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23 - Por que você está dizendo essas coisas? (não reescrito)

Vovó foi lá para casa.

Já era quinta-feira, um dia antes da nossa apresentação e do aniversário de Jeon, e minha mãe tinha acabado de buscá-la e a levado para nossa casa. Afinal, ela era convidada de Jungkook.

Minha avó adorava ele.

Eu aprendi a ser o Jungkook. A me comportar como ele na frente das pessoas. Então, mesmo que eu fosse ele, não havia tanta diferença entre gostar de nós dois.

Éramos um só.

Jungkook e eu fomos do colégio direto para a escola de dança e passamos uma última vez a coreografia, não demorando mais que uma hora lá. Voltamos para casa antes mesmo das três da tarde e, naquele momento, fim de tarde, estávamos decidindo onde vovó ficaria.

— Tem colchão sobrando — lembrei. — Jungkook e eu ficamos no seu escritório e a vovó fica no nosso quarto.

— Deixa disso, meu filho. Eu posso ficar no sofá.

— Sofá nada, mamãe — minha mãe negou aquela possibilidade. — Meu escritório é enorme. Os garotos não se importam em ficar lá.

As coisas da festa de Jungkook já haviam sido compradas. Comidas e coisas para uma decoração. Esse foi o presente do meu pai para ele.

O meu presente... Bom, eu já tinha algo, só não sabia se ele iria gostar.

— Fechado — Jungkook encerrou aquele assunto, mesmo que minha avó insistisse em ficar na sala. — E como vai ser amanhã?

— Hm... Eu estava pensando em arrumar tudo quando a gente voltar da apresentação de vocês — minha mãe falou. — Acho que dá tempo de deixar tudo prontinho antes de anoitecer.

— Eu... — Jungkook coçou a nuca. — Posso ajudar a fazer o bolo?

Tinha um biquinho super fofo na boca dele. Se minha vó não estivesse ali, teria deixado um selinho.

Com a minha avó era complicado. Ela me aceitava, mas não queria me ver fazendo aquilo na frente dela. E eu respeitva isso também, obviamente. Fomos criados em tempos completamente diferentes. E, naquele caso, paciência era uma virtude até para mim que não tinha muita.

Enfim, deixa isso para lá.

— Claro, querido — minha mãe respondeu, sorrindo e acariciando os cabelos dele.

E eu ali: babando na mesa, todo boiolinha por ele corado.

Era difícil ser apaixonado por ele.

Depois de encerrar aquele assunto Jungkook e eu fomos arrumar o quarto para a vovó ficar e arrumar o escritório para nós.

— Calma. — Ele me segurou pelo pulso quando, ao acabarmos de arrumar, ameacei sair. — Podemos demorar mais um pouquinho.

Bom, arrumar e dar uns amassos.


🌶️ི꙰͝꧖๋໋༉🌶️


— Você está nervoso? — perguntei.

Nós estávamos sentados no sofá lado a lado, como todos os dias antes do jantar. Meus pais estavam tretando na cozinha e a vovó estava sentada no outro sofá.

— Para a apresentação, digo — completei.

Nossas pernas e nossos braços se tocavam, mesmo que tivesse todo o resto do estofado sobrando.

— Um pouco — respondeu sincero, deitando a cabeça para trás no encosto e virando-a na minha direção para me olhar. Exatamente como eu estava. — E você?

— Muito — respondi, também sincero. — E tenho certeza que vai ser pior na hora. — Suspirei. — Eu tenho medo de... surtar. Como no jogo.

— Hey... — Ele sorriu e segurou a minha mão entre nossos corpos, acariciando-a. — Não precisa. Eu vou estar lá. Sempre vou. Eu vou te acalmar. Você sabe disso, não sabe?

Assenti fraquinho, também fazendo carinho em sua mão.

— Eu também vou te acalmar — soltei.

— Claro que vai, dengo. Você sempre me acalma.

Mordisquei a parte interna da minha boca.

— Eu quero te beijar — sussurrei, o fazendo sorrir e olhar na direção da minha avó, essa que mantinha a atenção na televisão.

— Mais tarde — ele disse depois que voltou a me olhar, piscando de um olho só. — Te dou quantos beijos você quiser.

