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Capítulo 11

Fire me encarou decepcionado, aquilo doeu tanto nele quanto em mim mas, eu não podia simplesmente ir embora sem procurar mais a fundo, e eu estava disposta a ir bem fundo. Ele me soltou, cambaleei quase perdendo o equilíbrio e desviei o olhar para Jaded que se aproximava.

- Nós farejamos em todos os lugares, eu mesmo revirei a maioria das salas. Ella, eu queria muito estar errado, juro que queria mas, não tem espécies aqui. - seu olhar era pesaroso, tinha um pedido de desculpas ali.

- Acabamos de voltar da ala Norte, onde você estava presa. Não tem nada lá. - Shadow falou enquanto descia as escadas junto de Fury  e Gross.

- É minha vez de procurar, e vai ser do meu jeito. Quem não tem um bom estômago, fique a vontade para cair fora. - eles deram um passo atrás, Fire resmungou alguma coisa que eu não fiz questão de ouvir.

No centro daquele espaço revirado estava Rikki e mais dois doutores algemados de joelhos, o general ria se divertindo com a cena. De soslaio pude ver Tim esbravejando alguns palavrões enquanto dava as costas, o silêncio preencheu o lugar e apenas o som dos meus passos eram ouvidos no piso queimado e polido. Esse espaço era obviamente usado pelos técnicos, era possível ver vários cacos de vidro espalhados pelo chão, algumas pipetas quebradas,tubos de ensaio e líquidos. Era um bom lugar para uma tortura.

Peguei algumas coisas que fui encontrando intactas pelo caminho, meu conhecimento de Química era quase nulo mas sabia que não é seguro misturar elementos, principalmente quando não se conhece. Juntei tudo que achei e coloquei a minha frente, sentada diante dos três homens algemados. Tinha uma pipeta automática e quatro tubos de ensaio, em três deles haviam líquidos diferentes e o ultimo estava vazio.

- Eu quero deixar claro que não sou paciente, embora pareça. - sorri de lado. - Eu quero o meu filho e só vou sair daqui com ele. Nós podemos fazer isso do jeito fácil, eu pergunto e vocês respondem mas, se mentiram pra mim eu vou me certificar que tenham uma morte extremamente lenta e dolorosa.

Comecei a misturar os líquidos, pelo olhar dos dois doutores era óbvio que alguma coisa ia dar errado nessa estranha combinação que eu estava fazendo.

- Onde está o meu filho? - perguntei absorvendo o líquido do tubo com a pipeta.

- Seu filho está morto! Mandamos mata-lo assim que seus amiguinhos nos acharam. Acha mesmo que deixaríamos nosso experimento cair em mãos erradas? - um dos doutores respondeu me encarando, levantei e me aproximei dele. O homem tremeu.

- Eu ouvi dizer que me levariam para o Alasca, acha mesmo que vou acreditar que mataram meu filho? - neguei. Segurei seu queixo, ele tentou se soltar do meu agarre mas foi em vão, o líquido pingou sobre seu olho esquerdo. Os gritos dele tomaram o ambiente,tinha muito sangue escorrendo do infeliz. - Mais alguém quer mentir para mim?

- Ele não estava mentindo, matamos mesmo o garoto. Pare com isso Ella, não adianta mais. Tudo que você fez foi em vão, se não tivesse nos procurado ele estaria vivo. - comentou Rikki, segurei na gola da sua farda e soquei o seu rosto duas vezes.

- Ele morreu? Está bem, eu aceito isso. Me diga onde está o corpo. - Ele riu cuspindo sangue no chão.

- Você já foi uma mulher de palavra, Ella. Já foi um soldado perfeito, hoje não é nem a sombra do que foi um dia. Eu tinha orgulho de dizer que te treinei, que você era a melhor escolha, agora é só uma mulher recolhendo as cinzas  da vida destruída. - eu poderia bater nele mas aquilo realmente me fez rir, gargalhei alto.

- Sabe, general. Eu finalmente entendi uma coisa nesses anos longe dos fuzileiros, eu achava que fazia tudo aquilo por que você mandava, mas a verdade é que eu gosto. - retirei a arma presa em minha calça e atirei na sua perna direita, ele gritou. - A sensação de poder sobre a vida de outra pessoa é incrível.

- Ah! Pare com isso! - Ele gritou, atirei em sua perna esquerda, tinha certeza que a dor era terrível.  - Ah! O que você fez?

- Vai sangrar até morrer, a não ser que me diga onde está  meu filho. - Ele gemia de dor, o doutor a sua esquerda chorava de medo. Os espécies e agentes ao redor pareciam prender a respiração.

- Debaixo do seu nariz. - zombou, eu pisei em sua perna direita. - Porra! Na terceira porta! Na terceira! Mandamos mata-lo lá! A senha é seis, cinco, zero, oito.

Enquanto eu andava até  a porta senti os passos de Fire me acompanhando, tremi quando levantei a mão no painel digital para colocar a senha. O que eu encontraria atrás dessa porta?

Digitei e me afastei enquanto a porta abria, o cheiro me nocauteou, Fire ergueu o meu corpo me afastando,sangue escorria da sala, muito sangue, estava escura e quente o que deixou o cheiro mais forte.

As lágrimas logo começaram  a escorrer dos meus olhos, era tarde. Eu tinha chegado tarde demais. Sacudi o meu corpo até  Fire não conseguir mais me segurar, minhas pernas tremeram e eu caí de joelhos no chão. A dor em meu peito era esmagadora, eu não conseguia acreditar que não tinha conseguido salva-lo, eu não fui forte o suficiente por nós dois. Fire se ajoelhou atrás de mim e me cercou com seus braços, suas lágrimas molharam  meu pescoço, foi tudo em vão.

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