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Capítulo 52 - A escolha da capitã.

O Império da Água fora largado para ruir com o tempo, para apodrecer e deixar de existir. Tudo que fosse de algum valor para os homens foi saqueado, contrabandeado e espalhado para o resto do Oceano Uno.

Objetos sagrados para o povo das águas foram usados como adorno nas casas ricas, cálices que antes tocavam as bocas das Imperatrizes da Água serviam bebida para os homens que vendiam sereias para trabalhos escravos, braceletes usados para as cerimônias mais importantes adornavam os braços vis de mulheres que vendiam corpos de outras mulheres para o prazer masculino, colares de pérolas das sacerdotisas da água levados para alegrar os amantes homens e mulheres que regozijavam ao terem para si joias etéreas e graciosas do povo do mar.

Se Azah ainda estivesse viva, convocaria seu exército para recuperar cada item perdido. Ela era tão amável com sereias e humanos, tratava todos com muito respeito e carinho, no entanto, o mar transbordava sua fúria quando algo a desagradava e Ellyn, a mais paciente das sereias, sempre vinha ao seu encontro com calma e serenidade para apaziguar seu coração.

Azah e Ellyn eram gêmeas quase idênticas, tinham os cabelos no mesmo cumprimento, os traços finos como se esculpidos pelo toque das deusas – a quem dizia que foram mesmo, até suas vozes eram parecidas, Ellyn falava mais manso apenas. As duas irmãs andavam sempre lado a lado, de mãos dadas compareciam aos eventos solenes e nunca precisavam consultar uma a outra para saber o que pensavam. Uma das maiores diferenças era no modo de agir, Azah sentia antes de pensar e Ellyn sempre refletia primeiro. Diziam alguns que eram complementares como Yin e Yang. E teria sido assim até os dias de hoje se Azah não houvesse se enamorado do General dos demônios durante a Segunda Guerra do Sangue.

Há quem diga que Ellyn nunca permitiu que Azah se relacionasse com ele, mas pelo contrário, Ellyn tentou várias vezes dizer a ele que deixasse o lado sombrio e maléfico e fosse feliz ao lado da irmã, mas ele não a quis ouvir e acabou sendo levado ao mundo dos mortos. Ao menos era isso o que contava o lado vencedor da Guerra, mas a história pode ser mais do que isso, apenas não foi ainda contada do jeito certo.

Azah ficou tão triste, tão transtornada que encheu o mundo com sua dor... Ellyn jamais se perdoaria se não a houvesse parado e vê-la padecer em seus braços era a pior lembrança em seu coração.

Boatos disseram que Ellyn nunca mais foi vista, que morrera junto com seu Império, mas a verdade era outra.

Quando Azah invocou as tempestades e as ondas e inundou os mares por pura tristeza, Ellyn já estava esgotada, havia usado grande parte de sua magia para deter os demônios não permitindo que mais daqueles seres viessem do caos para a terra. Seu corpo e seu espírito estavam cansados e somente o imenso desejo de viver ainda mantinha as batidas em seu coração. Sendo assim, ela precisava de poder para suprimir Azah, precisava de algo que a ajudasse a recuperar as forças.

Quase perdendo as esperanças, lembrou-se de Lótus, a amiga e guerreira, e pediu que buscassem o colar que havia ganhado dela. Era um colar feito de pérolas brilhantes onde Lótus depositou grande parte de seu poder depois que não precisaria mais dele. Foi entregue a Ellyn pois a guerreira sabia que ela jamais usaria aquele poder para fazer algum mal. E estava certa. Ellyn precisou de algumas das pérolas, absorvendo o poder delas foi capaz de afastar as tempestades geradas por Azah e de baixar o nível das águas ao menos um pouco.

Com o resultado de tanto esforço, a Imperatriz teve suas forças exauridas, pediu que as sereias deixassem seu corpo em um local seguro no mar e buscassem abrigo nas profundezas do azul. O restante das pérolas foi devolvido ao Palácio de Esmeraldas, no Império das águas, onde seriam a sustentação dos pilares e manteriam o povo seguro até que Ellyn pudesse retomar o seu lugar. Mas a bondosa Imperatriz não contava com a gananciados senhores do tempo e passaram-se muito mais anos do que ela gostaria.A ganância dos humanos passou dos topos de suas cabeças e as pérolas foram levadas e espalhadas mundo afora durante os roubos que sucederam ao Império das Águas.

Aliás, essas são as mesmas pérolas que Jane está a procura durante tanto tempo.

Talvez fosse obra do destino, ou influência das deusas sobre o destino, mas Jane havia encontrado com Ellyn uma vez. Ela mesma gostaria de contar essa história a Lantis, havia tantas coisas que ela gostaria de perguntar a ele, mas no momento os dois estavam na mira de Markus, prestes a morrerem com uma bala perfurada em seus crânios.

— Markus! – Jane disse entre os dentes. — Seu maldito!

