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Capítulo 51 - Contradições III


Os dois navios avançavam mar afora, o Cão Voador de Thomas ao lado do Ferrugem, um dos que ficavam ao comando de Romualdo e era muito bem armado. Ele havia dispensado os outros menores, ordenando que eles fossem correr com as entregas e mercadorias e levar um recado para os compradores "Aquele que fizer negócios com Markus, não faria mais negócios com o Homem da Ilha de Ferro." Bem, ele pagaria para ver quem o quisesse desafiar. Se Markus se achava muito perigoso em terra com suas muitas fazendas, ele que tentasse a sorte no mar, Romualdo tinha contato com todo tipo de gente e suas mercadorias eram bem mais perigosas que as dele. Não que Romualdo o quisesse vivo depois de tudo, mas não custava nada deixar os caminhos dele fechados caso ele conseguisse escapar com vida.

O pessoal do Alma Negra, os que sobraram e mais alguns camaradas que Romualdo pagou para irem com Jane, estavam no Cão Voador, a capitã foi colocada na cabine adjacente à cabine de Thomas. Romualdo estava em seu navio repassando a todo momento informações sobre o plano e ali em seu imponente navio ele tinha ainda mais o aspecto de um general. Era interessante como aquele navio era bem cuidado, normalmente um navio como o Ferrugem teria condições higiênicas mais precárias, mas a verdade é que todo pessoal de Romualdo trabalhava muito bem e não haveria nada que fosse feito com mediocridade.

O Ferrugem era um navio feito para intimidar e superar oponentes no mar, equipado com uma série de canhões de alta calibre posicionados estrategicamente em seus conveses capazes de disparar projéteis pesados a longas distâncias, permitindo que o navio destroçasse os inimigos mesmo de longe. As velas grandes e eficientes davam a ele velocidade quando fosse necessário, além de um casco projetado para agilidade, o que facilitava as manobras rápidas e saídas fugazes. Desistir, jamais, mas por vezes era prudente recuperar um pouco de espaço para repensar estratégias e Romualdo sempre voltava para terminar um trabalho iniciado. Jane sentia que aquele era um navio feito para guerra e nisso ela não estava nada enganada.

Já o Cão Voador era pomposo, cheio de detalhes entalhados e os tripulantes pareciam prontos para um baile a todo momento. Sofisticado demais para ser um pirata, mas não havia nada que se encaixasse mais na personalidade de Thomas do que seu próprio navio. A cabine de Jane era como as outras que haviam ali, móveis de qualidade, tapeçarias finas, espelhos ornamentados e detalhes em metal que renderiam uma boa quantia em dinheiro se fossem vendidas as pessoas certas. Ela preferia ficar nos alojamentos inferiores junto com os seus, mas Thomas falou tanto na sua cabeça que ela acabou cedendo.

— Tô achando isso muito estranho. – Will dizia a Victhor, sua rede ao lado da dele.

— Fale baixo. – Victhor esfregava a lente dos óculos com uma flanela.

— Ta bom, ta bom. – Will tentava sussurrar, mas ainda era alto para que alguém os escutasse se quisesse. — Eu to achando esse negócio de confiar no tal Romualdo muito suspeito.

— Puta que pariu! – Victhor resolveu sair da rede, aquela conversa tinha cara de treta e ele não queria plateia.

Os outros homens no navio de Thomas eram tão fuxiqueiros quanto no Alma Negra e em qualquer lugar burburinhos se tornavam histórias mal contadas e logo tinha alguém sendo enforcado por falar mal de outro alguém.

William o acompanhou até o compartimento de cargas do Cão Voador, era bem maior do que o que se tinha no Alma Negra, havia bastante espaço lá, o que era compatível com o trabalho de Thomas.

Victhor encostou a costas na madeira do navio e cruzou os braços na frente no peito.

— O que você quer?

William percebeu que Victhor o olhava estranho.

— Por que você fazendo essa careta pra mim?

Victhor, que tinha toda paciência do mundo explicou que estava sem o óculos e quase não via sem ele.