Depois disso, nós mantivemos nossas mãos unidas entre nossos corpos enquanto assistíamos TV e esperava o jantar ficar pronto.

Na hora de dormir nós fomos para o escritório. O colchão estava forrado no chão, no canto do cômodo.

— Quero ser acordado com um bola gato amanhã — ele sussurrou no meu ouvido quando deitamos. — É meu presente de aniversário.

— Vai ficar querendo — falei, mas não era uma ideia tão ruim.

— Vou dormir até sem cueca para facilitar para você. — Ri baixinho, sentindo ele se remexer atrás de mim.

Ele realmente tirou a cueca.

— Vai dormir — mandei, sorrindo por algum motivo.

— Me dá um beijinho. — Acariciou minha barriga. — Você nem me beijou hoje, príncipe.

— Ô menino dramático, Jesus — Deitei de barriga para cima. — Nem parece que estava com fogo quando a gente veio arrumar aqui.

Shh... — E, mesmo escuro, sabia que ele estava perto. Porque eu senti sua boca sobre a minha. — Ninguém precisa saber.

— É, né? — Fechei os olhos. — Abusado.

— Uhum... — Deslizou a mão pelo meu troco, parando na minha cintura. — Não vai me beijar?

Diferente dele que estava pelado, eu estava de cueca. Só de cueca.

— Você já está com boca na minha. Por que você não me beija? — Subi minha mão pelo seu peito nu, passando pela clavícula e pescoço, até tocar sua nuca.

— Não, amor — choramingou. — Quero que você me beije.

A gente era muito gay, puta merda. Era uma melação do caralho.

Depois que eu o beijei, nós realmente fomos dormir. E, como sempre, na manhã seguinte eu acordei primeiro que ele. E, em vez de estar sendo abraçado – já que foi assim que dormimos na noite anterior –, era eu quem o abraçava.

Levantei e usei o banheiro do corredor, já que a minha avó estava no nosso quarto, e tomei banho, já saindo dali com a calça da qual eu iria me apresentar. Era jeans mesmo porque a intenção era parecer um adolescente de ensino médio e não um bailarino profissional.

Quando voltei para o quarto, sem camisa porque eu esqueci de pegar, ele ainda estava dormindo. Só que de barriga para cima desta vez.

Ele estava acordado.

Mesmo que estivesse de olhos fechados, eu sabia que ele estava. Porque nós dormimos juntos há tempo o suficiente para saber que Jungkook não consegue dormir de barriga para cima. Ou é de lado, ou é de bruços.

Eu soprei um riso baixo e fechei a porta, trancando-a, antes de voltar para o colchão no chão.

Era boquete que ele queria. Era boquete que ele teria.

Sem cerimônia, puxei a coberta e descobrir o restante do seu corpo, torcendo o pescoço ao vê-lo meia-bomba. Certeza que era proposital.

Jungkook não perdia nenhuma oportunidade.

— Eu sei que você não está dormindo, Jungkook — sussurrei mesmo estando apenas nós dois ali.

Segurei seu pau pela base e vi a expressão dele vacilar como se quisesse rir.

— Não vai abrir os olhos? — continuei com o tom baixo, lambuzando minha mão de saliva antes de corre-la pela extensão semi-ereta.

Sorri ladino e me ajeitei de bruços entre suas pernas, não demorando mais que aquilo para colocar toda a sua glande na boca. E então eu vi Jungkook morder o lábio inferior e levar, quase que imediatamente, a mão esquerda para a minha cabeça.

Foi nesse momento que eu descobri que não tinha sensação melhor do que sentir ele endurecer na minha boca. Porra... era delicioso.

— Bom dia — rouco, ele desejou.

Eu gemi pela grossura da sua voz matinal e o escutei gemer junto, apertando meus cabelos entre seus dedos.

Jungkook enfim abriu os olhos depois disso, sorrindo ao me ver ali: entre suas pernas.

— Ah, mel, você não tem noção. — Empurrou minha cabeça para baixo, me fazendo engolir metade da sua ereção agora perfeitamente formada. — A visão que eu tenho daria um quadro espetacular. Puta merda.

