Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 48 - Reencontro entre a presa e o predador.

Pelas águas a fora houveram muitas notícias sobre todos os Impérios, fora o momento da falação para todos os mexeriqueiros em busca de novidades para espalhar: o naufrágio e a morte da tripulação do navio "Corrente das Águas" deixando o Barão Vermelho e outros seus em um tremendo prejuízo tornou-se o alvo das rodas de conversa além dos muros de pedra de Florence e as más línguas ainda complementavam a história dizendo que as sereias amaldiçoaram os homens e que suas almas ficariam para sempre presas no fundo mar. Ninguém sabe de onde esse boato surgiu, mas assim como deve ser, os boatos começaram a se espalhar.

Além disso, falavam ainda sobre o distanciamento de Priyanka e Khan e a verdade sobre a sereia que eles criavam como sua filha deixou embasbacadas as famílias tradicionais de todos os Impérios e muitas esposas ficaram com o pé atrás com seus chateados maridos, elas diziam que se até mesmo Khan, que era o símbolo do marido perfeito sob a terra havia causado tamanha desgraça para a sua família quem dirá aqueles maridos bem meia boca que estavam ao lado delas. Sobre a vitoriosa campanha de Markus e Benjair em alto mar se ouvia nas ruelas e nos becos, os oficiais da Marinha Imperial remoíam por dentro pois queriam eles ter levado o Alma Negra até o Império Leste.

As novas leis para as sereias vindas do Império Central começavam a se espalhar e um pequeno e ainda organizado barulho se fazia sobre isso. Os que apoiavam as idéias diziam-se inovadores e visionários e os contra diziam-se humilhados por prestar contas sobre suas próprias mercadorias pessoais. As sereias que eram quem mais deviam interessar-se pelo assunto estavam sempre sobre o efeito das bruxas e mesmo que sua opinião fosse questionada elas nada seriam capazes de dizer.

Havia a chegada de oficiais do exército no Império Sul para tentar aplacar um pouco a criminalidade no lugar, o Imperador Estevão os recebia pessoalmente de braços abertos e um largo sorriso, finalmente os ladrões e arrombadores teriam o seu fim. O Imperador estava satisfeito, finalmente depois de tanto pressionar a cúpula Imperial os homens que mudariam o estado de seu Império estavam ali para fazer valer todo esforço que ele havia desempenhado.

A comitiva e os oficiais desfilavam pelas ruas do Império, Capitão Bragança os liderava com toda pompa que podia oferecer, os uniformes brancos luziam sob o sol e mesmo com o suor descendo pelas costas eles mantinham a seriedade. Os olhares a frente e as pernas em marcha, um grupo ia a mais adiante com bandeiras simbolizando o Império Sul e bandeiras com a flor de Liz branca, o símbolo dos oficiais.

Houve também chegada do Rainha do Mar no Império Norte com os Sunacas e mantimentos para a Imperatriz Florence. Diferente do Império Sul, a recepção do Capitão Mitchell e do povo de Aurora não foi tão calorosa, a Imperatriz não os recebeu pessoalmente e apenas uma dúzia de nortenhos apareceu para os saudar. Florence deu a desculpa da gravidez e foi aceita, já que Mitchel não fazia muita questão de festividades.

Os Sunacas estranharam um pouco o Norte já logo no início, era tudo muito cinza e frio e as pessoas eram extremamente brancas com as bochechas rosadas ou pálidas com olhos fundos. O capitão Mitchel encarregou-se pessoalmente de ir com o grande grupo até onde seria sua nova morada, depois de viajar com eles havia acostumado com suas cantorias e sorrisos largos por toda parte. Carros de bois, charretes, carrinhos e duas carruagens seguiram para o local enquanto o grupo maior ia a pé. Os Sunacas gostavam de atividades físicas e não deixavam nada passar despercebido conversando entre eles sobre como poderiam aproveitar todo o caminho para acostumar o corpo e quem sabe organizar corridas e maratonas. As grandes montanhas, o pasto seco, a água muito gelada e os olhares estranhos que recebiam também os faziam rir e as veias de seus braços saltavam para exibirem-se a quem olhava. Poderiam sentir-se mal com tudo aquilo, mas na verdade estavam entusiasmados. Estavam acostumados com as dificuldades da grande selva em que viviam e ter a oportunidade de testar suas capacidades físicas e mentais naquele lugar só poderia tornar os Sunacas melhores e mais resistentes. Quando voltassem a Sunacai iriam ensinar tudo ao seu povo e juntos seriam ainda mais fortes.

Na Ilha Liberdade o que mais se falava era sobre a vitória de Markus e Benjair sobre o Alma Negra em alto mar. Evidente que houve muita comemoração e festejo, as bebidas e a comida eram servidas à vontade para os piratas que ali descansavam da batalha e a humilhação de outrora havia sido esquecida.

Aqueles que sabiam de todas as fofocas contavam aos outros:

"A maldita capitã do navio foi morta pelo próprio Markus!"

"Eu o vi enfiar a espada no coração dela!"

"Na verdade, ele cortou foi a garganta dela!"

"Ouvi dizer que um dos demônios daquela época que veio buscar a alma dela!"

"Isso é mentira! Eles não podem escapar de lá agora!"

E muito mais se falava da morte do capitã do Alma Negra, que aliás, não havia morrido.

Desde que Jane e o Alma Negra haviam incendiado e explodido tudo não havia tempo para mais nada que não fosse xingar e martelar, os piratas da Ilha Liberdade custaram para reerguer as construções e reaver mercadorias que pudessem ser vendidas e trocadas. Alguns dos navios de contrabando que iam para reabastecer a ilha foram apreendidos pela Marinha Imperial e só a deusa sabe o que houve com os piratas.

Com o aumento de navios brancos queimando e afundando navios piratas por todos os lados do Oceano Uno, a Ilha passou a ser mais que um refúgio para a maioria deles. Podia ser interessante ver como eles se organizavam e trabalhavam para deixar as coisas no jeito se no final do dia não sentassem para organizar invasões e mortes. Quem os via de longe poderia ser considerar que eram apenas homens e mulheres de bem, mas eram realmente os ladrões do mar.

Markus e Benjair haviam dividido os seus homens em dois grupos: o primeiro grupo iria em dois navios para o Império Leste – um destes navios era o Alma Negra, Benjair e Markus iriam neste grupo fazer negócios por lá; o outro voltaria a Ilha Liberdade e espalharia a boa notícia de mais uma vitória para o Abutre e o Fúria do Diabo e era nesse grupo que confiaram espalhar as boas notícias, principalmente Benjair os instruía com entusiasmo e emoção dizendo frases de efeito que eles deveriam repetir com as mesmas palavras e mesma entonação para não deixar fugir nenhum detalhe da reviravolta que eles deram sobre o Alma Negra.

De certo que eles não poupavam jargões e elogios sobre os dois benfeitores da sociedade pirata. Esqueceram-se de toda maldade que haviam ouvido sobre Markus, deixam de lado os golpes e a soberba de Benjair e só faziam enaltecer aqueles que vingaram tantos piratas mortos naquele dia em que a capitã do Alma Negra e sua imunda tripulação queimaram toda construção da Ilha Liberdade. Fazia muito tempo que ali na Ilha não havia um comemoração como aquela com barris de cerveja e vinho, com deliciosas guarnições, assados de cabrito e porcos inteiros na fogueira. Tudo patrocinado por Benjair e Markus que cobraram favores de outrora e a Ilha tinha tanta comida boa que poderia os alimentar por mais de uma semana inteira.

O que Benjair talvez não contasse era com o fato dos rumores que criaram sobre Jane também se espalharem por aí. Não se falava apenas em como ela havia sido morta por Makus, mas contavam dos feitos dela e de como ela havia lutado bravamente em batalha, queriam enaltecer Markus por lutar com uma pirata tão sangrenta e destemida e acabaram aumentando as qualidades de Jane fazendo-a mais temida do que realmente era.

— O navio tem aquele nome por causa dela! – Disse um dos piratas na ilha.

— Parece que ela fez um pacto para conseguir roubar o sereia do senhor Markus. – Um outro auxiliava nas histórias. — Disseram que foi com o Caçador de Almas!

— Uau! Um pacto com Orion? Isso não é algo para pessoas comuns!

— E tem mais: O tal sereia foi enfeitiçado por ela... não sei dizer ao certo, mas quem sabe ela também não é uma bruxa...

— Será? – Os olhos dos que ouviam estavam arregalados.

— Nunca se sabe! Um mulher no comando de um navio pirata... só pode ter bruxaria no meio disso! – Os dois que contavam alternavam numa competição silenciosa de quem inventava a história mais cabulosa e convincente.

— E a tal besta do mar? – Um dos que ouviam perguntou. — É verdade sobre ela?

— Sim! – Os outros responderam em uníssono. — A fera foi invocada das profundezas pela capitã do Alma Negra, tenho certeza!

Bem, não era esse o caso, mas eles não poderiam imaginar a verdade.

Do outro lado do Oceano Uno, após algumas semanas da batalha contra o Alma Negra, Markus e Benjair atracaram numa das Ilhas Flutuantes próximas ao Império Leste, era bem simples e uma das poucas que possuíam o Selo Imperial que lhes garantia o direito e a proteção da Marinha Imperial para comercializar. Ali os oficiais não faziam vista grossa e os trabalhadores da Ilha flutuante pouco viam os piratas e raramente faziam negócios com eles, Benjair e Markus podiam se passar por pessoas comuns e todos os tratariam como tal.

Naquela ilha flutuante havia uma grande área de cultivo de peixes em tanques-rede autorizada pelo próprio Khan, os estudos naquele local eram avaliados de tempos em tempos e mais próximo a costa outros tanques-redes faziam o mesmo procedimento como uma grande teia por cima do mar. O formato também permitia que outros tipos de produção, como frutos do mar, algas e ostras fossem agregados ao complexo. Khan pretendia estender ainda mais a ilha e aumentar a produção contudo, depois do que houve entre ele e Priyanka, havia pouco crédito em suas palavras e a assinatura que antes não era sequer questionada agora precisava ser validada pela Imperatriz antes de concretizar quaisquer de seus planos.

Benjair e Markus acomodaram-se em seus próprios navios, uma vez que naquela Ilha não havia dormitórios para visitantes. Ficaram por lá como consumidores por três dias e no quarto finalmente disseram ao chefe da Ilha o que queriam.

— Ah, entendo. – Disse o homem pouco mais velho que Benjair, mas com uma aparência muito melhor. Ele tinha uma pele bronzeada pelo contato direto com os raios do sol, seus olhos eram pequenas bolas negras como mandava sua genética e seus modos eram muito educados. – Os senhores vieram até aqui para se encontrarem com alguém.

— Exatamente, meu caro senhor Mizuki! – Disse Benjair com a voz bem mais alta do que a do homem a sua frente. — Mas não se preocupe, estamos todos dentro da lei. – Explicou, já que senhor Mizuki não tolerava bandidagem.

— Entendo, entendo. – Ele tinha a estatura baixa e andava um pouco curvado para baixo. Mas seus homens não duvidavam de sua agilidade, afinal já o viram em ação contra piratas algumas vezes. — Se está tudo conforme a lei, não irei me opor. – Ele disse mais a Markus do que a Benjair. — Mantenham a ordem e o respeito e não terão problemas na Ilha do Peixe Azul – Nome dado a sua Ilha Flutuante.

Markus curvou um pouco a cabeça em assentimento, Benjair curvou quase o corpo todo e ficou repetindo "sim senhor!" como o tolo que era.

O senhor Mizuki retirou-se para seus afazeres e deixou que os dois resolvessem seus assuntos, no entanto, antes de assumir suas tarefas por completo chamou um dos seus e depois de escrever um bilhete disse a ele:

— Vá depressa até a Ilha do Homem Bravo e entregue isso a Romualdo. – Depositou o papel na mão do rapaz e a fechou. — Não pare no caminho e não deixe que ninguém veja o bilhete antes dele. Vá depressa.

O obediente rapaz fez como se fosse seguir uma ordem qualquer de trabalho, escondendo bem o verdadeiro significado por tras daquilo e depois de algumas horas estava num pequeno barco no mar para cumprir a ordem de seu chefe.

Benjair que adorava peixes e frutos do mar servia-se de uma grande porção de moqueca enquanto Markus a sua frente na mesa fumava seu cigarro e avaliava uns documentos. Antes do fim do dia um dos rapazes de Mizuki retornou do Império Leste com a resposta que os dois aguardavam

— Perfeito! – Benjair sorriu avantajado com o bilhete em mãos.

— Quando eles vêm?

— Daqui a três dias os Maud vão embarcar para aqui, logo vamos entregar o sereia para eles e finalmente receber o pagamento.

Markus estava de péssimo humor, soprou a fumaça pra cima e o vento a levou até o rosto de Benjair que tentou sopra-la sem êxito.

— Três dias então... – Ele deu uma última tragada e amassou a ponta do cigarro no cinzeiro de pedra a sua frente. — Tenho que aproveitar o tempo que me resta...

— Ah, Markus – Benjair sabia do que ele falava. — Pare com isso está bem? – Recebeu um olhar intimidador de volta. — Ele está se comportando, pare de agredir a nossa mercadoria.

Markus levantou-se da cadeira e apontou o dedo bem na cara de Benjair.

— Não se meta nos meus assuntos, velho amigo.

Benjair fez uma careta para o dedo a sua frente, jamais iria arrumar confusão com um sócio a beira de fazer negócios, ainda mais quando o sócio era um homem tão perigoso como Markus.

Deslizou com o indicador o dedo do "amigo" para baixo bem devagar.

— Só não deixa cicatrizes, ele precisa estar perfeito quando a senhorita Anne Maud chegar.

Markus sorriu, como não havia feito todo o dia.

O fim da tarde era algo bonito de se ver, mesmo de dentro de sua cela Lantis deslumbrava com o sol tocando o mar e a luz tingindo a madeira de laranja. Não fazia mais as contas de quantos dias estava ali, não importava mais. Havia tentado fugir algumas vezes e depois de vomitar sangue três dias seguidos resolveu parar de buscar a própria liberdade por enquanto e tentar aceitar o destino que lhe aguardava: Anne Maud.

Sim, ele sabia. Markus fazia questão de o atormentar praticamente todos os dias com a ideia de pertencer a moça e de ser levado a Ilha das Bruxas por ela. O que mais o entristecia a beira do desespero era esquecer, esquecer de novo, pela quarta vez tudo o que ele era, o que havia vivido até aquele momento. Depois que o efeito das bruxas passasse, se é que passaria, do que ele iria se lembrar? Será que ainda se lembraria do rosto de sua mãe? Da voz dela? Será que a sensação de mergulhar entre os peixes nunca mais faria parte de si novamente? Esqueceria que fora um pirata e que conquistou seu lugar no Alma Negra? Rupert, Will, Theodora, Pyra... Jane... será que se esqueceria dela?

— Pensando nela de novo homem-peixe?

Aquela voz de penumbra atravessou seus ouvidos como um tormento. O homem do sorriso frívolo estava diante da sua cela encarando-o com seu olhar superior.

Lantis nada disse.

— Ah, claro que estava! – Markus segurou as barras de ferro com as duas mãos. — Vamos ver até quando você vai conseguir pensar.

O sorriso dele daria medo em qualquer um, mas o sereia já o havia visto bastante vezes para não se sentir mais intimidado.

Todos os dias Markus ia até sua cela e lhe dizia barbaridades, ele falava sobre a história deturbada das sereias, sobre o que ouvia do Império das Águas, falava de Jane e de quando ela esteve em sua fazenda, inventava histórias sobre os dois e humilhava Lantis de todas as maneiras que podia, mandava seus homens irem até a cela dele e mijarem lá dentro, davam-lhe de comer apenas uma vez ao dia e era tão pouco que o emagrecimento já era evidente no sereia. Mesmo alguém com a mente forte e sã não se sente bem por muito tempo depois disso.

— Pode vir. – Lantis respondeu, o olhar azul envolta num círculo vermelho sangue. Havia ainda alguns hematomas em suas costas. A cura não dava conta de todo estrago que Markus fazia, mas ele iria suportar tudo e logo que tivesse a oportunidade iria rasgar a garganta daquele homem com as próprias mãos.

Lantis recebia os golpes, tentava se defender, mas a cada vez que pelejava contra ele ouvia um "clic" do outro lado das grades. Markus sempre trazia mais dois homens e a ordem era "se ele revidar, atirem para matar". Lantis queria viver então suportar tudo aquilo era o que ele podia fazer por hora.

Ali da Ilha Flutuante do Peixe Azul havia saído um recado para o Império Leste avisando os compradores que a mercadoria estava pronta e duas semanas depois os Maud estavam atracando seu lustroso navio nos ganchos de ferro do senhor Mizuki.

— Ora, ora vejam só quem chegou. – Disse Benjair com grande afetação.

O dois senhores Maud passavam pela ponte de madeira que ligava o atracadouro da Ilha com a Ilha em si.

— Um grande prazer revê-lo senhor Maud, meu amigo. – Benjair cumprimentava o Maud com quem outrora teria feito negócios na Ilha Liberdade.

