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Capítulo 6 - Conversas em Segredo


Oi gente! Tudo bem? Espero que sim! Bem, aqui temos mais um capítulo! 

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Muitos Beijos! =**

O mar que transformou o mundo agora era o centro de toda vida em terra, seja pelos grandes navios ou barcos de pesca, era através do mar que tudo se dava. Os Navios Brancos - da Marinha Imperial, paravam embarcações e apreendiam sua pesca se o capitão não tivesse algum documento legal, os piratas roubavam outros navios, criaturas abocanhavam o que lhes parecesse mais saboroso, navios de transporte levavam e traziam pessoas para todos os lados. Com todo o fluxo que acontecia nas águas era evidente que muitas das criaturas que antes viviam escondidas tivessem interesse em desfrutar da abundante oferta de alimento que passava de lá para cá e os ataques às embarcações eram sempre manchetes na boca dos moleques que vendiam o jornal nas esquinas.

O Alma Negra deparou-se há pouco com uma das vítimas dessas criaturas ainda não catalogadas, era um navio de carga em direção ao Império Oeste, vindo das fazendas de pecuária do Império Sul pelo que podia-se ver pelo conteúdo disperso no mar. O casco fora estraçalhado e o sangue tingia a água de vermelho, um cardume de tubarões rodeava os escombros a procura de restos de carne que foram deixados pelo animal maior que veio antes deles. No mar era assim: os maiores se alimentavam primeiro e quem quisesse aproveitar teria que esperar a sua vez.

— Não vai demorar para afundar. – Victhor observava o navio de longe. Ao seu lado Simon tragava um cigarro com cheiro estranho. – Se tivéssemos chegado um pouco antes poderíamos tentar pegar o que sobrou.

Will ao seu lado espremia os olhos, via algo movimentando-se no navio a sua frente. Não custou a perceber um homem de uniforme abanando as mãos, provavelmente pedindo por ajuda.

— Victhor. – O loiro chamou. — Tem alguém lá.

— Sim, eu já o vi. – Com sua flanela na mão ele limpava a lente dos óculos. – Deve ser o único sobrevivente.

E como Victhor pareceu não se importar, o que de fato era verdade, Will chamou sua atenção para o escaler no Alma Negra. Seria questão de minutos e poderiam poupar a vida do homem.

Simon olhou para o amigo enquanto este direcionava os olhos para o angustiado homem no navio próximo abanando as mãos com toda força que tinha. As carcaças de bois e ovelhas eram rasgadas pelos animais na água, havia algum ainda vivo, eles podiam ouvir os mugidos.

— Se nós fossemos até lá Will, o que não faremos. – Victhor disse com uma voz tranquila. – Seria para vasculhar o navio em busca de mantimentos, cereais, velas, óleo e talvez trouxéssemos alguma carne para estender ao sol. – E abanando a fumaça do cigarro de Simon continuou. – Mas nós não resgataríamos aquele homem de uniforme branco.

— Mas... - O loiro tentou intervir.

— Nós não somos uma instituição de caridade. - Victhor encerrou o assunto.

Simon ainda olhava para a água, tentava encontrar alguma coisa ali, seus olhos mexiam de um lado para o outro atentos ao menor movimento. Custou um pouco e viu o animal que mugia na água, pensou um pouco e determinou que a bala não chegaria tão longe. "Ele vai acabar tendo uma morte muito ruim." - Pensou.

William não havia reparado num detalhe importante, navios de carga, ainda mais tratando-se de animais para o abate, tinham muitos guardas da marinha ou exército Imperial e aquele homem era um deles. O rapaz passou a mão pelo cabelo e suspirou.

— Não fique chateado com isso. – Victhor torceu os lábios num sorriso. — Acontece sempre por estas bandas. Tem muitos animais marinhos gigantes nesta região, vira e mexe um navio é atacado por eles.

Willian pensou um pouco e como se algo surgisse em sua mente, perguntou:

— E vocês não tem medo?

Ele recebeu um dar de ombros de Victhor e um olhar despreocupado de Simon que expulsava das narinas a fumaça do cigarro. O que você acha? Eles teriam respondido em coro.

O sereia estava em sua cela, via pela escotilha o movimentos das águas e os raios do sol alaranjados que se esvaiam dando lugar as nuvens escuras. Os seus dias estavam resumidos a isso, olhar por aquela escotilha e ansiar pelo mar, pelo dia que deixaria tudo o que vivera com os homens para trás, porém, mais uma vez preso, tinha certeza que este dia demoraria a chegar. Desde que foi preso ali davam-lhe de comer uma vez ao dia e havia pouca água disponível, sua pele coçava, estava há muitos dias sem banho. A noite os ratos passavam pelas suas costas e as vezes o mordiam.

Vez ou outra Will ia até ele, falava alguma bobagem e lhe dava algo para comer escondido dos outros piratas, o sereia não entendia o que aquele homem pretendia, mas não tinha nenhum sentimento amargo em relação a ele.

— Você acredita que ele é mais velho do que eu? - Will dizia segurando as barras de ferro enquanto o sereia comia um punhado de biscoitos água e sal que ele havia levado. — Eu jurava que ele era mais novo! Ele tem uma pele bastante bonita para quem vive no mar, não acha?

O sereia olhou para ele com uma expressão confusa e uma sobrancelha arqueada.

— Não sei de quem está falando.

— Victhor! E quem mais poderia ser? Já viu esses caras como são horrendos aqui? Simon então nem se fala, com aquela cara de poucos amigos!

— Também não sei quem é esse.

— Como não? Ele vem aqui embaixo direto.

— Eles não ficam parados na minha cela se apresentando para mim. - Disse enquanto mastigava. Queria mesmo era um pouco de água para empurrar aqueles biscoitos de uma vez.

— Tá, o Victhor é o que usa óculos, tem o rosto fino, os cabelos bem pretinhos penteados para trás e os lábios finos e rosados. Agora você sabe quem é.

— Eu não fico reparando essas coisas. - Não nele, pelo menos. Pensou.

— Que seja então. - Will deu de ombros, olhando a cela do sereia.

— Por que você se juntou a esse grupo de piratas?

Will ficou olhando para ele um tempo pensando no que ia dizer. O sereia por sua vez não entendia como alguém poderia escolher ficar ali naquele navio ao invés de ter uma vida digna em outro lugar.

— Eles me ofereceram uma chance de vingança.

— Contra quem?

— Markus.

O sereia arrepiou-se ao ouvir aquele nome.

— Eu sei quem é. O que ele fez para você?

— Eu prefiro não falar disso. - Will deu ao sereia um sorriso torto.

— Tudo bem, todo mundo tem algo de que não gosta de falar.

— Você também.

O sereia olhou para ele e estendeu a tigela vazia.

— Obrigado por isso.

Will sorriu e pegou a tigela passando entre as grades, disse que tentaria vir de novo e saiu em direção a escada que levava ao convés, o sereia ouviu os passos dele ao subir. Não desgostava da companhia de Will, mas não o considerava mais do que um curioso como os outros. Sempre um bando ia até ele, caçoavam de seu corpo, jogavam coisas nele e o olhavam de modo estranho. Mais de uma vez o mesmo pirata apareceu na cela e ficou encarando-o com um canivete na mão, ameaçando-o e gritando para que o sereia reagisse enquanto outros lá de cima incentivavam o pirata oferecendo mais moedas por cada passo próximo ao sereia. Ele não sentia medo, mas sim repulsa daqueles que não viam a si mesmos.

Muito do tempo calmo dos piratas era dedicado ao conserto e reparação das coisas do navio, porém eles também aproveitavam esse tempo para jogos de cartas e dados, faziam uma grande algazarra enquanto mascavam tabaco ao invés de fumá-lo. Esses tipos de diversões ajudavam a desestressar e aliviar as tensões nos navios principalmente depois da divisão dos botins e todos aproveitavam de alguma maneira. Era bom momento para conversas em segredo, quando todos estavam ocupados com suas próprias diversões.

Já era tarde quando o sereia percebeu uma conversação próximo a sua cela.

— Eu vou sozinha.

— Mas senhora, é perigoso. – Ele reconheceu a voz de um dos piratas que ficavam de vigia.

— Me dê as chaves e fique lá fora. – Ela apontava uma adaga na direção de sua garganta - Quem manda aqui sou eu, ou você já se esqueceu? - Sua voz era carregada de autoridade.

— Não, senhora. - O pomo de adão subiu e desceu raspando a pele na lâmina da adaga.

— Preciso retomar a ordem neste navio.

Jane desceu as escadas, o sereia ouvia seus passos, o som das botas batendo sobre a madeira, a respiração ofegante, ele sabia que era ela.

Naquela noite, quando estavam fugindo da Ilha, um dos homens alcançou os dois e disparou a arma em direção ao sereia, Jane entrou na frente levando o tiro em seu lugar. Ele não podia deixar de pensar no quão incrível foi vê-la lutando, a mesma espada com que matou os que o vigiavam quando estava preso, os mesmos movimentos que viu pelas frestas, rápidos e certeiros, mesmo ferida ela não hesitou e apenas quando o homem estava morto, ela caiu exausta. O sereia queria ajudar, mas ela só dizia para ele não se aproximar e ir embora encontrar as pessoas que estavam esperando na praia. Foi o certo a fazer, se ele tivesse ficado ali, provavelmente os dois teriam sido pegos.

E ele teria nutrido alguma admiração por ela se não fosse jogado numa cela encardida logo depois de ser resgatado. Tantos dias se passaram sem que ele a visse, chegou a pensar que ela havia morrido lá mesmo, mas ela estava ali, na sua frente, viva e... diferente.

Jane deu passos à frente ficando alguma distancia da cela, eles se olharam por um instante, ouviram passos de botas por cima de suas cabeças e algo bateu no casco do navio. A chuva fina caia acima do mar e o vento soprava as velas lá fora, o cheiro de água salgada chegou até onde estavam e os dois respiraram fundo.

— Ha quanto tempo. - As palavras do sereia estavam carregadas de algum sentimento incomodo. Sua frase saiu entre os dentes e uma raiva subiu ao pescoço. — Não nos vemos desde a ilha.

— Espero que esteja sendo bem tratado.

Era estranho para ambos ouvirem a voz um do outro assim como estavam, sem o som das explosões, o zumbido dos mosquitos, tendo a atenção concentrada em apenas ouvir o que o outro tinha a dizer. Jane não sabia se já havia ouvido uma voz como a do sereia antes, na verdade ela tinha certeza que nunca havia ouvido ninguém com esse timbre de voz, como o soar de uma canção que penetra fundo na alma. Ela precisou manter a mente firme, lembrou-se do que Phillip havia dito aquele dia, sobre a capacidade das sereias de fazerem algo com a mente humana e não poderia vacilar agora que estava ali de frente para ele. No entanto, se fosse pelo poder de sereia ou não, ela sentia que havia algo mais entre eles ali, algum tipo de força que a puxava em direção a ele e que a fazia sentir vontade de conceber ao que ele quisesse. Ela se sentiu em perigo quando sentiu seu coração acelerar mais ao perceber que o sereia a olhava dos pés à cabeça, um arrepio percorreu sua espinha, ela precisou respirar fundo antes de ouvir a resposta dele.

— Sou o convidado de honra. - Então, ele sabia ser sarcástico.

— Você não pode nos acusar. Nunca tivemos um sereia neste navio, não sabemos o que você poderia fazer se o deixássemos solto.

— Vocês poderiam perguntar, ah, mas isso é coisa que humanos civilizados fazem. Vocês são só piratas.

— Então se sabe o que somos, é melhor ter cuidado para não perder a língua, sereia.

Ele engoliu a seco, seu pomo de adão subiu e desceu, queria evitar olhá-la, deu as costas apoiando as mãos na madeira do navio. Ouviu quando ela bufou sem paciência.

— Olha, eu não estou aqui para isso. - Jane levou a mão até a testa enxugando as gotículas que haviam se formado aqui.

— O que você quer? - Ele continuou de costas para ela, olhando de soslaio apenas.

— Primeiro preciso saber se posso confiar em você, se não vai tentar fugir quando não estiver preso.

O sereia teria tido vontade de rir se a raiva não fosse maior, ele virou-se para excomunga-la e mandá-la ao inferno, sua boca abriu-se num instante e no próximo já havia fechado, deteve-se quando seus olhos se encontraram mais uma vez. Ela não era como as damas usando aquelas roupas pomposas e maquiagem por cima de toda pele que ele era obrigado a fazer companhia nas festas, também não era como as nobres que cheiravam a talco e despiam a roupa dele como se desembrulhassem um presente caro ou qualquer outra daquelas que ele já havia encontrado nos ambientes aristocráticos que era coagido a frequentar usando sedas transparentes e ouro pendurado por todo o corpo.