O homem com os olhos ardendo em raiva não desviava a mira do sereia, ele sorria enquanto dava passos à frente.

— Vejam só, eu sabia que você viria atrás dele, Lidia, ou melhor, Jane. – Ele fez questão de mencionar o nome dela bem claramente. — Você não iria morrer naquele dia, não ia deixar o pobre peixinho na mão dos caras maus, - Ele andou até o corpo de Anne e bateu com a ponta do pé no calcanhar dela. — Ou melhor, com a moça má.

Lantis ouviu o nome ser pronunciado com remorso da boca de Markus, num instante, como se fosse atingido por uma memória terrível, seu corpo ficou rígido e ele se lembrou de nomes, gritos e sussurros. Quando estava na cabana, na fazenda de Markus, ele ouvia quando os homens falavam sobre uma moça chamada Lidia e sobre como Markus tinha mão leve sobre ela, Lantis não deu nenhuma importância na época e agora arrependia-se de não ter prestado mais atenção àquelas palavras. Houve uma noite que alguém veio até a cabana, parecia estar se escondendo e Lantis viu quando a silhueta feminina ergueu algo como uma marreta até o topo da cabeça e se não fosse uma voz feminina mais velha tê-la repreendido ela teria dado com a marreta na porta, ele ouviu quando a senhora gritou "Lidia, o que está fazendo?". Pensando bem, aquela mesma silhueta o retirou de um caixote na Ilha Liberdade.

— Você... – Lantis disse baixinho sem que Markus ou Jane ouvissem. — Era você.

As vezes parecia que aquela pessoa rondava a cabana, ele ouvia quando alguém levava água para os capangas e se demorava próximo a cabana. Pensando agora, devia ser a tal Lidia, devia ser Jane buscando uma maneira de tira-lo de lá. Ela estava lá o tempo todo, e se realmente fosse isso, então quando os capangas disseram sobre os golpes, sobre o chicote, sobre o açoite, então tudo aquilo aconteceu com Jane. As marcas no corpo dela foram feitas por Markus, e mesmo que Lantis não tivesse dito nada, a marca no rosto dela...

— Essa cicatriz ficou bem em você. – Markus disse como se percebesse para onde Lantis olhava. — Eu devia fazer uma igual do outro lado, seria ótimo olhar para você assim todos os dias. Aposto que ainda dói. – A boca dele sorriu sem sorriso, era lábio sendo repuxado por musculo, sem nenhuma emoção. — Mais uma marca deixada em seu corpo por mim, mais uma para você nunca se esquecer a quem você realmente pertence.

Jane já não tinha mais nenhuma outra marca, Lantis havia retirado todas elas. Mas Markus não sabia disso e por este motivo ela sorriu.

— Eu comprei você daquele maldito mercante, eu comprei uma puta ruim de cama que deu tanto prejuízo a Madame Falcão que devia ter sido morta. Você é minha propriedade, como muitas das vacas que estão em minha fazenda. – Dito isso, Markus teve uma ideia. — Uma vaca... Você já viu o que fazem com as vacas para não fugirem, ou para não serem pegas por outros por aí? É isso que eu vou fazer com você, Lidia, vou marcar sua pele com ferro quente e ninguém nunca mais vai ousar tocar em você.

Lá fora ainda estava movimentado, todos estavam bem ocupados com seus próprios oponentes e seria difícil alguém encontrar Jane.

— Você jamais vai tocar nela de novo! – Lantis já não queria mais ouvir nenhuma palavra da boca de Markus. Já estava farto de pensar sobre o que ele dizia, sobre o que Jane devia ter passado naquele lugar e sobre o que ele faria se a pegasse.

Foi quando Thomas veio à mente dela, a conversa que tiveram deveria fazer sentido agora, ela riu alto.

— Você é tão burro, tão tolo e imbecil. – Jane passou a mão no rosto onde tinha a marca e forçou um pouco as unhas, uma linha fina de sangue escorreu. — Isso? Isso não é nada. Não significa nada e eu não sinto nada. Você pra mim é nada, nunca foi e nunca será. – Ela disse olhando diretamente para Markus como sabia que ele detestava que ela o fizesse. — Mas você está certo sobre uma coisa. – O sorriso de Markus pareceu tremer no canto dos lábios. Jane tomou posição ficando de frente de Lantis deixando a costa livre caso Markus quisesse atirar. Ele não iria, não naquele momento antes que a fizesse sofrer mais. Os dedos de Jane estavam gelados, as pontas tremiam e seus lábios pareciam um tanto roxos. Lembranças ruins, uma perspectiva de futuro ruim, tudo misturado dentro de sua cabeça. Mas ela tinha um objetivo ali e precisava colocar seu plano em prática.

— Jamais deixaria que uma mulher suja como essa tocasse no meu sereia.

Lantis a olhava sem entender, o olhar dela dizia alguma coisa que ele não conseguia decifrar, além de assustados, os olhos de Jane pareciam um pouco molhados.