Abri um pouco mais a boca e segurei seus testículos inchados, acariciando-os enquanto deixava que sua mão ditasse meus movimentos.

Poucas vezes eu o tirei da boca. Apenas para tomar fôlego depois de sentir sua glande tocar o fundo da minha garganta. E ele estava tão relaxado que não demorou tanto para que anunciasse que gozaria.

Uhm... — gemeu, ondulando o quadril para cima.

Tirei sua mão da minha cabeça e abriguei apenas sua glande em minha boca, passando a punhetar o restante já numa velocidade rápida.

Oh! — O vi jogar a cabeça para trás. — J-jimin — me chamou sôfrego. — Eu vou... Ji, eu vou gozar.

É. Ele realmente avisa. E é uma delícia.

Segundos depois senti minha boca ser preenchida pelo seu prazer: quente e viscoso. E levemente adocicado.

Milagroso suco de abacaxi que Jungkook toma todos os dias no café da manhã. Amém.

Ainda sem tirar a cabeça da boca ou parar de estimulá-lo com a mão, eu fechei os olhos e engoli com devoção tudo o que ele deu a mim.

— Já disse que sua boca é maravilhosa? — ofegante, ele perguntou.

Abri os olhos e o peguei me olhando. Passei a ponta da língua pela fenda e sorri ao vê-lo dar um espasmo e gemer.

— Já — falei quando tirei minha boca dali, deixando seu pênis sobre a barriga. — Feliz aniversário, amor.

Ele gargalhou e abriu os braços, me abraçando quando deitei sobre ele.

— Como é que você sabia que eu não estava dormindo? — ainda me abraçando, questionou. Beijando meu ombro em seguida.

Me retirei de cima dele e deitei de lado com um dos cotovelos sobre o colchão, olhando para ele.

— Te conheço, peste. Sei que não consegue dormir de barriga para cima. — Suspirei, descendo meus olhos pelo seu tronco nu. Perfeito. — Você tem pesadelos.

— Depois diz que não é louco por mim. — Só não revirei os olhos porque estava ocupado demais admirando sua nudez. — Desculpa por isso. — Franzi o cenho quando puxou a coberta e voltou a cobrir o tronco.

— Quê? Pelo quê? — Ele não me olhava.

— Eu... — Engoliu em seco. — Você notou. Sei que notou. — Suspirou. — Prometo que volto para a academia depois que nossa prova passar.

Ah...

— Por que está dizendo isso? — questionei mesmo tendo noção do que era.

Jungkook não tinha mais aquele abdômen trincado de meses atrás. Eu parei de ir na academia quando começamos a ensaiar e ele acabou perdendo a maioria dos músculos, principalmente os da barriga. Mas isso não é um problema. Caralho, claro que não era!

Pelo menos para mim não.

— Porque eu engordei. — Apertou o tecido contra o próprio corpo. — E não tenho mais todos os quadradinhos. — Fez bico e enrolou a pontinha do tecido nos dedos, ainda sem me olhar.

Fofo.

— Alguém disse algo para você naquele dia da piscina, não foi? Que você colocou a camisa? — Ele não falou nada, confirmando minhas suspeitas. — Amor, para. — Toquei seu braço e deslizei a mão por ele até chegar em seu ombro, erguendo seu queixo para que pudesse me olhar. Ele estava todo vermelho e essa era o tipo de vergonha que eu não queria que ele tivesse comigo. Não por causa do corpo dele. — Você nunca esteve tão lindo e gostoso como agora. — Sorri, acariciando sua bochecha. — Você não engordou, Nochu. E mesmo se tivesse, e daí? Eu amo o seu corpo como se fosse o meu. Porque eu já fui você. — Desci o olhar e segurei a coberta, puxando-a suavemente da sua mão até descobrir completamente seu corpo outra vez.

— Jimin — choramingou.

Voltei a olhar em seus olhos e toquei sua barriga com a ponta dos dedos, acariciando e deslizando-os por toda aquela região.

— Por favor, não diga isso de novo. Sou e me sinto completamente atraído por você. E pelo seu corpo — continuei, sem tirar os olhos dos dele. — Não volte para a academia por minha causa. Nem porque alguém disse alguma coisa. Quero que tenha em mente que não há nada mais perfeitinho que você. — Belisquei suavemente a base da sua barriga. — E essa barriguinha linda. — Ele riu junto comigo. — Sério, Jungkook. Você é lindo. Eu acho seu corpo lindo. E você também deveria porque ele é. Não deixe ninguém convencer do contrário. Bando de pau no cu.

Ele não disse nadinha depois, mas grudou a boca na minha. Era só um selinho longo que, depois de findado, se transformou num abraço apertado.

— Obrigado — o escutei sussurrar.

— Por nada. — Sorri ao me distanciar e deixar mais um beijinho nele. — Vai tomar banho, vai? Temos que ir para a escola ainda. — Suspirei já em desânimo para enfrentar uma escola lotada de alunos, professores e pais. E, pior, dançar na frente de todos eles. — Preciso escovar os dentes de novo. Minha boca está com gosto de porra.

Ele riu, um pouco mais descontraído.

— Nem é tão ruim assim.

— Não. Sua porra é gostosa até. — Me inclinei e deixei um selinho em sua boca antes de levantar. — Se apresse.

Catei minha camisa e a vesti antes de sair do quarto, deixando-o para trás.

Nós tomamos café, Jungkook foi parabenizado por todos, nós subimos só para escovar os dentes e pegar nossos celulares – e o pen-drive com a música – antes de, de fato, ir para a escola.

— Que foi, amor? — o escutei perguntar ao mesmo tempo que segurava minha mão.

— Hm? — Olhei para ele.

Havíamos acabado de descer do ônibus. A escola ficava pertinho daquela parada.

Yoongi foi dormir na casa do Hoseok então eles iriam de lá e nos encontrariam na escola.

— Ficou amoadinho desde que saímos de casa. — Voltei a olhar para frente, cumprimentando o cara que ficava na portaria antes de, de fato, entrar. — Por quê, uh?

Suspirei e passei a língua entre os lábios.

— É que–

Eu até tentei dizer, mas fui interrompido por um trio de garotos que colaram em Jungkook para o desejar feliz aniversário.

— Vou te... — Me olhou depois de agradecê-los. — A gente se fala depois.

— Jimin — ele até tentou me impedir, mas mais algumas pessoas apareceram e eu acabei realmente seguindo meu caminho até a sala.

No dia anterior nós passamos a manhã quase toda arrumando as salas e o auditório. Além das pessoas que se apresentariam, outros alunos haviam feito trabalhos durante o ano e resolveram arrumar as salas para colocá-los em exposição.

Na minha sala, por exemplo, havia desenhos e cartazes pendurados nas paredes e maquetes de várias matérias e temas sobre as mesas espalhadas pelo espaço. Estava bem bonita.

Eu não sei porque havia ido parar ali já que não tinha nada de interessante.

Suspirei e franzi o cenho ao ver um desenho com o meu nome. Eu não lembrava de tê-lo feito, então... foi Jungkook.

Era o meu rosto. Meio borrado e sombreado, talvez proposital, mas, sem sombra de dúvidas, meu rosto.

Ele ganhou dez pontos naquele desenho.

— Bonito, né? — Me assustei com a voz do Yoongi atrás de mim. — O desenho. Você não.

— Mas o desenhou sou eu. — Olhei para ele.

— Ele conseguiu te deixar bonito. — Revirei os olhos. — Cadê ele, aliás?

— Dando atenção para a escola toda, provavelmente. — Passei a mão nos cabelos. — Que foi? — perguntei porque ele havia sorrido meio suspeito para o meu lado.

— Você está com ciúmes — aquilo, definitivamente, não era uma pergunta.

— Não estou, não. — Passei por ele. — Vamos dar um rolê pela escola? Eu preciso relaxar.

E saí da sala, não me importando se ele estava ou não me seguindo. Mas ele apareceu do meu lado e passou o braço no meu, enlaçando-os um no outro.

— Meu garoto vai tocar. Ele nem vai me dar atenção hoje, então... — Saímos do corredor das salas para o pátio. — Estamos sem nossos homens hoje.

— Eu não tenho homem nenhum.

