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Capítulo 49 - Contradições I

A senhorita Maud era muito mimada por seu pai e seu tio, desde criança era pirracenta, escandalosa e mentirosa, não havendo recebido limites e não reconhecendo nenhuma autoridade além da sua própria cresceu com a firme opinião de que todos deviam fazer o que ela bem quisesse. As damas que a serviam penavam em suas mãos e mesmo já adulta não havia mudado nada, pode-se dizer que houvera até piorado.

— Enfim estamos a sós. – Ela disse a Lantis que mantinha em seus olhos o círculo vermelho. — Vejo que dessa vez está mais receptivo aos meus encantos. - Ela sorria enquanto falava. — Já sabe que eu vim para leva-lo, não é? Que você vai ser meu.

Lantis que até o momento não havia direcionado a ela nenhuma palavra, resolveu que jogaria aquele jogo e que sairia vitorioso no final. O sereia manteve-se em seu lugar, e olhou para baixo como sempre fazia antes do Alma Negra, como fazia quando tinha um mestre e não era autorizado a erguer a cabeça. Se Lantis pudesse ver o semblante de Anne teria nojo, aquele ato de submissão dele fez os olhos dela brilharem.

— Sim, você já sabe quem manda aqui, não é? – Ela aproximou-se dele devagar, estava ainda com o mínimo de receio. — Sei que você não é como as outras sereias por aí, a magia das bruxas já passou há muito tempo e você pôde agir impunimente por algum tempo. – Ela olhou para baixo e viu as três argolas na tornozeleira dele. — Você na verdade foi pouco até elas, para um sereia já adulto.

A menção da Ilha das Bruxas fez Lantis cerrar os dentes, ela circundava o sereia e aspirava o ar a sua volta tal se faz num jardim cheio de flores cheirosas. Anne olhava o corpo de Lantis como quem escolhe um pedaço de carne na vitrine de um açougue, parada em frente a ele novamente demorou-se um pouco em seu baixo-ventre e passou a língua nos dentes mais uma vez. Lantis fechou os dedos em punho quando ela tocou seu abdômen.

— A senhora não precisa me levar aquela Ilha. – Ele disse já não suportando aqueles dedos deslizarem por sua pele. — Eu não irei me opor a nada que a senhora quiser, serei obediente a tudo que desejar. É só me dizer o que quer e eu farei.

— Então prove.

Anne Maud não esperava menos, segurou Lantis pelo queixo com força e trouxe a boca dele até a sua. Foi um dos beijos mais sensuais que Anne já havia experimentado e um dos mais asquerosos que Lantis havia sido obrigado a ceder.

Anne sentiu seu corpo mole, entorpecido e fraco, a língua de Lantis em sua boca era como um doce recheado de ópio e ela só o liberou, pois, seus pulmões ardiam por falta de ar.

— Pois bem, - Ela disse limpando o canto da boca com a ponta do polegar enquanto arfava. As palavras saíram sopradas e o sorriso era horrível para Lantis ver. — Vou gostar de ser a primeira dama a ter uma sereia que não fica só com olhar de peixe morto vagando por aí. Além do mais, – Ela tocou a boca dele, onde ainda havia sinais do beijo exageradamente molhado. — Posso gostar de um serviço mais animado.

A dama, seguida por Lantis, subiu o convéns e anunciou ao tio a sua nova aquisição. Benjair arreganhou tanto a boca que sua pele doeu e logo eles mais Markus e o pai de Anne entraram na cabine do Alma Negra para acertarem e concluírem o negócio. Anne saiu do navio que lhe causava arrepios, a cada passo que dava, a cada metro de distância tomada do Alma Negra o coração de Lantis doía como um punhal que perfurasse seu peito.

— Trate de olhar para frente. – Anne bateu em seu rosto com um estalo. Lantis nem havia reparado que ainda olhava para trás.

— Sim senhora. – Foi somente o que respondeu.

Lantis sabia que não seria a última vez que colocaria seus olhos naquele navio, mas seu coração doía a cada passo que a distância dele aumentava. Foram memórias amargas, mas também boas lembranças.