"Se tudo for como você diz, ele vai aceitar a troca." – A voz do dono do Cão Voador ressoava.

— O sereia é valioso para mim, você já deve saber disso.– Jane estava de frente para Markus agora. O perfume de Lantis começou a embriagar seus sentidos, Jane não se sentia mais zonza ou tinha dores de cabeça próximo a ele, mas isso não queria dizer que nada acontecia. — Ele vale mais do que você pode supor. – Markus poderia entender que ela falava sobre ouro ou prata, mas o quanto Lantis era importante para Jane não poderia ser medido dessa forma. Embora aquela atitude de Jane fosse para proteger Lantis, para Markus o que mais chamava a atenção era o seu olhar, áspero e desafiador, fazia com que ele tivesse vontade de arrancar aquilo dela, como se fosse possível domá-la como ele fazia com os cavalos em sua fazenda. — Mas quanto ele vale pra você? Será que vale mais do que eu?

— Jane, o que voc... – Lantis teria dito mais, mas Markus disparou uma bala em seu ombro. O sereia levou a mão onde o sangue escorria. Jane olhou para sangue escorrendo e deslizando sobre o braço de Lantis.

— Você pode imaginar o que ele e eu já fizemos? – Olhos azuis arregalados dispararam contra a capitã. — Enquanto você estava bebendo e fumando sozinho naquele escritório imundo, ele e eu ficamos entre lençóis, quentes e úmidos. Tenho certeza que você pode imaginar muito bem todo esse tipo de coisa. Será que não seria melhor que eu estivesse bem diante de seus olhos e nunca mais pudesse fazer isso com alguém?

Impossível dizer o que Markus sentiu ao ouvir a última frase de Jane. Nojo, raiva, orgulho ferido. Traição. Como uma propriedade sua ousava desafia-lo dessa forma? Seja para o que ele quisesse fazer, ela era sua e devia obedece-lo e não ficar se deitando com sereias.

— Os homens lá fora não vão desistir, seu pessoal esta encharcado de álcool, eles podem ser bons, mas não valem muita coisa se não conseguem disparar ou usar bem uma espada. Então o final dessa batalha você já pode imaginar. – Jane olhou para a pistola de Markus que em nenhum momento havia sido desviada. — Mas eu o conheço o bastante para saber que vai atirar no sereia assim que perceber que sua vida depende disso. – Markus riu, ele faria exatamente isso. Não deixaria Lantis e Jane livres para viverem momentos quentes entre lençóis mais uma vez.

— Você não esta me dizendo isso atoa. O que você pretende, Lidia?

— Uma troca. Sua vida, pela vida do sereia.

Markus riu alto mais uma vez.

— Não. Ele vem comigo.

Jane torceu os lábios, o gosto de sangue desceu por sua garganta.

— Bem, eu tenho outra coisa que você tanto quer... – Lantis olhou para Jane com os olhos interrogativos. Ele não entendeu o que ela queria dizer até que ela franziu a testa e cuspiu as palavras. — Vamos trocar, eu fico no lugar do sereia e você o deixa ir. Ninguém vai atirar em você e você volta para seu navio em segurança.

Markus franziu a testa, riu alto numa gargalhada dramática como fazem os atores em peças de teatros, ele até mesmo limpou uma lágrima que descia por seu rosto.

— Você está brincando comigo? Por que eu deixaria um de vocês ir enquanto tenho os dois bem aqui? – Ele apontava a arma para o chão, indicando o cárcere em que eles se encontravam.

— Por que você ainda quer viver. – Jane disse séria demais para quem poderia estar blefando. — Seus homens não são suficientes, não seja burro. – Ela fez uma pequena pausa para que Markus fizesse as contas. — Os homens ao nosso lado são mais fortes, melhor preparados e seus homens estão bêbados e cansados de comemorar. – Mizuki havia dado a eles alcool o suficiente para ludibriar seus sentidos. — Você sabe que os homens livres que lutam com Benjair não vão dar a vida por uma merreca de moedas como ele costuma fazer. A essa altura, nós já podemos tê-lo matado e você nem sabe. Tirando o pessoal de Mizuki, duvido que haja muita gente viva nesta ilha depois do que está acontecendo lá fora.

Markus ponderou, mantinha ainda a pistola apontada para ela, não sabia se deixava-se duvidar ou se mantinha a certeza de acabar com os dois ali mesmo. Mas acabar com Jane seria nunca mais ter Lidia em volta de suas rédeas de novo.

— Você vem comigo, e o sereia vai com seu pessoal, é isso que está propondo?

— Exatamente.

— Eu venço no final... – Markus apertou os olhos para Jane, seus pensamentos indecifráveis.

