CHAPTER TWENTY EIGHT
CAPÍTULO VINTE E OITO
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UM NOVO ANO. Sem mortes, sem problemas que os adolescentes precisavam resolver. Claire, Scott e Stiles conseguiram passar para o terceiro e último ano do ensino médio. Apesar de que o pai da Tyton não ter dado mais sinal de vida, a garota sabia que ele mais que ninguém, conseguiria se virar sozinho.
O trio estava num estúdio de tatuagem durante a noite, acompanhando Scott ao se presentear por cumprir suas metas do ano anterior inteiro, pelo ou menos no final dele.
— Ei, Scott, o que acha de fazer algo assim? — Stiles pergunta, mostrando um portfólio com um modelo de tatuagem parecido com o Kanima, que naquela altura era apenas uma memória. — Sei lá, cara. Tem certeza? Porque tatuagem é permanente né. — O Stilinski pergunta, ao ver o que o amigo estava prestes a fazer.
— Eu não vou mudar de ideia. — Scott responde.
— Mas por que duas faixas? — Claire pergunta, ao ver o exemplo que ele havia desenhado num papel amassado.
— Porque eu gosto. — Ele diz, simplesmente.
— Você não acha que a sua primeira tatuagem tinha que ter um significado? — Stiles questiona.
— Fazer tatuagem já tem um significado. — Scott rebate e o tatuador concorda.
— Ele tem razão. As tatuagens são milenares. No Taiti a palavra "tatua" significa "deixar uma marca". Como um ritual de passagem. — O homem explica e Claire pega um dos portfólios para ver se achava algo que gostasse.
— Viu? Ele entende. — Scott diz e o tatuador pega a máquina, pronto para começar.
— E aí, tá pronto? — Ele pergunta e o McCall concorda. — Você não tem medo de agulha, tem? — Scott nega e Stiles se aproxima.
— Olha só, eu fico meio enjoado quando vejo um pouco de... — O humano diz e ao ver a pele do amigo ser perfurada milhares de vezes, desmaia em cima de Claire, que o segura antes que caíssem os dois no chão.
Um tempo se passa e os adolescentes voltam pro Jeep, mas Scott parece mal.
— Tá tudo bem? — Claire diz, se ajeitando no banco de trás.
— Tá queimando. — O garoto responde, olhando o braço tatuado enfaixado.
— Pois é. Você acabou de ter a sua pele furada umas mil vezes por uma agulha. — Stiles comenta, já desperto.
— É, mas eu acho que não era pra ficar assim. — Scott rebate e sente uma dor forte no local. — Deus! Com certeza não era pra ficar assim! — O garoto diz e começa a retirar as gases usadas para cobrir, vendo que as faixas estavam sumindo, graças a cura sobrenatural.
— Cicatrizou. — Ele diz e Stiles suspira.
— Ah, ainda bem. Tava horrorosa. — O Stilinski diz e Claire lhe acerta um tapa leve na cabeça. — Foi mal. — Ele dá partida no Jeep.
Após alguns quilômetros, o assunto "Allison" retoma a pauta entre os amigos.
— Não, a gente concordou em dar um tempo no verão. Nada de mensagens nem telefonema. — Scott explica.
— E como sabe que ela não vai voltar pra escola? — Stiles pergunta, parecendo ver algo pela janela.
— Depois de tudo o que aconteceu, eu nem sei se ela volta. — O McCall suspira e Claire toca seu ombro, também vendo o que Stiles vira.
— Eu aposto que volta. Tipo, com certeza. — Ela aponta para o carro ao lado deles, onde Allison estava no banco do passageiro, com Lydia no volante.
— Ah meu Deus! Só dirige, por favor Stiles! — Scott pede, tampando o rosto para não ter que encarar a ex.
— Não posso. O sinal tá vermelho. — O motorista responde. — Acho que deveríamos dar um oi para elas. — O garoto sugere e abre o vidro da porta de Scott, mas o carro vizinho fura o sinal e os deixa para trás.
Quando o verde acende no semáforo, Stiles avança também, consequentemente seguindo o carro das garotas.
— Estamos bem atrás delas. — Scott alerta.
— Por acaso tem alguma rua pra virar? — Claire comenta do banco de trás.
— Eu não quero que pareça que a gente tá seguindo elas! — O McCall insiste e Stiles para o Jeep no meio da estrada.
— Genial e zero suspeito. — Claire diz sarcasticamente, não achando aquela a melhor das ideias.
O carro de Lydia mais à frente para também, e o trio se entreolha. De repente um veado atinge o pára-brisa das garotas, obrigando os três a descerem e correrem até elas.
— Estão bem?! — Scott pergunta, preocupado.
— Ele apareceu do nada! Veio bem na nossa direção. — Lydia explica, exasperada.
— Fiquem aqui, vou olhar mais pra frente. — Claire diz e invoca sua eletricidade nas mãos, caminhando rápido estrada neblinada a dentro, não achando nada ou ninguém suspeito.
Ela retorna e para na frente do veado morto, ficando ao lado de Scott.
— Eu vi os olhos dele antes de acertar a gente. Parecia que ele tava louco! — Lydia comenta, claramente nervosa.
— Não. Ele estava com medo. — Scott rebate, tocando no animal morto. — Na verdade, apavorado. — Ele diz ao sentir as últimas emoções mais fortes da criatura.
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NO DIA SEGUINTE ao acidente, Claire se preparava para seu primeiro dia de aula no terceiro ano do ensino médio. Ela vestia uma calça preta de cintura alta, com uma blusa de alças finas na cor branca e seu colar com um pingente em forma de raio banhado em prata. Botinhas de salto em couro completavam seu look, e assim ela saiu de casa em seu Porsche em direção a escola.
Claire estacionou na sua vaga de sempre, saindo do veículo com sua mochila nas costas e óculos escuros na mão, os guardando na bolsa e caminhando até a entrada, se encontrando com os meninos a esperando.
— Quer pedir ajuda pro Derek por que? Pra quê? — Stiles pergunta, enquanto caminhavam pelo corredor principal.
— Ele tem um triskele tatuado nas costas. Então tem que ter um jeito de fazer sem me curar. — Scott responde, referindo-se a sua tatuagem.
— É, mas ele anda meio ocupado. — Claire diz e aponta para os cartazes de desaparecido de Boyd e Erica no mural da escola.
O trio finalmente entra na primeira aula que teriam juntos, sentando-se em suas carteiras e marcando os lugares permanentemente pro resto no ano. De repente, todos os alunos recebem uma mensagem.
— "O horizonte foi barrado por nuvens espessas e negras, e o canal tranquilo que dava nos confins da terra fluiu sombrio sob um céu carregado, que parecia levar ao coração, uma imensa escuridão." — A professora entra na sala lendo a mensagem. — Esta é a última frase do primeiro livro que nós vamos ler. É também a última mensagem que receberão nesta aula. Celulares desligados, por favor. — O morena pede e assim todos fazem.
Um tempo se passa e o diretor entra na sala e manda Scott e Claire serem liberados, então eles arrumam suas coisas e saem da sala, indo em direção ao hospital onde Melissa McCall trabalha. Chegando lá eles a encontraram na porta, os esperando.
— Por que não me disse antes? — Scott pergunta para a mãe, ao saber que Isaac fora ferido e trazido para cá.
— Sinceramente eu tinha esperança de que não precisaria. — A mulher responde. — Vocês estão num ritmo tão bom, tão tô querendo atrapalhar vocês! — Ela se explica.
— Isso não vai acabar mãe! Vou ser uma pessoa melhor, em tudo. Nós seremos. — Scott diz e Claire concorda para apoiá-lo.
— Ok. Ele tá no quarto 215 se não foi pra cirurgia. — A enfermeira diz e os adolescentes correm em direção a ala dos quartos, indo de elevador.
Antes que as portas as fechassem, algo a impede. Um homem cego entra e os dois ficam em silêncio total.
— Pode apertar o segundo andar, por favor? — Ele pede e Claire apenas seleciona novamente o número dois, já que eles também estavam indo para lá. — Obrigada. — O homem agradece e rapidamente o elevador chega no andar. — Vocês não se importariam de me ajudar um segundo, né? — Antes que dissessem qualquer coisa, o estranho se apoia no ombro de Scott, que o guia para fora, o deixando no lugar que ele pediu.
Após perderem um tempo que não tinham, Scott e Claire caminham rápido por entre os corredores, procurando o quarto de Isaac, quando o McCall para na frente de portas grandes, vendo um enfermeiro suspeito entrar com uma cadeira de rodas em outro elevador. O garoto sendo carregado era Isaac, e o homem era um lobisomem.
Antes que as portas se fechassem, Scott mostra as garras e avança com Claire, mas só ele consegue entrar no elevador, deixando infelizmente a garota para trás. A eletricon com sua conexão a eletricidade, impediu que a caixa metálica fosse para qualquer lugar, usando sua força para mantê-la parada e estável até que conseguisse abrir suas portas.
De repente, Derek chega com pressa atrás da garota, que sorri com a presença do alfa. Ela finalmente reabre o elevador e o Hale apunhala o lobisomem inimigo pelas costas, o lançando longe no corredor.
— Não era pra vocês estarem na escola? — Derek pergunta e ambos suspiram.
Os três tiram Isaac do hospital às pressas, indo no carro de Derek até a mansão queimada dos Hale, quando Claire recebe um telefonema de Stiles.
— Teve um problema grave na aula da Srta. Blake... — Stiles começa, mas eles não podiam perder tempo ali.
— Sti, pode me contar depois? — Ela pede.
— Não, com certeza isso pede uma conversa imediata. — O Stilinski rebate e a garota suspira.
— Tá, então me encontra na casa do Derek, Scott também está aqui. — Ela diz e encerra a ligação, indo atrás dos dois rapazes.
— Ainda não tá morando aqui, tá? — Scott pergunta para Derek.
— Não. A prefeitura confiscou o imóvel, mas tem uma coisa aqui que eu preciso. — O Hale responde, arrancando algumas tábuas queimadas do chão. — Que ajudam a curar a ferida de um alfa.
— É, mas já curou. — O McCall comenta.
— Não por dentro. — Claire quem rebate, sabendo disso graças ao tio.
— Você vai nos dizer quem era aquele lá? — Scott pergunta para o Hale. — Aquele alfa.
— De uma alcateia rival. — Ele responde e percebe os olhares preocupados dos adolescentes. — É problema meu. Eu sei que querem ajudar e ajudaram, devo uma a vocês. Agora vão pra casa. Voltem a ser adolescentes. — Derek diz e Claire cruza os braços, já que não iria sair dali tão cedo.
— Se quiser me pagar esse favor agora, tem uma coisa que pode fazer por mim. — O McCall diz.
Scott explicou para Derek sobre sua tatuagem e como os métodos comuns não deram certo. Nesse meio tempo, Stiles já havia chegado na casa. O Hale analisava o braço de Scott, vendo o que poderia fazer.
— São duas faixas, né? — Ele pergunta e o McCall assente.
— O que significa? — Derek questiona, querendo saber o motivo por trás de vir até ele apenas por uma tatuagem.
— Eu não sei. É só uma coisa que eu desenhei com os dedos. — O garoto responde e reproduz o desenho numa superfície empoeirada.
— Por que é tão importante pra você? — Derek pergunta novamente.
— Sabe o que a palavra 'tatuagem' significa? — Scott começa. — Nas ilhas Samoa significa 'ferida aberta'. Eu sabia que queria fazer uma tatuagem quando fizesse dezoito. Eu sempre quis fazer. E eu decidi fazer uma agora como um tipo de recompensa. — Ele desabafa.
— Pelo o que? — Derek pergunta, sentindo a mão direita de Claire segurar seu ombro delicadamente, apenas para senti-lo perto.
— Por não ligar nem procurar a Allison nas férias. Mesmo quando eu queria muito, mesmo quando... Foi muito difícil não ligar. Tentei dar o espaço que ela queria. — Scott suspira. — E agora, quatro meses depois ainda dói. Ainda é como... — Ele deixa a frase no ar.
— Como uma ferida aberta. — Claire responde pelo amigo, o olhando com compaixão.
— Vai doer mais do que qualquer coisa que já sentiu. — Derek se vira e pega algo em cima da mesa.
— Manda ver. — Scott concorda, mesmo que apreensivo.
O Hale então acende um maçarico e Stiles se inquieta.
— Beleza. Vou entender como a minha deixa e vou esperar lá fora, qualquer coisa vocês me chamam. — O humano iria sair, sendo impedido por Derek.
— Não. Vai ajudar a segurar ele. — O alfa diz e o garoto vai para trás de Scott, segurando um dos ombros, já que Claire ficou com o outro.
Derek colocou o fogo na pele do McCall, que rosnava e se contorcia na cadeira, chegando até a se transformar por alguns instantes antes de perder a consciência. Algumas horas se passaram e o garoto acorda num sobressalto, suado porém finalmente tatuado.
— Funcionou! — Ele diz com um sorriso cansado.
— É, parece permanente agora. — Claire comenta.
— É. Eu precisava de uma coisa permanente. — Scott diz. — Tudo o que aconteceu com a gente, tudo muda tão rápido. Tudo é tão efêmero. — Ele comenta.
— Andou estudando pra prova é? — Stiles pergunta e Scott concorda com um sorriso singelo.
Ao abrir a porta, o McCall percebe algo estranho.
— Você pintou a porta. — Ele diz para Derek, o mesmo que cuidava de Isaac dentro da casa. — Por que pintaria a porta?
— Vai pra casa Scott. — Derek responde, gerando mais suspeitas.
— E por que só de um lado? — Ele pergunta e começa a descascar a tinta vermelha com suas garras, mesmo com o Hale não querendo.
Uma imagem é descoberta por debaixo das camadas. Um símbolo.
— Os pássaros na escola, o veado ontem. Igual quando fomos atropelados por veados, quando fui mordido pelo alfa. — Ele liga os pontos, lembrando-se que Claire estava naquele dia. — Quantos eles são, Derek?
— É uma alcateia. Uma alcateia de alfas. — Ele responde, para a preocupação do trio.
— Como funciona? — Claire quem pergunta.
— Parece que tem um tipo de líder. Que se chama Deucalion. — Derek responde. — Já sabemos que estão com o Boyd e a Erica. O Peter, o Isaac e eu estamos procurando eles há quatro meses. — Ele revela.
— Então encontre eles. Como se enfrenta uma alcateia de alfas? — Scott se manifesta.
— Com toda ajuda que eu puder. — Derek suspira, mantendo os braços cruzados.
— Cadê ela?! Cadê a garota? — Isaac pergunta para a surpresa dos quatro.
— Que garota? — O alfa pergunta, sentindo assim como todos que eles tinham mais um grande problema em mãos.
BEM VINDOS A TERCEIRA TEMPORADA!
Já começamos com nova capa para capítulos! O que acharam?
Comentem suas opiniões! Amo ler tudo o que escrevem ♥️
Até a próxima!
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