Capítulo 64 - Algo está acontecendo.
Jane beijou Lantis devagar, o sereia abraçou Jane trazendo seu corpo cada vez mais próximo, deslizando as mãos pelas costas dela até chegar em sua nuca envolvendo seus cabelos com os dedos.
— O que aconteceu? – Jane sentia o coração de Lantis bater muito rápido. — Você está bem? O que aconteceu lá embaixo?
Ele a olhava nos olhos, a capitã tinha o olhar calmo enquanto ele tinha os olhos inundados por águas escuras.
— Não aconteceu nada demais. Tudo saiu como o planejado.
Jane passou a mão das costas dele para seus cabelos e fez um carinho no alto de sua cabeça.
— Está tudo bem, quando você quiser me contar eu vou te ouvir. – Jane disse com calma mesmo estando ansiosa para saber o que de verdade havia acontecido, Lantis sentiu seu peito encher-se de emoção e a abraçou mais forte.
— Só não demore muito, esta bem? – Ela disse bem próximo ao ouvido dele e sentiu um aperto maior em sua cintura quando terminou as palavras.
— Depois eu te conto. – Jane ouviu o sorriso que acompanhou as palavras dele e teve vontade de beijá-lo ainda mais.
Lantis ergueu Jane e ela passou as pernas ao redor de sua cintura, agora se olhavam e ela tocava os músculos do braço dele. Muitas coisas poderiam ser ditas em momentos como esse, mas escolheram não as dizer, atitudes valem mais do que palavras. O tritão deitou Jane sob a cama improvisada e tornou a beijar sua boca, suas bochechas e seu pescoço, Jane sorriu com as cocegas que ele fazia puxando seu corpo contra o dela. Ele quase sempre usava pouca roupa, então não havia muito o que tirar, por outro lado Jane tinha muito tecido cobrindo sua pele e Lantis fez questão de livra-la daquele desconforto.
Lantis era macio e quente, tinha um cheiro gostoso e se derretia nos lábios de Jane, suas bocas não se desgrudavam um momento sequer e o movimentos dos corpos fluía como se fossem um só e soubessem exatamente onde tocar, onde apertar e a hora certa de deixar o som lascivo retirar-se de seus lábios.
Enquanto estavam sob a cama, Jane admirava Lantis sob ela, os dois com os olhos presos um no outro, sem espaço para perturbações exteriores, acontecia aquele momento e o mundo que aguardasse o depois.
Lantis já havia estado com tantos homens e mulheres antes, não saberia dizer em quantas camas já esteve sempre forçado, contra a sua vontade, as vezes com os pulsos amarrados, nunca por prazer, por querer e jamais por amar. Quando tinha esses momentos de prazer com Jane entendia o porquê as pessoas gostavam tanto, ajuntar-se com quem se ama fazia toda a diferença, a vontade era absurdamente grande, não havia desejo de separar-se e por mais que as horas passassem ele não poderia deixa-la ir. Ela era quente e fazia seu coração se aquecer junto, Lantis nem sabia o quanto precisava daquele calor até tê-lo em seus braços, senti-lo em seu toque e beijá-lo na boca dela.
— O que foi? – Ela disse ao vê-lo encarar os seus olhos. Ele sacudiu a cabeça devagar em negação e sorriu tão lindo que Jane quase perdeu o ar.
Lantis refletia ainda sobre suas palavras, Jane segurou em seus braços e devagar deitou-o sob os tecidos já amarrotados, passou as pernas sob ele e olhou-o de cima. Era a primeira vez que ficava assim com alguém, ele a observava concentrado em seus movimentos receando distrai-se e perder algum detalhe do seu rosto e suas expressões.
— Lantis... – A voz de Jane era ébria, carregada, Lantis sentiu-se atordoado, submerso, envolvido e num instante depois os dois estavam lado a lado ainda ofegantes.
— Então é assim que se sente. – Ele disse entre os respiros.