Jane não estava mentindo, mas luta lá fora não estava tão fácil assim, apesar de alguma vantagem, o pessoal de Romualdo ainda dava duro para vencer. Markus tinha uma arma e sabia muito bem como atirar para matar, bastava um disparo e Lantis cairia sem vida no chão, ela mesma poderia morrer e nada daquilo faria sentido. Jane confiava apenas na arrogância e prepotência de Markus.

Lantis estava aflito, a dor em seu ombro amentava a cada instante que sua carne tentava expelir a bala alojada ali.

— Não faça isso Jane. – Ele disse de trás dela, a voz num murmúrio.

Jane queria virar-se, queria olhar para Lantis e dizer que tudo ficaria bem, levar ele de volta ao seu navio e mantê-lo em segurança, mas Markus perdia o controle com facilidade e ali não seria o momento para provoca-lo.

— Fique quieto sereia. – Ela disse na intenção da hostilidade em suas palavras alertarem Lantis para o mal que Markus poderia causar a eles.

Disparos próximos vieram do lado de fora, homens caiam mortos no chão e Jane reconheceu o urro de Simon, ele estava acabando com qualquer um que entrasse em seu caminho e não tardaria a chegar ali. A capitã ficou aliviada e ao mesmo tempo receosa, se Markus se sentisse acuado poderia matar um dos dois em um sopro.

— Jane, não vou permitir que você vá com ele. – Lantis deu a costas para Markus ficando de frente para Jane. Os olhos dele fixos nos dela, ela tinha medo, muito medo. Ele não. — Você disse que ficaria ao meu lado, e eu prometi que não sairia do seu. Você não vai a nenhum lugar. – Lantis abraçou o corpo de Jane como se quisesse protegê-la do mundo, como ela queria fazer com ele.

Ela quis empurra-lo, bater nele e gritar que Markus o mataria pela audácia, mas o tempo em que pensou nisso foi tão curto que mal viu quando rodeou o corpo de Lantis com seus braços.

Markus riu esganiçado, deu pequenos passos em direção a eles, a arma apontada para a cabeça do sereia tão próximo que se atirasse dali provavelmente mataria Jane junto.

— Não posso acreditar no que estou vendo aqui! Isso é hilário demais! – Markus atirou na perna de Lantis, mas o sereia permaneceu do mesmo modo que estava. — Tudo isso pelo sereia, que valor você tem, hein peixinho! – Ele fez uma pequena pausa, os olhos dele encontraram-se com os de Jane. Markus poderia morrer pelo olhar que recebeu dela, mas isso só fez o sangue dele ferver mais. — Pois bem, – Ele disse afastando dos dois. — Eu aceito.

Jane soltou-se sem a menor vontade dos braços de Lantis.

— Vai me levar com você e deixar o sereia ir?

— Não. – Ele riu, debochado. — Claro que não! Quem iria fazer um negócio horrível desses?

E como os outros dois olharam pra eles confusos ele explicou depois de passar a mão na cabeça e levar os cabelos molhados de suor para trás.

— Não me leve a mal, Lidia, eu adoraria exibi-la em salões nobres acorrentada ao meu lado, a tão famosa Capitã do Alma Negra como uma cachorrinha lambendo meus sapatos! Posso imaginar você com uma marca bem grande nas costas, andando ajoelhada por onde eu mandasse, fazendo o que eu mandasse e, oh Lidia, seria lindo ver você implorando por qualquer migalha que eu estivesse comendo. – Markus se deliciava com as cenas que criava em sua mente enquanto Lantis cerrava os punhos. — Mas, bem, acho que prefiro as coisas do jeito que estão. Ele apontou para a coleira de Lantis. Sabe o que é, Lidia, eu prefiro não dar a você nenhuma oportunidade de foder com esse sereia de novo do que tê-la em minha fazenda e vê-la sendo invadida por piratas no meio da noite. Ou você pensa que aquele cara lá fora iria me deixar em paz? – Ele se referia a Simon cujos urros ficavam mais altos a todo instante. — Você quer uma troca, certo? – Ele não esperou pela resposta e engatilhou a arma em direção a cabeça de Lantis. — Então vamos trocar o seu navio pelo sereia.

— Como é que é? – Lantis avançou para cima dele, o ferimento em sua pele ainda aberto recebeu mais uma bala da pistola de Markus.

— Cale a boca homem-peixe!

Lantis caiu dessa vez, ajoelhado no chão com a mão no local do ferimento. Jane quis ir até ele, mas Lantis estendeu a mão para trás impedindo-a.

— Você diz que seu sereia é muito valioso para você, mas eu imagino que seu navio também seja. – Ele dizia, agora de volta com os trejeitos estranhos que tinha e com a voz que usava quando fazia negócios com o homens nobres em sua fazenda. — Então, eu tiro meu pessoal do seu navio, os que estiverem vivos, claro, assino uma carta para a Marinha Imperial alegando que pegamos o navio errado e que o tal "Alma Negra" foi explodido durante uma batalha em alto mar e você pode leva-lo daqui, sem maiores problemas. Eu continuou com a minha cabeça no lugar e você sai daqui com aquele seu pessoal.