Por este motivo, que fazia todo sentido dentro da cabeça de Will, ele aproximou mais o corpo de Victhor e começou a dizer o que pensava. Victhor teve vontade de dizer que mesmo sem o óculos, ele podia ouvir perfeitamente naquela distância, mas achou por bem deixar pra lá, iria ouvir logo e voltar para a sua rede.

Will estranhava Romualdo confiar tanto assim nesse tal "Tartaruga", achava imprudente ir até Markus com apenas dois navios com a quantidade mínima de pessoal e estava pensando se aquilo não seria algum tipo de golpe vindo do Homem Bravo. Victhor pensava igual até certo ponto, mas não acreditava que era golpe, talvez fosse mesmo descuido de Jane agir com pouco pessoal, no entanto, não duvidaria de Romualdo, o conhecia de tempos atrás e sabia que o homem vingaria as mazelas causadas a filha, além do mais, Simon falava bem dele, o que era algo raro de acontecer e isso devia ser levado muito em consideração. Se Romualdo que raramente confiava em alguém estava acreditando no tal Tartaruga, não seria Victhor que colocaria dúvidas na cabeça de Jane. Ela já devia ter as próprias para pensar.

— Você entende que nessa situação em que estamos não adianta procurar chifre na cabeça de cavalo? – Os dois estavam ombro a ombro recostados na parede. — Olhe para o que restou do Alma Negra, olhe para Jane, acha que ela não pensa como nós? É claro que qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento e consciência agiria com mais prudência e adiaria um resgate até que tivesse melhores condições para isto. – Victhor recostou a cabeça e ergueu um pouco o queixo, seu pomo de adão subiu e desceu, era proeminente e um tanto lascivo, sua língua deslizou pelo lábio inferior depois que ele mordeu ali e ele bocejou. — Mas não estamos indo por qualquer pessoa, nós somos piratas e fazemos coisas impensadas o tempo todo. Não posso dizer que não faria o mesmo que Jane se estivesse numa situação em que a pessoa valesse a pena.

— Sim. – Will coçou a cabeça, havia reparado demais novamente. — Você deve ter razão, como sempre. – Ele sorriu.

— Vamos voltar então.

Victhor deu um passo para frente, mas a mão de Will o puxou pelo cotovelo.

— O que foi? – Ele perguntou já bocejando de novo.

William sorria, ainda que a falta dos óculos o impedisse de ver com muita clareza, Victhor sabia que o outro tinha um belo sorriso de quem vai aprontar alguma coisa.

— Nós estamos como aqueles casais que fogem à noite para namorar escondido. Não acha que...

Victhor respirou fundo e puxou o braço.

— Com a diferença que não somos um casal, William.

O sorriso de Will murchou. Não, eles não eram um casal. William nem gostava de homens...

— Mas...

Victhor não conseguiu discernir muito bem a expressão no rosto dele.

— Não tem nada de "mas". Pare de falar bobagens, amanhã vamos chegar na Ilha do Peixe Azul, você deveria estar pensando em como vai manter-se vivo.

Victhor deu a costas a ele e saiu andando devagar, passou por sacos de estopa, caixas de madeira com coisas que ele não distinguiu e tropeçou em algo mais a frente e quase caiu no chão.

— O que seria de você sem mim. – Will chegou a tempo de evitar a queda, segurando Victhor pela cintura e num aperto forte trouxe o corpo de Victhor ao encontro do seu, coxas entrelaçadas e as respirações descompensadas pelo susto.

— Na verdade, eu só preciso de óculos. – Victhor sentiu-se constrangido, soltou-se dos braços dele e foi até sua rede com Will seguindo-o de perto. O sorriso estava de volta aos lábios dele e nos de Victhor também.

No convés a noite seguia seu rumo, Jane estava na amurada observando o mar e pensando sobre o que já tinha passado até ali.

— Não consegue dormir, capitã? – Thomas aproximou-se tão silencioso que Jane só percebeu quando ele já estava ao seu lado.