— O que? – Ela respondeu da mesma forma.
— Quando se ama alguém. - Lantis virou-se para olhar Jane, ela fez o mesmo. Ao ouvir as palavras dele ela não pareceu surpresa e sorriu. — É assim que se sente quando se faz isso com se ama.
— Sim. – Ela tocou o rosto do tritão. – É assim que se sente.
Jane aproximou-se e ele a abraçou, o beijo teve um gosto diferente dessa vez, estava ainda melhor do que antes.
Durante a noite o Dragão Branco sumiu em meio ao mar, o Capitão Soo não era adepto a despedidas e sempre partia sem dizer nada. Antes Jane ficava irritada com isso, mas passou a acostuma-se com o tempo. Capitão Soo tinha seus motivos, ele era como muitos eram no mar: alguém que escondia grande tristeza por detrás um grande sorriso. A capitã do Alma Negra respeitava a reserva de Soo, poucas vezes ouviu ele falar sobre seu passado e até entre os seus no Dragão Branco parecia um mistério. Aqueles que viajavam com Soo recebiam sua parte e iam gastar por ai, logo o capitão recrutava-os de novo para outros trabalhos e era apenas isso. No entanto, ninguém o via em terra ou ouviam dizer sobre alguma família. Uma vez um dos homens o ouviu falar sobre um homem de longos cabelos prateados que vivia numa caverna dentro do mar, como o capitão parecia um pouco bêbado de tanto licor todos deixaram a fofoca de lado. Com certeza não era nada.
Pela tarde a rota do navio foi novamente acertada, Jane ao lado de Pyra no timão conversavam sobre a velocidade do vento, deveria ser uma viagem de uns três dias ou mais até chegarem na Ilha Esmeralda.
— Capitã, estamos estáveis a seis nós à nordeste. – Veio um dos piratas ao seu encontro.
— Ótimo, mantenha assim. Não vamos forçar mais o navio. – O homem abaixou a cabeça em respeito e saiu. Ela olhava o movimento dos homens, alguns ali ainda não sabia o nome, aqueles que eram seus a muito tempo morreram no confronto com o Fúria do Diabo e a maioria ali eram homens de Romualdo que deveriam retornar depois que a capitã recrutasse novos piratas leais. O que seria uma pena, eles trabalhavam muito bem.
— Quando chegarmos a ilha vamos ter muitas coisas para consertar. – Victhor chegava, Will como sempre ao seu lado com um sorriso. — E vamos precisar de mais velas, a principal já foi remendada cinco vezes desde a batalha. – Claro que ele sabia exatamente quantas vezes havia sido. — As adriças também precisam ser trocadas. – E se alguém perguntasse ele saberia dizer quantas eram.
— O timão também precisa de reparos. – Pyra disse mostrando o instrumento de direção do navio.
E se ficassem ali por mais três dias poderiam elencar ainda mais consertos a serem feitos.
— Devemos ter o suficiente na Ilha. – Victhor retirou um caderno de anotações do bolso de trás. — Mas não sei quanto tempo vamos levar para fazer tudo quando chegarmos.
Jane olhou para eles, a expressão de preocupados pesou-lhe os ombros.
— O Alma Negra passou por maus bocados nesses tempos, não adianta trabalharmos com migalhas agora. A Ilha Esmeralda é nosso refúgio desde sempre e lá temos tudo que precisamos. – De longe ela via Simon conversando com um homem próximo a amurada. — Inclusive o descanso.
Enquanto Jane terminava a última frase Lantis aparecia saindo do mar, era comum e ninguém mais parava os afazeres para ver o tritão nu andando pelo convés enquanto respingava água por todo caminho... na verdade muitos ainda paravam sim, mas diziam ser por outro motivo qualquer e como eram cumplices no ato fingiam acreditar uns nos outros. Ele vestiu a parte de baixo que estava próximo as cordas e vinha em direção ao grupo que ainda falavam sobre os reparos do navio. Os olhos dele fixos na capitã.