Jane olhou para Lantis que também a encarava, ela parecia confusa e ao mesmo tempo entendida o que Markus queria.

— Em troca, o sereia fica comigo.

— O que você vai fazer com ele? – Ela quis saber.

— Jane... – A voz de Lantis não foi capaz de continuar.

— Vou leva-lo para a minha fazenda, aquela mesma que você conhece tão bem. – Ele sorriu como alguém que está prestes a acender um cigarro para conversar mais à vontade com os amigos, a pistola ainda engatilhada apontava a todo momento para a cabeça de Lantis. — Tem bastante trabalho pra ele lá.

Jane desviou o olhar do sereia, desde o instante em que entrou naquela sala ela queria proteger ele, queria tira-lo dali com vida, leva-lo para fora, para o mar, mas tudo o que conseguiu foi que a arma ficasse ainda mais cravejada na cabeça de Lantis. O olhar de Markus só dizia uma coisa e certamente não era o que erla queria ouvir.

— Feito. – A capitã do Alma Negra teria seu navio de volta.

Os três saíram da saleta, Jane na frente, seguida por Markus, Lantis atrás deles com as mãos atadas e uma coleira com uma corrente de ouro no pescoço, havia a inscrição "Maud" nela, mas quem o levava pela corrente fina de ouro era Markus. Os olhares de todos eram tão assustadoramente absurdos que podiam jurar que estavam tendo alucinações.

— Capitã? – Victhor ao lado de Will não entendia nada.

— Seu... – O loiro tentou avançar para cima de Markus que acenava para ele como se fosse uma dama da corte. Victhor não o seguraria se não tivesse ouvido Jane dizer:

— Vamos embora. – Ela disse e depois gritou. — VAMOS EMBORA, TODOS SAIAM DAQUI AGORA!

Simon estava por perto, o rosto coberto de sangue, a respiração cansada. Não foi preciso repetir, ele seguiu Jane que andava na frente em direção ao Alma Negra.

— Vamos agora! – Ela gritou tão alto como se sua vida dependesse daquilo, Markus acenou em concordância e os seus e os de Romualdo foram apartando a briga. Jane estava certa em dizer que além do pessoal de Mizuki ninguém mais iria sobrar, haviam muitos mortos para todo lado. De pouco em pouco os homens foram se juntando a eles.

Aqueles a mando de Romualdo foram mais arredios, no entanto depois de ver Jane o próprio Romualdo ordenou que eles voltassem. Ele sabia que havia acontecido alguma coisa, o rosto de Jane espelhava pânico e desespero.

Markus havia passado Lantis para sua frente e manteve uma pistola apontada para a cabeça dele o tempo todo. Os dois Maud saíram do esconderijo onde estavam e só sabiam gritar "Onde está Anne?". Ninguém respondeu.

Benjair sai esbaforido de ninguém sabe onde e ficou ao lado de Markus, os cabelos desgrenhados e a pele suja de poeira.

Markus abanou as mãos para os que iam embora como se faz ao enxotar um cão de rua. Jane olhou para Lantis uma última vez, ele olhava para ela de volta e sua coleira foi puxada pelas mãos de Markus com tanta força que ele caiu no chão.

A partir daí tudo correu como tinha que ser, logo os navios estavam na água, os homens de Thomas e Romualdo se dividiram e colocaram o Alma Negra de volta ao mar. Acordos entre piratas não eram comuns, mas aconteciam e todos sabiam as regras, acordo fechado, acordo cumprido, navios nas águas e fim de papo.

O Alma Negra estava em péssimas condições, mas chegaria bem até a Ilha do Homem Bravo. Jane entrou na cabine e quase não a reconheceu, faltavam tantas das suas coisas ali.

Sobre o assoalho ela verificou e encontrou a caixinha com suas pérolas, colocou-as sob a mesa e tirando a chave de dentro da blusa abriu-a e conferiu as pérolas. Fechou a caixinha quando ouviu a porta abrir.

Victhor entrou, Simon estava ao seu lado.

Eles viram a cabine vazia, a costas de Jane e a caixinha sob a mesa. Foi Simon quem se aproximou primeiro dela. Victhor continuou parado a porta, havia algo em Jane que o fez esperar.

Simon chegou perto o suficiente e assentiu para o amigo de óculos à porta. Victhor não demorou mais que um suspiro para envolver Jane em seus braços, passou a mão nos cabelos dela como se faz com uma criança. Ela desatou a chorar, copiosamente, um choro cheio de dor, gritou com a alma saindo de sua garganta e suas unhas cravaram em sua própria pele fazendo o sangue escorrer.

— Jane, oh, minha Jane. – Victhor acalentava a capitã que só fazia chorar e soluçar. — Vai ficar tudo bem Jane.

— Não, Victhor! Não me diga que vai ficar tudo bem. Não agora enquanto eu deixei Lantis para trás nas mãos daquele monstro.