— Tem sim. Jungkook te tem na palma das mãos e nem adianta negar. — Resolvi ficar quieto. — Enfim... Vamos sentar na grama. Deixa eles para lá. Faz tempo que não ficamos sozinhos.

Era verdade, então apenas concordei e, juntos, fomos para o espaço gramado que nem podia subir, mas sempre tinha aluno deitado ali e ninguém dizia nada.

Ele se sentou encostado no tronco de uma árvore e eu deitei no matinho baixo com a cabeça apoiada em sua coxa.

E conversamos.

As apresentações só começariam às nove da manhã e como eu não tinha nada mais para arrumar – já que fiz isso no dia anterior – poderia ficar perambulando até os pais começarem a chegar. Então, usamos esse tempo livre para falar sobre várias coisas. Fazia tempos desde a última vez que ficamos sozinhos. Só nós dois. Como era antes de toda aquela loucura.

— Olha quem está vindo ali — abri os olhos quando escutei Yoon dizer.

— Hm... — Pela fresta dos olhos, vi Jungkook e Hoseok virem em nossa direção.

— Gostosos da porra. — Soprei um riso, voltando a fechá-los.

Senti algo pesar em minha barriga segundos depois. Nem precisei olhar para saber que era a cabeça de Jeon.

Yoongi o parabenizou, fazendo alguma piadinha tosca sobre já poder ser preso, e eu cumprimente Hope sem nem abrir os olhos, enfiando os dedos entre os fios macios de Jungkook num carinho suave.

— Amor... — Abri os olhos e o vi deitar de lado, virado para mim.

— Hm?

Ele ficou me encarando em silêncio por bastante tempo.

— Vamos dar uma volta? Quero falar com você. — Voltei a fechar os olhos.

— Sobre?

— Dengo... por favor. — Puxou minha camisa.

— Vai logo, Jimin. O moleque quer ficar sozinho com você. — Yoongi afastou minha franja e deixou um tapa na minha testa.

Alisei o lugar atingido e belisquei sua coxa com a outra mão pelo atrevimento.

— Ok. Vamos — soltei.

Jungkook ficou de pé logo em seguida. E eu, atrás.

— Te devolvo daqui a pouco — ele disse a Yoongi, jogando o braço esquerdo sobre meus ombros.

— Não precisa. Todo seu.

Jungkook riu, mas começou a andar depois, e eu fui junto o abraçando de lado pela cintura.

— Você sumiu, coração. Te procurei por um tempão. — Ignorei os olhares que lançavam a nós dois.

Antigamente eu me esconderia se tivesse todos aqueles olhos em mim. Naquela altura do campeonato eu até esquecia que não era mais o jogador.

— Fiquei com Yoon no pátio — respondi simplista.

— Tá' bolado?

Suspirei.

— Não. — Foi a vez de ele suspirar, não dizendo mais nada além disso até que chegássemos em um lugar mais isolado. Não era secreto, mas os alunos usavam para se pegar. Me admirava que não tinha ninguém ali quando chegamos.

A parte de trás da quadra.

Encostei na parede e mantive o olhar baixo, mas não foi preciso olhar para saber que Jungkook estava bem na minha frente. Quase entre minhas pernas.

— Que foi? — me perguntou pela segunda vez naquele dia e eu pude ter noção do quão perto estava de mim quando senti sua testa tocar a minha. — Você ficou quieto o caminho todo desde que saímos de casa. Correu de mim na primeira oportunidade que teve. Eu não sei se você está triste ou com raiva. Você tem que falar comigo, Jimin. Você prometeu.

Eu, definitivamente, não gosto quando ele me chama pelo nome quando estamos conversando. Parece que ele está brigando comigo e... Não gosto.

— Não é nada demais. — Suspirei, agarrando a parte da frente da sua camisa. — Eu sou surtado, você sabe. Qualquer coisinha e eu já fico assim. — O puxei com cuidado até seu peito colar no meu, esperando que ele se ajeitasse com uma das pernas entre as minhas para que, finalmente, pudesse abraçá-lo. — Não me chama pelo nome.

Afundei o rosto na curva do seu pescoço e aspirei ali, viajando no cheiro gostoso daquele garoto.

— Mas eu quero saber, coração. — O apertei mais um pouco em meus braços. — Independente do que for. Eu quero te ajudar.

— Você tem que parar com essas coisas, sabia? Se não, todas as vezes que isso acontecer, eu vou correndo para você. — Eu não sei exatamente o porquê, mas a minha começou a ficar embargada. — Eu tenho que aprender a me virar sozinho.

Tentou quebrar o abraço, provavelmente para conseguir me olhar, mas meus braços estavam travados nele. Eu não queria que ele se afastasse.

— Por que você está dizendo essas coisas? — Parou de forçar. — Gato, eu não me importo. São medos que estão na sua cabeça. São coisas que você não consegue controlar, você entende? — O apertei ainda mais. — Não pode lidar com isso sozinho. Eu estou aqui, amor. Eu vou cuidar de você.

Eu não falei nada depois disso. Tudo ficou num completo silêncio entre nós, mesmo que o falatório dos alunos que estavam pelo pátio da escola dava para ser escutado dali.

— Foi por isso que você correu quando chegamos, não foi? — Era uma pergunta retórica. — Quando isso acontecer, manda todo mundo tomar no cu e mandar procurar o que fazer igual você sempre faz. — Soltei um riso nasal baixinho contra a sua pele. — Eu prefiro mil vezes ficar com você a que dar atenção a todas aquelas pessoas. — Beijou demoradamente meu ombro por cima da camisa. — Tira esse pensamento da cabeça, príncipe. Eu vou te ajudar sim.

Mais um silêncio, esse um pouco mais longo. Eu sabia que agora eu quem tinha que falar alguma coisa. Eu só não sabia o quê.

— Estou me sentindo um idiota por ter feito todo esse show desnecessariamente. — Ele forçou e, dessa vez, conseguiu quebrar o abraço.

— Olha aqui — pediu. Eu suspirei e abri os olhos, erguendo-os até os seus. — É por causa do seu pai, não é? — Quem cala, consente e ele sabia que meu silêncio respondia por mim. — Eu também, amor. Queria muito que ele viesse. Nunca é a mesma coisa quando não está nós quatro. Nem no almoço. Nem no café da manhã quando ele tem que sair mais cedo. Nem quando sai só três. Não fica completo. Seus pais são... — Meus olhos se encheram d'água junto dos seus. — incríveis, Ji. Eu amo seus pais, puta merda. — Ele sorriu e tocou minha bochecha. — Eu também queria muito que ele visse a gente, mas... Tudo bem. — Foi a minha vez de secar sua bochecha da única lágrima que escorreu. — Ele vai estar em casa hoje à noite. Ele também vai passar meu aniversário com a gente. E aí podemos dançar para ele. Tá bom?

Naquele momento, a única coisa que eu conseguia era sorrir.

— Você deveria dizer isso a eles — falei. — Que você ama eles. Vão gostar muito de escutar. — O vi quase arregalar os olhos.

— Eu... nem percebi que disse isso — Além do olhinho molhado, agora tinha o rostinho vermelho, mas tenho certeza que era de vergonha.

— É assim que a gente descobre que ama mesmo, não é? Quando sai sem perceber. Na hora que tem que ser. — Engoli em seco com a minha própria fala. — Tudo bem. Dançamos para ele quando ele chegar em casa. — Sorri, me inclinando quase nada para frente para colar minha boca na sua. Era só um selinho demorado.

No começo.

Mas o beijo de língua que seguiu depois daquilo não era obsceno. Não era bruto. Nem agitado. Era justamente o contrário. Era como se... se tivéssemos medo de machucar um ao outro. Eu me assustei com o quão delicado havia sido. Foi, sem sombra de dúvidas, nosso melhor beijo. Não que os outros não fossem, muito pelo contrário também, mas aquele... aquele havia sido meu favorito.

Uau... — E acho que ele achou a mesma coisa. — Me dá outro beijo desse. — Ri com o seu pedido, mas eu não havia controlado nada daquele beijo. Ele só... aconteceu.

— Só mais um. Temos que voltar. — Ele assentiu e voltou a grudar nossas bocas. E, na mesma calmaria de antes, aconteceu de novo.

Eu amava beijá-lo.

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