— Elas vão acompanhar o navio um pouco mais, mas logo vão voltar. – Ele disse ao chegar próximo a eles.
Traços de água salgada deslizavam por seus cabelos.
— Essas sereias! Eu já disse a elas que é perigoso. – Jane parecia preocupada. — A rota que vamos pegar é arriscada, os navios brancos usam para ir do Norte ao Leste. O número de caçadores não vai ser pequeno, a gente não pode ser visto.
— Elas não vão embora sem saber que o navio está seguro. É a missão que receberam.
Jane estalou a língua e pôs a mão na cintura, mordeu o lábio inferior, estava pensativa sobre o que fazer com aquelas sereias que seguiam o navio.
— Certifique-se de que elas vão ficar próximas ao casco, não podem sair curiosas por aí. – Ela disse a Lantis e ele assentiu.
— E a besta lá embaixo? – Foi Will quem disse. — Aquela "coisa" não come as sereias?
— Não se preocupe com isso, ela não vai atacar.
Olhos interessados pairavam sobre o tritão, havia tanta coisa que ele poderia dizer sobre o fundo do mar, mas ele não estava acostumado a falar sobre isso e ninguém estava acostumado a perguntar também.
— Estamos na rota dos mensageiros do Leste. – Disse Jane. — Devemos ter cuidado por estas águas.
— Minhas Irmãs, - Lantis se referia às sereias. — Disseram que os Imperadores foram convocados de novo.
A sobrancelha direita de Victhor arqueou.
— O que estão tramando dessa vez?
— Não deve ser boa coisa... – Jane olhava para Lantis.
— Ainda não sei sobre o que se trata.
Jane respirou fundo.
— Está bem, vamos manter o navio longe de complicações mais um tempo. A gente já mexeu com gente problemática demais.
Todos ali poderiam concordar com o que ela disse, assim como poderiam concordar que era praticamente impossível o Alma Negra ficar longe de problemas.
Longe o suficiente dali outro navio navegava pelas águas do mar e assim como o Alma Negra, ele também estava rodeado de sereias, a diferença é que apenas um, ou melhor uma de seus tripulantes sabia disso.
Priyanka estava bastante contente, Priya, ou melhor, Ayra estava ao seu lado na viagem ao Império Central. A menina sereia já não parecia mais a mesma, para Priyanka tornava-se cada vez mais fácil chama-la por seu verdadeiro nome. O olhar havia amadurecido, os cabelos ganharam raízes escuras, os seios estavam maiores e sua altura já alcançava Priyanka. A Imperatriz conversava em sonho com a filha, as vezes Ellyn se juntava a elas, esta primeira não entendia como tudo aquilo era possível, mas confiava nas sereias e deixaria as dúvidas para outra oportunidade.
— Os ventos estão a nosso favor, logo vamos chegar. – Phillip estava ao seu lado na amurado do navio que a escoltava para o Império Central. Com tantas mudanças acontecendo com Priya ele e a Imperatriz concordaram que deveriam ficar próximos.
Evidentemente rumores sobre o novo romance da Imperatriz do Leste começou a circular por todos os Impérios. Era incrível como esse tipo de fofoca viajava mais depressa do que as noticias realmente importantes, no entanto, tudo não passava de bobagem. Os dois eram queridos amigos e não seriam nada além disso.
— Ela está muito contente que você esteja conosco. – Priyanka sorria enquanto contava a novidade.
— Quem? - Phillip pareceu surpreso.
— Ora, Phillip! – Priyanka parecia mais surpresa do que ele. — Não pensa que não sei que Priya está flertando com você. Sempre senta ao seu lado na hora do chá, demonstra entusiasmo quando seu nome é pronunciado na mesa e...
— Não, não, não! – Ele abanou as mãos em frente ao corpo. — Não diga mais nada!
Priyanka fez uma curva com a sobrancelha.
— O que foi? Por acaso desmerece minha filha?