Vichtor olhou para Simon que ainda envolvia os dois, os olhos de Simon vibravam como se ele pudesse sentir a dor de Jane.

— Não era pra ser assim, era pra ser eu, era pra ter sido eu a ficar lá, não ele, não o Lantis, não ele... – O Choro de Jane era carregado de ressentimento. — Era pra ter sido eu pelo sereia, e não ele pelo navio, mas... mas se eu não aceitasse naquela hora, o Markus – Sua voz tremia enquanto as palavras enrolavam em sua língua. – Aquele maldito iria mata-lo ali mesmo. Aquela proposta idiota que ele fez, aquilo foi para provar a Lantis que ele não valia nada, ele gosta assim, ele gosta de ver as pessoas se sentindo humilhadas. Eu tenho certeza que se não tivesse aceitado, ele iria matar nós dois. Ele teria puxado o gatilho e matado Lantis na minha frente só para se deliciar com a minha dor, tenho certeza que era isso o que ele iria fazer. Eu tenho absoluta certeza que ele teria puxado aquele gatilho.

— Você fez o melhor que podia naquela situação, Jane. – Victhor tinha os olhos marejados, ver a amiga sofrer assim lhe doía o coração.

— Eu não acredito nisso, Victhor.

— Se você não aceitasse Lantis poderia estar morto agora, você poderia estar morta agora. – Victhor disse e sentiu o aperto de Simon ficar mais forte.

— Não diga isso de novo. – O grandão disse.

— Então, por que... – Jane disse entre fungos e lágrimas que desciam. — Por que está doendo tanto? – Entre as mãos dela estava a blusa de Victhor, Jane apertava o tecido com muita força. — Se o que eu fiz foi a escolha certa, por que parece tão errado?

— Jane. – Simon a chamou, mas ela não iria pensar em outra coisa que não fosse a própria culpa agora.

— Você viu como ele estava? Você viu como ele me olhou? E se Lantis não me perdoar?

Simon abafou a voz dela com seu abraço, seus longos braços contornaram o corpo dos outros dois e quase os privou de respirar.

— Nós vamos trazer o seu sereia de volta, Jane.

Se alguém pudesse ver o rosto de Jane agora poderia constatar a surpresa nos olhos dela.

— Simon...

— Eu ainda não o aceitei. – O grandão disse. — Não vá achando que vai ser fácil assim. – Ele encostou o queixo na cabeça dela, devagar e de leve. — Mas não quero ver você assim de novo. Vamos trazer seu sereia de volta, e acabar com a vida daquele miserável.

Houve o silêncio, os três ainda abraçados, dois deles tentando mais respirar do que tudo, passaram uns minutos assim até que o choro e as lágrimas de Jane amenizassem um pouco e ela parasse de soluçar.

— Pessoal? – Will bateu à porta. — Vocês estão aí? – Ele ainda estava do lado de fora. Vic, está tudo bem? Você está bem?

Simon afrouxou um pouco os braços e Victhor pode sair. Ele ajeitou o óculos no lugar e enxugou uma lágrima que ainda tinha no olho.

— Ei, Vic, - Jane usou o apelido de propósito. Ela ainda estava abraçada com Simon, seu sorriso saiu feio e retorcido, mas ela se esforçou. — Não vai mesmo dar uma chance a ele?

Victhor respirou fundo.

— Agora não é hora pra isso.

— Alguém de nós três precisa ter um pouco de felicidade. – Ela abraçou Simon ainda mais forte.

— Você sabe quem eu ainda amo.

Jane fez que sim e voltou a afundar a cabeça no abraço de Simon.

— Só não deixe de fazer as coisas realmente certas, você pode se arrepender depois. – Ela disse com a boca um pouco abafada pelo tecido de Simon.

— Eu não gosto nenhum pouco desse cara. – Simon que falou, suas mãos grandes nos cabelos de Jane, ajeitando os fios que a malgrado estavam bagunçados no rosto dela misturando-se a lágrimas e corisa. — Mas eu acho que ele gosta mesmo de você.

Duas vezes no mesmo dia Jane não pode aguentar. Apesar da dor e da tristeza, ela sorriu.

Will sacolejava a maçaneta e ainda gritava o nome de Victhor do lado de fora.

— Ele é insuportável. – Victhor disse enquanto limpava a lente do óculos e sorria.

A porta foi aberta devagar, um Will ansioso foi trocado por um Will boquiaberto.

— Perai! – Ele disse quando Victhor fechou a porta na sua cara e saiu. — Simon estava mesmo abraçando ela? O Simon? Aquele Simon carrancudo e agourento?

Victhor riu um pouco alto, Will o seguiu ainda falando sobre como aquela visão ficaria registrada em sua memória para sempre.

Chegaram até o porão do navio, Victhor tinha um caderno na mão e passou a fazer anotações, Will perguntava onde colocaria cada coisa que estava fora de lugar, outras vezes não perguntava nada e apenas fazia como achava que era, no fim da noite o depósito estava organizado apesar de quase vazio.

— Pela deusa, Vic, você só me da trabalho para fazer! Quando vamos sentar e beber juntos conversando sobre as coisas boas da vida? – Will limpava o suor que escorria da testa.

— Pelo jeito que as coisas estão, - Victhor limpou o próprio pescoço de onde pingava suor. — Vai demorar pra isso acontecer.

Os dois rumaram para outros afazeres, passavam pelos homens de Romualdo e de Thomas e reparavam como os dois grupos tinham jeitos distintos de cumprir as tarefas. Os homens de Romualdo mais brutos, os de Thomas mais ágeis e sempre que terminavam as coisas deixavam o lugar limpo. O que tinham em comum era a competência, principalmente Victhor os observava trabalhar com afinco e precisão. Não enrolavam apesar de conversarem, o trabalho com as cordas não tinha erro nenhum, o convés fora limpo de todo sangue e vísceras e o cheiro do mar finalmente pode ser sentido de novo no Alma Negra. Foram horas e muito trabalho e tudo valera a pena no final.

— Quantos canhões nós perdemos?

— Mais da metade. – Victhor limpava a testa com uma flanela.

A noite de outro dia chegava no Alma Negra, Jane havia descansado muito pouco ou quase nada e todos seus esforços estavam voltados para deixar o Alma Negra apto a mais uma batalha. Junto com Simon discutiram sobre o plano o dia todo na cabine da capitã, o restante dos afazeres houvera ficado a cargo de Victhor. Ele estava na proa do navio, olhando a água lá embaixo, imaginando que tipos ainda tinham naquele imenso azul que eles nunca viram.

— Os navios de Romualdo e Thomas estão à frente. – A voz de Will alcançou seus ouvidos.

— Estão sim. – Victhor não precisou virar para olha-lo, logo o loiro já estava ao seu lado.

— Eles tiveram poucas avarias, não vão ter muito prejuízo no final das contas.

— Jane vai querer pagar tudo. – Victhor esfregou o meio da testa com os dedos. Ele deveria manter tudo contabilizado para quando a capitã o procurasse para ver as dívidas.

As noites no mar costumam ser mais frias do que os dias, o vento soprava e balançava os cabelos de Vitchor. Will olhava para frente quando viu o rapaz ao seu lado colocar uma mecha do cabelo atrás da orelha. Ele demorou o olhar ali.

— O que foi? – Victhor manteve os olhos para frente, o vidro dos seus óculos refletiam a escuridão da noite e pouco do brilho das estrelas no céu. Não havia lua.

— Seu cabelo está diferente.

Os lábios dele desenharam-se num sorriso fino.

— Eu parei de usar aquela pasta.

E como Will continuou olhando para ele, Victhor virou o corpo em direção ao loiro.

— Ficou ruim?

Will não sabia o que dizer. Na verdade, achava o cabelo de Victhor bem bonito daquele jeito que era antes, lambido para trás como se passasse sebo de carneiro nele todo deixando-o ainda mais preto do que já era, mas, vê-lo assim, com o cabelo leve sendo bagunçado pelo vento era de tirar o folego.

Will pigarreou.

— Não ligo. Não fico reparando em cabelo de homens...

— Entendi. – Victhor ajeitou o óculos, manteve o sorriso no rosto. — Eu também gosto do seu, parecem raios de sol pela manhã.

Sorte de Will estar bastante escuro, jamais se perdoaria por um homem vê-lo ruborizar daquele jeito. Ora, ele era um sem vergonha! Todos sabiam disso, que diabos estava agora corando feito uma donzela após receber um elogio?

— Posso? – E para piorar sua situação, Victhor estendeu a mão em sua direção insinuando que queria tocar seu cabelo.

Ele queria dizer "Não pode! Sai fora!", mas ao invés disso aproximou um pouco mais do outro e abaixou levemente a cabeça para que Victhor a alcançasse.

— É, é como eu imaginei que seria. – Victhor normalmente sorria sem mostrar os dentes, apenas repuxando os lábios, como se fosse educado para não se mostrar demais. — Parece que estou tocando em algodão. – Não satisfeito em colocar uma das mãos, ele levou a outra até os cabelos de Will e deixou os dedos passearem por lá.

Will mantinha os olhos para baixo, o rosto ardendo como se colocassem nele uma máscara fervente, a sensação dos dedos de Victhor passeando por seus cabelos era irritantemente boa. Os dois estavam bastante próximos, não que não ficassem assim antes, mas o coração de Will parecia que explodiria dentro do peito.

Puta que pariu! – Ele pensou. — Mas que droga está acontecendo lá embaixo!

Victhor parou o que estava fazendo, Will estranhou e olhou para ele, bem, talvez fosse melhor não o ter feito.

