29 - Promete que vamos ficar juntos para sempre? (não reescrito)
Ter primos já é foda. Agora, ter primos de dez anos ou menos... Mano... É o verdadeiro pandemônio.
— Jimin! Como você cresceu! — Ver família depois de anos também é outra coisa que não deveria existir. Sinceramente.
— Oi, titia. — Sorri forçado, me deixando ser apertado por ela.
Não gosto dela.
O fatídico dia 23 de dezembro chegou e eram quase nove da manhã quando meus parentes chegaram. Não eram tantos, na verdade, mas os Park eram tão agitados que parecia um time de futebol ganhado um campeonato.
Minha avó havia vindo de novo. Ela era a única que ficaria para o ano novo. O restante era a irmã da minha mãe, que tinha um filho de 9 anos do cu riscado. Essa tia havia trazido o marido também, mas ele era tão na dele que às vezes parecia que nem existia. E tinha o irmão do meu pai, que era pai solteiro de uma garota. Minha prima. A questão é que... ela já gamou no Jungkook. Sei disso apenas pelo jeito que ela olhou para ele quando o viu.
Enfim... Vamos deixar essa parte de lado, por enquanto.
— Lembra de mim? — questionei ao meu primo mais novo.
— Lembro. A mamãe diz que você é um viadinho e que não era para falar mais com você. — E é assim que a criança cresce podre. Não tem culpa de nada, tadinho.
— É. Eu sou. E você não deveria ficar perto de mim se não você vai ser também. — Estiquei a mão e toquei o ombro dele.
Achei que ele recuaria. Que diria alguma coisa ruim. Ou que gritaria a mãe dele. Achei mesmo.
Mas não.
Ele ficou paradinho me olhando.
— Você é legal, hyung. Eu gosto de você. Quero ser um viadinho igual a você.
Eu fiquei realmente surpreso ao escutar aquilo.
Moleque esquisito.
— Olha... Não diga isso a sua mãe. — Me abaixei um pouco para ficar na altura dele, checando se a mulher ainda falava com minha mãe. — Não é algo que a gente escolhe, entende? Mas quero que saiba que não tem problema nenhum em ser gay. E se você descobrir que é como eu, está tudo bem. Vamos nos dar bem, inclusive. — Sorri fraco quando ele sorriu largo e assentiu.
E ele ter me abraçado depois daquilo me deixou completamente sem reação.
— Oh! — soltei surpreso quando fez aquilo, sentindo ele me apertar pela cintura e afundar o rosto na minha barriga. — Tudo bem, moleque. Pode soltar. — Dei batidinhas de leve em suas costas, tentando controlar a quentura nas bochechas.
Talvez ele não fosse tão do cu riscado assim.
Depois que ele me soltou, voltou correndo para o pai dele, esse que conversava com meu pai e meu outro tio. Enquanto isso, eu olhava para trás a tempo de ver Jungkook me olhando com um sorrisinho na boca.
E aí ele deu uma risadinha.
— Está todo vermelhinho, jagi — ele disse.
E riu de novo.
— Está rindo do quê? Eu vou te descer a porrada. — Ergueu as mãos em rendição, mas não fez esforço nenhum para esconder o sorriso.
— Espírito natalino, hyung. Paz e amor no coração. — Revirei os olhos.
Eu continuei sendo simpático, cumprimentando meus dois tios e minha prima. Ela era um ano e meio ou dois mais nova que eu. Sou péssimo com datas de aniversário.
Enquanto isso, Jungkook também era simpático. A diferença é que ele não forçava. O Jeon era adorável com todo mundo toda hora.
— Achei que o Jin viria — murmurei para a minha avó.
— Ele até queria vir — disse a mim. —, mas foi arrastado pelo pai para passar o natal com ele em Gwacheon.
— Jin hyung odeia o pai dele. — Olhei para ela.
— Ordem judicial. O pai dele tem metade da guarda. Seokjin também tem que ficar com o pai e não apenas com a mãe.
Jin era meu primo. O que salvava no meio daquela loucura toda. Fazia uma cota que eu não o via. Tadinho... Ele vai surtar se ficar sozinho com o pai dele por muito tempo.
Eu me afastei dela e fui para a cozinha, me escorando no balcão depois de pegar um copo de suco. Todos estavam na sala, no sofá.
Jungkook e eu dormiríamos no quarto dos meus pais com eles. Num colchão no chão. Bom... isso é melhor do que com a mãe do Seonghwa. Minha avó ficaria no nosso quarto, juntamente com meu tio e a filha dele. Alguém dormiria no chão. Whatever. E minha tia com o Hwa e o marido dormiriam no escritório da minha mãe. Nós trouxemos alguns colchões da casa do Jeon, no teto do carro do meu pai, o que ajudaria a acomodar todas aquelas pessoas.
— Ei! — exclamei quando Jungkook escorou no mármore, ao meu lado, e tirou o copo da minha mão para tomar um gole do meu suco. Abusado.
De abacaxi porque tem que deixar a porra docinha pro mozão. Amém.
— Gostoso — disse rouco, lambendo os lábios enquanto olhava para mim. — O suco, é claro.
— Uhm... sei. — Peguei o copo de volta.
— Achei fofo o que disse para o seu primo. — Senti minhas bochechas esquentarem de novo.
— Você escutou?
— Uhum. Eu fiquei todo boiolinha por você de novo. — Revirei os olhos. — É sério.
Mudei de assunto porque... Não sei porquê.
— Acho que minha prima está dando mole para você.
Ele soprou um riso.
— É. Eu notei. — Arqueei uma das sobrancelhas, olhando para ele. — O quê? Eu sou irresistível.
Revirei os olhos de novo, tomando um gole.
— Estou só esperando você me apresentar formalmente como seu namorado para eles. — Brinquei com o copo sobre o mármore.
— Você quer? — questionei sem olhá-lo diretamente. — Não tem medo?
— Medo do quê? — Dei de ombros.
— Por incrível que pareça, aquela mulher não gosta de mim — meu tom era baixo, apenas para que ele escutasse. — Ela foi uma das várias pessoas da família que me condenam por ser gay. — O olhei. — Meus pais a perdoaram depois que ela pediu desculpas e eu até acreditei, mas ela é de um jeito comigo na frente deles e de outro quando estão longe. Ela me odeia e está tentando fazer o Seonghwa ser igualzinho. E ela vai te odiar também.
— Uhm... Bem que eu não fui com a cara dela. — Soprei um riso. — Eu não me importo. — Chegou mais pertinho, empurrando seu ombro contra o meu. — Eu amo você, coisa gostosa. Não estou nem aí para mais ninguém.
Eu odeio ele para um belo cacete. Onde já se viu ser tão gracioso como ele sem fazer nada? Lamentável.
— Eu também te amo. — Sorriu para mim com todos os dentes e eu não me importei em me inclinar e selar rapidamente sua boca. — Beleza. Te apresento como meu namorado, mas eu vou perguntar aos meus pais primeiro se tudo bem para eles começar uma guerra.
Ele riu.
— Ok. Justo. — Vi sua mão deixar o balcão para, segundos depois, senti-la em meu quadril, me abraçando pela cintura. — Como é que eu vou te beijar com seu pai dormindo do nosso lado?
Soltei uma risada um pouco mais alta.
— Não ficaria surpreso se ele me colocasse para dormir na cama com a mamãe e ficasse no chão com você.
— Deus me livre. — Grudou a boca na minha orelha e sussurrou: — Nós somos uma conchinha, amor. E nossa conchinha só fica completa se a gente dormir juntinho. — E o que ele disse depois disso me arrepiou inteiro. — Você sou eu...
— E eu sou você — completei baixo, mas o suficiente para ele ouvir.
Tomei o restante do suco num gole só e deixei o copo ali em cima mesmo antes de olhar para ele.
— Vamos lá em cima rapidinho. — Espremeu os olhos para mim. — Quero te mostrar uma... coisa.
Me afastei e dei a volta no balcão, saindo da cozinha para subir os degraus até o primeiro andar. Eu acabei encontrando minha mãe no corredor.
— Aí... Tudo bem se eu disser que Jungkook é meu namorado no jantar hoje? — questionei.
— Claro. Adoro um barraco. — Escutei a risada do Jeon atrás de mim. — Eu vou estar lá para defender vocês, de qualquer forma. — Beijou minha testa e depois a do mais novo.
— Noona... Eu estou fazendo uma pesquisa de campo. — Lá vem, meu deus. — Onde passou sua lua de mel? Estou pensando onde levar o querubim.
Falei? Só sai merda.
— Senhor... Dai-me paciência — murmurei para o além.
Pior do que as perguntas sem nexo dele, eram meus pais o respondendo.
— Em casa mesmo. Foi onde fizemos o Jimin. Nove meses depois ele nasceu.
— Meu deus! Para! — Cobri os ouvidos, mas mesmo assim eu consegui escutar as risadas dos dois. — Eu vim do pé de alface. Não quero saber.
Eles riram mais.
— Enfim. Deixa eu descer e ajudar o Hyunsik — a escutei dizer abafado.
E só então eu descobri as orelhas, olhando para o Jeon que ainda ria.
— Vamos logo. — O puxei pelo pulso até o banheiro daquele corredor.
— Onde vamos, seu pervertido? — Fechei a porta com nós dois ali dentro.
— Eu queria te dar uns pega, mas perdi a vontade. — Suspirei. — Vocês são muito bestas, na moral.
— Aigoo... — Senti o quadril dele colar no meu quando encostei na pia atrás de mim e ele se aproximou. — Me dá dois segundos e eu te faço ficar com vontade.
Eu não tenho dúvidas de que ele consegue. Tipo quando ele resolveu fazer uma brincadeira besta que viu no YouTube. O nome era, literalmente, tente não beijar. Eu nem nego que o beijei em todas as vezes. É impossível. Eu sou péssimo nessa brincadeira, isso é um fato.
Então, naquele momento, bastou ele relar a boca na minha para a vontade voltar três vezes mais forte e eu nem hesitar em beijá-lo.
Minhas mãos foram imediatamente para o seu pescoço enquanto seus braços me envolviam pela cintura.
— Viu? — murmurou entre o beijo, findando-o logo em seguida. — Vai ser um saco não poder te beijar sempre que me der vontade.
Suspirei e acariciei sua nuca por baixo do cabelo compridinho quando me abraçou mais e enfiou o rosto no meu pescoço.
— Jagiya — o chamei.
— Uhm?
— Promete que... — O apertei mais em meus braços. — que vamos ficar juntos pra sempre? Promete?
— Você ainda pergunta? — Encostei a boca em seu ombro. — Eu preciso de você para tomar banho. É claro que vamos.
Soprei um riso nasal, fechando os olhos.
— Você não entende o quanto eu preciso de você, não é? — Não falei nada. — Se você disser para mim que quer morar comigo, eu arranjo um trampo e a gente se muda para a minha antiga casa.
— Sério mesmo?
— Por que não? — Afrouxou os braços o suficiente para me olhar. Ele sorriu e acariciou a lateral do meu rosto com uma das mãos. — Quer morar comigo?
Arrepiei, aleluia.
Mas ele nem me deixou responder e já foi logo perguntando outra coisa.
— Não tem nada a ver, mas... quer entrar no veganismo comigo também? Eu já estava pensando nisso há um tempinho e... já passou da hora de eu parar de comer ovo e laticínios. — Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — Se a gente for morar sozinho, vai ajudar muito. Assim nosso armário só vai ter coisas veganas.
Jungkook fica muito boiola quando fala sobre a alimentação dele, principalmente quando vamos num mercadinho no centro que só tem coisas não derivadas de animais. É o paraíso para ele. E para mim também que, apesar de recente, não como carne.
A intenção é não comer e nem usar nada animal. Nem testado.
— Está escutando o que você está falando? — Ele franziu o cenho. — Você é doido mesmo de morar sozinho comigo? Tipo... vamos morar sozinhos... s o z i n h o s.
Ele riu.
— É. Parece um pouco assustador agora pensando melhor. — Minha vez de rir.
— Eu sou doido, Jeon. Eu aceito. — Acariciei suas costelas quando o vi sorrir largo. — Mas você já parou para pensar que vai ser apenas nós dois naquela casa enorme? E que, quando a gente levantar, Shinhye e Hyunsik não vão estar ali para tomar café da manhã junto da gente? Nem vamos ver eles brigando na hora do jantar? — O vi fazer bico. — Quem vai puxar a sua camisa ou correr atrás de você com uma colher de pau quando a gente estiver dando uns amassos na sala, uhm? Meu pai não vai estar ali. E quem vai cantar o hino nacional da Coreia do Sul junto com você pela casa para tirar a minha paciência? Minha mãe também não vai estar ali. — Abaixei o tom, quase num sussurro. — Vai ser só a gente.
— Meu Deus... Que horrível. Eu não quero mais, não. Esquece. — Eu gargalhei. — Deixa isso para quando estivermos mais velhos. Tipo... Trinta anos.
— Ok, ok. Gostei da ideia. — Selei sua boca. — Mas eu aceito evoluir de ovolactovegetarianos para veganos super descolados.
Foi a vez dele rir alto.
— Damos um jeito de separar nossas coisas no armário. Sempre damos um jeito, não é? — Sorriu todo fofo e assentiu várias vezes.
— Nossa, moreno, você é muito o amor da minha vida mesmo. Porra. — E encheu meu rosto de beijinhos.
Só para lembrar... Ainda estamos no banheiro.
— Sério, amor... O que eu sinto por você é tão grande — Suspirou fundo, como se estivesse precisando de ar. — que dói. Me dá agonia quando eu penso no quanto eu amo você. Porque é tanta coisa que sufoca. — Me sacudiu pelos ombros. — Se eu morrer, é por sua causa. De amor.
— Eu te odeio — eu só disse isso por não saber o que dizer. — Eu sei o que você sente. — O abracei, desta vez pelo pescoço, e pressionei meu nariz em sua bochecha antes de sussurrar: — Porque eu também sinto.
— É? — Murmurei em concordância. — E você? Promete que vamos ficar juntos para sempre? — Sorri contra a sua pele.
— Eu prometo.
O silêncio reinou depois daquilo, mas o abraço continuou. Por minutos. É tão bom...
— Acha que ficamos aqui dentro tempo demais? Devemos sair, não? — questionou sem me soltar.
— Vamos ficar mais. — Afastei seus cabelos compridos e afundei meu rosto em seu pescoço cheiroso. — Está tão gostoso.
Ele soprou um riso e continuou as carícias em minhas costas... até foder com o clima ao comentar:
— Uhm... Nos ver abraçados no espelho me deixou com vontade de transar de frente para ele. — Como eu estava encostado na pia, ele tinha total visão do maldito espelho. Provavelmente onde estava nos vendo abraçados. — Imagina te ver me comendo na frente dele?
— Você tem um dom absurdo para foder nossos climas românticos, sinceramente. — Ele riu.
— Qual é... — Quebrou o abraço e segurou minha cintura para que eu virasse de frente para o espelho e ficasse de costas para ele. — Olha isso — murmurou, tocando e forçando o meio das minhas costas para frente, me fazendo inclinar sobre a pia. — Agora imagina... — Se colocou atrás de mim, mordendo a boca ao segurar minha cintura e grudar o quadril na minha bunda. — o contrário. — Simulou uma estocada. — Em vez de eu estar fazendo isso com você... — Seus olhos miravam os meus pelo reflexo, enquanto fingia que estava me penetrando. — você quem estaria fazendo comigo. Nossa... Deve ser a coisa mais pornográfica do mundo te ver me fodendo pelo espelho. Eu quero.
Alguém para ele, por favor.
— Amor... — Apertei o mármore, tentando não gemer com as torturantes estocadas falsas e nem ficar de pau duro. — Quatro dias sem sexo.
— Ah, não. — Abanou a cabeça de um lado para o outro. — Vamos para a outra casa hoje a tarde. Eu vou dar para você. Cacete... A porta do meu guarda-roupa é um espelho enorme. E fica de frente para a cama... — Estocou com um pouco mais de força, me fazendo solavancar para a frente. — Dá para ficar de quatro para você nela. De frente para o espelho. Por favor... Vamos. Eu quero muito.
— Por favor, para de fazer isso — falei, me referindo as malditas estocadas por cima da roupa. — Nochu... A gente estava tão fofinho há meio minuto. Que merda. — Me endireitei e virei de frente para ele.
— Fazer o quê, jagi? Faz parte. — Revirei os olhos.
Suspirei e estiquei a mão, o sentindo segurar meu pulso e gemer baixo quando agarrei seu saco por cima da calça moletom que vestia.
Ele me provocou, então eu também posso.
— Ok. Depois do almoço a gente dá uma escapada rapidinho. — O puxei para mais perto sem soltar sua intimidade e ele veio até quase colar o peito no meu. Caso contrário doeria, mesmo que eu não esteja colocando tanta força. — Eu como você — sussurrei rente a sua boca, ainda o olhando nos olhos. — Agora... Eu acho melhor a gente sair daqui — o soltei, mas ele permaneceu ali coladinho. — Para não disconfiarem. Quero dizer... não que estejamos fazendo algo de errado. Mas... sei lá.
— Só mais um beijinho então — pediu. — E aí a gente sai.
Mesmo que eu não quisesse ele teria me beijado já que sequer esperou uma resposta minha antes de avançar na minha boca. Mas não importa porque eu também o beijei.
Eu juro que nós realmente saímos daquele maldito banheiro depois.
E enquanto Jungkook, meu pai e meus dois tios conversavam sobre algo que não me interessava, minha mãe, minha tia, vovó, minha prima e eu conversávamos sobre outra coisa completamente distinta.
Às vezes eu olhava para o Jeon – já que os quatro estavam na cozinha e nós na sala – e ficava olhando até me olhar de volta. E aí ele sorria e me mandava uma piscadela discreta. Ou sussurrava e eu conseguia fazer leitura labial: "eu te amo" ou "lindo".
Ele 'tá muito na minha.
Enfim... No almoço deu treta para ver quem iria fazer. Eu nem me meti porque me estressar com aquilo não é para mim, brother. Eu só não queria que colocassem carne em tudo. De resto, que se destruam.
Como a mesa era de seis lugares, Jungkook e eu usamos o balcão de mármore como mesa para dar lugar aos convidados, o que não era ruim porque eu ficaria pertinho dele sem ficar amontoado no meio dos outros. A questão é que o meu plano de assumir Jungkook para a família no jantar foi para o ralo quando, no meio do almoço, a naja da minha tia solta:
— Esse garoto é o que de vocês? Parece ter sua idade, Dami. Deveria investir.
Na moral, quase que eu cuspi a comida de volta no prato.
Eu queria rir, na verdade.
Dami era a minha prima, a que gamou no Jeon desde que chegou. E dali do balcão eu conseguia ver o quanto ela havia ficado sem jeito.
Minha tia era completamente sem noção.
— Investir é o escambau.
Agora a atenção de todo mundo estava em mim. Eu sentia a mão do Jeon na minha coxa e conseguia ver minha mãe tapando a boca para não rir. Meu pai mastigava com os hashis apontados para cima e o cotovelo na mesa como se nada estivesse acontecendo, mas eu sabia que ele queria rir apenas pela expressão meio distorcida.
Eles não prestam.
— Desculpa, Dami, mas Jungkook tem namorado. Alias... Família, namorado. Namorado, família — os apresentei. — Ele tem vários amigos, não é, amor? Pode te apresentar alguns, prima. — Olhei para Jungkook e ele assentiu, pressionando a língua contra a bochecha para não rir também.
— Eu n-não... Desculpa — a garota pediu.
— Relaxa. Jungkook costuma chamar muita atenção — murmurei, deixando um sorrisinho debochado na direção da minha tia, essa que não tinha uma cara muito boa enquanto olhava para mim e para o Jeon.
Depois disso tudo ficou num silêncio. As únicas coisas que davam para escutar eram os talheres nos pratos e tigelas e as comidas sendo mastigadas. Enquanto isso eu queria rir. Por algum motivo do diabo eu queria muito rir, mas me contive.
Depois que essa ladainha toda passou, os mais novos – Dami, Jungkook, Seonghwa e eu – ficaram com a bagunça. Eu realmente não entendo porque ficamos sempre com a parte mais tediosa, mas beleza.
Foi uma operação formiguinha muito bem bolada. Foi realmente um trabalho em equipe muito foda. Eu ensaboava, Hwa lavava e Jeon secava e guardava. Enquanto isso, Dami separava o que tinha sobrado para guardar na geladeira.
— Tira o sabão direito, pirralho — falei com o garoto.
— Tá — respondeu, girando o prato cheio de espuma várias vezes embaixo da água. Ele tinha a mesma impaciência que eu.