Phillip passou a mão no rosto como se estivesse suando demais, o que não estava.
— Não é isso... é que...Eu a conheço desde sempre, não me parece certo ter esses pensamentos por uma criança!
Priyanka sentiu-se satisfeita, na verdade se ouvisse a história de alguém também acharia Phillip um grande canalha se ele aceitasse o flerte de uma menina como Priya. Há muito tempo ela já havia proibido casamentos com menores em seu território, infelizmente alguns ainda aconteciam por debaixo dos panos, mas sempre que descobria não havia autoridade em terra que se opusesse a ela enquanto os papeis eram rasgados e o homem ou mulher fossem colocados atras das grades.
— Não se preocupe com isso, Phillip. – Ela sorriu. — Ayra não é uma menina, Priya era. – E como o rapaz pareceu um pouco confuso ela resolveu explicar a ele. Tomou-o pelo braço e caminharam pelo convés. — Ela me explicou...
— Em seus sonhos? – Ele ainda custava em acreditar nessa parte.
— Sim, Ayra explicou-me em sonho que na verdade ela é bem mais velha. Por algum motivo, talvez o trauma na infância, seu corpo parou de crescer. Quando ela foi capturada por aqueles malditos homens quando a conheci ela já era adulta, mas como foi levada àquele lugar monstruoso sua mente ficou vaga e ela não se lembrava de quase nada. – Ela mantinha um sorriso na boca enquanto falava de sua filha. — Mas agora ela vem recordando aos poucos tudo o que já viveu e por isso ela sabe que não é uma criança.
Phillip absorvia todas aquelas palavras com uma curiosidade faminta.
— Então agora seu corpo já é capaz de crescer?
— Exato. – Ela continuou. — Mas ela ainda não sabe por que seus cabelos ficaram loiros, ela disse que nasceu de cabelos pretos.
Nesse ponto Phillip teve um grande estalo.
— Então há realmente sereias de cabelos pretos?
— Bem, estou lhe dizendo que Ayra é uma delas, então sim, há sereias de cabelos pretos.
— Fascinante!
— Mas ela é a primeira que eu vejo dizer sobre isso, nem mesmo você já me contou algo assim.
— Me desculpe, mas eu realmente já ouvi dizerem sobre elas, a última vez foi no Império Norte. Disseram que uma estava morta na areia da praia.
— Oh, que horror! – Ela tapou a boca com uma das mãos.
— Sim. – Ele respirou fundo. — O mundo das sereias é mesmo incrível, ainda há muito o que aprender sobre elas.
Nesse ponto Priyanka parou, ambos havia caminhado até um banco e sentaram-se ali. A Imperatriz tinha o olhar sério e sua voz carecia de atenção.
— Ouça-me, meu querido amigo. – Ela disse. — Sei o quanto as sereias e tudo o que está relacionado a elas lhe encanta. Porém, preciso adverti-lo que algo está acontecendo debaixo de nós, no fundo do mar as águas estão agitadas e aqueles que mantiverem seus pensamentos encrustados no passado serão engolidos por elas. As sereias e os tritões, - Era a primeira vez que Phillip ouvia essa palavra, mas ele pode entender do que ela falava. — Não são coisas que podem ser estudadas e observadas. Esses seres maravilhosos e incríveis vivem entre nós e devemos compartilhar o mundo com eles, trocar idéias, experimentar novos conceitos juntos deles, aprender sobre seus costumes. Aqueles que não puderem pensar assim, ou ao menos não puderem se permitir abrir a mente e questionar o mundo em que vivem e criticar se é certo ou errado, bem, esses irão perecer, meu querido amigo. As sereias e os tritões estão chegando e irão demonstrar a sua força, é melhor que nós estejamos preparados para isso e que a escolha de qual lado nós iremos pertencer fique bastante evidente.
— E quais são as opções?
— Entre o certo e o errado, em qual deles você prefere estar?
— Certo e errado? Não sei se consigo ver o mundo em apenas dois lados.