Os olhos de Victhor estavam fixos nos dele, feito duas pérolas negras brilhando a noite, Will sentiu-se piegas, fraco, embebido em puro álcool e desejou ter uma cadeira próximo para que pudesse deixar o corpo recostar.

— Você está suando. – A voz de Victhor veio seguida do toque das pontas de seus dedos que deslizaram retirando alguns fios de cabelos úmidos da testa de Will.

Pela deusa, alguém me socorre! – Will implorou dentro da sua cabeça.

E como se ouvisse o apelo do rapaz perdido a sua frente, Victhor deixou os cabelos dele quietos de novo e voltou com os braços para ao lado do próprio corpo. Mirou a frente, desviando abruptamente dos olhos verdes de Will e sentou-se na madeira da amurada da proa. Tirou um cigarro do bolso e o acendeu. O rapaz ao seu lado meio paralisado observava os movimentos de Victhor e a forma como os lábios dele prendiam o papel que envolvia aquele troço fedorento.

No segundo em que Victhor o olhou de volta para falar qualquer coisa, Will deu um tapa em sua mão e fez o cigarro cair no mar.

O rapaz de óculos olhou-o de volta.

— Isso foi muito mal educado.

— Eu não ligo, esse negócio é muito fedido.

Pareceu quase um sacrilégio aos olhos de Will aquela boca tão bonita e delicada experimentar, ali bem na sua frente, aquele cigarro grosseiro e escabroso.

Victhor voltou a ficar de pé, chegou perto de Will o tanto que mantivesse ainda uns dois ou três dedos de espaço entre eles.

— O que foi Will? Tem algo errado? Alguma coisa está incomodando você?

Will ficou olhando para ele um tanto abobado, se havia algo errado com ele? Bem, Will não havia percebido até que ele falasse.

— É, tem sim.

Victhor ficou preocupado por um instante, afinal, Will era sempre descontraído e bem à vontade. Ele havia feito a pergunta por pura provocação, mas ali, na sua frente, parecia que o rapaz estava à beira de um abismo.

— Então, diga! – Ele foi sincero e parecia preocupado. — Seja o que for!

Will fez o que tinha vontade, largou seu corpo para cima de Victhor e lhe deu um beijo rápido nos lábios. O movimento durou pouco, o tempo de uma respiração, foi desengonçado e quase doeu.

Victhor que estava atônito foi o primeiro a cair em si, deslizando sua boca para alguns centímetros da boca de Will.

— Então era isso, - Victhor o olhou enquanto Will tocava o próprio lábio. — Você tem lábios macios Will. – Seu rosto tinha uma seriedade diferente de quando ele estava bravo, era algo sedutor. — Mas eu não gosto de beijos roubados.

Will estivera naqueles poucos minutos preso no que acabara de fazer. O sentimento maravilhoso que tomou conta de seus lábios e as batidas mais rápidas no peito o deixaram atordoados. O modo como Victhor o estava olhando não deixava espaço para perder tempo com dúvidas ou com pensamentos quaisquer que fossem. Ele só sabia que queria mais, que era uma sensação boa demais para durar tão pouco tempo.

— Entendi. – Sua respiração tornou-se mais profundo enquanto as palavras saiam de sua boca. — Posso te beijar de novo?

Victhor tirou o óculos e o guardou no bolso.

— Pode. – Nesse instante, seus olhos escuros encaram os dele, e ele ficou em silêncio.

Will pôs fim ao pouco espaço que havia entre eles, levou a palma da mão até o rosto de Victhor sentindo o calor gostoso de sua pele, seus olhos não se desviaram nem um momento sequer. Victhor sorriu, para o deleite do loiro a sua frente, Will juntou os seus lábios com os de Victhor com ousadia, e fechou os olhos primeiro, deixando que aquele estado inebriante o tomasse por completo. Se os lábios de Victhor já eram bons por si só, Will não poderia descrever em palavras existentes o gosto de sua língua doce e afrodisíaca. A forma como suas bocas encaixavam perfeitamente uma na outra como se houvessem sido moldadas para que se beijassem toda uma vida causava euforia e gula, a sensação e o sabor de Victhor era melhor do que ele poderia imaginar, tudo nele era bom demais e Will pensaria mais tarde por que houvera esperado tanto tempo.

— Não pare. – Will disse entre ofegos depois que Victhor tomou curta distância da boca dele. Os olhos dele ainda fechados abriram-se devagar e encararam os de Victhor que estavam luxuriosos olhando para ele. — Não me olhe assim. – Will sentiu-se como um cordeiro das histórias infantis sendo colocado no forno pelo lobo pronto para ser servido no jantar.

Victhor segurou Will pela cintura, deslizou a língua pelo lábio inferior do loiro e tornou a beijá-lo com gosto e fome. Will estava certo, ele era mesmo um cordeiro sendo assado no forno.

Uma pequena nota: Não sei bem se eu gostei desse apítulo. Talvez e bem provavelmente ele sofra modificações mais tarde. O que acharam?

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