Capítulo 46 - Sentimentos Transparentes.
A noite passou agitada, a criatura abaixo deles lutava contra alguma outra fera e o escaler balançava demais. O sangue vermelho manchava a água, mas estava escuro para que eles pudessem ver. Aquela criatura era realmente muito forte e bastante temperamental, ninguém entendia como ela agia ou o motivo, mas ao menos podiam contar com a sua proteção.
Os sobreviventes do Alma Negra embalaram no sono quando a criatura abaixo deles venceu a luta e devorou o adversário. Talvez fosse um tubarão branco já que uma barbatana flutuou alguns minutos antes de ser sugada para baixo de novo. Jane e os seus estavam tão cansados, tão famintos que nem mesmo os raios quentes do sol os despertaram pela manhã. Pensamentos confusos povoavam suas mentes e a morte já era esperada pela maioria.
Mas nem tudo estava perdido.
— Jane? – Uma voz veio de longe seguida de muitos latidos. — Jane!
Eles não viram que um navio estava bastante próximo a eles, a sombra projetada no escaler permitiu que Jane e os outros abrissem os olhos e vissem os homens na amurada do navio. Um em especial chamou a atenção da capitã. Os cabelos caindo sobre o ombro e as roupas desalinhadas, ele havia sido acordado às pressas por algum dos seus.
— Thomas? – Jane disse bem baixinho cerrando os olhos para ter algum foco. Seria possível ser ele mesmo? A sorte podia sorrir para ela dessa vez?
— Fiquem quietos! – Ele disse ao bando que ficava feliz em ver o dono, rabinhos balançando e latidinhos cheios de euforia.
Só podia ser ele, não haveria nenhum outro navio com tantos cachorros assim.
— Thomas, me ajude. – Ela disse num lamento dolorido.
O bonito rapaz ficou chocado com a cena que viu, ordenou que seus homens socorressem de imediato os tripulantes do Alma Negra e lhes prestassem todo auxilio necessário. O Cão Voador tinha um punhado de homens que conhecia a história de Jane e Thomas, a maioria apostava que os dois acabariam juntos e tinham grande simpatia para com a capitã do Alma Negra. A capitã foi a primeira a ser retirada do escaler e caiu nos braços de Thomas assim que ele os estendeu para ela. Sem se importar com a sujeira ou o sangue, Thomas abraçou Jane e afagou seus cabelos ensebados. Ela apertou sua cintura com força como se fosse quebra-lo e as lágrimas queriam descer a todo custo, mas ela segurou-as bem guardadas das vistas curiosas. Jane foi levada para a cabine do Capitão, Thomas não a deixou nenhum minuto mostrando-se muito preocupado com ela, mas a capitã só aceitou ir depois que todos os restantes de sua tripulação estivessem bem e assim que eles também foram encaminhados para os cuidados ela entrou na cabine e lá recebeu o médico que cuidou dedicado de suas feridas. Thomas não fez perguntas invasivas, mas era claro que ele queria saber o que havia acontecido, sua rota era outra, mas ouvira alguns navios menores dizer que o Império Central estava fazendo ronda pelas aquelas águas, - embora não fosse domínio deles, e sua mercadoria não poderia ser considerada adequada para uma inspeção, então o capitão optou por uma rota mais utilizada pelos piratas e o destino havia lhe proporcionado uma surpresa.
— Beba mais, isso. – O médico dizia enquanto Jane bebia de uma caneca, o liquido era uma mistura fresca de não se sabe o que e ela bebia disfarçando uma careta. Aquele médico com certeza era conhecido de Victhor, o gosto era tão ruim quando o que ele preparava. Argh!
Thomas sorriu da careta que ela tentava conter e depois que o médico saiu dizendo que ela ficaria bem dali alguns dias, pegou um pano e uma bacia para ajudar Jane a se limpar. Ela permitiu que ele esfregasse um pouco por seu rosto sentindo o pano umedecido acariciar sua pele queimada, Thomas sempre foi muito cuidadoso e evitava os emplastos que o médico deixou ali para amenizar as queimaduras. Havia ainda aquele grande corte e o coração do capitão doeu pensando no que Jane havia passado.