— Não sou tão ingênua quanto alguns pensam, mas eu sei que chibatadas só atraem mais chibatadas, a vingança busca a sua própria vingança e a roda do mal não para de girar tão fácil. Acontece que a moral, a ética e principalmente o bem não tem meios termos: Ou você faz o bem ou você faz o mal. Até mesmo ser apenas um observador pode te tornar conivente e colocar um peso em suas costas e você não é mais capaz de olhar para frente. – A voz de Priyanka era delicada e terna, a brisa do mar beijava seus cabelos e eles dançavam alegres as vezes tocando em seu rosto. Ela não se incomodava. — No final a morte é a única sentença que nos resta e quando chegar a minha vez eu quero poder olhar para frente, ter a cabeça erguida e sentir-me satisfeita com meus atos e saber de qual lado eu realmente estava.
— Isso parece muito mais filosófico do que uma revolução em si.
Priyanka sorriu.
— E tudo nesta vida, não é? Ideais e causas não são filosofia? Tudo começa aqui. – Ela colocou a mão sob os cabelos ruivos de Phillip e fez um pequeno carinho. — E logo chegam aqui. – Agora ela tocava o centro em seu peito. — A força e a voracidade com a qual você os exerce são escolhas suas. E é aí o cerne da questão.
Phillip ficou alguns segundo admirando a bela mulher a sua frente, ela sorria para ele ainda como se fosse uma irmã mais velha contando sobre a vida ao seu irmão mais novo. Ele a achou ainda mais linda depois de daquelas palavras e ainda que as más línguas custassem a acreditar, a beleza que ele via nela não tinha nada a ver com os prazeres da carne.
— Eu estarei do mesmo lado que você estiver.
Ela viu uma silhueta aproximando-se deles, vinha com passos tímidos, mas firmes.
— Você vai precisar endireitar seus passos de quiser alcançar esse objetivo.
— Eu vou me esforçar. – Phillip sorriu, alguém sorria atras dele também.
Prianka estendeu a mão e Ayra a pegou.
— Caminhos difíceis, estradas cheias de pedras. – Priyanka pegou a mão de Phillip com a mão livre e colocou-a junto da que segurava a de Ayra. — Mas se estivermos juntos, o caminho mesmo sendo tortuoso, tenho certeza que vamos conseguir passar por ele.
Phillip ainda não havia visto Ayra sorrir, fazia tempo que seu rosto não corava e ele sentiu vergonha pelo ardor em suas bochechas. A sereia o encarava, os olhos dela eram azuis como de todas as sereias que ele já havia visto e naquele instante foi como se ele visse uma sereia pela primeira vez. A mão de Priyanka já não estava mais ali, ele tocava a mão da sereia, ele se lembrava de como era antes, fria e sem graça, mas essa mão que ele tocava agora era quente e cheia de vida.
— Logo vai escurecer. – Priyanka achou melhor intervir. — Vamos voltar para nosso quarto.
Ayra soltou a mão de Phillip tão devagar quanto pode, ele percebeu. Enquanto as duas afastavam-se o estudioso rapaz pensava desde quando uma sereia não exercia mais influências sobre ele. Fazia muito tempo que uma sereia acelerava seu coração ou tornava sua visão turva. O que mais o surpreendeu, no entanto, foi a sensação que ficou depois, o calor que irradiava por todo seu corpo era algo novo que nenhuma sereia o havia feito sentir. Seu olhar fixou no mar a sua frente, a forma das ondas, o movimento da água, a brisa do mar, não saberia dizer o motivo, mas lembrou daquele dia na Ilha Liberdade em que conheceu Jane Sanches e depois entendeu o porquê da memória vir a tona numa situação como essa.
— Ah, - Ele disse a si. — Então foi algo assim que ela sentiu.
Ele sorriu para o mar e não percebeu que dentroda água havia quem sorrisse para ele de volta. Na verdade, mais de um "alguém".
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro