CHAPTER TEN
CAPÍTULO DEZ
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COM O PASSAR do tempo, foi ficando cada vez mais claro que a maior motriz humana é o medo. Medo pela vida, pela sua ou pela de quem você ama. E era nisso que Claire evitava pensar ao segurar a porta da escola, em pânico assim como os amigos.
O coração da garota parecia que ia se rasgar no peito ao se lembrar da cena que presenciara a pouco, a suposta morte de Derek Hale. Mas o que estava em jogo, era a vida dela e de seus amigos.
— Tranca! Tranca agora! — Scott fala para os outros dois.
— Eu tenho cara de quem tem a chave? — Stiles ironiza, ainda mais assustado que os demais por ser apenas um humano.
— Pega alguma coisa! Qualquer coisa! — Claire sugere aos gritos.
Stiles estanca no lugar e parece lembrar-se de algo, olhando pela pequena janela embaçada da porta e vendo seu alicate gigante a poucos metros de distância. Aquilo de fato, seria a melhor barreira que poderiam encontrar para trancarem as portas. Apesar dos gritos de impedimento dos amigos, o Stilinski corre e consegue pegar o objeto, mas logo atrás do mesmo o alfa estava lá, e então o monstro correu em direção ao garoto, que entrou na escola e selou os portões a tempo, ficando a salvo.
— Cadê ele?! — Scott pergunta e Claire ilumina o lado de fora com a lanterna que jogaram para ela, não vendo nada.
Os garotos de afastam da porta, permitindo-se refletir quais seriam os próximos passos.
— Isso não vai segurar. — A Tyton constata, quando escutam um uivo feroz vindo do lado de fora.
Eles correm por suas vidas e entram numa sala de aula escura e vazia, tentando arrastar a mesa para bloquear a porta.
— Espera! Isso não vai impedi-lo. — Stiles diz antes de fazerem mais barulho. — É o seu chefe! —
— O quê?! — McCall questiona, confuso pela adrenalina.
— Deaton! O alfa, é o seu chefe! — Stiles diz e Claire perde o ar. Seu tio podia ser tudo, menos um lobisomem.
— Deaton?! Alan Deaton? — Ela pergunta e os dois concordam. — Não, não é ele. Ele é meu tio, irmão adotivo do meu pai. Ele quem me ajudou a controlar meus poderes. — Claire explica exasperada.
— Tem certeza, Claire? — Stiles parece genuinamente em dúvida sobre seu próprio julgamento. — Ele some e aquela coisa aparece dez segundos depois para jogar o Derek pelos ares? Não acha suspeito? — O garoto insinua e Claire morde o lábio ao escutar o nome do Hale.
— Não é ele! — Scott quem o defende.
— Ele matou o Derek! — Stiles novamente diz.
— O Derek não tá morto, não pode estar! — Claire até tenta argumentar, com o último fio de esperança.
— Jorrou sangue da boca dele! Isso não se qualifica como um ferimento leve! Ele morreu e nós somos os próximos. — Stiles diz friamente, porém certo do que dizia.
Naquele momento haviam muitas possibilidades e Claire não podia descartar nenhuma. Eles estavam lidando com o sobrenatural, não uma reunião de família, e ela precisava ficar viva para descobrir a verdade depois.
— Vamos pro meu Jeep, precisamos sair daqui. — Stiles sugere e os demais o acompanham até uma janela próxima, e antes que Scott pudesse abri-la, Claire segurou seu pulso.
— Não abre, a escola tem ar central. — Ela explica.
— Vamos quebrar. — O McCall tenta.
— O que vai fazer muito barulho! — Stiles o repreende.
— Então a gente corre. — Scott diz e olha em volta, notando algo estranho no carro de fuga. — O que tem de errado com o capô do seu Jeep? E Claire, seu carro também está amassado. — Ele diz e os citados se amontoam na janela, quando de repente dois objetos enormes estilhaçam uma janela acima dos garotos, sendo esses a bateria do Jeep e do Porsche preto de Claire.
— São as baterias dos carros. — O Stilinski diz e os três olham de fininho pela janela, não vendo sinal do alfa do lado de fora. — Vamos agora. — Eles saem da sala e caminham pelo corredor escuro, procurando um lugar com menos janelas para serem descobertos.
— Liga pro seu pai. — Scott diz a Stiles.
— E o que eu falo pra ele?
— Sei lá, fala qualquer coisa! Vazamento de gás, fogo... Se o estacionamento estiver cheio de viaturas vai assustar o bicho. — Scott argumenta.
— E se não assustar? E se ele surtar e matar todos os policiais?! Inclusive o pai do Stiles. — Claire rebate.
— Eles têm armas. — Scott tenta, mas Stiles suspira claramente nervoso.
— É, mas o Derek só ficou ferido quando levou um tiro daquela bala de acônito. — O garoto diz e Scott tem uma ideia.
— Mas e o carro do Derek? — Ele sugere e Claire sente seu estômago revirar.
— Pode crer! A gente vai lá fora, pega a chave no corpo dele. — Stiles se interrompe fazendo um barulho de nojo. — E aí a gente leva o carro. — Todos concordam e os três andam para sair do vestiário.
Antes que Stiles pudesse abrir a porta, Scott segura seu pulso, alegando ter ouvido alguma coisa do outro lado. Eles desligam a lanterna e cada um se esconde dentro dos armários dos jogadores. A porta é aberta e Claire tapa sua própria boca, com medo de seja lá quem fosse pudesse ouvi-la, quando um dos armários é aberto pelo zelador, que grita pelo susto.
— Quieto! — Claire pede ao sair do compartimento como os outros.
— O que estão tentando fazer?! Saiam daqui! — O senhor os expulsa do vestiário, sendo puxado pelo alfa para dentro novamente e consequentemente, morto.
O trio pôde ver e ouvir o sangue jorrando na porta e os gritos do homem, mais aterrorizados ainda, eles correm o mais rápido que conseguem para longe dali, se deparando com uma porta bloqueada por lixeiras, impedindo os adolescentes de saírem do prédio.
Eles voltam a caminhar freneticamente pelos corredores, se perguntando o motivo pelo qual o alfa está os perseguindo, quando o próprio monstro os encontra e corre atrás dos mesmos, numa corrida pela vida.
Eles despistam o lobo e discutem sobre qual abordagem vão utilizar para fugirem. Quando Stiles joga uma chave, fazendo barulho para atraí-lo e se trancarem em outra sala.
— Você não pode usar seus poderes? — Scott pergunta para Claire.
— Não. Posso morrer antes de atingi-lo nesse escuro. Ele é maior, mais ágil. Preciso de um lugar aberto se quero ter a chance de vencê-lo. — Ela explica e mais rugidos são ouvidos.
Caminharam rápido por entre corredores estreitos e do nada Scott para.
— Espera! Ouviram isso? — Ele pergunta e os outros negam. — Um telefone tocando. Eu conheço o toque! É o telefone da Allison. — Ele se alarma e Scott liga para a garota pelo celular de Stiles a mandando ir pro corredor, todos se encontrando lá.
— Por que veio pra cá? Tá fazendo o que aqui?! — McCall a pergunta.
— Você me pediu pra vir. — A Argent responde e mostra o celular com uma clara mensagem de Scott. — Porque acho que não foi você quem enviou o torpedo?
— Porque não fui eu. — Ele responde, quando o Jackson e a Lydia entram no mesmo corredor que os demais.
Lydia insistiu para que fossem embora, mas um barulho alto os obrigou a correr, se trancando numa sala. Todos começaram então a empurrar móveis para bloquear a porta, mas Claire e Stiles notaram outra coisa. Um detalhe bem importante no momento.
Stiles tentava alerta-los mas diante do frenesi ninguém o escutou, então Claire decidiu intervir.
— PAREM COM ISSO! — Ela grita com sua voz firme. — Que trabalho lindo, de verdade. Mas o que a gente vai fazer com essas janelas imensas?! — Ela pergunta e aponta como se fosse óbvio.
— Alguém me explica o que está acontecendo porque eu tô quase tendo um treco aqui! — Allison pede e Scott hesita, então Stiles toma a frente.
— Alguém matou o zelador. — Ele diz e os demais fazem perguntas frenéticas sobre quem ou o que matou o zelador.
— Quem?! Quem é? — Allison novamente insiste em saber, então Scott respira fundo e responde rapidamente.
— O Derek. O Derek Hale. — Ele diz. — Eu vi! O Derek matou eles. Começou com a irmã, depois o motorista do ônibus e o cara da locadora, foi o Derek quem matou! E ele tá aqui dentro. — O garoto diz e Claire reprime um grito de ódio para cima do amigo meio burro. A garota sentia sua eletricidade se contorcendo para sair e desmentir essa história toda. — E se a gente não sair daqui, ele vai nos matar também. — O McCall coloca a cereja do bolo na história falsa que inventara.
— Chama a polícia. — Jackson sugere.
— Não. — Stiles nega por seu pai.
— Como assim não?
— Eu disse que não. Quer ouvir em espanhol? No. — Ele ironiza Lydia quem decide ligar, tendo a chamada desligada na cara pela polícia, alegando que insinuaram que era um trote sobre invasões a escola.
Um clima estranho se instala após Scott se exaltar com Allison, então Claire e Stiles o puxam para um canto afastado dos outros.
— Beleza, porque a gente não dá uma relaxada aqui, hein? — Stiles diz e Claire aperta forte a mão de Scott.
— Por que disse aquilo?! Por que tinha que mentir logo com o nome do Derek? Ele está morto! — Ela não contém seus sentimentos e sem querer eletrocuta levemente a mão do amigo, derramando algumas lágrimas quentes de medo e tristeza.
— Qual o problema?! Ele não é uma boa pessoa! Você tinha algo com ele? — Ele pergunta, tentando entender tal reação.
— Há alguns dias eu fui na casa dele para perguntar como poderíamos te ajudar. Os Argent invadiram o lugar e atiraram. Uma bala me acertou e ele me salvou! E não foi a primeira vez, Scott! Ele queria nos ajudar! — Ela morde o lábio após falar, sendo abraçada por Stiles que querendo ou não, entendia sua dor.
— Temos que pensar em outras coisas. Como vamos sair daqui vivos? — Stiles pergunta, com o braço agora atravessado pelo pescoço de Claire, como um irmão super protetor.
— Mas nós estamos vivos! Ele podia ter nos matado, parece que ele tá encurralando a gente. — Claire responde, tendo em mente que precisava ser forte naquele momento.
— O Derek disse que ele quer vingança, talvez pela família da Allison. O torpedo, ele deve ter mandado! — Scott insinua e Jackson os interrompe, insistindo para que ligassem para a polícia e após algumas discursões, um barulho estrondoso assusta o grupo.
O alfa estava derrubando a porta, então todos correram por uma saída de emergência até o andar de cima, entrando numa das salas de química da escola, montando barreira na mesma.
— Jackson quantos cabem no seu carro? — Claire pergunta para o loiro.
— Cinco se alguém sentar no colo de alguém.
— Não tem importância, não tem como a gente sair daqui sem chamar atenção. — Claire rebate o surto de Allison sobre ser muito apertado.
— Que tal por aqui? — Scott chama os outros para uma porta. — Vamos sair no teto, podemos descer pro estacionamento pela escada de incêndio. — Ele sugere.
— Tá trancada. — Stiles diz e Claire para um minuto para pensar.
— O zelador tem a chave! — Ela diz para apenas os que realmente sabiam o que estava acontecendo, ouvirem.
— Quer dizer o corpo dele tem. — Stiles corrige.
— Eu posso pegar. Posso achá-lo pelo cheiro, pelo sangue. — Scott sugere.
— Cara essa sua ideia é realmente horrível, não teve mais nenhuma? — Stiles pergunta.
— Eu vou pegar a chave! — McCall ameaça sair mas Claire segura seu braço.
— Se você vai, eu também vou. Posso me proteger e te ajudar. Juntos nós vamos ter uma chance, e essa decisão não está aberta a discussão. — Ela diz com confiança na voz, se aproximando dos outros em seguida.
— Vocês precisam de uma arma! Isso é loucura. — Allison diz e Lydia sugere uma bomba caseira e todos concordam.
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UM TEMPO SE passa e a bomba fica pronta. Allison discute com Scott sobre ele ir ou não ir, enquanto Claire conversa com Stiles sobre o que fazer caso algo de ruim aconteça.
— Escuta, tranca a porta e não abre pra absolutamente nada. Na minha casa quando o alfa me atacou eu consegui imobiliza-lo por minutos preciosos com minha eletricidade, vou tentar fazer isso caso seja necessário. — Ela diz rapidamente e o abraça forte, sendo retribuída na mesma intensidade.
— Isso não é uma despedida, tá legal?! Vocês tem que voltar bem, tá me ouvindo?! — O garoto pergunta e ela assente, saindo com Scott para fora da sala escura, caminhando silenciosamente.
Claire energiza suas mãos com carga máxima agora sem ninguém por perto, sentindo os raios estalarem e se contorcerem em pura energia brilhosa por entre seus dedos. A garota seguia Scott e seu faro apurado até onde o cheiro de sangue vinha, chegando na quadra de basquete da escola, num completo breu.
O corpo do homem estava preso atrás dos bancos, e como a Tyton era mais esguia, seria ela a pegar e não havia discussão. Ela foi se esgueirando para perto do cadáver, que estava pendurado respingando sangue.
Ela procurou as chaves no corpo e quando as pegou, um barulho a assustou. O alfa havia ativado o fechamento automático das arquibancadas, que esmagariam Claire se não saísse a tempo. Ela podia ouvir Scott chamá-la claramente nervoso, quando ela conseguiu escapar com êxito da armadilha.
Ela voltou a acender suas mãos com eletricidade assim que guardou o molho de chaves no bolso, vendo o grande alfa bem à frente dos dois, pronto para atacá-los. Scott o provocou propositalmente e ele cedeu, correndo com fúria para cima dos adolescentes, quando o McCall jogou o frasco com a bomba no monstro, que não funcionou como o esperado.
O alfa agarrou os pés dos garotos e os jogou longe. Claire tentava acerta-lo com seus raios, mas a fera era muito veloz, se aproximando novamente dos dois. Ele bateu forte na cabeça de Claire que perdeu os sentidos por instantes, quando um rugido estrondoso foi emitido da criatura, perturbando a garota ao extremo, o que a fez gritar pela dor de sentir seus órgãos tremerem por dentro. Ela agonizou para ter o mínimo de controle, e avançou no alfa que estava em cima de Scott, o eletrocutando em meio a gritos de ódio. Ódio pela morte de Derek, por machucar a ela e seus amigos, por matar gente inocente. O lobisomem se contorceu e num piscar de olhos simplesmente sumiu.
Scott gritava por algum motivo no chão, se contorcendo e estalando os ossos. Claire se aproximou, completamente desnorteada e ainda sentindo seus ouvidos molhados com o próprio sangue. Scott parou e estava transformado em lobo, o que preocupou a Tyton.
Por instinto, o McCall a pegou pelo pescoço, caminhando com ela até a sala de aula onde os amigos estavam. Claire não tinha forças para resistir e tinha medo de se machucar mais tentando, então apenas fechou os olhos e esperou que tudo acabasse bem, pelo ou menos naquela noite. Scott destrancou a porta e ouviu a voz de Allison, cessando a transformação e largando Claire, pedindo desculpas incessantes a garota, quando enfim sirenes foram ouvidas.
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O XERIFE OS tirou de lá e começou as perguntas para os três que estavam na cena do crime primeiro.
— Tem certeza de que foi o Derek Hale? — O homem dos cabelos grisalhos pergunta novamente.
— Eu tenho certeza. — Scott assente e Stiles também, exceto Claire, que permaneceu calada apenas escutando o zunido remanescente em seu ouvido.
O xerife sai e o trio analisa a situação, mais calmos agora.
— Sobreviemos ao alfa. Isso é bom né? Estarmos vivos. — Stiles diz.
— Entramos no laboratório. Ele passou por nós, acha que ele não sabia exatamente aonde estávamos? Que ele não ouviu a gente? — Claire finalmente se manifesta.
— Então por que estamos vivos? — Stiles pergunta.
— Ele me quer no bando! — Scott responde. — Acho que antes, eu tenho que me livrar do meu antigo bando. — Ele conclui.
— Como assim antigo bando? — Stiles cruza os braços em dúvida.
— Allison, Jackson, Lydia, vocês. — O McCall diz com uma voz baixa, triste.
— O alfa não quer matar a gente, quer que você mate. — Claire conclui e todos ficam em silêncio, quando Scott vê algo e caminha para perto, sendo seguido pelos amigos.
Claire quando percebe de quem estavam se aproximando, passa na frente e abraça seu tio com força e olhos marejados, ignorando o paramédico que média sua pressão ou algo do tipo. O homem fala algo com Scott, que sai em seguida para falar com Allison, e Claire permanece com o tio, precisando urgentemente de conforto familiar.
Eles conversariam sim, mas outro dia. Aquela noite jamais seria esquecida tão cedo.
Quase 3000 palavras!
Fico triste pela Claire porque o Derek morre tantas vezes nessa série KKKKKKK
Enfim, comentem o que achando achando da história! O próximo capítulo já está sendo trabalhado.
Até a próxima!
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