— Vocês resistiram bem. – Ele disse enquanto torcia o pano mais uma vez. — Não importa o que, vocês resistiram bem. – O olhar da capitã estava tão longe, Thomas não sabia se devia continuar falando ou apenas deixa-la divagar por seus pensamentos e por fim, resolveu que falaria mais. — As rotas estão sendo revistadas por todos os lados, tenha cuidado quando for em direção ao Central, Leste e Sul. Parece que para o norte é melhor seguir pelo meio e evitar as bordas, alguns clãs menores tem sido insolentes e atacado quem resolvesse passar por lá, ouvi dizer que um tal Tetsu-não-sei-o-quê tem incentivado os líderes de clãs a serem mais enérgicos contra a Marinha e pelo visto está funcionando. E também, - Ele ajeitou a gola da roupa dela. — Eu ouvi Magnólia falando sobre você esses tempos.
O Cão Voador era um belo navio, Thomas tinha credibilidade com alguns nobres e sempre transportava cargas preciosas entre reinos e impérios, ele era o que muitos chamavam de Corsário. Sua cabine tinha muito mais luxo do que a de Jane e um cheiro forte, aroma de menta e alecrim, que a capitã reparou vinha de um chumaço de ervas penduradas próximo a cama, ele sempre teve essa mania, ela pensou. Além disso haviam quadros e objetos de arte que Jane não saberia diferenciar dos desenhos que o filho de Rosália pendurava na parede de sua casa. Thomas sempre foi assim, cheio dos bons costumes, muito educado e com modos nobres, foi o que fez Jane aproximar-se dele achando que ele era rico.
Na noite em que se conheceram Thomas estava numa estalagem buscando quartos, o homem havia dito que todos estavam alugados, mas o rapaz insistia que alguém havia reservado um em seu nome e que algum funcionário deveria ter cometido algum erro em adicionar outra pessoa a quarto que ele havia encomendado. Depois de muito debater e até tentar o senhor com algum dinheiro Jane apareceu dizendo que quem tinha alugado aquele quarto era ela. Olhando para a figura engomadinha de Thomas, seus cabelos bem penteados, barba perfeita e pele clara, ela pensou que poderia conseguir alguma recompensa se o sequestrasse, então convidou-o para dormirem juntos e planejou desmaia-lo com uma mistura mais tarde. Acontece que chegando ao quarto, depois de gastar todo seu charme, Jane foi informada pelo próprio Thomas que ela estava enganada e que ele não era um nobre.
— Por isso aceitou o convite rápido demais. – Ela bufou.
— Eu sei quem você é, capitã do Alma Negra e sei que seu objetivo ao me trazer aqui não foi gentileza ou boa vontade.
— Como soube? – Embora estivesse surpresa, seu rosto não demonstrou isso.
— Piratas mulheres não são tão comuns assim e algumas notícias correm rápido demais, alguns de seus feitos ganharam até página em um periódico da cidade, além disso, bem, digamos que fazemos parte da mesma irmandade, apenas que eu trabalho para pessoas que podem pagar melhor.
Ela bufou e cruzou os braços.
— Então por que aceitou vir para cá se sabia quem eu era? Me fez perder tempo.
— Por que eu precisava de um quarto e você me ofereceu um, mas não pense que será de graça, irei compensa-la bem por isso.
— Não tanto quanto eu esperava. – Ela disse pensando no quanto poderia pedir de resgate por um nobre de verdade.
— Mas o suficiente para fazer valer a pena.
Thomas era bonito e Jane não tinha mais nada a fazer, então eles ficaram juntos aquela noite. Por fim, ela descobriu que ele só havia recebido uma boa criação e era tão pirata quanto ela e depois de algumas doses os dois formaram um bom acordo. Com as informações que recebia, Thomas repassava a Jane que fazia as pilhagens e saqueava os navios, os dois trabalharam juntos durante algum tempo o que foi bem vantajoso para eles. Jane conseguia itens valiosos e Thomas pegava sua parte sem arriscar o seu título. Jane gostava do timbre da voz de Thomas, delicado, baixo e muito educado, gostava da forma como ele se vestia porque ela adorava rasgar toda aquela roupa e livra-lo daquele ar requintado, mas esses modos que ela achava engraçado e muitas vezes bonito foi o que a afastou dele, tinham pensamentos muito divergentes e apesar de se darem muito bem como amantes, não eram bons parceiros. Thomas valorizava demais estar perto da alta sociedade e isso irritava Jane que pouco falou sobre seus verdadeiros objetivos. É preciso escolher bem com quem se envolve, ainda mais quando ambos são piratas, Jane confiava em Thomas, mas sabia que ele nunca se rebelaria contra a nobreza para ficar ao lado dela e com atitudes que reforçavam esse pensamento ela afastou-se dele. Numa noite ela estava ao seu lado na cama e no outro dia de manhã seu lugar estava frio como pedra ao lado do homem de corpo quente. Thomas ficou chateado por ela sair sem se despedir, mas já havia entendido que isso aconteceria. Jane não dividia com ele as conversas que tinha com Simon e sempre que ele chegava perto eles paravam de falar e desviavam o assunto. Pouco ele soube do caso de Victhor com Eric e mesmo assim soube por que Jane perguntou se ele conhecia o Garça Branca. Por fim, quando voltaram a se encontrar Jane deixou bem claro que não iria para cama com ele mais.
Vendo-a sobre sua cama agora, neste estado lamentável, Thomas não pode deixar de lembrar das vezes que ficava observando-a dormir. Talvez ele ainda nutrisse algum sentimento por ela, mas ele não diria isso em voz alta.
Já era bem tarde quando o médico voltou a visitar Jane, Thomas estava sempre ali ou ao menos sempre mantinha alguém para ficar com ela. Depois de recuperar-se minimamente Jane quis saber dos seus. O médico era um senhor de bastante experiência e encarregou-se de todos com muito empenho.
— Ela teve muita sorte. – O médico referia-se a Theodora. — Não sei como sobreviveu tanto tempo, a ferida está bastante comprometida, quase foi preciso arrancar a carne para que não apodrecesse.
Jane insistiu para ser a última atendida, os seus homens deviam ter prioridade.
— Obrigada. – Foi o que Jane respondeu. — De verdade muito obrigada. Não sei o que seria de nós se não fosse por vocês.
Ao lado do médico estava Thomas.
— Bem, se me dão licença, vou descansar agora. – O senhor retirou-se da cabine fechando a porta atrás de si com um sorrisinho de canto.
— Jane, agora que estamos a sós, — Em outra época poderia conter malicia naquelas palavras, mas agora não era o caso. — Me diga, - Ele sentou-se na beirada da cama. — O que houve com vocês?
A voz de Jane custou a sair, pensamentos arranharam sua garganta e quando o fez estava embargada por culpa, raiva e tristeza.
— Eu os abandonei, Thomas. – As lágrimas teimaram em descer por suas bochechas. — Eu abandonei o meu navio, eu abandonei os meus homens e o pior, - O choro escorreu até seu pescoço. — Eu abandonei Lantis, abandonei quem eu prometi proteger e não sei se serei capaz de traze-lo de volta.
Thomas ajeitou-se ao lado dela e colocou-a deitada em seu peito, acariciou seus cabelos e seu rosto. Jane não suportou mais a tristeza e deixou-se envolver por ele, chorou até molhar todo colarinho do capitão do Cão Voador.
Thomas deu batidinhas de leve no ombro exposto dela, ali havia uma queimadura horrível que marcaria a pele de Jane.
— Ele deve ser mesmo muito importante para você Jane. – Ele a ouvia fungar. — Nunca nestes anos todos que nos conhecemos vi você assim.
Ela não disse nada, não podia contestar o que Thomas dizia e não saberia explicar ao certo o que sentia por Lantis. Com certeza não era só responsabilidade, atração física, coisa de sereia ou uma troca de favores que unia os dois, Jane pensou pela primeira vez que poderia amar Lantis e isso fez seu coração acelerar tanto que quase saiu pela boca.
— Se você o ama, – E como se lesse seus pensamentos Thomas continuou. — Você deve trata-lo com carinho, Jane. Deve deixar que ele saiba o que você sente.
— Mas eu tenho as minhas prioridades. Eu não posso deixar que esse tipo de sentimento...
— Não seja assim Jane. – Ele a cortou e ajeitou a posição para encarar o rosto dela. — Esse tipo de sentimento só a deixa mais forte e mais convicta do que quer realizar. Você seria capaz de qualquer coisa por um ideal, não é?
Ela assentiu.
— Então imagine compartilhar o seu ideal com alguém que você ama e que pode amar você de volta? Vocês se tornariam imbatíveis. – Ele sorriu. — Tenho até medo do que aquele sereia é capaz de fazer.
Jane parecia confusa, ela não havia dito que falava sobre o sereia, desde quando era tão transparente assim?
— Ora, Jane. – Ele segurou-a levemente pelo queixo. — Eu sei muito bem de quem estamos falando. No dia em que nos encontramos aquele cara por pouco não me matou só com o olhar. Eu quase tenho certeza que tive pesadelos com ele. — Thomas tinha uma risada gostosa. — Então se você o ama, deixe-o saber e deixe que ele participe dos seus objetivos com você.
Jane olhava-o atentamente, quase como se não fosse o mesmo Thomas que conhecera há anos atrás. Aquelas palavras pareciam mais uma súplica de um relacionamento antigo, como se ele quisesse ter dito isso antes, bem antes.
— E claro, não vá enfiar nenhuma faca na barriga dele, nem mesmo se ele duvidar de você.
Ele levantou a blusa e mostrou a ela uma pequena marca ali.
— Viu, eu tenho mesmo a cicatriz.
Jane sorriu bem pequeno. Ele passou o polegar sobre os lábios dela.
— Queria que a gente tivesse dado certo, Jane. – Eles se olhavam. — Mas você nunca choraria assim por mim.
Ela diria algo se houvesse algo a dizer. Amar Lantis... o que isso realmente significava? Ela precisava de um tempo para pensar sobre isso, mas antes tinha pendencias a resolver com Markus e Benjair. Mas visto como estava, bem, ela não sabia por onde começar.
— Mas está tudo bem. – A expressão dele tornou-se séria. — Eu aceito a derrota. – Thomas passou as pontas dos dedos pelo machucado no rosto dela. — Agora me diga, quem foi o imundo que fez isso com você?
Jane contou a Thomas sobre a emboscada ao Alma Negra, ele disse que a ajudaria e na situação em que estava a capitã não poderia deixar o orgulho vir à tona e aceitou. Foram cinco dias a bordo do Cão voador e Jane recebeu mimos e paparicos de Thomas o tempo todo. O médico passava para vê-la muitas vezes ao dia e no segundo dia liberou que ela pudesse tomar banho. Embora este ato fosse mal visto por alguns que acreditavam que o banho fazia mal para a pele, Jane tinha o hábito de tomar banho sempre que possível e quando entrou na tina de água fria seu corpo pode finalmente relaxar um pouco.
Quando Romualdo viu o Cão Voador se aproximar da Ilha de Ferro achou estranho, desde que Thomas havia se tornado corsário os assuntos entre eles eram tratados com mais distinção, mas o capitão e seus cachorros atracavam ali aos olhos de todos. Ele deu dois passos para trás quando viu Jane descer com ajuda de Simon, e quase caiu quando viu Theodora sendo amparada por Victhor e Will. Os homens que estavam ao lado de Romualdo moveram-se depressa reconhecendo a expressão de seu líder e num instante toda ilha estava de prontidão para receber qualquer ordem. Romualdo então ficou sabendo de tudo e principalmente sobre Theodora, sua preciosa filha, e ele ficou irado. Jane assumiu a responsabilidade, mas Romualdo era um homem vivido e sabia que a culpa não era dela. Markus já vinha causando problemas, ele e Benjair estavam nas vistas dos homens das Ilhas Flutuantes há tempos.