Ela acenou a cabeça em negação e continuou olhando mar a fora.

Thomas espalmou as mãos sob a madeira e deixou a costas curvadas enquanto também olhava o mar, o cachorro sempre ao seu lado enquanto os outros já dormiam lá embaixo.

— Não se preocupe tanto, logo vamos traze-lo de volta.

Ela puxou o ar úmido para dentro do peito e soltou-o devagar pelas narinas, a tensão em seus ombros não se desfez com tanta facilidade.

— Espero que ele esteja inteiro quando encontrarmos e que não tenham arrancado os canhões fora. Deram muito trabalho pra conseguir.

Thomas o olhou com dúvida, a testa meio franzida e o lábio num sorriso de lado.

— Ah! – Ele entendeu. — Não, não. – Ele balançou a cabeça. — Estou falando do que realmente está te preocupando, Jane.

Ela virou seu corpo de frente pra ele, o movimento das ondas levando o navio para cima e para baixo nas águas do mar.

— Lantis. - Thomas sorriu vitorioso ao dizer o nome dele.

— Mas não pense que o Alma Negra não é importante pra mim! – Ela não negou, no entanto sentiu um ardor subir por seu pescoço quando a imagem de Daniel sorrindo no convés passou por seus pensamentos.

Jane estava ofendida. Como ela poderia colocar Lantis acima do seu precioso navio e como ela pôde ser tão transparente a ponto de Thomas perceber mais uma vez?

— Eu sei que é, todos sabem. Mas o navio não é mais importante do que...

— Markus quer a mim, ele está fazendo isso para me atacar, não tem nada haver com o navio ou o sereia!

— E como acha que ele vai conseguir machucar você? – Thomas aproximou-se de Jane, como sempre fazia. — Se fosse você, o que faria no lugar dele?

— Quando eu tenho problemas eu resolvo do meu jeito.

— Você quer dizer bem diretamente, não é? Você encara seus problemas, mas ele não é assim, ele vai usar o que for preciso para torturar você. A fama deste homem percorre os cinco Impérios, Jane, dizem que ele tem um lugar nas fazendas dele somente para machucar as pessoas.

Jane quase riu.

Um lugar? Há, todo aquele lugar é feito para que Markus possa machucar as pessoas.

— Eu estou certa que ele vai querer fazer uma troca, e eu vou aceitar.

— Uma troca?

— Ele quer a mim, não é?

Thomas pensou um pouco e entendeu ao que ele se referia.

— Você não pode estar falando sério! Não vou permitir que ele te leve.

Agora Jane não reprimiu o sorriso, ela estava cercada de pessoas que a queriam proteger e mesmo assim ela estava se jogando na boca do leão.

Ela repetiu o que disse a Simon, talvez uma tentativa de acreditar em suas próprias palavras.

— E se você deixasse o sereia? – Thomas disse depois de um tempo.

Jane desfez o sorriso e seu rosto se transformou numa carranca.

— O que você está pensando, Thomas? Eu não...

— Ora, Jane! Você sempre foi tão inteligente. Será que não pensou sobre isso ainda?

— Pegue seu navio e saia de lá, eu conversarei com alguém, tenho contatos no Leste, tenho certeza que posso...

— Isso não está em discussão. – Ela colocou a mão a frente, parando o que Thomas ia dizer. — Entre Lantis e eu, a escolha já esta feita. Ele sai de lá com o navio e o resto Simon já sabe o que fazer.

— Um sereia em troca de uma capitã sem seu navio? Isso parece loucura.

— Sempre é.

— Você não pode conseguir um navio com uma sereia, Jane. – Thomas estava ficando irritado, Jane parecia disposta a não sair das garras de Markus se Lantis pudesse escapar e isso o deixava atordoado. — Um capitão sem seu navio é como alguém sem braços, pernas, olhos e ouvidos. Você vai acabar ficando sem os dois se continuar agindo assim.

— Se for para você me dizer essas coisas, - Ela virou-se de costas para ele. — É melhor sair.

A boca de Thomas parou aberta, ele ajeitou a roupa, ajeitou o cabelo e pigarreou. Olhava as costas de Jane e sabia que só as via porque ela não tinha outro lugar para ir. Sua boca abriu e fechou algumas vezes, mas depois de parecer um pouco mais conformado ele voltou a ficar ombro a ombro com ela, os dois olhando para o mar.

— Me desc...

— Não precisa. – Ela disse. — Você já está fazendo muito. – A voz de Jane não era doce, não era afetuosa e as palavras cortaram o ar. Também não tinham o tom irritado que Thomas achou que tivessem.

— Eu me preocupo com você. Não quero que se machuque.

— Eu quero que me ajude, Thomas, não preciso de mais gente para me julgar e dizer que eu não vou conseguir.

— Tudo bem. – Ele disse depois de respirar fundo. — Eu estou aqui de qualquer forma, vou ajudar você.

— Obrigada.

— Você também não precisa me dizer isso.

Jane não disse mais nada, seus pensamentos corriam até Lantis, até seu navio, pensava em como eles estariam agora e se de fato não era loucura demais correr esse risco. Bem, que fosse então, ela não iria voltar e sairia daquele lugar com Lantis e o Alma Negra, mas se fosse preciso, ela ficaria para trás e pensaria num jeito de matar Markus depois.

Ao longe, pelo meio do dia veio a tempestade. As águas estavam agitadas e mesmo alguns piratas mais velhos tiveram receio das nuvens escuras que os alcançavam.

Jane e Simon estavam no convés, aquele não era seu navio e as ordens deveriam vir do capitão ou de Thomas, e não deles.

O navio, uma majestosa embarcação que personificava elegância, lutava contra as furiosas investidas da natureza em alto mar. O céu escurecido estava carregado com nuvens pesadas e ameaçadoras, as ondas, impulsionadas por ventos vorazes, cresciam a alturas impressionantes, erguendo-se como muralhas líquidas contra o casco do navio. Era como se o próprio mar não os quisesse deixar passar.

O vento uivava pelos mastros, fazendo as velas estalarem e chicotearem, enquanto o navio, tentava manter sua direção contra os ventos contrários. A chuva caía intensamente, como uma cortina opaca que obscurecia a visão, desafiando a tripulação a manter o curso através da tempestade. Os relâmpagos iluminavam o céu, revelando brevemente a selvageria das águas ao redor. O som ensurdecedor do trovão ecoava, competindo com o rugido do mar tempestuoso, mas para Jane e Simon aquilo não era diferente de nada que já não houvessem passado e ambos ajudavam no que fosse preciso para manter o navio em ordem, corriam no meio da chuva juntos com os marujos de Thomas e passavam bastante credibilidade em suas ações. No entanto, sempre tinha aqueles que se assustavam demais.

— Will, está tudo bem, nós passamos por tempestades assim o tempo todo.

— Eu não consigo me acostumar. Parece muito errado a gente estar num negócio pesado no meio de um monte de água e ainda ser chacoalhado pelo vento desse jeito.

Victhor estendeu a mão direita, os dois estavam ajeitando as coisas no depósito de Thomas e sentaram-se lá depois que a turbulência começou.

— Você pode segurar minha mão se isso te ajudar a acalmar um pouco.

Os dois continuaram sentados, Thomas percorreu os dedos pela palma de Victhor e entrelaçou seus dedos.

— Obrigado, isso ajuda muito.

O sorriso de Will foi iluminado por um relâmpago, Victhor adorava aquele sorriso cheio de animo numa boca adoravelmente linda. Desde quando o viu Victhor o achou bastante bonito, mas com o passar do tempo a beleza do rapaz loiro foi intensificada pelo cotidiano no mar, seja os novos músculos, a pele bronzeada ou o cabelo um tanto mais comprido, parecia que aquela vida era perfeita para ele, sem rédeas, sem regras demais, Will podia ser solto e relaxado como era. Vichtor gostava disso, da leveza e do jeito descomplicado que tinha quando estava com Will.