Ilha das Bruxas, Ilha Liberdade, Alma Negra, celas e mais celas, ser livre, ser cativo, pertencer a alguém... tantas coisas sobre o que Lantis podia pensar. No entanto, não havia tempo para lamentos, ele seguia com seus próprios pés aquela dama que o levaria a forca. Ele era forte, o mar estava perto, não faltaria oportunidade para fugir, ele só precisava que as balas não acertassem nenhum ponto vital para que conseguisse se curar, ou que a espada não perfurasse seu coração e ele conseguiria sobreviver. Não restava dúvidas para Lantis que ele sairia das garras de Anne Maud custasse o que fosse, era questão de tempo até que ele pudesse voltar a ser um pirata de novo.

Ambos, a dama mais o sereia, foram para uma das escassas salas que a Ilha do Peixe Azul mantinha reservada para comerciantes. Era comum que as Ilhas Flutuantes tivessem salas assim para os negócios e a melhor comodidade dos visitantes. Naquela Ilha em especifico as salas eram pouco adornadas e ficavam uma ao lado da outra. As paredes eram feitas de bambu, assim como grande parte das construções do Peixe Azul e haviam incensos espalhados pelos cantos. Na sala em que Anne e Lantis estavam, o incenso era de canela, e a lembrança da capitã do Alma Negra fez Lantis se quebrar inteiro por dentro quando Anne Maud o empurrou sob o sofá e começou a retirar as próprias roupas.

Ali próximo às águas da Ilha do Peixe Azul, no Império Leste, o capitão do Garça Branca conversava com a Imperatriz Priyanka em seu gabinete. Era costume que todo oficial de importância militar tivesse um tempo com a Imperatriz para tratar de assuntos burocráticos a respeito de suas missões, Henrique era um rapaz cortes e de extremos bons modos, Priyanka sentia-se como se conversasse com um velho conhecido seu.

— Eu pensei que o prisioneiro estaria com o Capitão Romeu. – Ela bebia uma xícara de chá, o contorno arroxeado de seus olhos já deixava sua pele.

—Sim, senhora. – Capitão Henrique também bebia o seu, os dedos de suas mãos sem calos eram tão delicados quanto os de Priyanka. — Contudo nos encontramos em Alto Mar pouco depois de zarparmos do Império Sul e por motivos pessoais o Capitão Romeu pediu que eu lhe fizesse este obsequio. — Um sorriso amável desenhou-se em seu rosto como um cristal puro e límpido. — Não pude negar.

A Imperatriz conhecia muito bem a reputação do Capitão do Garça Branca assim como de seu irmão: a cortesia e a educação eram sempre o seu forte.

A bem da verdade, a história não era bem essa que o Capitão Henrique lhe contava, de certo o Garça Branca havia encontrado o navio de Romeu em alto mar, mas não por acaso. Eles o perseguiram, o encurralaram e Henrique forçou Romeu a entregar o prisioneiro.

Tudo foi feito na cabine do capitão, enquanto os oficiais e o próprio Éric conversavam e trocavam informações no convéns, Henrique pareou com o navio de Romeu às pressas, dizendo que o assunto com o capitão era urgente. Ora, os oficiais jamais suspeitariam e até mesmo Romeu acreditou.

— Vamos, meu caro capitão Henrique. – Romeu tinha as duas mãos sob a mesa, ainda de pé, os olhos arregalados em expectativa. — Qual a urgência da sua aproximação?

Capitão Henrique tinha os ombros relaxados, já havia estado naquele navio antes e não tinha nada que observar na cabine.

— A verdade, é que eu menti. – Ele disse com sua expressão límpida. — Não há nenhuma urgência militar a não ser a minha própria vontade que me trouxe até aqui.

Os olhos de Romeu tomariam toda a sua face caso isso fosse possível. A interrogativa era clara e nenhuma palavra saiu de sua boca seca. Conhecia pouco o capitão do Garça Branca, mas nunca ouviu dizer que ele era impulsivo e impetuoso e aquela atitude o houvera surpreendido.

— Vou explicar, pois sinto que é o mínimo que devo fazer. – Henrique manteve-se de pé já que não foi convidado a sentar. Pôs os braços para trás do corpo e segurou um dos pulsos, costume que tinham muitos homens quando iam falar sobre algo. — Eu tenho assuntos pendentes com seu prisioneiro, são assuntos que dizem respeito somente a mim e vem de longa data. De fato, aceitei a missão contra o Alma Negra exclusivamente por motivos pessoais e espero resolve-los sem grandes prejuízos para os dois lados da luta – ele referia-se aos brancos e aos piratas, fez uma rápida pausa e voltou a falar sempre com um sorriso cálido. — Realmente invejei o senhor por ter pego o velho homem antes de mim, mas não o invejo agora, pois sei que está em uma posição difícil de escolher.