— O prazer é todo meu. – Ele respondeu. — Este é meu irmão Richard Maud e sua adorada filha Anne Maud.

Ele apontou para o pai de Anne que suava frio pelo receio que tinha em encontrar Markus, afinal as histórias sempre precediam aquele homem.

Benjair cumprimentou o outro e aguardava que a moça terminasse de desfilar pela ponte.

— Encantado. – Ele pegou a mão dela e beijou-lhe o dorso.

Anne Maud tinha o nariz empinado, o decote avantajado e um caro vestido rosado cobrindo o corpo.

O sorriso nos lábios dela seria o mesmo que se veria nas bocas das cobras se elas pudessem sorrir.

— Onde ele está? – Perguntou o que lhe interessava enfim. — Onde está o MEU sereia?

O Alma Negra estava ali,atracado na Ilha, com poucas pessoas para o manterem sobre as águas. Pouco foifeito nele, reparos básicos para que ele aguentasse até que o próximo passofosse dado e ele fosse entregue a Marinha Imperial do Leste. O sereia não foitirado de sua cela nenhuma vez. Lantis ouviu quando a porta foi aberta, o som da voz da moça mais alto que qualquer um chamava "sereia, onde você está?" e Lantis sabia que algo de ruim vinha até ele. Ele pensava em Jane, no navio, no mar e buscou forças para manter a mente firme e não desmoronar. Lantis cerrou os lábios e os olhos, ele não podia mais ser o mesmo que esteve na Ilha Liberdade daquela vez, não podia só aceitar que seria levado de novo. Ele precisava pensar e buscar uma solução.

— Que lindo! Que lindo! – A voz de Anne estava poucos metros dele. A cela de Lantis estava limpa e farta de comida. O sereia estava bastante limpo, haviam brincos em sua orelha, piercings em seus cabelos penteados, maquiagem em seu rosto e uma fina e transparente seda lilás cobria levemente seu corpo, como se fosse assim sempre. — Ele é tão maravilhoso...

Quando a moça viu que ele realmente era o sereia que havia encontrado há algum tempo no Alma Negra quase desmaiou de felicidade e todos os seus dentes puderam ser vistos em sua boca.

— Veja só papai! – Ela abraçou o pescoço do pai. – É ele! É realmente ele!

— Claro que é, meu docinho. – O pai disse com um largo sorriso. — Eu disse que você o teria!

Ela beijou o rosto do pai algumas vezes, Benjair e o outro Maud sorriam satisfeitos pelos negócios que fariam.

Anne Maud aproximou-se da grade e agarrou duas barras de ferros colocando o máximo da cabeça para dentro. Aspirou o cheiro que vinha de Lantis.

— Ele tem um cheiro muito bom. – Ela passou a língua nos dentes e semicerrou os olhos, devorava cada centímetro exposto de Lantis e desejava descobrir lhe todo o resto. — Posso imaginar que seu gosto deve ser muito bom também.

O sereia os encarava, analisava a situação e não custou nada a entender que ali teriam duas saídas para ele: ou ele lutava e seria levado até as bruxas a força ou ele ficaria obediente ao lado de Anne e imploraria a ela que o mantivesse consciente prometendo servi-la a tudo o que ela desejasse até que conseguisse fugir.

Pensando nisso Lantis aproximou-se das grades em que ela estava, o cheiro dele inebriou ainda mais a moça que corava a cada passo que ele dava. O sorriso dela demonstrava bem o que queria dele.

— Sou eu de novo, sereia, se lembra de mim? – Ele sussurrou diretamente para ele. – Finalmente nos reencontramos.

Lantis levantou as mãos e pistolas foram colocadas em sua direção, Anne sorriu largo quando ele deitou as palmas de suas mãos sob as dela. Lantis encarava a moça sabendo do efeito que causava e pretendia usar isso a seu favor. Ele não iria perder.

— Me dêem a chave da cela dele. – Ela deixou a mão dele para estica-la a Benjair. O velho relutante encarou o pai da moça. — Agora!

O tio de Anne pegou as chaves de Benjair e entregou a ela.

— Vou aguardar até que você decida se quer ele ou não. – O Tio voltou para encarar Lantis. – E se você ainda quer viver, sereia, é bom que Anne esteja muito satisfeita depois que eu voltar a vê-la.

Anne e Lantis foram deixados a sós.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro