Capitulo 28 - As Marcas que você deixou
Aviso de gatilho: tortura fisica e psicológica.
Atrasados. Karolin estava quase abrindo um buraco no chão de tanto que andava para lá e para cá no hall do hotel em que estava morando, já passavam 10 minutos do horário que combinara com Meredith e Brandon.
Olhou o relógio mais uma vez, ponderando se valia a pena usar de seus poderes para acelerar o tempo.
Não, Karolin respira. Você tem que aprender a lidar com sua ansiedade como qualquer ser humano. Nada de usar seus dons sobrenaturais. Ela disse para si mesma em uma tentativa de não se deixar levar por sua natureza.
— Finalmente, achei que não chegariam nunca — disse após passar pelas portas de vidro que a levava para fora do grande prédio.
— Como você.... ? - Brandon olhou confuso para a garota.
— Super audição — respondeu, apertando levemente os lábios. — e também não é tão difícil saber, essa moto faz barulho naturalmente. Cadê as meninas?
Subiu na moto e olhou para o namorado pelo retrovisor da moto, admirou-o por alguns segundos. Sabia que Brandon odiava o olho, mas ela achava um charme a forma como as cores se misturavam ali.
— Foram na frente. Aparentemente eu demoro mais que mulher ao me arrumar para sair — respondeu, dando partida na moto.
Karolin sorriu e recostou-se nas costas do namorado. O cheiro de seu perfume misturado a sensação do vento em seu rosto causava em Karolin frio na barriga. Nem acreditava que um dia teve medo de andar de moto, agora amava a adrenalina que lhe causava.
— Ah, uau. Segunda vez aqui, na terceira vou pedir música — olhou para a frente do restaurante ao qual Brandon lhe trouxera quando a pediu em namoro e o que passou em sua cabeça a fez arregalar os olhos.
— O que foi? - o namorado perguntou enquanto guardava os capacetes dentro do baú da moto.
— Hum? nada.
Pegando na mão um do outro, ambos caminharam em direção a entrada do restaurante.
— Qual é? Você não faria essa cara se não fosse nada. Fala para mim o que se passou nessa cabecinha?
Mesmo com vergonha de dizer aquilo em voz alta, Karolin parou abruptamente fazendo o loiro parar também e olhá-la:
— Você... hm... você...
— Eu... ?
— Você por acaso não vai me pedir em casamento não. não é? Porque da última vez que... — ela parou de falar ao ver o namorado rindo dela.
Brandon ria de se contorcer e em alguns momentos tentara responder algo mas a risada o impedia. Morrendo de vergonha, a moça pegou o caminho à esquerda e saiu andando, sem saber onde enfiar a cara.
De começo o loiro não notou, preocupado demais em rir para perceber qualquer coisa ao seu redor, mas minutos depois a gritava. Mas a garota estava irredutível, sentia-se extremamente constrangida e ponderou ir embora voando, no entanto algo a impediu.
Um calafrio que começava em sua espinha. Virou atrás para pedir que Brandon fosse embora.
Tarde demais.
Instintivamente Karolin purificou a criatura que tinha uma espécie de garra dentro do loiro. Correu até ele para ver como estava, mesmo de longe podia perceber os seus lábios roxos e sabia que o estrago havia sido grande.
Pensou por alguns segundos como que era possível que a criatura tivesse feito tanto estrago se fora questão de segundos para olhar em direção ao namorado. De duas uma, ou seu instinto apitara lento demais, ou ela fora encantada sem perceber.
Ajoelhou-se ao lado do namorado que estava caído no chão. A camisa rasgada e ensanguentada em uma mistura entre o do próprio bruxo e o demônio. Vincou mais uma vez as sobrancelhas, quando a criatura havia sido atacada para que ali tivesse tido sangue demoníaco?
Com as mãos no machucado do garoto, ela fez como da primeira vez: imaginou o corpo do garoto expulsando o sangue demoníaco do organismo; em seguida imaginou a ferida se fechando, cada célula e cada tecido se juntando como em uma dança sincronizada. Abriu os olhos para verificar se tinha conseguido, Brandon parecia bem mas não conseguiu ver se a ferida estava curada pois desmaiou antes.
***
Karolin acordou mais uma vez após ter sentido o gosto do sangue dele em sua boca, estranhamente o sangue dele tinha um gosto bom em sua boca... talvez fosse porque sempre que bebia, a dor cessava. Mas sempre esperava ansiosamente por sua morfina.
— A princesinha acordou... — disse a voz que ela já estava cansada de ouvir.
Focou o olhar nele, era lindo mas tão podre por dentro que tudo isso se perdia. Se pudesse, arrancaria aquele sorrisinho nojento com as próprias mãos e se divertiria muito arrancando cada tecido, cada órgão dele. Karolin ainda podia sentir a dor da última vez que ele arrancou seu coração só para realocá-lo e fazê-la curar.
— Eu amo sua perversidade, querida. Juro que se não fosse uma Kreisen eu te recrutaria e colocaria ao meu lado. — a Malvadeza disse passando os dedos pelo rosto da garota, fazendo ela desviar o rosto. — Josh, você acha que teríamos filhos bonitos?
Karolin sentiu a bile invadir sua boca quando ele mudou a direção de seus dedos de sua bochecha para a boca. De canto de olho viu a horrenda espécie assentir.
— Eu não sou nada como você. Nada...
Apesar das palavras que saiam de sua boca, a garota já não tinha certeza se era bem assim. Ela sempre sentiu prazer em matar demônios. E mesmo quando era criança, amava pegar insetos e queimá-los.
— É tão divertido brincar com você. Fraca demais. Não sei o que é mais divertido, ver você agonizar de dor me implorando para matá-la ou vê-la perceber o quão perversa é.
— Eu vou matar você, eu juro que vou. — A garota respondeu, tentando mais uma vez escapar das correntes que mantinha suas mãos presas.
A risada do Senhor das Trevas ressoou pelo ambiente.
— Querida, olha para mim. — disse já puxando o rosto dela. — Eu disse: Olha. para. mim.
Mesmo a contragosto, Karolin encarou o rosto dele.
— Você nunca vai sair daqui. E mesmo que saia, nossa brincadeira nunca vai acabar. - Ele olhou em direção a criatura na sala. — Não é mesmo, Josh? Você vai ser um bom garoto e me ajudar com isso, não é?
***
— Josh! — Karolin despertou sabendo exatamente qual a criatura atacara Brandon, e precisamente quem mandou.
— Amor? Está tudo bem?
— Tudo, eu... sei quem te atacou! - ela disse se levantando.
— Um dos cães infernais, Trent reconheceu pela minha descrição.
— Certo, Trent... Onde estou? Onde estão todos? O que aconteceu?
— Você desmaiou depois de me curar, aparentemente retirar sangue demoníaco do meu corpo a fez gastar energia excessiva...
— Não me sinto cansada, estou bem.
— Você já está dormindo há quase 12h — Brandon disse tentando arrastar a namorada de volta para o travesseiro.
Karolin estava quase encostando-se novamente quando parou abruptamente e sentou-se novamente. Retirando de Brandon uma reclamação baixa do quanto ela era teimosa.
— Você não respondeu minha segunda pergunta: Onde estão todos? A casa está quieta demais para os padrões "Eddy e Alicia" — perguntou, dessa vez já levantando-se da cama e direcionando-se em direção ao banheiro.
— Eu já te dei um banho, para ver se você acordava. — Brandon disse, receoso de dar más notícias a ela, já que havia acabado de acordar.
— Eu preciso de um banho, estou me sentindo suja. E não desvia o assunto, onde eles estão?
— A dominadora de Água foi morta essa madrugada, eles estão na cena de morte. — ele disse, desviando o olhar para o chão;
— Você a conhecia? — perguntou, ponderando se ia até ele, mesmo suja como estava.
— Prima da Sarah.
— Sinto muito — disse direcionando-se até ele e dando o abraço que sabia que ele precisava.
***
— Eu não entendo, já era pra ele ter parado. Já foram 16 mortes — disse Meredith, analisando tudo que juntaram na investigação, já no apartamento dos elementares.
— Como assim? — Eddy perguntou, pegando o caderno de Karolin nas mãos.
— Se fosse um ritual de necromancia como o Trent e a Keh acreditam que seja, já era para ter parado. São 16 mortes para completar esse tipo de ritual.
— Porque? — Alicia perguntou, retirando da gaveta as cópias que havia feito da última vez que se reuniram.
— Eu não sei, mas sei que são 16 — Mer respondeu, indiferente.
— Que dia é hoje? — Eddy perguntou, direcionando-se para o centro da mesa com o caderno em mãos.
— Huh? Que dia é hoje?
— Sim, que dia do mês é hoje? Acho que descobri mais um padrão.
— Hm, hoje é... 26 de Março de 2022 — Brandon respondeu após olhar o celular para conferir a data.
— Exatamente, observem que dia o último dominador de água morreu.
— 26 de dezembro de 2021 — Ellen disse vincando as sobrancelhas.
— Ele tem dias exatos para as mortes, observem: Controladores de mente e energia morrem sempre dia 20; Dominadores de água 26; de fogo 28 e ar 19 — Eddy disse, circulando no caderno as datas para que todos vissem o mesmo que ele.
— Você tem razão e acho que sei exatamente porquê ele matou uma 17 pessoa. Os bruxos da sala, além de não terem sido mortos na ordem certa, foi no dia errado.
— Isso significa que ainda temos mais uma chance de pegá-lo. Se estivermos certos, a próxima morte deve acontecer dia 28 de Junho, dominador de fogo — quem falou foi meredith, causando em Karolin mais uma vez, certa preocupação. Não gostava da forma como a garota falava tão animada acerca do assunto.
"Karolin, preciso que me encontre. Estou no terraço"
Ouviu a voz do noivo na cabeça e sabia que Alicia também já que segundos depois a chamou para conversar a sós. Dando para ela a desculpa para subir, sabia que não precisava esconder nada de Brandon, no entanto, a forma como Trent a chamou a fez perceber que fosse o que fosse o assunto, era confidencial.
— Oi — ela disse, se aproximando do noivo que a abraçou tão logo ficaram frente a frente. — Queria falar comigo?
— Sim. Vamos te nomear em 1 mês, guerreira.
Karolin sorriu de orelha a orelha. Estava feliz e ansiosa para o momento que o treinamento terminasse, que fosse finalmente considerada uma guerreira de verdade. A marca em sua nuca "coçou" ansiosa para ser ativa.
— Tem um problema.
— Qual? - ela disse vincando as sobrancelhas, sentindo a tensão na voz do Arcanjo.
— Para você ser nomeada Guerreira, alguém deve ser nomeada Protetor de Meredith em seu lugar.
— Ela vai voltar? - perguntou, suando frio.
— Sim, Sarah vai voltar e assumir seu posto.
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Demorou, mas saiu rs.
Digam para mim o que acharam do capítulo.
Última chance de chutarem quem é o assassino! Será revelado no capítulo 29
Eai? Sugestões? Não? Nenhuma? Me conta aí sua teoria, interajam com a autora.
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