Os poucos minutos que ela tinha dito se estenderam, talvez algum problema interno ou sua intenção era apenas me deixar com medo. Não sabia ao certo quanto tempo tinha se passado mas ousava chutar que já tinha se passado pouco mais de quatro horas desde que ela veio aqui. O meu coepo estava exausto e dolorido, muito tempo sem beber água e perdendo líquido por causa do calor. A porta foi aberta de supetão, dois homens entraram parecendo nervosos.

- Hoje é seu dia de sorte, ruivinha. Vai ser transportada para o Alaska, seus amigos vieram te buscar. - sorri discretamente com o comentário, a cabeça baixa e a respiração pesada dava a entender que eu estava dormindo.

- Solta ela, vou esperar do lado de fora. - o outro falou abrindo novamente a porta, pude ouvir um abafado som de tiros.

- Rikki disse para fazermos isso juntos, falou que a garota era perigosa. - esperto, muito esperto.

- Olha o tamanho dela, já está toda ferrada depois que Gezy a espancou. Não consegue dar conta de uma mulher com metade da sua altura? Estou esperando aqui fora. - odiava ser subestimada.

O homem sem muita escolha soltou primeiro a minha cintura e em seguida meus braços, deixei que meu corpo tombasse para a frente e ele me segurou parecia irritado. Antes que as algemas encostassem em minha pele chutei a lateral do seu joelho e torci o braço que me segurava o quebrando, ele gritou tentando me acertar, alcancei sua arma e atirei na cabeça dele. O parceiro idiota entrou esbravejando, assim que ele me notou tentou sacar a arma, não conseguiu fazer muitos movimentos, seu cérebro pintou a parede.

Não imaginando o que encontraria lá fora peguei a cadeira, as cordas e as duas armas. Era óbvio que alguém viria atrás dos dois idiotas que não conseguem se quer segurar uma garota. No corredor espiei as laterais para ter certeza que estava vazio, a cadeira de ferro era carregada a minha frente para evitar possíveis ataques diretos, meu estômago pode estar em péssimo estado e eu não quero agravar meus problemas, precisava achar meu filho antes. Não fazia ideia de para onde estava indo mas o barulho de tiros gritos e rosnados ficavam mais altos a medida que me aproximava.

O final do corredor estava próximo mas tinha mais dois guardas no local, por sorte eles estavam de costas, querendo economizar munição, o que eles não estavam se preocupando no momento, eu joguei a cadeira na cabeça do homem a esquerda. O outro atirou em minha direção e por pouco eu não fiquei sem um olho, irritada e já sem paciência atirei acertando suas duas pernas, ao me aproximar afundei a perna da cadeira em sua cabeça.

Os tiros cessaram, eu corria descendo a escada vendo a força tarefa rendendo os bandidos, tinham também alguns agentes especiais por aqui. Não demorou para que eles me notassem, antes de conseguir chegar ao último degrau ouvi o destravar de uma arma perto da minha cabeça, algumas armas foram direcionadas a nós dois.

- Larguem as armas ou ela morre. - era Gezy, sorri de lado. Ele empurrou a arma contra a minha cabeça me obrigando a andar. - Larguem agora!

Seu braço rodeou meu pescoço me puxando contra ele, os rosnados altos de Fire podiam ser ouvidos ecoando no lugar, ele estava parado em uma distância segura, meu coração errou duas batidas.

- Solte a fêmea e nós poupamos sua vida. - Jaded tentou argumentar, Gezy gargalhou.

- Isso não vai acontecer, eu vou matar ela! - gritou em meu ouvido. - Ao menos você vai ter a chance de ve-los pela última vez, Ella.

Respirei devagar para raciocinar direito, uma idéia maluca logo me veio a mente e eu sabia que só teria uma chance de executa-la. Tentei me mexer e como eu imaginei ele virou um pouco de lado perdendo o apoio da sua base, eu coloquei a minha perna por trás da sua e emourrei seu corpo forçando a mão que segurava a arma para cima. Nós dois caímos e ele atirou, por sorte no telhado. Sem perder tempo comecei a soca-lo sem pensar em quem estava assistindo o meu ataque de fúria, odiava Gezy com todas as minhas forças. 

- Já chega, Ella! Já chega! - os braços de Fire me rodearam tirando meu corpo de cima do desgraçado que agora nadava em seu próprio sangue, eu continuaria batendo nele assim como ele não teve pena do meu filho eu não tenho se quer uma gota por ele. - Acabou.

- Não, não acabou. - Fire me segurava firme, em seus olhos dourados eu pude ver a dor e a decepção, ele pode não me odiar mas sei que eu o feri, fui embora sabendo do risco que correria.

- Acabou, Ella. Vasculhamos cada espaço aqui, não tem mais ninguém. - minha respiração começou a pesar, não podia ser verdade, o meu filho tinha que estar aqui.

- Não! O meu filho está aqui! O nosso filho está aqui, Fire. Eu sei que está!  - gritei sacudindo o meu corpo em uma tentativa falha de me livrar dos seus braços.

- E você acha que eu não queria que estivesse? Eu queria que ele estivesse vivo tanto quanto você Ella, mas não tem nada aqui, ele não está vivo você foi enganada!  - neguei freneticamente com a cabeça, isso não era verdade, não podia ser verdade.

- Me solta, se você não vai peocurar por ele direito, eu vou. Me solta! - gritei, os machos me encaravam como louca e eu podia ouvir alguns sussurrando, não me importava de agir como uma, eu sabia que meu filho estava aqui.