— Você não vai me responder? - Ela disse essas palavras um pouco mais baixo do que deveria, pareceu quase um cochicho quando se fala algo que os outros não podem ouvir. Os pelos da nuca dele se arrepiaram e isso o irritou um pouco. Ele franziu a testa.

— Eu não posso responder isso. - Foi o que ele disse.

— E por que não? - Ela não percebeu que deu um passo para frente.

Jane tinha os traços delicados, o sereia pensou que ela faria sucesso entre os homens de onde ele viera e que lhe seriam ofertadas bebidas e joias por uma dança no salão chique que ele era levado.

— Porque você não iria gostar de ouvir a resposta.

— Você não devia ter dito isso.

Na primeira vez que a viu, apenas o olhar dela lhe chamava atenção, mas agora ele queria delinear os detalhes de tudo nela.

— Você não devia ter vindo aqui. - O sereia estava a poucos passos da grade, Jane também.

O cabelo solto dela era longo e não tinha mais o aspecto sujo e ensebado, parecia bom de tocar, ela ainda estava magra demais, havia sulcos em sua face, mas sua boca tinha um belo formato, ele reparou no arco do cupido e seus olhos continuavam com um castanho intenso.

— Não é da sua conta onde eu posso ou não ir.

Ele engoliu o xingamento por hora, haveriam outras oportunidades. Ele pigarreou.

— E como está o ferimento? - Ele apontou o lado de Jane. Negaria se perguntassem se ele estava preocupado, diria que foi o jeito de desvencilhar os olhos da boca dela e despistar seus próprios pensamentos. O que na verdade, seria uma desculpa ainda pior, mesmo que também fosse verdade.

Ela tocou o local indicado.

— Melhorando.

— Hum. - O olhar de Jane o analisava e ele pigarreou mais uma vez. - Não estou preocupado com você, mas você entrou na frente daquela bala no meu lugar. Só não quero acumular dívidas com seu tipo.

Jane não sabia se deveria entrar ou deixá-lo sair da cela, o modo como ele a olhava ainda causava ansiedade e palpitação. Ele por outro lado, analisando o jeito imponente como a mulher estava, só podia pensar no preço que ela pediu por ele.

Existia tanto o que Jane precisava falar com ele, sobre seus planos, sobre as sereias, sobre a fazenda, sobre o Império da Água e sobre a irmã de Azah.

— O que quer afinal? - O sereia estava impaciente, vê-la do outro lado de sua jaula o irritava, a cor avermelhada nos olhos dele deixava isso bem claro. — Por acaso veio se gabar por ter me vendido a eles? Não perca seu tempo.

— Do que está falando?

— Acha que sou estúpido? Você teve o trabalho de me tirar daquela ilha e depois correu para este navio. Já ouvi falar de tipos como você...

— Tipos como eu? - Ela o interrompeu, ambos se aproximaram das grades. - Cuidado com a língua sereia, você não sabe nada sobre mim.

— E nem me interessa saber! – Ele bateu o punho contra a grade e o som do metal propagou o eco. – Quando vi você lá, pensei que fosse me ajudar...

— E você acha que eu fiz o que? – Jane avançou sobre a grade. – Arrisquei minha vida por você, a vida de todos nesse navio por você!

Ele expirou pelo nariz com raiva.

— Não seja ridícula! – Ele afrontava. – Eu não lhe devo nada! – O sereia falava entre os dentes numa mistura de raiva e frustração. — Já vi muitas como você, enganam para conseguirem o querem. Ladras, caçadoras, prostitutas... tem muitos nomes.

Jane mantinha a calma, mas levou a mão a adaga na cintura, o sereia percebeu e cerrou os lábios.

— Ingrato! - Ela alterou a voz. — Se não fosse por mim você estaria dentro de um aquário sendo exposto para um bando de nojentos, teria seus membros cortados, seu corpo usado ou algo pior, bem pior.

— É exatamente o que está acontecendo aqui.

— O que? - Jane pareceu confusa.

— Eu esperava que você fosse me salvar e não trocar as correntes por uma cela. - Estava frustrado demais para ser gentil ou agradecido e ter visto beleza nela só o irritava mais.

— Te soltar? - Ela riu. — Com esta hostilidade toda, sereia? Só se eu fosse muito burra!

