27 - Coladinho na parede (não reescrito)
Os dias que passaram depois daquilo foram usados para estudar. Afinal, nossa prova não estava tão longe assim.
Antes de voltar tudo ao normal, Jungkook e eu costumávamos estudar no quarto. Seja na cama ou no chão. O fato é que agora, com os corpos devolvidos e estando namorando, a concentração não era mais a mesma.
Até tentamos mas, sempre que eu erguia o olhar dos livros, Jungkook estava me encarando. Ou quando ele me olhava, eu quem estava o secando. E aí nós perdíamos completamente o foco e acabávamos... com a boca colada uma na outra. A questão é que precisávamos estudar e a única solução que encontramos foi o escritório da minha mãe.
Pois é... Nós ficamos sobre a vigilância dela.
Até que não era ruim. Pelo menos dessa forma nós dois conseguimos nos concentrar e fazer algo produtivo.
Enfim... mudando de pau pra cavaco, Jungkook está, oficialmente, livre do Seunghyun. Sinceramente? Acho que fiquei mais aliviado por ele do que ele mesmo.
Ele me pediu para ir junto e eu fiquei bem feliz por ver que me queria perto. Enfim... Tudo o que a mãe dele deixou no testamento foi lido perante o juiz, Jungkook e Seung. E eu, é claro. Todos os bens foram dados ao Jeon e, mesmo que fossem dele, demoraria até que de fato tivesse tudo. Acho que a casa era o que menos demoraria. Em um mês ele já a teria em seu nome.
Porra burocrática do caralho.
De qualquer forma, ele ainda teria um tempo para pensar sobre o que iria querer fazer com ela e todo o resto do dinheiro, esse que demoraria um pouco mais para que fosse, de fato, seu.
Direito, com certeza, eu não faço. Pelo menos não para ser juiz ou advogado.
Nas últimas semanas, além dos estudos, Jungkook tinha seu tempo focado naquele assunto. Era bonitinho ver ele sentando e conversando com os meus pais sobre a ideia de alugar a casa ou como fazer aquilo. Era fofo ver meus pais ajudando ele.
Morro de amores, mas ninguém precisa saber.
Whatever!
— Amor — me chamou.
Já era noite e nós estávamos no quarto. Nossa prova seria no dia seguinte e minha ansiedade para aquele dia fazia com que eu perdesse a fome, então nem jantar eu queria. Ao contrário de mim, Jungkook parecia comer ainda mais quando estava ansioso para algo.
— Uhm? — O olhei.
— Vamos tomar banho? — Colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha, me fazendo viajar naquele ato tão inofensivo. — Bem quentinho. Pra relaxar.
Eu concordei e esperei ele segurar a minha mão para irmos para o banheiro juntos. Depois de despidos, nós entramos no box. A princípio era um banho como qualquer outro que nós havíamos tomado antes, porém, nos poucos dias que descobri que Jungkook e eu fazíamos um excelente trabalho em cima de um colchão, eu acabei notando uma coisa. Jungkook enrolava o dedo na camisa que eu vestia quando queria transar, ao mesmo tempo que me olhava com um bico enorme na boca. Era como um códigozinho. Não sei se ele já tinha percebido que fazia isso, mas eu sim.
Naquele momento nós estávamos embaixo do chuveiro e, obviamente, estávamos sem roupa. Já que não tinha como enrolar minha camisa, ele passou a fazer círculos com a ponta dos dedos em meu peito. E depois na barriga. E eu soprei um riso fraco ao ver o biquinho dele.
— Que foi, nochu? — Fiz o sonso.
— Nada — com a voz mais baixa que o normal, ele disse.
— O que você quer? — insistir e ele abanou a cabeça de um lado para o outro, negando.
— Não quero nada. — Chegou ainda mais perto, colando sua boca na minha bochecha.
— Quer sim. — Fechei os olhos. — Agora não.
— Ah, hyung — choramingou. — Vamos relaxar. A prova é amanhã só depois do almoço.
— Precisamos dormir. — É óbvio que eu queria.
— Não vamos dormir, eu tenho certeza. — Era verdade. — Você está tenso e eu também. — Senti sua boca escorregar para a minha orelha. — Vamos fazer aqui, coladinho na parede — sussurrou. — O que você acha, uh? Vai ser gostoso te ter escorregando em mim todo molhado desse jeito.
Eu, sinceramente, não sei como ainda me surpreendo com a falta de vergonha dele.
Seus dedos escorregaram pela lateral do meu corpo molhado para, segundos depois, eu senti minhas costas tocarem o azulejo frio ao que seu corpo veio de encontro ao meu.
— O que me diz? — sussurrou contra a minha orelha, deslizando a mão esquerda para cima. Correu os dedos pelo meu braço antes de usar a parede atrás de mim como apoio, agarrando minha cintura com a outra. — Vamos relaxar juntos? Uh?
Eu odeio ele, puta merda.
— Promete que vamos dormir depois? — pedi, inclinando minha cabeça ao sentir seus lábios correrem pelo meu pescoço em direção ao meu ombro.
Enquanto isso minhas mãos subiam pelas suas costas molhadas, onde a água morna do chuveiro, que ainda estava ligado, caía.
— Uhum — murmurou. — Prometo.
E aí deixou uma mordida em minha pele.
Não resisti a vontade de puxar seus cabelos, mas não foi à toa. Usei aquilo para conseguir afastar sua boca do meu ombro e colá-la na minha.
Senti sua mão escorregar ainda mais, da minha cintura para a coxa, alisando e apertando tudo por onde passava. Enquanto isso, as minhas desciam pelo meio das suas costas e se enchiam com a carne de sua bunda, puxando seu corpo mais contra o meu.
Nós resmungamos juntos no meio do beijo por causa das nossas ereções que se esfregavam uma na outra entre nós. Era delicioso. Jungkook inteiro era.
Ele mordeu e puxou meu lábio inferior e eu apertei uma última vez sua bunda antes de findar o ósculo.
— Tudo bem? — questionou quando abriu os olhos.
Eu sorri e assenti, tirando mais mãos de suas nádegas ao mesmo tempo que deixava um último selinho em sua boca bonita.
Meu corpo estava entre o dele e a parede, e ele usava essa última para apoiar uma das mãos pouco acima da minha cabeça. Enquanto a outra ainda estava em minha cintura. Depois do selinho, eu me virei devagarinho entre aquele pequeno espaço, ficando de costas para ele e com o peito praticamente colado no azulejo. A frieza me fez resmungar. Ele resmungou também, só que por outro motivo.
— Vai me deixar te pegar por trás? — eu tinha o queixo sobre meu próprio ombro quando o escutei perguntar, colando a boca na minha orelha.
— Eu até diria que não era a primeira vez... — Mordisquei meu lábio inferior. — Mas aí eu lembrei que só eu te peguei de costas. — Soprei um riso, fechando os olhos e me arrepiando quando selou bem ali. — Aish... beijo na orelha não.
— Você gosta que eu sei. — Beijou ali de novo, fazendo eu me contorcer todo. — E eu vou te mostrar como também posso foder por trás gostoso. — Prensou o quadril na minha bunda, fazendo seu pau duro encaixar certinho entre as bandas dela. — Não é só você, amor.
Eu não disse nada mais que aquilo, apenas o deixei fazer tudo sozinho. Eu só me preocupei em fechar os olhos e aproveitar a sensação dos seus beijos nas minhas costas enquanto me preparava. Minutos depois disso – depois de pegar um preservativo em uma das gavetas da pia – e ele já estava completamente dentro de mim.
O chuveiro não estava mais ligado, o que contribuia para tudo ficar num silêncio. Silêncio esse que era quebrado sempre que abríamos a boca para gemer e soltar nossos prazeres.
— Quer lento? — sussurrou ao colar a boca na minha orelha, segurando minha cintura molhada com força para não escorregar enquanto ondulava o quadril contra a minha bunda, me fazendo sentir seu pau cada vez mais fundo. — Ou com força? — enroucou ainda mais o tom da voz. — Você manda, moreno.
Eu gemi porque ainda tenho um fraco em "moreno".
— Eu mando, uh? — murmurou algo em concordância. — Então eu quero... — Fiz uma pausa apenas para gemer baixinho ao sentir suas unhas me arranharem nas costelas. — Os dois. Lento e com força.
Assim que disse aquilo, eu escutei seu gemido sôfrego bem pertinho da minha orelha, ao mesmo tempo que seu pau pulsava dentro de mim. Ele havia gostado de escutar aquilo. E eu, da sua reação.
Depois disso ele fez exatamente como eu havia dito: devagar e com força.
Saía devagarinho e entrava com força. Eu tive que ser forte para não cair. Eu não tinha apoio nenhum naquela parede molhada e sentia minhas pernas falharem sempre que ele ia fundo.
O bom é que eu não caí. E nem ele. Amém.
Depois que acabamos, molhamos o corpo apenas para tirar o suor e o esperma e fomos para a cama. Como estávamos cansados e com a mente mais distraída, dormir não foi um problema. Pegamos no sono bem rápido.
🌶️ི꙰͝꧖๋໋༉🌶️
Meu método para não surtar na sala no meio da prova? Jungkook.
Não faríamos prova no mesmo lugar, tampouco na mesma sala, mas isso não me impediu de pensar nele.
Eu já estava nervoso quando entrei naquela escola e ainda mais quando distribuíram as provas e deram início. E no meio da prova eu senti que minha respiração tinha aumentado. O fato é que se eu continuasse prestando atenção no quão rápida ela estava, pior ficaria. Então... eu larguei a caneta e apoiei os cotovelos na mesa e a testa nas mãos cruzadas – como se, de fato, estivesse orando –, e deixei minha mente fazer o que ela melhor sabia fazer: pensar em Jungkook.
Eu fiz aquela prova quase sorrindo depois daquilo. Agora se eu me saí bem ou não, eu não faço ideia.
Quando saí da sala faltava pouco menos de uma hora para o tempo total da prova acabar. Mais da metade da sala também já tinha saído e a primeira coisa que eu pensei quando cheguei no pátio daquela escola foi nele. Será que ele também ficou com medo? Será que ele conseguiu ficar calmo? Será que ele também já acabou?
Eu queria muito vê-lo.
Rasguei aquele saco que me deram para colocar o celular na força do ódio – ô plástico do capeta. Quebra os dedos, mas aquilo não rasga – e liguei imediatamente o aparelho.
Mordisquei o lábio inferior e joguei o plástico no lixo, sendo orientado por um fiscal a ficar do portão para fora.
Se eu for assaltado a culpa é dele.
Fui para o lado de fora e nem me importei em sentar no meio fio, desbloqueando o celular. E eu estava prestes a entrar no aplicativo de mensagem quando Mor apareceu na tela junto de uma foto dele vestindo a cueca por cima da calça e com uma toalha amarrada no pescoço.
Diz ele que era o Superman.
Eu atendi mas a linha ficou muda por alguns segundos. Tanto da minha parte quanto da dele.
— Já sinto sua falta — foi ele quem quebrou o silêncio, me arrancando um sorriso frouxo e um suspiro aliviado apenas por escutar sua voz.
Foram quase cinco horas sem falar com ele. Sem ver ele. Foi o maior período que ficamos longe um do outro nos últimos meses. A última vez foi quando ele foi dormir com Taehyung.
Vamos deixar isso em off. Águas passadas.
— Ficou muito nervoso? — Apoiei os braços nos joelhos, fitando o asfalto.
— Uhum — murmurou baixinho. — Mas aí eu lembrei do dia em cantou pra mim depois que eu acordei de um pesadelo — Engoli em seco. — Você lembra? Eram quase duas da manhã e você ficou acordado comigo. E me fez dormir de novo.
— Por que pensou especificamente nisso? — curioso, questionei.
— Porque você me acalmou nesse dia. Eu precisava que me acalmasse hoje de novo, mesmo que não estivesse comigo. — Fez uma curta pausa soprar um riso. — Lembrar de você dizendo a mim pra não ter medo e depois cantando pra mim... Me acalmou rapidinho. E acho que sorri igual a um idiota porque a fiscal ficou me olhando como se eu fosse doido.
Eu ri.
— Besta. — Riu comigo. — Saiu há muito tempo?
— Uns dez minutos antes de você. — Eu iria perguntar como ele sabia que eu tinha saído, mas ele respondeu antes que eu dissesse algo. — Eu vi que a minha mensagem tinha chegado para você. Soube que já tinha saído. — Passei a mão na cabeça. — Eu já liguei para os seus pais. Eles vão me buscar e depois pegar você. E aí eles querem levar a gente para algum lugar. Espairecer, seu pai disse.
— Doido. — Riu de novo. — Continua falando comigo — pedi. — Desgraça... Eu também senti sua falta.
— Pensou em mim também?
— O tempo todo.
Nós continuamos nos falando até que, depois de pegá-lo na escola em que ele estava, meus pais chegaram para me buscar. E só encerramos a chamada quando eu já estava do ladinho dele dentro do carro.
Em que momento eu me tornei tão necessitado daquele garoto? É surreal. Passamos o caminho todinho até nosso próximo destino abraçados no banco de trás.
— Parque de diversões? — perguntei ao olhar pela janela.
— Achei legal. Para vocês se distraírem um pouco. Se estiverem cansados podemos voltar para casa — meu pai disse.
— Não. Eu gostei. — Sorri e Jungkook concordou.
— Faz tempo desde a última vez que trouxemos Jimin num desses. Vai ser legal ter você desta vez, Kookie. — E essa foi a minha mãe.
Verdade. Eu deveria ter uns doze anos na última vez que viemos num desse juntos. Mas a minha última lembrança foi com Minhyuk.
Depois que minha mãe estacionou o carro nós saímos dele e jogar o braço esquerdo sobre meus ombros foi a primeira coisa que Jungkook fez. Eu colei mais em seu corpo e o abracei pela cintura, me inclinando em direção ao seu rosto e deixando um beijo em sua bochecha antes de começarmos a andar.
Era início de noite já. A prova ocorreu durante a tarde e eram cinco horas e meia no total. Quando saímos, ainda não estava escuro, mas não demorou tanto para que isso acontecesse. Como naquele momento. A questão é... são dois dias de prova. Semana que vem são mais cinco horas com o cu colado na cadeira. Ou seja, mas sofrimento.
Enfim...
Nós fomos nos brinquedos juntos. Nós quatro. Na barca foi bem engraçado porque meu pai e eu somos escandalosos igual. Jungkook e minha mãe rindo de nós e nós dois gritando toda vez que o brinquedo ia e voltava.
— Nunca mais entro nisso — murmurei ofegante quando saí daquele negócio.
— Jagi — Jungkook disse atrás de mim, tentando controlar a risada.
— Podemos ir no carrossel agora? Por favor — meu pai disse logo em seguida, não muito diferente de mim.
— Nossa... Que homem frouxo. — E essa foi a minha mãe.
Nós fomos no carrinho de bate-bate depois daquilo. Jungkook e eu num carro e meus pais em outro, sendo meu pai e eu no volante. Às vezes Jungkook também dirigia. A diferença entre nós no volante é que enquanto eu tentava não bater em ninguém, Jungkook procurava bater em todo mundo que aparecesse na frente e atrás dele.
Foi divertido.
— Sogrinha — escutei Jungkook chamá-la. — Vamos conseguir alguma coisa pros nossos boys? — Quando olhei, ele apontava para um estande de tiro ao alvo do nosso lado direito.
Ô meu deus.
Minha mãe concordou na mesma hora e eu fitei Jungkook, que sorriu e beijou demoradamente minha têmpora.
— Vou ver se consigo algo para você — sussurrou.
Eu continuei quieto, sem saber exatamente o que dizer. Mas joguei meus braços sobre seus ombros e selei sua pintinha no pescoço quando o abracei daquele jeito.
