Capítulo 3 - Doce como limão
Tod sentiu seu corpo inteiro arrepiar com tudo aquilo. Ficou imóvel por alguns segundos. Sua respiração ficou ofegante e pensou em tudo o que acabara de dizer "meu Deus, e se ele me escutou falando que talvez ele esteja gostando de mim?" Sua mente estava completamente perdida nesse momento. Seu corpo extasiado e a cabeça fervilhando de pensamentos.
Henrie percebeu aquele momento estranho de Tod, e se sentou em frente a ele mesmo sem a resposta:
- Você está bem, Tod? - perguntou encarando ele quase sem piscar.
Tod conseguiu respirar tranquilamente, e sua mente estava voltando aos poucos à normalidade. Ele então focou o olhar nos olhos de Henrie. Ele agora estava com um sorriso no rosto que deixou Tod complemente desconcertado. Como se aquele sorriso demonstrasse que ele sabia o que estava acontecendo e isso o irritou mais ainda. Ele apenas sentiu seus lábios tremerem e com um som fraco ele respondeu:
- Sim... Estou ótimo. - terminou desviando o olhar para Fred que encarava aquele momento dos dois ainda sem entender nada do que tinha acabado de acontecer ali.
- Fred! - exclamou Tod o balançando um pouco. - você está bem?
- Estou ótimo, foi apenas um pensamento vago aqui. - balançou a cabeça levemente. - mas então Henrie como estão indo as coisas? - perguntou Fred tentando compreender porque aquele garoto estava atrás do seu amigo.
- Na verdade, está tudo muito bem. - sorriu olhando para Fred que não conseguiu parecer normal, já que Henrie tinha um dom de sorrir com o olhar que impressionava qualquer um. Ele ficou alguns segundo perdidos, mas rapidamente deu uma resposta:
- Está tudo bem também, na verdade, eu preciso ir ao banheiro agora. - respondeu levantando rapidamente.
Tod percebeu seu amigo estranho e logo respondeu:
- Você está bem? Eu vou junto contigo. - exclamou levantando logo em seguida, mas antes que pudesse se mover mais um pouco sentiu uma força sobre o seu pulso direito. Era Henrie, ele havia o segurado. Tod respirou fundo, mas antes que pudesse dizer algo ouviu aquele melódica voz de Henrie dizendo:
- Por favor, fique!
Fred percebeu aquilo e sem hesitar respondeu Tod:
- Na verdade, eu posso ir sozinho, estou bem sim, obrigado por se preocupar. - terminou indo ao banheiro e logo sumindo de vista.
Tod se virou, soltou da mão de Henrie e sentou. Nunca se sentiu tão intimidado como naquele momento. Seu batimento estava rápido, e apenas ouviu um obrigado super calmo de Henrie por ele ter ficado.
- Então, o conselho ficou preocupado com você aquele dia. Não é tão fácil resolver as coisas sem você por lá. - explicou Henrie deixando Tod um pouco corado. - Mas você pode me dizer o verdadeiro motivo de estar assim ultimamente?
- Fico feliz em saber que estavam preocupados comigo, mas na verdade você é quem deveria me explicar porque você está assim comigo - bufou.
- Assim como? - perguntou Henrie tomando seu café.
- Sendo gentil e me tratando bem... Você nunca foi assim comigo, e agora do nada resolve mudar tudo, isso está me deixando confuso!
- Confuso? O que você quer dizer com isso?! - insinuou Henrie colocando a mão sobre a dele com um sorriso torto.
Tod percebeu aquilo e tirou a mão rapidamente.
- Não nesse sentido, seu pervertido! - exclamou revirando os olhos com aquela brincadeira chata dele. Henrie apenas deu uma risadinha zombando da situação e se colocou a falar logo em seguida:
- Na verdade, é que eu sempre tentei ser mais parecido contigo. - respirou fundo. - No inicio foi até bom, porque como você era melhor em tudo. Eu me sentia na obrigação de tentar ser melhor, mas depois de um tempo passou a ser uma rixa estúpida, e percebi que você é uma pessoa boa e quero ser seu amigo. - terminou encarando ele novamente com aquele sorriso no olhar.
Tod sentiu uma sensação diferente tomar o seu corpo, uma sensação afetiva. Ele nunca tinha escutado aquilo de Henrie. Ele sempre pensava ao contrário e sentiu-se mal por tê-lo tratado tão diferente por todo aquele tempo. Seus olhos lacrimejaram, mas nenhuma lágrima cai. Ele se segurou para que aquilo não acontecesse. Respirou fundo e agora foi ele quem colocou a mão dele sobre a de Henrie e disse:
- Obrigado você por ter me dito isso. Nunca tinha pensado dessa forma, e desculpa qualquer coisa que eu tenha feito contigo, e claro podemos sim ser amigos. - terminou ele vendo Fred se aproximar e ver aquela cena novamente sem entender coisa nenhuma. Apenas se sentou e terminou de tomar seu café sem dizer uma única palavra.
Depois de um tempo eles estavam conversando sobre coisas da escola, como se fossem bons amigos, mas não demorou muito para que todo aquele clima mudasse. Uma garota havia adentrado à loja. Era linda, cabelos castanhos claros longos e ondulados. Um rosto angelical, maças do rosto marcantes e levemente rosadas. Lábios carnudos, olhos marcantes e verdes escuros. Não era muito alto, mas tinha um corpo muito bonito, com curvas definidas e um jeito de princesa. Ela se aproximou do balcão pediu seu café e enquanto esperava tentou procurar por algum conhecido no local até que seus olhos fixaram em Henrie. Ela pegou seu café e se dirigiu a mesa pedindo licença e já sentando ao lado de Henrie já reclamando:
- Então é que o senhor estava não é mesmo? - perguntou ela. - Eu te liguei várias vezes para irmos até o shopping comprar aquela nova coleção de livros que saiu, mas você não atendeu. - disse ela fazendo um biquinho, mas antes que Henrie pudesse dizer algo ela continuou:
- Ain, que cabeça a minha, desculpa pessoal, nem me apresentei. Eu sou Lucy a namorada do Tod. - disse isso soltando um sorriso bem bobo. - E vocês quem são? - perguntou já estendendo a mão para cumprimentá-los.
- Eu sou Fred! - exclamou. - Sou aluno da mesma escola do Henrie, mas somos de salas diferentes. - explicou apertando levemente a mão dela.
- E eu sou Tod... - disse ele, mas antes que pudesse continuar ele foi interrompido por ela.
- Então você é o Tod! - exclamou ela olhando diretamente para ele. Tod sentiu o olhar dela mudar repentinamente, como se estivesse escondendo algo. E pelo olhar não era nada bom.
- O Henrie não para de falar de você. - explicou ela o encarando mais ainda. - Eu acho que nós vamos nos darmos muito bem... - respirou fundo e com um olhar sanguinário para ele terminando com um sorrisinho de canto.
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