— E não ligue tanto a torneira. — Abaixei a intensidade da água.
— Mas assim demora. — Eram dois Park de gênio forte.
— Mas não gasta tanta água. — Dei um montinho de hashis de inox para ele enxaguar quando terminou o prato e o entregou ao Jeon.
A cara que ele fez me fez crer que tinha entendido a lógica e que nunca tinha pensando por aquele lado. Foi fofo até.
— Jungkook hyung é como você? — Mudou completamente de assunto, escutando o dito cujo soprar um riso ao nosso lado.
— Não — foi a minha resposta, o que fez o garoto franzir o cenho e me olhar.
— Mas ele é seu namorado.
— O que não quer dizer que ele seja gay.
— Mas você é um garoto também.
Suspirei, arrancando mais risadinhas do Jeon. Eu vou dar uma panelada na cabeça dele, estou avisando logo...
O fato é... Como explicar para uma criança o espectro imenso que é "sexualidades"?
— Jungkook-ssi gosta de menino e de menina — da forma mais simplificada possível, eu disse, sem entrar no assunto "gênero". Vai confundir a cabeça do moleque.
— E pode? — Ele parecia surpreso agora.
— Claro. Se você gosta e não está fazendo mal a ninguém, pode. — O entreguei uma última tigela, guardando a buchinha. — Mas você é novo demais, moleque, nem cresceu pelo no saco ainda. Tem muito o que aprender. — Baguncei seus cabelos. — Termina de lavar isso e seque a pia direito. E você — Apontei para o Jeon. —, pare de rir de mim.
Ele estava rindo, provavelmente, pelo fato de eu estar interagindo com o garoto, o que é quase raro eu fazer com qualquer outra pessoa, ainda mais uma criança.
Depois daquilo, como já tinha feito a minha parte, eu saí da cozinha. O pessoal estava na sala e eu me esgueirei por cima do encosto e colei a boca na orelha da minha mãe.
— Posso dar uma fugidinha com o Jeon? — pedi baixo para que ninguém além dela escutasse.
— Para onde, quando, que horas e fazer o quê. — Soprei um riso.
— Ahn... Na casa dele, hoje, daqui a pouco e... para fazer sexo selvagem. — Se afastou rápido e se virou minimamente para me bater, mas eu desviei a tempo de levar um tapão no braço. — E o espírito natalino?
— Não conseguem ficar um dia com o facho quieto? — Eu ri.
— Eu sim. Mas Jungkook é igual ao papai. Insaciável. E aí ele me provoca até me deixar com vontade também. Além do mais, somos adolescentes cheios de hormônio. Vai, mãe, deixa? Eu sei que você me entende. — Ela suspirou. — Voltamos antes do jantar.
— Ok, garoto, vai. — Sorri, beijando demoradamente sua bochecha. — Mas tome cuidado, tá? Tranca tudo enquanto estiverem lá dentro e quando saírem. E me liguem qualquer coisa.
— Mãe... Não vamos para o outro lado do mundo saquear um banco. É aqui, quatro ruas para o lado. — Ela me olhou.
— Quando você tiver um filho você vai entender. — Rolei os olhos.
— Também te amo. — Beijei sua têmpora. — Valeu, mãe. Te devo uma. Eu juro que vamos sair de casa quando vocês quiserem fazer fuc fuc mais a vontade, tá bom?
— Some.
E eu saí dali para não sofrer outra tentativa de agressão.
Subi para o meu quarto e peguei duas mudas de roupas e nossas toalhas antes de ir para o quarto dos meus pais, me jogando na cama.
— Gatinho... — E o Jeon apareceu minutos depois.
— Que horas você quer ir? Já peguei nossas roupas para tomar banho. — Mostrei o monte de tecido dobrado.
— Não fiz enema ainda, bebê. Temos que esperar uma hora. — Fez bico. — Mas aceito o banho. Faço durante.
— Ok. Tem que pegar a ducha, eu não peguei — sem sequer tirar os olhos do celular, eu disse.
Ele não disse nada, mas eu sabia que tinha saído para buscar, e não demorou nem dois minutos para estar de volta.
Você vê quando seu relacionamento está a um patamar acima quando percebe que fazer "nojeiras" na frente um do outro não são mais "nojeiras". É costume. Nem ligam mais. Jungkook e eu não temos essa frescura. Nunca tivemos, na verdade. Acho que por termos passado tanto tempo juntos antes do namoro nos deixou completamente sem vergonha na frente um do outro.
Tipo o Jeon que adora arrotar e peidar quando está comigo porque sabe que me irrita. Jungkook é lindo por fora mas é estragado por dentro. Ele peida podre, na moral.
Ou quando estamos fazendo nossas necessidades e o outro entra como se nada estivesse acontecendo. Bom... Para nós dois é super comum.
Fazer enema é a mesma coisa.
Naquele momento em que entramos no banheiro dos meus pais juntos com a intenção de tomar banho, ele sentou no sanitário com aquele propósito e eu não me importei em entrar no box e começar o banho sem ele porque já era normal para nós.
— Meu Deus... Fazer chuca é tão estupidamente desconfortável. — Ri ao escutá-lo resmungar do outro lado do vidro transparente.
— Olha aqui — pedi, o vendo erguer a cabeça, com a mão esquerda enfiada entre as pernas, e me olhar. — Vai valer a pena. — Segurei meu pênis mole e o balancei de um lado para o outro, o fazendo gargalhar. — Vou recompensar seu esforço.
— Sempre vale, gato — falou e continuou rindo. — Sabe quando enche saquinho de chup-chup com água? E aí o saquinho fica molengo porque nem está congelado? Então... É o seu pau agora, amor. — E riu ainda mais, mas eu ri junto.
— Cruzes. — Tampei meu precioso com as duas mãos. — Ele está brincando, filho. — Me virei de costas, fingindo estar falando com o meu pênis.
Eu juro que a gente já tem dezoito anos e não mais quatorze.
— Deixa eu fazer o bendito enema, porra. Concentração. — Tentou ficar sério mas falhou.
— Vem logo, amor. Já está bom. — Voltei a olhá-lo, rindo ao vê-lo fazer careta e tirar a mão do meio das pernas, trazendo a ducha junto. — Vai, espertão. Ninguém mandou nascer viado.
— É foda mesmo. — Fingiu um suspirou pesaroso e deu descarga.
Depois de lavar a ducha, ele veio enfim tomar comigo.
— Se sente mais leve? — questionei em tom brincalhão.
— Sim. Um quilo e meio a menos. — Me abraçou. — Estou doidinho para ver meu esforço ser recompensado.
— Em breve. — Apertei sua bunda.
🌶️ི꙰͝꧖๋໋༉🌶️
O banho demorou um bocado. Sempre demora, na verdade. Principalmente quando fazemos competições bestas como quem cobre o corpo todo com espuma primeiro. Daí a gente fica esfregando as mãos no corpo até ficar branco.
Sem noção demais.
Sempre desligamos o chuveiro quando fazemos essas coisas, é claro. A mãe natureza agradece. Amém.
Enfim... Depois do banho, nós vestimos as roupas que eu havia separado e ficamos fazendo hora para não ter que chegar na casa do Jeon e ficar olhando para o teto, afinal, sexo anal só uma hora depois que fez a chuca.
Quando enfim saímos, fomos lado a lado pela calçada. Jungkook tinha a capa com o violão nas costas e eu enfiei o bendito lubrificante dentro da minha bermuda, a cintura, apenas para não ter que sair com aquilo na mão.
Eu deveria ter pegado uma bermuda com bolsos.
A casa estava exatamente igual sempre foi. Estava bem arrumadinha e limpa porque Jungkook e eu sempre aparecemos aqui para limpar, ou temos ajuda dos meus pais para isso. Não tinha nada ali além dos móveis. Os armários e as geladeiras estavam vazios e nenhum eletrodoméstico ficava ligado, até porque ninguém ficava ali.
— Estou pensando em vender tudo isso e redecorar a casa toda — ele me contou depois de trancar a porta com nós dois para dentro. — E só aí alugar.
— Você fica sexy falando como um adulto responsável — comentei, me livrando dos meus chinelos.
— Pervertido. — Riu fraquinho. — Vamos foder? — perguntou, tirando o violão das costas. — Vem. — Esticou a mão na minha direção. — Deixa tudo aí. Traz só o lubrificante e a camisinha.
Concordei e o acompanhei até o antigo quarto dele, o vendo alinhar o espelho do guarda-roupa – que eram duas portas de correr sendo que uma era toda de vidro – à cama de forma que eu, que estava sentado nela naquele momento, pudesse me ver no reflexo.
— Você tem uns desejos sexuais meio aleatórios — murmurei.
— Você adora. — Tirou a camisa. — Realiza cada um comigo sem reclamar.
Não falei nada porque... era verdade.
Em vez de dizer algo, eu apenas assisti calado ele tirar a roupa para mim até ficar completamente nu. Se for levado em consideração que tomamos banho de manhã e agora depois do almoço, já era a terceira vez que ele ficava pelado na minha frente. Porém, não importa quantas vezes isso aconteça, eu ainda vou ficar admirado.
Ele é simplesmente lindo.
— Você sempre me olha como se fosse a primeira vez — murmurou.
— Não tenho culpa se você é um tremendo gostoso. — Ele riu, mordiscando a boca.
— Tira a sua também. — Subiu na cama depois, com algo em uma das mãos que eu não consegui identificar, ficando ajoelhado de frente para mim antes de sentar sobre os calcanhares.
Eu conseguia ver ele inteiro de costas no espelho do guarda-roupa atrás dele.
Isso vai ser muito divertido.
Sem dizer nada, puxei minha bermuda tactel, tirando-a junto da minha cueca. Sentei sobre os calcanhares como também fazia, de frente para ele, e puxei a camisa para fora do corpo, ficando completamente despido também.
Ele sorriu frouxo e correu os olhos pelo meu corpo todo antes de levar a mão até o próprio pênis. Se ele soubesse o quão pornográfico era...
Fiz o mesmo e ficamos muito tempo nos tocando um para o outro.
— Para que isso? — questionei quando o vi abrir a embalagem preta de papel.
Halls?
— Uhm... — Sorriu sapeca, jogando o resto das balas sobre a cama depois de pegar uma apenas. — Quero fazer algo diferente com você. — Arqueei uma das sobrancelhas, o vendo enfiar o doce na boca depois de livrá-lo do plástico. — Você vai ver.