— Logo a tempestade vai passar. – O rapaz de óculos disse numa voz bastante calma. — Vai ficar tudo bem.

Will parecia tremer os ombros, mas ao ouvir Victhor ele se sentiu melhor e deitou a cabeça para o lado escorando-a no ombro próximo.

— Obrigado.

Cabos rangiam e rangidos de madeira ressoavam enquanto o navio se contorcia sob o impacto das ondas. No convés, o capitão, mantinha-se firme contra o vento, observava atentamente o horizonte, guiando a embarcação com a sabedoria adquirida ao longo de inúmeras viagens. As ordens eram transmitidas rapidamente, e a tripulação, respondia com precisão, mantendo a integridade da embarcação contra a tempestade.

Seguindo o Cão Voador, o Ferrugem passava pela mesma tempestade, a claridade vinda do céu iluminava os homens de Romualdo e eles se pareciam com os gigantes que contavam as lendas. Sobrancelhas franzidas, lábios abaixados o máximo, dentes trincados e muita força. O navio, construído com a robustez exigida pelos mares, enfrentava a tempestade como um testemunho da coragem e habilidade daqueles que navegavam e depois de persistirem na tempestade, finalmente o sol voltou a aparecer.

— Isso foi bem agitado. – Jane disse a Simon que concordou com a cabeça. — Foi bom.

Com um monóculo Thomas informou a Jane que Darren havia chegado à Ilha do Peixe Azul e que logo eles chegariam também. Havia um reboliço no convéns e o som das botas batendo sob a madeira era ouvido por todos os lados. Pistolas eram postas nos cintos dos piratas, assim como espadas, mosquetes e canhões estavam preparados para o que viesse a acontecer. Os cachorros de Thomas foram presos, até mesmo o pequeno vira-lata que lhe acompanhava foi colocado junto dos outros, ele estava molhado e brincava com as poças de água que ainda tinham no chão. Os piratas do Alma Negra deveriam ficar escondidos e seguirem o plano de furtivamente encontrar o navio e saírem de lá com o menos dano possível para Romualdo e Thomas.

— Nada dos tal Tartaruga? – Jane perguntava ao amigo dono do Cão Voador.

— Nem sinal deles. – O monóculo continuava verificando o mar. — Mas Romualdo segue confiante. – Ele podia ver o outro em seu navio.

Jane cerrou os lábios, o suor começava a despontar em sua nuca.

— Já está tudo pronto, capitã. – Foi Will quem se aproximou. — Vamos pegar nosso navio de volta.

Simon e Victhor vieram logo atrás de Will, ambos com suas armas a punho, prontos para o que viesse a acontecer. Jane sentiu agradecida e sortuda.

— Vamos! – Ela disse. — Só preciso verificar uma coisa.

Simon normalmente não tinha medo de nada, mas ao perceber de que coisa Jane falava, seus dentes travaram e o pomo de adão subiu e desceu em sua garganta.

— Será uma ajuda muito bem-vinda. – Victhor disse com o óculos sendo limpo pela flanela, a voz calma de sempre.

A capitã do Alma Negra foi até a amurada do navio e passou a lâmina do punhal na palma da mão, pressionou os dedos no corte e deixou que um pouco do sangue caísse no mar.

Não foi necessário muito e a grande sombra apareceu por baixo do navio.

— Ellyn disse que assim você saberia que eu preciso de você, então, esteja preparado. – Ela disse.

Algo grande demais se amontoou embaixo do navio, um sombra preta por baixo do casco e Jane sabia que aquilo entendeu o recado.

Foi questão de tempo para que os dois navios de Thomas e Romualdo chegassem a Ilha do Peixe Azul, nesse momento Benjair e Markus tomavam whisky numa das salas mais amplas junto com os dois senhores Maud e discutiam sobre os negócios.

