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Eles E Eu... Para Sempre

— Como assim visita? – Eu encaro Sandy.

— Eu convidei os meninos... – Ela diz com uma voz meiga — Ah, vamos lá Dera! É véspera de Natal. Todos merecem ter um momento feliz na véspera de Natal.

— Eu perdi meus avós na semana passada! – Digo um pouco irritada.

— Débora, você é uma médica veterinária maravilhosa. Eu vi em sua agenda, você tem mais horários marcados do que a Grey. Olha esse lugar – Ela aponta para o terreno ao redor da casa — Você cuida disso tudo sozinha. Você incrível. Mas você é solitária.

— Não sou não.

— É sim, Dera! Você está há duas semanas sem chorar, não é mesmo? Seu olhar está distante. Você está no piloto automático. Seu cabelo está sujo. Suas unhas também. E você não está se importando com isso. – Ela toma mais um gole da cerveja — Minha amiga, esse lugar está impecável. Nada fora do lugar. Até as plantações estão alinhadas. Os animais estão gordos e limpos. Até os porcos! – Ela diz como se meus porcos estarem limpos fosse uma blasfêmia — No entanto você não está fazendo isso para você e sim por seus avós que se foram! Sim, eles se foram!

Ouvir tudo isso de Sandy parece desatar um nó que está preso em meu coração. As amarras escuras que me faz ficar presa perto de um abismo que eu mesma criei.

— Sandy, eu não sei mais o que fazer! – As lágrimas que ficaram presas por duas semanas começam a descer — Eu sempre quis me tornar uma médica veterinária e voltar para cá. Cuidar do vovô e da vovó e do sítio. Ter uma vida sossegada. Mas tudo isso desmoronou quando eles se foram. Aqueles que mais amei.

— Ôh minha amiga – Sandy vem até mim e me abraça — chora. Pode chorar. Libera toda essa tristeza que está presa aí dentro.

Ficamos um bom tempo abraçadas, comigo chorando tudo o que tinha direito.

🐎🐎🐎

Na manhã seguinte ficamos esperando na rodoviária os meninos chegarem. Confesso que estou imensamente ansiosa. Não os vejo há muito tempo.

Assim como Sandy disse eu lavei meus cabelos, limpei as unhas e me arrumei um pouco.

Fiquei bem mais apresentável. Mesmo que eu esteja com uma calça jeans, camisa xadrez e bota cano alto (o que uso casualmente).

— Eles estão chegando! – Sandy diz animada quando o ônibus se aproxima.

— É o que parece. – Falo com um sorriso irônico.

Aprendi isso com o Alex.

Quando o ônibus estaciona eu fico tensa e feliz a cada pessoa que saia. Quando finalmente avisto Guilherme meu coração se enche de alegria.

— Dera! – Ele abre os braços e eu corro para abraçá-lo — Que saudades!

— Nossa, nem sei explicar o quão feliz estou!

O próximo a descer é o Alex. Lindo como a primeira vez que o vi. Nem parece que se passaram quase sete anos.

— Minha caipira!

Eu me apresso a abraçá-lo.

Meu coração parece que vai explodir de tanta felicidade.

— Ah, que saudades das suas ironias! – Ele aperta o abraço e me tira do chão.

— Já chega Alex, vai quebrar os ossos da minha amiga. – Quando olho para o último degrau vejo Rafaela.

— Você! – Levo minhas mãos à boca — Uau! – É tudo o que consigo dizer sobre a enorme barriga de Rafaela.

— Cê vai ser tia duas vezes... – Júnior diz saindo do ônibus — Tem dois molecotes aí dentro. – Diz com orgulho.

— Parabéns! – Abraço os dois ao mesmo tempo. Isso me faz levantar meus pés para dar altura...

Eu os olho e em seguida para o ônibus se fechando. Quando percebo estão todos me encarando como se esperassem uma reação.

— Que foi gente? Pensaram que eu fosse chorar porque o Sebastian não veio? – Dou um sorriso abafado — Não vai acontecer. Eu tenho quase 25 anos. Já passei por muitas coisas. Meu coração ainda está despedaçado com a perda dos meus velhinhos. Então não se preocupem, não ficarei mal.

— Essa é a minha Dera! – Alex põe o braço sobre meu ombro. Velhos costumes não desaparecem.

— Como vamos todos nesse carro? – Rafaela diz ao ver minha caminhonete.

— Dá um desconto, eu não vim com minha Rilux porque não sabia que estaria vindo com dois bebês a bordo.

Mesmo com os chiliques de Rafaela quando subimos a serra, nós chegamos sãos e salvos no sítio.

— Caramba! – Guilherme diz deixando sua mochila cair — Agora entendo porque falava tão bem desse lugar. É lindo!

Realmente, meu pedacinho de chão é maravilhoso. A casa foi reformada e agora conta com três andares. Sendo que o último é o sótão. Ela tem uns detalhes em madeira que nos faz lembrar-se de casas estadunidenses. Ela é toda branca.

O quintal que rodeia a casa é repleto de gramas bem cortadas e da porteira até a casa tem um caminho com pedras. Os coqueiros deixam a chegada mais atrativa.

Do lado esquerdo vemos vários pés de café, à direita uma pequena reserva florestal.

— ISSO É TUDO SEU? – Alex grita quando vê o terreno por trás da casa.

O vasto campo onde as vacas estão pastando deve ter cerca de 100 mil metros quadrados.

Por trás da casa também tem a área dos bichos. Galinheiros bem feitos e cuidados e o chiqueiro. Que como a Sandy disse, nem se parece com um. Já o curral fica à cem metros da casa, onde também fica meu estábulo.

— A maior parte sim. O restante eu adquiri depois que voltei. Antes de meus avós ficarem internados.

— Você é uma fazendeira! Uau! – Rafaela diz como se estivesse muito mais surpresa do que deveria.

— Como você faz para cuidar disso tudo sozinha? – Guilherme me encara — Sério que você faz isso sozinha?

— É um pouco difícil, mas sim. Só contratamos pessoas no período da colheita do café.

— Faremos um churrasco hoje não é mesmo? – Alex diz interrompendo o assunto.

— Babaca! – Dou um peteleco na cabeça dele.

A noite passou rápido. Rimos, relembramos os momentos marcantes. E quando deu meia noite desejamos um feliz Natal.

E assim os dias se passaram até eles se despedirem de mim na segunda após o ano novo. Deixando-me novamente sozinha.

Na primeira oportunidade que Guilherme teve me contou que Sebastian queria muito vir, mas teve um problema em uma reserva florestal e ele teve que ir trabalhar.

Quando estacionei minha caminhonete na garagem e vi a imensidão de terras que tenho para cuidar. As dezenas cabeças de gado. E o grande vazio em meu peito.

Quer saber? Já sei o que farei.

🐎🐎🐎

— A senhora tem certeza? – Disse o moço magrelo à minha frente.

— O senhor disse que tem dois filhos não é mesmo?

— Tenho sim Senhora.

— Acha que dão conta de cuidar da fazenda?

— Damos sim, uai. Já fomos colonos antes. A gente cuidava de uma terra do tamanho dessa aqui.

— Perfeito. – Lhe estendo o contrato — Aqui está o contrato. Mas como sabemos que o café só é colhido uma vez por ano, lhes darei dois salários mínimos. O lucro do café será dividido ao meio. No entanto tirarei da minha parte o montante para pagar as despesas com a lavoura. O senhor poderá utilizar 40% do leite que for tirado. Os outros 60% serão entregues à Selita. Não é muito, mas lhe dará uma renda. Eu virei aqui apenas um final de semana por mês. Para acertar todas as contas. Comprar o que for necessário e averiguar os ganhos. O filho do Senhor pode ir anotando tudo que entra e sai da fazenda? – O moço balança a cabeça — Ótimo. Pronto para assinar o contrato?

— A senhora tem certeza que vai dar todos esses benefícios? – Ele diz emocionado.