— Eu a levei para o Alma Negra e disse que cuidaria dela. – Jane olhava nos olhos de Romualdo, a sala em que estavam repleta de homens fortes e muito altos, peles morenas, negras, retintas e olhos afiados a qualquer movimento. — Eu falhei com o senhor e assumo a responsabilidade, pode me castigar como é costume na Ilha de Ferro.
Ele inspirou e expirou alto, seus homens com os dentes trincados e olhos enfurecidos, muitos ali cresceram juntos com Theodora e tinham muito carinho pela filha do chefe.
— Você foi castigada mais que o suficiente. – Ele tocou o ombro bom de Jane e sentiu o musculo embaixo de sua palma aliviar. — No entanto, a expressão em seu rosto se tornou dura. — Mantenha sua promessa e cuide da minha pequena, traga-a para casa sempre que precisar.
Jane fez que sim e a mão pesada foi retirada dali, ela achou que os homens relaxariam depois de ouviram o que Romualdo disse, mas suas expressões continuavam sérias como touros selvagens. É claro, ela pensou, eles são homens da Ilha de Ferro, nunca vão relaxar na presença de um estranho.
— Senhor, - Um dos homens deu um passo a frente. — Pedimos permissão para visitar a pequena princesa, - Ele recebeu um olhar furioso, seus joelhos pareceram fraquejar e ele limpou a garganta. — Digo, para visitar a senhorita Theodora.
Jane tentou não demonstrar a vontade de rir, era evidente a preocupação de todos, mas mais evidente que isso era o zelo, o mimo e o cuidado com que todos ali tinham com Theodora, Pequena Princesa era o apelido que todos ali a chamavam, era permitido chama-la assim apenas aqueles que nasciam na Ilha de Ferro.
Depois de receberem o sinal positivo de Romualdo, dez dos homens saíram tentando conter o anseio de ver Theodora, assim que a porta se fechou atras deles foi possível ouvir seus sapatos batendo contra o chão.
— Eles foram correndo. – Disse Jane bem baixinho.
— Bem, - Romualdo voltou a postura séria de antes, não que a tivesse abandonado, só pareceu ter os ombros mais relaxados por um instante. — Vamos falar de negócios.
Acontece que os tráficos de Benjair e os negócios ilícitos de Markus vinham atrapalhando as vendas e negociações dos homens das Ilhas Flutuantes há um tempo. Cada líder de ilha sabia respeitar o território do outro e a não ser com permissão ou aliança, jamais invadiam o território alheio e muito menos comercializavam em áreas impróprias. Líderes formavam pactos e sempre acontecia de invadir, saquear outras ilhas flutuantes, mas tudo feito dentro dos conformes e era uma forma de manter a ordem e a hierarquia dentro do círculo de Ilhas. Mas Markus e Benjair se achavam no direito de burlar as regras e invadiam os espaços alheios vendendo e traficando fora de suas rotas sem o menor respeito. Além do mais, nada dos lucros era repartido e vez ou outra alguém das Ilhas Flutuantes tinha que ir limpar a bagunça que eles deixavam para trás, aquilo tudo atraia a atenção da Marinha Imperial e sempre causava problemas. Muitos dos líderes das Ilhas Flutuantes achavam a forma que Markus lidava com suas mercadorias bem bizarra e não queriam que seus nomes fossem associados.
— Vou ajudar você a lidar com aqueles dois, - Disse Romualdo. — Mas não quero meu nome no meio disso, você vai arcar com toda a fama.
Jane entendia o que isso queria dizer, se viessem atras de alguém, seria do Alma Negra e não da Ilha do Homem de Ferro.
— Mas é claro, - Ela disse. Afinal, eles eram os loucos que não tinham nada a perder.
Então, com um aperto de mão mais um negócio entre a capitã do Alma Negra e o dono de uma das Ilhas Flutuantes mais perigosas de todo oceano estava fechado.
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