— Uma posição difícil de escolher? – Romeu continha seu mal-estar e seus braços tremiam com a força que fazia ainda com as mãos sob a mesa como se fosse imposto a ele que permanecesse naquela posição.

— O senhor sabe, – Continuou Henrique. — Que entrei na Marinha Imperial ainda jovem e mesmo tendo pouca idade adquiri grande prestigio junto a Ordem Imperial e o próprio Imperador Idris é Patrono do Garça Branca.

Romeu sentiu-se ameaçado de alguma forma, mas não disse nada, seria uma humilhação questionar e não ter nada para rebater.

— Espero que o senhor possa entregar o prisioneiro que está em suas posses de bom grado e que mais adiante eu possa falar bem do senhor, como foi generoso para comigo e tenho certeza que receberá alguma boa recompensa.

Romeu puxou a cadeira e desabou sobre ela, os dentes trincados de raiva. Esticou o braço para frente e mostrou a outra cadeira onde capitão Henrique finalmente pode se sentar. Os olhos avermelhados percorreram o uniforme impecável do rapaz mais jovem a sua frente, a audácia e a certeza estampadas em suas bochechas esticadas com um sorriso.

— Não irei me contentar com pouco. – Romeu não fazia questão de ser agradável a esta altura.

— Contente-se com o que receber, e ainda mais por estar vivo para receber. – Henrique deixou bem claro quais eram suas intenções e o assunto a partir daí prosseguiu em seus termos.

Capitão Romeu jamais revelaria sua humilhação mar a fora, manteria a história de que entregou em paz o prisioneiro, com a desculpa de ter recebido uma missão importantíssima em outro Império, porém mesmo se alguém perguntasse ele não saberia dizer que missão era.

— Então este é o pai da tal pirata, a capitã. – A Imperatriz ainda mantinha a dúvida sobre o que pensar a respeito de Jane Sanches.

Phillip havia-lhe dito para não acreditar em todas as opiniões vis que Anne Maud havia dito sobre ela, obviamente a Imperatriz preferiria acreditar em Phillip, ainda mais depois de tudo que ocorrera. Contudo, Jane ainda era pirata e mesmo que nem tudo que Anne disse a seu respeito fosse verdade o próprio título já a faria estar atrás das grades, não havia motivo nenhum para poupar Jane Sanches da prisão do Leste.

— O que será feito do homem? – Capitão Henrique perguntou. — Não acho que o executar seria bom para a reputação do Império Leste nas condições atuais.

A Imperatriz deixou sua xícara já sem nenhum chá sob o pires, a porcelana com detalhes florais azuis combinava com a personalidade de Henrique.

— Não pretendo executar um homem inocente. – Ela disse com veemência. — Jamais o fiz e jamais farei! Ele pode ser o pai da pirata, mas cada um deve ser responsabilizado pelos próprios atos, e que eu saiba ele não cometeu nenhum crime.

— Pretende usá-lo como isca para traze-la até aqui?

— Ora capitão, ela é uma pirata. – Priyanka disse como se o motivo fosse óbvio: Piratas não tem moral, sentimentos ou vínculos com suas próprias famílias.

Henrique diria o contrário de Jane Sanches, já que Éric sempre falava dos seus dias a bordo do Alma Negra, o capitão do Garça Branca sentia como se conhece a todos do navio e pelo que sabia Jane não era daquele tipo de pirata. Mas não disse nada, assentiu e terminou o liquido de sua própria xícara.

— Eu me pergunto o que leva uma pessoa a seguir esse tipo de vida sem escrúpulos e qualquer dignidade.

Ele sorriu, como sempre fazia.

— Tem gente que precisa de um objetivo de vida, de algo grande para conseguir seguir em frente e impulsionar as decisões que toma, e tem aquelas pessoas que só vivem o dia a dia, um dia de cada vez. – Henrique não demorou para responder como se já tivesse pensado sobre isso antes. — E mesmo que alguém se perguntasse "qual dos dois está certo ou qual dos dois está errado?" Poderia dizer que não há aí uma resposta definitiva. O importante é cada um seguir o que lhe cai bem, escolher como quer viver a vida e viver sem arrependimentos.

— Acho que entendo o que quer dizer. – Priyanka também não demorou a responder. – Mas é preciso saber viver em sociedade, os piratas não se importam com as outras pessoas, só olham os próprios interesses e os próprios prazeres, são marginais desajustados.

— E será que somos tão diferentes deles assim?

— Ora, meu caro capitão, é claro que somos! Veja se saímos por aí matando e saqueando cidades...

— Não, não. – Ele abanou uma das mãos frente ao corpo, não foi um gesto feio ou indelicado. — Não nesse ponto, mas veja, nós todos estamos aqui lutando por nossos próprios interesses, a senhora quer o melhor para seu povo e vê-los feliz lhe dá prazer, o mesmo faz uma mãe que quer bem o seu filho. Nós nos beneficiamos pelo bem que causamos aos outros, não que isso seja errado ou sujo, mas negar este fato também é errado. Fazemos pelos outros e fazemos por nós, é ser egoísta, mas de um jeito diferente, digamos que é ser uma "pessoa egoísta do bem". Os piratas também são egoístas e são apenas para eles próprios, nós achamos que somos melhores por que nosso ato de egoísmo gera benefícios para as outras pessoas e essas outras pessoas nos julgam como boas também. Faz bem para nosso ego e por isso continuamos com nossas boas tarefas.

Henrique agradeceu docemente a colaboradora que serviu a ele mais um pouco de chá.

— Dizer para não ligar para as opiniões das outras pessoas é burrice, a gente sempre liga e gosta de receber elogios sobre as nossas boas ações, mas daí cabe a própria pessoa decidir para quem você vai dar a importante tarefa de opinar na sua vida e na opinião de quem você vai confiar o seu próprio julgamento. Há muitos juízes por aí querendo dizer o que é bom e o que é mau. Não precisa dar credibilidade para todos eles, basta escolher as pessoas certas, aquelas que vão acrescentar algo, que já estão aonde você gostaria de estar numa escala moral e ética, por exemplo, já que estamos falando de piratas e as pessoas de bem.

A partir desse ponto Priyanka decidiu que ter Henrique ao seu lado poderia ser uma boa decisão, ao mesmo tempo que teve receio pelo modo como ele via os piratas. Ele dizia que eram iguais porque eram egoístas, Priyanka discordava, mas não em todo ponto.

Jester, a colaboradora, pediu licença para entrar na sala, ela trazia uma carta para a Imperatriz.

— Oh, será do Sr. Kurtlher? – Ela disse, teria enviado uma carta a ele há uma semana atrás e aguardava resposta. Espantou por chegar tão rápido, mas logo percebeu que a letra no envelope revelava um alguém bem menos querido. — Ah, é de Khan.

Henrique levantou-se intentando despedir e ir embora, no entanto a carta foi posta de lado logo que a Imperatriz tomou conhecimento de seu conteúdo.

— Não se incomode Capitão, não é nada demais.

Khan fazia votos da felicidade da Imperatriz e pedia autorização para alguns de seus planos agrícolas em terra e mar, Priyanka os autorizaria mais tarde depois de avaliar muito bem todo conteúdo desses empreendimentos, não deixaria passar nada e teria uma reunião mais tarde com pessoas de confiança para periodicamente trazerem informações até ela sobre os trabalhos de Khan, a aliança com a Casa das Cinco Coroas poderia lidar com algumas dessas tarefas. Ele por sua vez não havia agradado dessa ideia quando foi informado que deveria prestar contas a mais pessoas além de Priyanka, mas a condição era essa se quisesse continuar ainda no Império Leste. E claro, a maior delas era: nunca mais, em nenhuma hipótese sequer, se aproximar de Priya.

A pequena sereia desfrutava seus dias na mesma rotina de antes, parecia não importar em nada a falta da presença de Khan, a dama de companhia era o suficiente para ocupar lhe os dias e sempre que podia, assim como sempre, Priyanka ficava com ela.

No início foi muito difícil e com o tempo as dores amenizaram e ela pôde sorrir ao lado da filha novamente.

— Você, minha pequena borboleta, nunca deixará de ser minha filha. – Priyanka estava com Priya debruçada sob o colo, ambas por cima da cama no quarto da sereia. — Aconteça o que acontecer, nada nesse mundo vai mudar isso.

A menina sorria como sempre fazia, Priyanka tinha medo, pensava sobre como seria depois que o tempo terminasse e os lábios da menina estivessem livres das amarras das bruxas e pudessem voltar a gritar e a xingar palácio afora e a Imperatriz nunca mais teria a filha nos braços como têm agora.

Como se sentisse o temor de Priyanka, a pequena tocou-lhe o rosto e o acariciou com seu belo sorriso. Uma lágrima solitária desceu pelas bochechas da Imperatriz e foram amparadas pelos pequenos dedinhos da menina.

— Eu prometo a você, haja o que houver, eu sempre a protegerei. – A voz da mãe saiu embargada pelo choro contido.

Priyanka abraçou Priya com todo amor de seu coração e rogou aos céus para que seus sentimentos pudessem alcançar a pequena sereia.

Na sala onde a Imperatriz Priyanka estava com Capitão Henrique as grandes janelas de vidro estavam abertas e um vento muito forte adentrou balançando as cortinas e surpreendendo a Imperatriz tirando-a de suas memórias.

— Parece que vem vindo chuva por aí. – Henrique comentou com um sorriso.

Depois de acertarem alguns pontos sobre as novas leis no Leste referentes as sereias o capitão não demorou a se retirar com o motivo de não tomar chuva na estrada até o hotel em que estava hospedado com o irmão. Combinou com Priyanka que interrogaria com mais afinco o prisioneiro pela manhã e deixou a Imperatriz com uma boa impressão sobre sua pessoa.

O mar estava agitado, o movimento das ondas arrastava os barcos para o meio do mar e o vento mais frio soprava as velas. Na Ilha do Peixe Azul ouvia-se os gritos e os rapazes corriam para ajeitar as coisas. Apesar do choque das águas com a estrutura da Ilha nada saia do lugar e o balanço dos alicerces ainda eram os mesmos de antes das nuvens escuras chegarem. Laços fortes e seguros nos cordames, checagem nos ganchos, redes de pesca içadas e verificações nos tanques, tudo feito com exatidão sem pular nenhuma etapa. As peças de metal fundido e madeira dariam conta mais uma vez de manter a Ilha em segurança no lugar.

Mizuki observava os seus e dava ordens para os mais jovens, de fato não eram muitos na Ilha e aqueles que estavam ali ele os conhecia muito bem.

— Daren já retornou, senhor. – Ele ouvia de um dos rapazes, o vento passava pelos secos cabelos negros e trazia já um pouco da chuva fina.

— Bom, muito bom. – Mizuki viu o rapaz que mandou à Ilha de Romualdo acenar de longe atracando num dos ganchos da Ilha. — Diga a ele para comer e ir juntar-se aos outros, não deve dizer a ninguém onde esteve. – Semi cerrou os olhos vendo a sombra ao longe sob as águas. — Preparem-se para lutar se for preciso.

— Sim senhor!

Mizuki os reconheceu de longe, tinha os olhos acostumados a vislumbrar o azul e a separar o movimentos da água dos borrões dos navios sob ela, eles se aproximavam da Ilha do Peixe Azul e traziam problema junto deles.

Enquanto tudo acontecia do lado de fora, na sala onde Lantis estava Anne esfregava seu corpo contra o dele e dizia obscenidades em seus ouvidos. O corpo de Lantis não respondia como ela desejava e isso a estimulava a fazer mais e a tentar mais, era em vão, o sereia sabia e a inercia de seu corpo não poderia ser mudada por aquela mulher. Anne beijava sua boca e seu pescoço, tocava seu corpo, sua intimidade e forçava o sereia a retribuir.

Quando ouviram o barulho de disparos do lado de fora Lantis ameaçou levantar, mas as coxas nuas de Anne sob seu colo não se moviam para fora e os braços dela mantinham-se envolta de seu pescoço.

— Você não vai sair daqui até eu ter o que quero.

Por algum motivo Lantis sentiu que devia sair dali, que devia estar do lado de fora que havia algo á espera dele. Num impulso de acabar com aquilo logo avançou sob o corpo de Anne e trocou de posição com ela, fechou os olhos para não ver o corpo a sua frente e a beijou desesperado, a dama entendeu que era vontade por ela, mas na verdade era pressa de sair dali.

Trovejadas, nuvens escuras, passos lá fora, gritos, disparos e o nome do sereia na voz de uma mulher.

— Onde ele está? – A voz conhecida gritava próximo a sala deles. — Diga agora ou eu vou garantir que nunca mais vai conseguir dizer nada!

Lantis manteve os olhos fechados, apertou-os com força como se sofresse, pensou estar delirando, pois a voz que ouvia era a voz de Jane e seria impossível ela estar ali. Na verdade, na situação em que estava, desejou que ela não o visse naquele estado junto com Anne Maud.

Um chute na porta foi o suficiente, a porta abriu escancarada, Anne e Lantis surpresos encontraram dois pares de olhos arregalados em suas direções.

O homem na porta era alto, muito alto e muito forte, o outro ao seu lado era mais magro, usava óculos e sorria com seus lábios finos.

— Ele está aqui! – Foi Victhor quem gritou.

O sereia desvencilhou sua pele da dela e ficaram ambos parados de frente para a porta. Não deu tempo de mais nada antes dela chegar.

Jane apareceu saindo detrás de Simon, os olhos dela cheio de ira, respingos de sangue em suas roupas e uma espada ainda úmida em uma das mãos. O sereia sentiu vontade de chorar e mais do que qualquer coisa estava aliviado. Jane olhou para ele com olhos de água, calmos, profundos e Lantis quis mergulhar neles.

— Você! – Anne apertou os braços contra os seios nus, como se fosse adiantar alguma coisa. — O que esta fazendo aqui, sua coisa horrível e desprezível!

— Saiam. – A capitã ordenou para os dois amigos, eles fecharam a porta atrás dela. Em nenhum momento ela deixou de encarar Lantis.

Anne gritou o mais alto que pode pelo pai, pelo tio, Jane só olhou para ela uma vez.

— Ele é meu! Ele pertence a mim, sua imunda!

— Ele pertence a si mesmo, vadia. — Jane aproximou o suficiente para enfiar a espada em seu peito. — Eu devia ter te matado naquele maldito dia.

O corpo de Anne Maud caiu sem vida no chão.

Lantis estava a sua frente, meio nu, meio vestido, sem saber ao certo o que fazer e cheirava ao perfume enjoativo da outra.

Foram semanas sem a ver, ele queria dizer tantas coisas.

_— Jane... – As palavras dele foram caladas pela ponta afiada da espada dela estendida a sua frente. A capitã o encarava com os olhos vidrados, sua expressão desesperada misturando angustia, raiva e medo, muito medo.

— Em hipótese alguma, por motivo nenhum, permita que eu te deixe novamente. – A voz de Jane estava trêmula, embargada. — Se você for capaz de me perdoar, não saia mais de perto de mim, fique ao meu lado e lute junto comigo.

— Eu... – Ele tentou falar, mas não pôde, as lágrimas dela calaram a sua voz.

— Me desculpe... Me desculpe por aquele dia, eu devia ter levado você comigo, me desculpe...

Lantis tocou a ponta da espada com cuidado, a lâmina muito afiada cortou lhe fino como faz o papel, mas ele não importou, desceu todo metal e chegou mais perto de Jane, o suficiente para sentir o calor de seu corpo.

— Tudo que eu mais queria agora era tocar você, beijar você e esquecer os últimos dias. - Ele olhou para o corpo de Anne ao lado deles no chão. — Mas eu vou esperar até que estejamos no seu navio para isso.

Foi o tempo de Lantis colocar a roupa que estava jogada no chão para Markus entrar pela porta com a pistola apontada para eles.

— Vocês pensam que vão à algum lugar?

Nota: Olá! Estou estou editanto Ellysium, então até aqui esta editado!

Se você quiser prosseguir, tudo bem, mas se quiser aguardar um pouquinho logo eu vou atualizar com as devidas alterações. Infelizmente ainda ha erros de ortografia, mas pretendo resolver tudo um dia! Beijos e Obrigada!

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