Eu só queria entender como ele conseguia ficar de boas com aquela coisa ardida na boca. O de cereja é o máximo que eu consigo aguentar e olhe lá ainda.
Dei de ombros e cheguei um pouco mais perto, mantendo um ritmo moderado em meu próprio pênis quando o puxei para um beijo.
Shit... A bala deixava aquilo mais gostoso, se é que era possível o beijo do Jeon ficar melhor que já é. Ela refresca e dá um sabor diferente. É delicioso. Ela dançava dentro das nossas bocas junto das nossas línguas, acompanhando nossos movimentos lentos e... talvez um pouco obscenos.
— Uhm, hyung... — gemeu todo manhosinho quando findei o ósculo e desci a boca para o pescoço dele, parando de me masturbar para tomar seu pau em mãos e bater por ele. — Numa festa que só tinha asterisco — começou e eu já revirei os olhos porque sabia o que vinha.
Jungkook amava falar besteiras durante nossas preliminares. E quem me dera se fosse putaria. Eram outros tipos de besteiras.
— A campainha tocou. — Senti sua mão em meu pênis, começando uma masturbação lenta. — O asterisco atendeu. Era o ponto final. — Passei o polegar na glande molhada e o escutei gemer baixinho. Enquanto isso, eu me preocupava apenas em marcar seu pescoço, ombro e clavícula. — O ponto final perguntou se ele podia entrar na festa e o asterisco falou... uhm... — Suguei sua pele com mais força, aumentando a velocidade da minha mão. — O asterisco falou: não, essa festa é só pra asterisco. E aí o ponto final disse: — Ele gargalhou sozinho. — Não, não... é que eu passei gel.
E aí ele riu mais.
— Ah, Jeon. — Me afastei. — Você só me decepciona. Sinceramente.
Ele cobriu a boca, mas continuou rindo.
— Tem mais, amor. — Se forçou a parar de rir. — Como o pinóquio descobriu que o bilau dele era de madeira?
Meu santo caralho...
— Ele foi se masturbar e pegou fogo. Você já contou essa. — Fez bico. — Se você continuar, eu vou broxar. — Abanou a cabeça de um lado para o outro antes de me empurrar pelo peito e me fazer sentar direito na cama já que, até então, eu estava sobre meus calcanhares.
— Vai, não, moreno. — Esticou minhas pernas antes de deitar de bruços entre elas, com o rosto bem próximo da minha ereção. — Eu vou cuidar de você.
Sorri ladino quando o vi segurar meu pênis e apoiei as duas mãos para trás na cama, sustentando meu tronco para vê-lo melhor.
— Lembra do Halls? — questionou, colocando a língua para fora e mostrando a bala esbranquiçada que já estava quase completamente derretida. Assenti. — Já foi na Groenlândia? — Franzi o cenho, o vendo mastigar o resto da bala com naturalidade.
— Não? — respondi como se fosse óbvio.
Ele soltou uma risadinha safada e, sem tirar os olhos dos meus, colocou meu falo até a metade dentro da boca, descendo lentamente.
Lembra que eu disse que o beijo ficava refrescante? Então... o boquete também.
Eu abri a boca num perfeito "O" e sorri, levando uma das mãos até seus fios negros quando me senti arrepiar inteiro com a sensação até então desconhecida por mim.
Geladinho.
— Isso é... muito bom. Porra... — Mordi meu lábio inferior com força, me arrepiando de novo quando ele tirou meu falo da boca e soprou seu hálito refrescante contra a cabecinha sensível. — Ah, Caralho... Agora eu entendi o Groenlândia.
— Refrescante, né? — Assenti.
— Continua, vai? — Empurrei sua cabeça para baixo, o escutando rir antes de me abocanhar de novo.
Puta merda... Eu amei aquilo.
Ele me chupou sem parar depois disso. Ele tinha um talento sensacional, devo admitir. E ficava ainda melhor com a sensação refrescante que a bala tinha deixado em sua boca. Uma delícia.
Quando se deu por satisfeito, sem me deixar gozar, ele se ergueu e virou de costas para mim, de frente para o espelho, e então empinou aquela maldita bunda no meu rosto, me olhando por cima do ombro antes de pedir:
— Me beija.
C a r a l h o.
Juro que quase gozei.
Eu não curtia beijo grego em mim, mas não me importava em fazer em Jungkook. Ele gostava e, porra, aquele rabo era incrível demais! Não perderia jamais aquela oportunidade.
Enfim... Vamos pular a parte que eu era fascinado pela bunda do meu namorado.
Eu o chupei com toda a devoção do mundo, aproveitando a oportunidade para deixá-lo preparado para me receber.
— Deita — pedi depois de julgar ser o suficiente, tocando suas costas.
Ele esticou as pernas para trás e deitou de bruços, e eu sorri para o espelho ao vê-lo me olhar pelo reflexo também.
Sentei na parte de trás de suas coxas e me inclinei sobre ele, quase tocando suas costas com meu peito enquanto apoiava as mãos no colchão, bem ao seu lado.
— Está pronto para mim? — sussurrei em seu ouvido, olhando em seus olhos pelo reflexo.
— Uhum. — Era tão fácil notar quando está com tesão. Até o jeito que ele piscava mostrava o quanto estava excitado por mim e para mim. — Me fode gostoso, vai? — Sorri ladino e beijei seu ombro, erguendo o tronco outra vez, mas me mantendo sentado em suas coxas. — Me dá um travesseiro.
Me estiquei para trás e peguei um, o entregando. Ele abraçou o travesseiro e eu peguei o tubo de lubrificante depois de colocar a camisinha, jogando os cabelos para trás antes de abri-lo.
— Sua paciência é uma tortura — murmurou quase manhoso.
— Ótimo. — Pisquei de um olho só para ele, colocando um pouco do produto na minha mão antes de me livrar da embalagem e segurar meu pênis, esse que estava caído sobre sua bunda. — Aumenta a expectativa.
— Mais? Uma hora depois da chuca não é o suficiente para você? — Ri, lambuzando toda a minha extensão, aproveitando para passar em seu ânus também.
— Pronto. Acabou. — Fiz careta por conta do lubrificante e não me importei em esfregar a palma na colcha de cama para limpar, o que arrancou risadas dele. — Probleminhas técnicos. — Dei um tapinha em sua bunda.
— Só me come logo — impaciente, pediu.
Só assenti e separei as bandas, mordendo a boca ao ver seu cuzinho piscando por mim. E, sem mais delongas – já que ele parecia mesmo que iria colocar um ovo se eu demorasse mais um segundo –, forcei a glande nele, assistindo meu pau entrar lentamente até sumir todo ali dentro.
— A primeira vez que eu entro é sempre tão... — Fechei os olhos, suspirando em satisfação. — gostosa pra caralho. — Arrestei minhas mãos pelas suas costas e apertei seus ombros numa massagem lenta, abrindo os olhos e pregando minha intenção em nossos reflexo. — Porra, amor.
Acho que de todas as posições no sexo, aquela é a minha favorita. Contudo, eu nunca conseguia olhá-lo diretamente nos olhos quando fodemos daquele jeito, o que era uma desvantagem porque Jungkook é um pecado sentindo prazer. Aquela era a primeira vez que eu o pegava de costas e conseguia o ver por completo.
Eu estava excitado pra cacete.
Quando comecei a me movimentar sobre ele, apenas tirando e colocando lentamente, permaneci com meus olhos presos no espelho, enquanto minhas mãos alisavam e apertavam suas costas e ombros. Jungkook gostava quando a transa vinha com combo de massagem e eu amava vê-lo relaxado para mim.
Ele ficava deitadinho, recebia massagem nas costas e transava gostoso. Tudo ao mesmo tempo.
Eu me mantive naquela mesma calmaria por minutos até me apoiar no colchão e quase deitar por cima dele, aumentando um pouco mais a velocidade.
Às vezes ficava com a boca próxima da orelha dele. Às vezes olhava nós dois pelo reflexo. Às vezes eu apenas fechava os olhos e colocava todos os meus outros sentidos para focar apenas em Jungkook e no prazer que ele me causava. E eu não achei que aquilo poderia ficar melhor... até colocá-lo de quatro e fodê-lo com vontade. A visão que eu tinha de nós dois fazendo amor gostoso e bruto era a melhor que eu poderia ver naquele momento.
— Somos tão... perfeitos, Ji — comentou entre ofegos e gemidos.
Agarrei sua cintura com as duas mãos e pendi a cabeça para o lado, mordendo o lábio inferior ao mesmo tempo que puxava seu corpo contra o meu e o via abrir a boca num gemido manhoso e arrastado.
Detalhe: olho no olho a maior parte do tempo.
Detalhe dois: aquele maldito cabelo. As pontas do cabelo dele já quase tocavam os ombros. E, sinceramente? Não tinha coisa mais perfeita do que ver todos aqueles fios bagunçados. Ou grudados em seu rosto suado. E não tinha melhor sensação que agarrá-los enquanto o fodia ou o beijava no pescoço, apenas para ver sua cabeça pendendo para trás.
Era delicioso.
🌶️ི꙰͝꧖๋໋༉🌶️
— Amor — me chamou baixinho.
Abri os olhos lentamente e, sem parar de desenhar símbolos aleatórios em sua barriga, eu o olhei.
Ele está tão belo. Despido; com o cabelo ainda meio molhado e completamente bagunçado; com o lábio inferior avermelhado por tanto ter mordido para descontar o prazer; e com marcas bonitas em sua pele feitas por mim.
E esse era o meu moreno pós-sexo.
Aquele garoto é um pecado.
A questão é que o que ele disse a mim quando o olhei me deixou totalmente desnorteado. Eu não esperava. Nem as palavras, nem o tom suave, nem a expressão apaixonada.
— Eu vou te amar em câmera lenta.
Eu odeio ele.
O moleque solta isso e simplesmente não quer que eu infarte?
Enfim, a hipocrisia.
Meus olhos ficaram segundos presos nos seus antes de correr pelo seu rostinho bonito. Me inclinei e grudei minha boca na sua, selando as duas de forma demorada.
— Da forma mais lenta possível, por favor — sussurrei de volta, o vendo sorrir.
Eu amava aquele sorriso, porque Jungkook não conseguia esconder o quanto era apaixonado por mim, o quanto me amava. E ver aquilo me deixava tão bem, vocês não fazem ideia.
Porque a melhor coisa que tem é você curtir alguém que também curte você, exatamente do mesmo jeitinho.
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