Ele havia dito exatamente o que Minhyuk disse. A diferença é que eu falei para ele que não precisava. Que eu não queria. Mas, como sempre foi teimoso e insistente, foi mesmo assim. E ainda briguei com ele por ter gastado tanto dinheiro naquilo.
— Tá bom — sussurrei, sentindo suas mãos nas minhas costas. — Boa sorte.
Acho que eu deveria ter agido diferente, como agora.
— Relaxa. Deixa com o pai aqui. Três anos de Fortnite. Quatro de CS. E já sou imortal no Valorant. Cola que é sucesso. — Eu ri e afrouxei meus braços.
— Besta. — Sorriu e me deu um selinho e, antes de se afastar, agarrei sua camisa. — Toma cuidado. Por favor.
Ele me olhou por um segundo antes de beijar demoradamente minha testa.
— Tudo bem — sussurrou. — Não precisa olhar se não se sentir bem, ok? Vai ser rápido.
Assenti e ele me beijou de novo antes de enfim se afastar e ir, junto da minha mãe, para a barraquinha.
— Eu não sei se já disse isso, mas... — Olhei para o meu pai, que estava ao meu lado também observando os dois. — Mas eu gosto dele. — Me olhou. — Ele é um bom garoto. Fico feliz que vocês estejam juntos.
— Tipo quando você aparece exatamente quando estamos nos beijando? — Ele riu.
— Meu instinto de pai fala mais alto — Revirei os olhos. — Mas é verdade. Sua mãe e eu amamos ele.
Esbocei um sorriso e me senti um pouco nervoso com o que havia pensado para dizer a ele.
— Eu ta–
Mas fui cortado antes que pudesse completar.
— Nós dois tentando impressionar vocês e vocês nem aí para nós. — Mordi a boca e olhei para frente, para a minha mãe.
— É, porra — Jungkook concordou enquanto segurava a arma enorme nas duas mãos.
Claro que me deixava aflito, mas eu tentei ignorar esse pequeno detalhe e focar apenas em seu rosto bonito.
— Então adianta. Eu estou com fome — falei. Soou impaciente, mas era o nervosismo, na verdade.
— Querubim — O Jeon apontou o indicador para mim. — Tela o pai. Vou te mostrar minhas habilidades. — Jogou o cabelo para trás de uma forma super sexy antes de virar e olhar para as dezenas de alvos que deveria acertar.
— Só tome cuidado para não acertar você mesmo — por incrível que pareça, gados, não fui eu quem disse isso. Foi o meu pai. Na verdade, eu jamais faria uma piadinha com aquilo.
Eu ri... mas foi de desespero.
— Pai... — o repreendi baixo.
— Desculpa — devolveu no mesmo tom baixo, só então notando o que havia falado, enquanto me tocava no ombro e acariciava ali. E pediu desculpas de novo.
E aí eu escutei o Jeon dizer:
— Ah, sogrão — deu os três primeiros tiros, acertando-os. — Você me subestima.
E acertou mais três.
— Convencido — murmurei ao mesmo tempo que meu velho, descontraindo.
Depois daquilo, Jungkook saiu acertando todos os alvos com maior ponto. Olho biônico, só pode. Eu só sei que, no final, conseguiu pontos o suficiente para escolher as recompensas maiores.
Enquanto isso tudo rolava, eu babava nele. Eu era, sem sombras de dúvidas, completamente fissurado naquele moleque. Sem contar que ele me distraía do fato de estar, literalmente, segurando uma arma. Não era de verdade, tampouco letal como tal, mas armas num geral me assustam. Dei graças por Jungkook conseguir toda a minha atenção e aquela coisa ser toda colorida.
— Uhm... — Me olhou rapidamente e sorriu ladino, voltando a mirar as pelúcias maiores penduradas. — Esse aqui.
Ele pegou o que havia escolhido mas não veio até mim, apenas abraçou o bichinho e focou a atenção na minha mãe.
— Minha vez — ela anunciou, mirando nos alvos.
— Vamos ver se você é boa mesmo — provoquei só pra descontrair, acabou que os outros dois riram.
— Fica olhando então — foi o que disse a mim.
Depois disso ela fez uma sequência impressionante de acertos que, sinceramente? Eu não esperava. Quando cumpriu sua meta de pontos, ela se virou e sorriu, assoprando a ponta daquele negócio, me dando arrepios ruins.
Suspirei fundo e desviei meus olhos para um garotinho que esperneava agarrado nas pernas de uma mulher, engolindo em seco quando senti meu coração bater rápido demais de repente.
Calma, Jimin...
— Sabia que paintball ser um dos meus hobby serviria para alguma coisa um dia — a escutei dizer abafado. O som dos meus batimentos parecia mais alto do que qualquer outro barulho ali. Meus batimentos e minha respiração agitada.
— Ei... — Então eu senti sua mão tocar meu rosto do lado esquerdo e seu corpo colar no meu, unindo nossos peitos. — Está tudo bem, amor. — Sua voz calma e baixa soou perto da minha orelha quando eu massei sua camisa entre meus dedos, enfiando o rosto na curva do seu pescoço. — Ela já soltou, está tudo bem.
Ele me apertava com força. E o medo que eu senti ali simplesmente sumiu quando eu me concentrei em seu cheiro bom e na firmeza com que me abraçava.
— Olha aqui, mel — pediu, alisando minhas costas suavemente.
Apertei meus olhos com um pouco mais de força e beijei demoradamente seu pescoço antes de afastar meu rosto dali para olhar em seus olhos. Ele me lançou um sorriso fraco e beijou minha testa.
— Tudo bem — sussurrou contra ela, beijando-a novamente.
É por isso que eu preciso dele.
Eu suspirei fundo e fiquei aliviado por ter me acalmado, o que me fez relaxar meu corpo sob seu abraço.
Senti minha mão ser segurada, mas não poderia ser Jungkook já que ele estava me abraçando naquele momento. E foi quando eu abri os olhos e olhei minimamente para o lado que vi meu pai com os dedos enroscados nos meus.
E eu preciso deles também.
Meus pais me ofereceram um sorriso e eu os ofereci outro em troca, sussurrando um "Está tudo bem".
— Nochu — soltei baixinho e ele foi ligeiro se afastar um pouco mais de mim e me estender a pelúcia mediana.
— Eu ganhei pra você, hyung — falou de forma infantil.
Na moral... Esse garoto me tira do sério. Sinceramente.
Eu soprei um riso e peguei o bichinho das mãos dele, girando o objeto nas minhas mãos completamente bobo.
Era um polvo. Um polvinho super fofo. De um lado ele era laranja e tinha um sorrisinho fofo, e quando virava do avesso era verde e ficava irritado. Bravo.
Era extremamente fofo.
— Você gostou? — Eu percebi que fiquei tempo demais sem dizer nada quando escutei sua voz.
Ergui o olhar e peguei suas bochechas meio avermelhadas. Era uma gracinha.
Joguei meu corpo para frente e voltei a unir nosso peitoral, envolvendo meus dedos em sua nuca antes de puxá-lo para um beijo. Quando sua boca já estava na minha, desci a mão para sua cintura e deixei que ele alisasse meu pescoço, tendo a pelúcia em uma única mão.
— Eu amei, amor — sussurrei entre nosso beijo, o sentindo sorrir sob minha boca antes de me beijar de novo.
Eu o abracei quando findamos o ósculo, enterrando meu rosto em seu pescoço cheiroso de novo.
Por cima do ombro dele eu pude ver meus pais rindo enquanto meu velho segurava o coelhinho azul pelas orelhas. Era de um desenho infantil estrangeiro. Eu acabei soprando um riso quando o vi rodar aquilo no ar e acertar ela sem força.
Sinto que aquele coelho vai ser bem usado enquanto eles preparam o jantar juntos. Minha mãe geralmente batia o pano de prato nele. Ou vice-versa. Acho que agora vai ser a pelúcia.
— Obrigado, jagi — sussurrei para ele.
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