Os dois estavam frente a frente com apenas a grade de distância entre eles, o sereia pensava nas palavras dela e ela nas dele, ele franziu a sobrancelha, um cheiro doce adentrava suas narinas, vinha do cabelo dela.

— Quanto ele pagou por mim? – Ele precisava ouvi-la dizer. - Gosto de saber o quanto ainda tenho de valor.

— Você está enganado sereia, você não foi vendido. - As chaves pendiam na mão de Jane, ela queria abrir. – Escute, eu vim aqui para...

— Ele deve ser um capitão de merda. - Sua voz era carregada de amargura, o rosto de Jane se contorceu numa expressão de raiva. — Te usar para me roubar... Suponho que ele seja um covarde. – O sereia viu a íris se contraíram nos olhos dela. — Mais um desses miseráveis piratas que merecem ser enforcados em praça...

— Cale essa boca! - Foi a fez dela bater com os punhos na grande. — Você não sabe o que está dizendo. — Meça bem as suas palavras ou serão as últimas que vai dizer.

Os olhos dele arregalaram com aquela confissão de Jane.

— Ah, então é isso. Sempre é. Se eu não fizer direitinho que vocês mandam, vocês me levam até a Ilha das Bruxas. Vocês são todos iguais!

— Fique quieto, pare de colocar palavras na minha boca!

— E por que deveria? Devo aproveitar enquanto posso falar por mim mesmo. Logo, até isso vai ser tirado de mim de novo, não é? E você, como um bom bichinho de estimação daquele capitão de merda, vai zombar da minha cara, como sempre fazem.

O jeito dele olhar ainda a deixava zonza, a ferida que repuxava em seu abdômen ardia e a ideia de ele saber que seria, talvez, levado as bruxas lhe partia o coração. Ela respirou fundo. Calma, você precisa ter calma. Ele ainda não sabe.

— Eu lhe asseguro: você não será levado até lá. - Ela tentou passar alguma confiança, mas quando Simon veio a sua mente, ela não pôde colocar tanta fé em suas palavras.

— É mesmo? - Ele aproximou-se mais da grade, segurando as barras de ferro com força, ficando próximo ao corpo imóvel de Jane. — Eu duvido que isso seja verdade, e é melhor dizer ao seu capitão, que eu não perderei a oportunidade de tentar sair daqui.

Eles se encararam, Jane queria que ele não tivesse dito aquelas palavras, que a escutasse, ela sabia que podia convencê-lo se ele a tivesse ouvido. O sereia parecia ter mais a dizer, mas ficou em silêncio, Jane forçou sua cabeça a resistir, forçou seus olhos a permanecerem fixos num mesmo lugar e não passearem por todas as formas de seu rosto. Enquanto o sereia tentava o mesmo, ela colocou a chave na tranca, iria abrir a cela, iria por fim aquela tortura em seu cérebro, a boca do sereia ficou entreaberta e suas irises com linhas vermelhas ficaram completamente azuis.

— Você... - Ele disse.

— Jane! - Era a voz de Victhor, havia urgência em seu chamado. — Jane!

Os dois se olhavam, Jane puxou as chaves de volta, o sereia afastou-se da grade e virou as costas para ela, tornando a olhar pela escotilha cheia de gotas do mar, lá fora nuvens negras pairavam por cima do Alma Negra...

— É melhor você ir logo.

Mas ela não o ouviu, já estava aos pés da escada, subindo em direção ao convés.

Theodora veio aflita ao seu encontro.

— Capitã, uma forte tempestade está chegando. Não parece coisa boa!

— Fique calma, Theo. - Jane respirou fundo e recuperou a tranquilidade. - Diga a Pyra para assumir o timão, amarrem bem as cordas e direcionem as velas para o sul. Vamos usar a tempestade ao nosso favor. Mantenham-se em seus lugares. E não tirem os olhos do mastro.

— Sim senhora. - Afirmou ela, saindo correndo pelo convés com um sorriso no rosto. — Bora cambada! Vamos passar por mais essa!

Jane observava as nuvens, via os raios e os trovões e a tempestade refletia em seus olhos.

— É bom estar de volta.

Nota: Olha eu de novo! E essas conversas de hoje, hein? Will e o Sereia, Jane e o Sereia, o que vocês acharam?

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