminhadas, Rupert tinha um dos braços enfaixado ainda escorrendo sangue e recebia os cuidados de Theodora, o velho tinha uma expressão bastante tranquila para quem estava sentindo muita dor.

Não era estranho piratas se juntarem para fazerem saques, campanhas com mais de três ou cinco navios eram comuns, dependia muito da rota e se o ganho valeria o custo. O navio de Bartolomeu era conhecido entre os piratas mais antigos.

— Sempre bom fazer negócios com você, Jane. - Bartolomeu apertava a mão de Jane, ambos haviam terminado de repartir os lucros na cabine do capitão.

— Digo o mesmo. - Ela sorria. — Você veio do Oeste dessa vez?

Ele apertou os olhos, tinha esse costume há muito tempo.

— Tem muito navio carregado saindo e entrando lá, o Oeste tem um Imperador vaidoso.

— Bom para os negócios.

Ele olhou para os lados reparando na cabine.

— E você, fazia tempo que não a via circular por aí. - Bartolomeu era um homem de meia idade que assim como muitos piratas adorava uma fofoca. — O que andou fazendo?

Jane olhou para o rosto cheio de rugas a sua frente, a pele castigada pelo sol. Enrolou alguns mapas que estavam sobre a mesa.

— Nada demais.

— Certo, certo. - O homem cruzou os braços e ficou olhando para Jane.

Eles trocaram mais algumas palavras sobre as rotas que haviam visto nos mapas. Era sempre bom ter alguém que pudesse atualizar como andavam as coisas, mas Bartolomeu ainda estava inquieto olhando pela cabine como se procurasse alguma coisa.

— O que foi?

— Eu quero saber se o que estão dizendo por aí é verdade.

Ela ficou em silêncio encarando-o.

— Ora, Jane! Foi mesmo você quem atacou a Ilha Liberdade e roubou um sereia de Benjair?

— Não diga tolices. - Ela apoiou as mãos sobre a mesa. — Você sabe muito bem o que acontece com quem se mete com Benjair e Markus.

— Sim, exatamente por esse motivo que estou tão surpreso! Você nunca foi uma mulher burra, o que deu em você agora? Será que está tão encantada assim pelo sereia?

Ela estalou a língua.

— Já acabamos nossos assuntos, se não tem mais nada o que fazer aqui é melhor voltar para seu navio.

— Jane, Jane... - Ele sorriu, mas não era um sorriso amigável. — Há quanto tempo nos conhecemos, hein? Desde que você andava agarrada à capa do Capitão Daniel. Não tente bancar a malandra pra cima de mim agora.

Jane ficou apreensiva, não sabia dizer quais eram as intenções de Bartolomeu.

— O que você quer?

— Pelo meu silêncio? - Ele deu de ombros. — Nada. Apenas fique sabendo que eu sei, assim como muitos já sabem. - Ele caminhou até ela e pegou uma mecha de seu cabelo. — A diferença é que eu sei onde você se esconde, não se esqueça que eu mesmo já fui até lá algumas vezes.

O que ele disse fez o sangue de Jane gelar.

— Isso mesmo, estou falando sobre o paraíso de águas verdes, a Ilha Esmeralda. Meu navio pode não ser o melhor nessas águas, mas imagina se todos aqueles que você prejudicou na Ilha souberem que tem um lugarzinho tão especial assim a sua espera.

— Maldito miserável.

— Além disso, você sabe como eu prezo por sereias machos. Me recordo muito bem da última vez que tive um em meu navio.

Jane apertou os lábios e cerrou os dentes.

— Você...

— Eles têm a pele macia, as fêmeas tem um cheiro melhor, é claro, mas esses machos são bem... apetitosos.

Bartolomeu não disse mais nada, o sorriso que continha nos lábios entregava suas intenções.

— Você não vai encostar um dedo nele sequer, tire essa possibilidade de seus pensamentos.

— Ora, Jane, não seja irracional. - Ele deu de ombros. — Se fosse isso que eu quisesse você já saberia.

— Então me diga de uma vez o que você quer e pare de tomar meu tempo.

— Por enquanto nada. Vou guardar seu segredo, assim que eu souber como pode me compensar pelo meu silêncio, eu volto a te procurar.

Jane pensou um pouco, a mão travada em punho, os nós dos dedos já esbranquiçados.

— Certo. Vá até a Ilha do Homem Bravo caso precise de mim.

— É assim que se fala. - Ele deu um tapinha nas costas de Jane, bem na altura das nádegas.

Não custou muito para que ambos os navios estivessem preparados para partir, ainda havia fuligem descendo do céu quando Bartolomeu sumiu no horizonte em seu navio.

No Alma Negra os homens iam de um lado para o outro organizando as coisas para a vigia noturna, o sereia estava preso no depósito de cargas, havia sido uma ordem de Jane para que nenhum dos homens de Bartolomeu o vissem, mas já estava na hora de sair.

— Venha, pode sair.

Ele estava sentado no chão quando ela apareceu, levantou o rosto depois que ela disse a última palavra, respirou fundo, estava cansado de ficar ali preso mais uma vez.

— Eles já foram embora.

— Vai ser sempre assim? Eu vou ser preso quando tiver vontade?

O sereia ficou de pé, olhando para a capitã a sua frente, ela abriu a boca para responder o desaforo, mas ele a interrompeu antes.

— Aconteceu alguma coisa? - Ela olhou para ele de volta.

— Não aconteceu nada, saia logo.

— Seu coração está acelerado demais para "nada".

Ele passou por ela deixando Jane um pouco zonza parando no máximo a dois passos de distância.

— Eu não sabia que sereias podiam ouvir o coração das pessoas, ada dia uma coisa diferente.

— Na verdade nem todas podem, não é algo comum, mas as vezes acontece da gente ouvir.

Jane bufou.

— Vá falar com Victhor sobre a sua parte no botim.

Ele acenou a cabeça em negação.

— Não vou aceitar nada disso.

— Não seja ridículo.

Jane tinha vertigens constantes sempre que estava com Lantis e aquela proximidade deles fazia as sensações aumentarem cada vez mais, sentia-se inebriada como se houvesse tomado um barril inteiro de vinho, ela deu um passo a frente na intenção de buscar ar fresco, seus pés falharam e ela se viu caindo de cara no chão. Seria uma tremenda humilhação... mas não aconteceu. O corpo de Jane foi apoiado pelos braços do sereia, ele a trouxe mais próximo de si segurando para que ela ficasse de pé.

Ela devia ter dito "obrigada" ou qualquer coisa que fosse, ao invés disso tirou as mãos dele de sua cintura sem deixar de encará-lo e deu dois passos para trás, virando de costas e saindo com o coração ainda disparado, o sereia seguiu seus passos, cada um tomando o seu próprio rumo depois que subiram as escadas.

— Saindo daqui só temos uma única rota favorável para trocar toda mercadoria. - Victhor dizia a Simon.

— A Ilha do Sapo.

— Então devemos ir logo. - Jane chegava próximo a eles, Victhor notou suas bochechas coradas, mas não disse nada.

Algumas horas passaram e a noite chegou para os tripulantes do Alma Negra, o vigia noturno olhava pouco atento para o mar, aquela não era uma rota tão conhecida pelo pessoal da marinha. Desse modo não viu quando Jane chegou próximo a amurada do navio. A capitão tirou a adaga da cintura e passou na própria mão deixando que o sangue escorresse um pouco e pingasse na água, não tardou para que um volume surgisse abaixo do navio. Jane disse algumas palavras para o vazio e voltou para a cabine.

Logo ao meio dia eles foram capazes de avistam a Ilha do Sapo.

— Nós vamos descer, vocês fiquem no navio e esperem o sinal. - Simon instruía alguns homens.

A Ilha do Sapo era uma das Ilha Flutuantes daquela região, não era nada confiável e o dono do lugar tinha manha em passar a perna em quem fosse fazer negócio por lá, o lugar ideal para piratas.

Em nenhuma de suas bordas havia lugar para engate, assim os navios deviam ficar por perto e descer em seus escaleres até lá, a madeira da ilha balançava e os homens estavam atentos aos visitantes. Não custou muito para que Jane conseguisse passagem, ela ia em três escaleres cheios de material para troca. O dono do local os recebeu com um sorriso dourado, assim como sua esposa ele era um homem não muito velho, todos foram encaminhados para salas reservadas e lá discutiram o valor de cada mercadoria. Em algumas vendas ele pagou mais barato, em outras ele dobrou a oferta, no final o negócio foi bom para ambos os lados.

— Comam conosco. - A mulher sugeriu, era costume que os piratas ficassem uma ou duas noites na Ilha, evidente que tudo era cobrado.

Victhor torceu um pouco o nariz.

— Tudo foi preparado hoje. - Ela salientou. — Se tivessem vindo umas horas antes poderiam ter participado da caçada.

O tanque com a criação de rãs era bem no meio da ilha e se você fosse ágil o bastante poderia escolher e pegar o seu próprio prato principal. Ou, se não fosse nenhum problema, poderia pegar algumas das que estavam espalhadas pela ilha, saltando de um lado para o outro em todo lugar, mas com esses os donos não garantiam o sabor.

A maioria dos piratas ficaram no Alma Negra, o grupo que se hospedou na Ilha foi escolhido por Simon, o sereia não estava incluso até Jane ordenar que ele fosse incluído.

— Se eles souberem que tem um sereia vão causar problemas.

— Não vou deixá-lo sem vigia no navio.

— Rupert podia ficar vigiando ele.

— Você escolheu Theodora para descer, duvido que Rupert ia deixar que ela viesse sem ter os dois olhos em cima dela.

Simon torceu o nariz e Jane saiu para receber os escaleres que chegavam na ilha. A maioria que conhecia a Ilha do Sapo sabia que não havia muita diversão além da caçada de rãs e algumas mulheres que cobravam bem caro por algumas horas. No entanto, a esposa do dono era uma cozinheira de mão cheia e boa comida mais uma cama quente era algo que eles não poderiam recusar.

— Você vem comigo. - Ela disse ao sereia assim que os pés dele tocaram a ilha.

O sereia não tinha escolha e seguiu Jane caminho a fora, via a Ilha rodeada de mar e ansiava por escapar dali. Enquanto estava no escaler ele tentou, mas era como se suas mãos e braços estivessem cravejados na madeira e quem o visse sem saber que ele era filho do mar poderia pensar que ele tinha medo de água.

— Entre, você vai passar a noite comigo.

Jane abriu uma porta ao lado de tantas outras, não havia ninguém do Alma Negra por ali, somente algumas trabalhadoras da Ilha com bandejas de rãs assadas e cozidas.

— Devia ter me dito isso antes, eu poderia ter tomado um banho.

— O que quer dizer com ...

Quando Jane entrou no quarto arrumado para ela teve uma pequena surpresa.

— Por que só temos uma cama?

— Bem, eu não sei das coisas que você gosta, mas em todas as experiências que eu tive uma cama é mais do que suficiente.

Jane estava aturdida.

— Não pense que eu trouxe você aqui para...

Ela queria dizer aquilo com todas as letras, mas tinha um sereia em sua frente, o mais belo de todas as sereias que ela já havia visto em sua vida, ele a encarava com seus olhos azuis cheios de mar.

— Eu não vou, nós não vamos... - Droga! Diga de uma vez!

Simon deu a ele muitas roupas para disfarçar as guelras, Jane pensou em suas mãos tirando peça por peça como se faz com uma fruta pronta para ser descascada e comida. O sereia deve ter percebido os batimentos dela acelerarem mais uma vez, deu passos vagarosos em sua direção.

— Você não quer?

Jane manteve os lábios fechados, iria trair a própria consciência de os abrisse.

O sereia respirou fundo soltando um longo suspiro sem desviar os olhos dos dela.

— Você sabe para quê os humanos usam as sereias em quartos fechados como esse?

— Eu posso listar mais de dez itens se é isso o que você quer ouvir. - Ela levou o indicador até a temporã. Aquela sensação de vertigem e dor e cabeça veio mais uma vez. — Não estou interessada em nada além de dormir.

— Bom, então você não precisa se preocupar com quantidade de camas, eu vou dormir no chão. - Ele disse sentando-se com as costas numa das paredes. — Já estou bastante acostumado.

— Não, eu havia pedido a ela um quarto com duas camas e não uma cama grande dessas. - Ela foi até porta e segurou a maçaneta. — Fique aqui, eu já volto.

O sereia permaneceu no mesmo lugar com os olhos fechados, Jane foi até a dona do lugar e reclamou com ela sobre a cama. A mulher explicou que longe assim dos outros só haviam os quartos particulares com uma cama, era os locais específicos para atos de libertinagem. A capitã não teve mais o que fazer e voltou para o quarto com a promessa de deliciosos petiscos para compensar.

— Vamos ter que ficar aqui mesmo. - Ela disse ao entrar, o sereia estava no mesmo lugar. — Eu pedi que desse o quarto mais privativo, então é o que temos.

— Já disse que não precisa se preocupar com essas coisas.

Jane sentou-se na cama, ela era bem grande e caberia os dois facilmente ali, talvez ela sugerisse isso mais tarde quando seu corpo estivesse com bastante sono e não tão desperto. Ela tirou as botas e o casaco e os deixou jogados no chão, as duas adagas foram colocadas ao lado do travesseiro e uma pistola mais a espada foram dispostas ao seu lado. A cabeça acomodou-se no travesseiro, algumas mechas do seu cabelo caíram para os lados, levou o braço até o alto da cabeça e os ajeitou ali segurando o pulso com uma das mãos. O sereia observava de onde estava.

— Você já tentou tirar a própria vida?

— O que? - Jane não entendeu a pergunta.

— Você tem cicatrizes no pulso.

— Ah, não, foram feitas com cacos de vidro durante uma briga.

— Vida de pirata.

— Antes. Eu ainda era pequena, não podia ser pirata.

O sereia ficou em silêncio pensando no tipo de infância que ela deveria ter tido.

— Na vila em que eu morava com meus pais, eu sempre arrumava confusão com os moleques mais velhos. Fui ficando boa de briga e insolente, achei que ia sempre ganhar. Mas quando entrei numa briga de verdade eu quase morri. - Ela passou o dedo por cima da cicatriz. — Foi por causa de uma sereia essa aqui.

— Uma sereia?

— Um dos navios que atracou no Porto da Vila tinha um carregamento de sereias vindas do Norte, eles deveriam entregar três sereias ao Imperador, eram presentes de casamento, enfim, por engano eles levaram quatro e queriam se divertir com aquela que estava sobrando.

O estomago do sereia se revirou e ele sentia ânsias fortes, precisou de auto controle para se segurar.

— Eu juntei com mais dois moleques e invadimos a casa noturna que eles estavam e arrumamos briga, eu apanhei daquele guarda até cuspir sangue. Eles só não me mataram porque a dona do cabaré era cliente da minha mãe e intercedeu por mim.

— Isso não faz muito sentido.

— Era o que eu podia fazer na época. - Ela virou seu corpo de lado e via o sereia olhar em sua direção. — Todas as vezes em que uma sereia era maltratada, ou os meus amigos da rua eram maltratados, ou o pessoal pobre sofria alguma injustiça, sempre eram os marinheiros imperiais, o exercito imperial ou os nobres cheios de dinheiro que causavam as dores. Minha mãe chegou a sugerir que eu me alistasse quando chegasse a idade, eu preferia morrer a vestir a farda branca daqueles canalhas.

— Foi por isso que se tornou pirata?

— Foram muitas coisas, mas eu estava sempre indo e vindo do porto e as histórias sobre os piratas e suas lutas eram sempre as melhores. A possibilidade de ser livre e ter o próprio código moral foi o ponto alto pra mim e além disso, a maioria dos piratas são contra a escravização.

— Isso não me parece muito coerente.

Jane riu e sentou-se na cama tornando a calçar as botas.

— Não precisa ser, por isso faz sentido sermos piratas.

Ela estava completamente vestida de novo, disse ao sereia que iria sair, mas não iria demorar, ele poderia usar a cama se quisesse. Quando ela bateu aporta o sereia ficou olhando para a cama ainda amarrotada onde ela estava.

— Os lençóis ainda devem estar quentes...

Jane bebia um copo de vinho com alguns dos seus homens, mulheres da Ilha do Sapo iam e vinham, outros piratas que estavam por ali olhavam desconfiados para o grupo do Alma Negra. Simon achou que não seria boa ideia ficar ali por muito tempo.

— Vamos dar mais algumas horas ao pessoal e ir embora antes do sol nascer. - Victhor bebia alguma coisa que não sabia o nome, a mesa deles estava repleta de carne e ossos de rã.

— Acho uma ótima ideia. - Jane concordou enquanto colocava mais um ossinho fino sobre a mesa.

Os homens e mulheres do único bar da Ilha falavam alto quando contavam vantagens e bem baixo quando tramavam alguma coisa. Na hora de fazer fofocas todos ficavam com o ouvido atento e era isso que Jane fazia ali, ela esperava por uma notícia, quando ouviu os homens cochicharem o nome na mesa ao lado.

— Souberam que o navio de Bartolomeu foi atacado essa tarde?

— Não me diga! - O outro respondeu. - A marinha?

— Antes fosse! Disseram que uma criatura surgiu do meio das águas e tombou o navio, ninguém de lá sobreviveu para mais detalhes.

— Não é possível! Aquela rota não é atacada há anos! Deve ser mentira!

Mas Jane sabia que não era.

— Eu já vou indo, vamos nos encontrar no navio mais tarde.

—Vou avisar o pessoal - Foi Victhor quem respondeu, Simon olhava para Jane e não conseguiu deixar de perguntar.

— Ele está mesmo em seu quarto?

Ela não disse nada, não queria arrumar confusão no meio de tanta gente estranha, terminou o conteúdo escuro da caneca e passou a língua nos lábios.

— Você sabe que não deve se envolver.

— Simon, não arrume problemas aqui. - Victhor era sensato demais para deixar que o amigo continuasse. — Está parecendo Will, sendo inconveniente.

Jane sorriu para ele agradecida por colocar um ponto final, Simon iria reclamar da comparação e ela iria voltar para o quarto.

Quando a porta foi aberta o sereia levou um susto, não mais do que Jane quando viu que uma mulher estava sentada sobre seu colo.

— Mas que porra!

Jane a pegou pelos cabelos e ameaçou cortar sua garganta caso ela abrisse a boca mais do que deveria, a moça saiu com lágrimas nos olhos.

— Que merda você pensou que estava fazendo? - A espada de Jane em punho na direção da garganta dele, a voz dela podia ser ouvida no corredor.

A moça havia entrado para levar os quitutes oferecidos pela dona da Ilha e quando viu o sereia deitado sobre a cama não foi capaz de resistir e atirou-se sobre ele. Era isso que ele tentou explicar, mas não teve forças, seus joelhos caíram no chão e a espada resvalou sua pele.

— Eu sinto muito, capitã. - Olhos virados para baixo, mãos atras do corpo. — Eu não devia ter deixado isso acontecer, eu assumo a culpa.

Palavras repetidas tantas e tantas vezes mais uma vez saia de sua boca, ele não as queria dizer, mas algo em seus pensamentos o forçavam como se ele fosse morrer se não implorasse por perdão, Jane olhou para o filete de sangue que escorreu em seu pescoço.

— Eu não queria ter cortado você. - Ela tirou um lenço e abaixou-se na altura dele colocando o tecido onde havia o corte. — Eu fiquei assustada quando vi vocês... eu não devia tê-lo deixado sozinho.

Ela olhava para o sangue que tingia o lenço, não era quase nada, o corte já havia se fechado. Coisa de sereia.

— Ela não conseguiu resistir, não era tão forte quanto você.

Nesse momento seus olhos se encontraram, os dois estavam em igual estatura, no entanto Jane sentiu seu corpo diminuir ao mesmo tempo que o dele aumentava.

— Eu não sou tão forte quanto você pensa. - Não era o que ele pretendia dizer, tampouco era sua intenção encurtar ainda mais a distância entre eles.

O sereia mantinha as mãos atras do corpo, os joelhos ainda estavam no chão, sua expressão não era a mesma dolorida de um minuto atras, logo uma de suas mãos aproximaram-se da cintura de Jane, a outra acompanhou o movimento e segurou naquele local. Jane podia sentir o calor das mãos dele mesmo entre o tecido das roupas e num descompasso permitiu que ele a trouxesse mais para perto quase como se estivesse prestes a abraçá-la.

Batidas na porta.

Jane empurrou o sereia, ele caiu sentado no chão e ela ficou de pé olhando para ele sem saber o que pensar. As batidas voltaram.

— Ajeite sua roupa. - Ele ainda estava de calças, mas estava com o peito nu e um volume extra num lugar bastante especifico.

— Sim, senhora. - O sereia sentou-se na cama e colocou um dos travesseiros sobre o colo, depois vestiu a camisa com pressa sem perceber que a colocou ao contrário.

Jane abriu a porta.

— Mil perdões, senhora. - Era a mesma moça que havia saído dali as pressas. — Eu não sabia que ele era seu. Me disseram para vir servir o quarto e eu não sei o que deu em mim. Por favor, não diga nada a dona desta ilha ou eu ficarei sem emprego.

Jane tinha a cabeça cheia de outros pensamentos e dispensou a moça que alegou não conhecer quem estava a sua frente, o que provavelmente era verdade.

— Muito obrigada, senhora, jamais esquecerei sua bondade.

E a porta foi fechada.

— É melhor descansarmos, - Ela disse indo em direção a cama onde estava o sereia. — Vamos levantar cedo.

E como ele se levantou para ir ao chão ela completou.

— Fique desse lado e eu ficarei do outro. - Ela tirou as botas e as jogou num canto. — Não ultrapasse o limite.

Ele não disse nada, ela também não falou mais nada, apagou a lamparina e deitou ao seu lado, ele tirou a camisa.

— Eu tenho dificuldade com roupas.

— Tudo bem.

Ela fechou os olhos por alguns minutos.

— Seu coração está acelerado.

— Você precisa parar com isso.

— Me desculpe.

O sereia achou que havia sorrido, mas era algo que não acontecia há tanto tempo que ele não saberia dizer se aquilo aconteceu de verdade ou se ele já estava sonhando.

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