O Maud tio de Anne tinha interesse em investir nas fazendas de Markus, conversavam sobre os custos e os benefícios do plantio de café e cana de açúcar. Markus estava satisfeito ao máximo em como as coisas estavam indo. Voltara a exibir o grande sorriso falastrão e ter os modos esbanjados de sempre, Benjair estava relaxado num dos sofás da sala e apesar do móvel não ser de luxo ele sentia-se como um grande rei.

— Logo os oficiais do Leste irão chegar para buscar o navio e trazer a quantia combinada, vamos pegar e sair daqui depressa. – Ele lambia os lábios e sorria estranho. — Quero aproveitar logo a minha parte.

Markus pensou que ele gastaria com mulheres já que nenhuma em sã consciência abriria as pernas de bom grado para um homem repugnante como aquele. Mas, na verdade Benjair tinha outras preferências e deixaria uma parte daquele valor para aproveitar com banquetes de comidas exóticas para seus amigos nobres.

Um homem que oferece boa comida e boa bebida para a alta sociedade com certeza teria algum valor entre eles, e estar dentre os ricos era ser rico e fazer negócios com os ricos era o que ele almejava.

Do lado de fora da sala em que estavam as portas começaram a ser fechadas, os senhores ali dentro acreditavam ser por causa da tempestade que se aproximava até ouvirem o som dos disparos.

O pessoal de Mizuki normalmente se aprontaria para organizar a ilha após a tempestade, as vezes cabos arrebentavam, pequenos barcos iam para o mar ou as redes dos peixes saiam flutuando. No entanto, depois de passarem o recado de boca em boca, com códigos que somente eles poderiam entender, todas as pessoas se fecharam em suas próprias salas e assim Mizuki deixaria o caminho livre para Romualdo resolver as suas questões. Aqueles que estavam nos navios de Markus e Benjair reconheceram Jane e dispararam contra ela. Alguns faziam também o sinal da deusa, como se vissem um fantasma e chamavam-na de aberração. Ela achou foi graça.

A maioria dos homens estavam na ilha e não nos navios, o embate corpo a corpo não demorou nada a acontecer. Aqueles ao lado de Thomas e Romualdo foram com tudo contra os outros que, despreparados, sofriam com a surpresa do combate.

Em meio a pólvora e fumaça Simon cortava corpos, verdadeiramente a sua nova arma dava-lhe mais rapidez e mais assertividade nos movimentos, ainda não era uma cena bonita de se ver, o grandão tinha o costume de matar arrancando a cabeça ou os membros e o sangue que jorrava deixava imundo por onde ele passava, mas era muito eficiente.

Victhor e Will lutavam próximos um ao outro, e apesar de piratas fortes avançarem para cima deles Will dava conta da maioria.

— Você é realmente bom com a espada! – Victhor disse com um sorriso.

— Eu sou mesmo! – O sorriso de Will foi ainda mais largo.

Os dois estavam rentes a uma das salas onde alguns do pessoal de Mizuki estavam isolados da briga, lá de dentro eles ouviram vozes e cochichos como se a maioria não quisesse que alguém saísse dizendo "Você não vai!" "Fique quieto!" "Pare de me chutar!" Não custou muito para este alguém ser colocado para fora aos pontapés "Então vá logo, e não volta aqui!" A voz veio de uma garotinha de uns oito anos, seus cabelos eram muito cumpridos e as fendas em seus olhos eram douradas como de um gato.

— Daren? – Vichtor reconheceu o rapaz de olhos puxados.

— Esses... – Ele iria xingar os "amigos", mas achou melhor se entender com eles outra hora. – O sereia!

Victhor e William aproximaram-se dele enquanto ele dizia a localização de Lantis.

— Vá chamar a Jane. – Victhor disse a Will enquanto ele mesmo ia até o lugar indicado por Daren.

O local estava uma tremenda bagunça e foi difícil encontrar a capitã, Jane lutava contra três homens e retirava a espada do peito de um quando Will a viu. Os treinos com Pyra haviam surtido grande efeito e logo os dois corriam até onde estava o sereia, foi questão de minutos para que ela encontrasse Lantis e Markus encontrassem ambos logo em seguida.

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