— Tô falando, homem. Tá tudo aqui no contrato.

Assim que decidi voltar para Alegre eu deixei tudo pronto. Até fiz uma casa nova para o colono morar com a família. Eles são pessoas honestas. Sei que cuidarão de tudo. E também irei voltar sempre que possível.

Cidade Grande, lá vou eu!

🐎🐎🐎

Sentir o ar – mesmo que um pouco pesado pela poluição – dessa cidade me trás maravilhosas lembranças.

Recordações de uma garota com dezoito anos repleta de sonhos, que mal sabia que fora enganada por uma senhora mau caráter, mas que me apresentou – mesmo que talvez sem intenção – as pessoas mais importantes da minha vida.

Voltar a essa cidade – e dessa vez com um plano – é uma sensação maravilhosa. E assim como quando voltei ao sítio – que agora é uma fazenda – da vovó tive a sensação de 'volta para casa' hoje também estou tendo.

É incrível!

🐎🐎🐎

Duas semanas depois...

Por fim consegui me estabilizar. Ao invés de alugar um apartamento consegui comprar uma casa em um bairro residencial muito tranquilo. Também aluguei um espaço e montei minha própria clínica veterinária.

Hoje estou indo cumprir o último passo para que minha felicidade esteja completa.

Olho-me no espelho pela milésima vez. Espero que esteja apresentável o bastante para essa ocasião. O vestido vermelho 'tubinho' está mostrando minhas curvas. Não sei se isso é bom ou ruim.

Moda nunca foi meu forte, não é mesmo?

Meus longos cabelos estão soltos. Eu os cortei um pouco o que deu mais volume.

🐎🐎🐎

Ao chegar na bela mansão eu aperto a campainha. Não demora muito tempo até que a própria Dona venha me receber.

— Uau! Como você está linda minha filha! – Dona Suzana diz e me abraça apertado assim que entro — Estava com saudades.

— Dona Suzana! – Eu retribuo o abraço. Estava com muitas saudades dessa sensação que ela me passa.

— Venha, sente-se conosco.

Uou! Quando entrei me deparei com duas versões de quarentões de Sebastian. Também uma mulher tão esbelta que parece uma Barbie, mas ao invés de loira, negra.

— Essa daqui é minha nora, esposa de Sávio. – A mulher vem e me abraça.

— Débora eu ouvi falar muito de você. Muito prazer, eu sou Verônica. – Ela me estende a mão e eu a cumprimento sorrindo.

— O prazer é meu.

— Então você é a morena que roubou o coração do nosso caçula. – O irmão que Dona Suzana me apresentou como Sávio vem e me cumprimenta.

— Acho que era. Não sei agora. – Sorrio simpaticamente.

— Acredite, ele sempre fala em você. Quase chorou por não ter conseguido ir ao natal. – O outro cara se aproxima — Eu sou o Sidney. – Ele estende a mão.

— É um prazer conhecê-lo! – O cumprimento.

Estão todos bem vestidos. Graças a Deus eu me enfiei nesse vestido.

— Vamos indo para a mesa. O Sebastian vai chegar daqui a pouco. – Dona Suzana diz me guiando até a enorme cozinha.

Sentei-me a mesa – retangular e de vidro.

A conversa fluiu perfeitamente. Os irmãos de Sebastian são maravilhosos. Verônica é uma mulher interessantíssima.

Antes de a comida ser servida, Sebastian entra na cozinha fazendo meu coração quase sair pela boca.

No entanto meu sorriso bobo some imediatamente quando uma mulher da mesma altura que ele, morena, com cabelo liso e corpo esbelto aparece do lado dele.

Eu que estava prestes a me levantar me contive.

Sebastian parece extremamente surpreso com minha presença. Eu nem sequer consigo decifrar o seu olhar.

— Meu filho que bom que você chegou! Sente-se conosco.

Um silêncio se instaura enquanto Sebastian e a moça se sentam. Noto que eles reparam como estou agindo.

— Débora, deixe eu lhe apresentar a Cassandra. – Dona Suzana aponta para a moça sentada do lado de Sebástian e de Sidney — Ela é namorada do meu filho... – Ela dá uma pausa que parece me apunhalar — Sidney.

O ar que eu nem sabia que estava prendendo foi solto.

— Há quanto tempo, Débora. – Sebastian diz por fim — Pensei que nunca mais fosse vê-la.

— Muita coisa aconteceu. Eu fiquei com saudades daqui. Estava me sentindo muito sozinha na fazenda depois que vovó e vovô se foram.

— Eu sinto muito sobre sua perda.

Mantivemos conversas agradáveis durante e após o jantar. Senti-me muito bem na presença de todos.

— Sebastian, por que você não leva Débora até a casa dela? – Sávio sugeriu com um ar divertido.

— Se não quiser não precisa. Posso chamar um táxi. – Digo quando Sebastian fica em silêncio.

— Não. Eu vou te levar. – Sebastian se levanta da poltrona - Vamos?

🐎🐎🐎

Já estamos quase chegando à minha casa e não dissemos nada. O silêncio é corrosivo.

— Vai me deixar de novo? – Ele para o carro e me encara.

— Se eu fosse embora novamente eu não teria me aproximado.

— Dera eu ainda te amo do mesmo jeito. Sonhei com você todos os dias que não esteve aqui. Eu fiquei muito mal quando não consegui ir junto com o pessoal no fim do ano passado.

— Sebastian – Eu suspiro — só me escuta. – Ele olha em meus olhos — Eu também pensei em você durante esse tempo que estivemos separados. A cada dia que se passava eu percebia que perdi o amor da minha vida. Mas eu não me arrependo de ter ido embora. O pouco tempo que passei com meus avós foi fundamental para que eu não me sentisse mal por eles. Se eu não estivesse com eles nos últimos momentos, eu não me recuperaria. Mas eu voltei por você. Pode parecer egoísta da minha parte, porém eu farei o que puder para te mostrar que estou sendo sincera.

Ele segura minhas mãos e tira o cinto de segurança.

— Eu te amo e nem o tempo pôde mudar isso!

Ele me beija. O beijo que ansiei desesperadamente.

🐎🐎🐎

Não demorou muito para chegar o dia do nosso casamento. Mas um imprevisto atrasou nossos planos.

Assim como Sebastian e eu fomos padrinhos de Rafaela e Júnior, nós os convidamos para serem do nosso casamento.

Bem no momento em que eu iria dizer sim, a bolsa de Rafaela estourou. Foi uma gritaria, choro, desespero que só vendo.

Alex apareceu no hospital animado pela chegada dos gêmeos. Guilherme e Marcos andavam de um lado para o outro. Dona Suzana estava enlouquecendo porque deixamos o casamento de lado para estar junto com a nova mamãe.

— Quem é Débora? – Uma enfermeira aparece.

— Sou eu, por quê? – Digo me levantando da poltrona da sala de espera.

— A moça está te chamando. Quer que você fique do lado dela nesse momento. – Ela olha para meu vestido de noiva — Acho melhor a senhora tirar isso...

Nós rimos. Em meio a tanta emoção, nem me dei conta de que estou com meu vestido ainda.

Uma das enfermeiras me emprestou uma roupa que tinha sobrando. Então fui para a sala de parto.

Eu não sei como descrever como foi presenciar um parto normal.

Mesmo com toda a dor e os gritos agonizantes de Rafaela com as contrações, foi incrível quando os bebês vieram ao mundo.

Quando segurei um deles me senti preenchida. A emoção de segurar um recém-nascido é indescritível.

Mesmo com todas as contradições da vida, são momentos como esse que nos mostram o quão importante é aproveitar cada segundo.

Quando Rafaela foi para o quarto de descanso e nossos amigos vieram preocupados ver como os três estavam, eu entendi que são essas pessoas que eu não quero perder. Gostaria muito que fosse eles e eu para sempre...

Ou até o último dia de nossas vidas.

Fim

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