Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

17 - Jimin... Eu não sei se consigo (não reescrito)

Como sempre, eu dormi sendo abraçado e acordei o abraçando.

Eu realmente não sei o que acontece.

Quando despertei verdadeiramente, sequer abri os olhos. Não fazia ideia que horas eram, mas era de manhã; e eu não acordei porque perdi o sono.

Foi por causa da porra daquele apito.

Acho que esse foi o melhor jeito que o treinador encontrou para acordar o time dele.

— Eu vou meter um chute na bunda desse cara, na moral — Jungkook murmurou, rouquinho e sonolento. Sua voz estava um pouco mais grossa que o comum e eu chutava que era porque ele estava com o rosto quase enfiado no travesseiro.

Soprei um riso e me afastei, rolando para o outro lado e suspirando.

Que apito chato da porra.

Sentei na cama com os pés para fora dela, de costas para Jeon que ainda estava deitado, e me inclinei para ver a hora no celular.

São seis horas da manhã. A desgraça do jogo era apenas às nove.

Não que tivesse a ver, mas... eu jurava que tinha deitado do outro lado da cama antes de dormir. Eu estava com sono demais para achar isso, provavelmente.

Suspirei e olhei para trás, vendo que Jungkook havia deitado de bruços e jogado um travesseiro por cima da cabeça dele, provavelmente a fim de abafar um pouco aquela barulheira toda.

Fiquei de pé e fui ao banheiro. Acho que poderia dizer que aquele era um dos poucos quartos com banheiro dentro. E eu nunca agradeci tanto por ser capitão e ter esses privilégios.

Empurrei a porta esfregando um dos olhos e fui direto para a privada a fim de esvaziar a bexiga e tal.

O fato foi que não saiu.

Eu coloquei meu pipi para fora, mas não consegui fazer xixi porque tinha a porra de um mancha amaronzada ali. E, cacete, eu conhecia bem aquele coraçãozinho.

— Vai se fuder — xinguei e enfiei meu precioso de volta na cueca, andando rápido até a pia, quase tropeçando no tapete.

Na moral, eu entrei em pane e acho que meu sistema central desligou quando me vi no espelho.

Era eu. Tipo, eu mesmo. Park Jimin. Baixinho e bochechudo.

Eu bati três vezes seguidas no na minha bochecha. Doeu, mas ainda era eu.

— Não é possível. — E, caralho... Era tão bom falar e sair a minha voz.

Jungkook.

— Nochu! — Saí do banheiro na velocidade da luz e subi na cama, sacudindo o corpo adormecido.

— Hm? — ele resmungou sonolento.

— Jungkook, por favor. Acorda. Não me soca, dessa vez. — O puxei pelo ombro e o fiz deitar de barriga para cima.

Se ele me socasse, eu desmontava.

— Deita mais um pouquinho aqui comigo — resmungou de novo, ainda de olhos fechados, e me puxou para ele.

— Cacete! Abre a porra do olho! — dessa vez eu falei alto, irritado, exatamente como fazia com ele quando ainda era eu nos anos anteriores.

Eu o vi franzir o cenho e levantar as pálpebras como se tivesse com medo do que poderia ver. E quando suas íris finalmente focaram em mim eu pedi mentalmente para que aquilo não fosse apenas um sonho.

Eu ficaria muito triste se aquilo fosse apenas um sonho.

Caralho... Eu estava vendo o Jungkook, na minha frente! E não precisava mais estar em frente ao espelho para isso.

Eu nunca fiquei tão feliz em vê-lo.

Dengo... — Sua mão foi parar no meu rosto.

Ele deslizou a ponta dos dedos por toda a minha bochecha e depois arrastou o polegar pelo meu lábio inferior.

Ah, velho... Eu me arrepiei todinho.

— Jeon! — mas aí a voz do meu treinador cortou o clima.

Meu não. Treinador do Jungkook.

— Eu preciso do time todo lá embaixo. — Jeon se afastou e olhou para o homem parado na porta. Juro que quase respondi. — Cinco minutos. De uniforme.

E saiu.

Eu continuei encarando a porta por um tempo e o quarto caiu num silêncio estranho. Quando resolvi olhar para Jungkook, ele tinha as mãos cobrindo o rosto.

— O que a gente vai fazer? — perguntou, descobrindo o rosto para me olhar.

Dei de ombros.

— Você vai jogar — falei e eu vi o desespero nos olhos dele. — Qual é...

— Jimin... eu não sei se consigo, não.

— Que papo é esse? É claro que consegue. — Joguei um travesseiro nele. — Você treinou comigo todos esses meses. Sabe as jogadas. Você, praticamente, assistiu todos os treinos comigo.

— É, mas eu me acostumei com o seu tamanho. Uma coisa é ver, outra é fazer. — Ele suspirou e sentou. — O jogo é, o quê? Daqui duas horas? Como eu vou treinar até lá?

Ô meu deus inexistente... Eu pedi meu corpinho de volta, mas tinha que ser justo nesse dia?

— Vamos dar um jeito. Sempre damos, não é? — eu disse, mas não sabia exatamente o que fazer. — Agora vamos tomar banho logo antes que seu treinador venha te arrastar pelos cabelos.

A intenção era tentar fazê-lo sorrir um pouco, mas não foi o suficiente. Mas levantou da cama.

Nós fomos juntos para o banheiro e, por mais que eu já tenha me olhado no espelho enquanto estava no corpo de Jungkook, vê-lo completamente despido na minha frente me deixava desnorteado. E o fato de que ele também me olhou de cima a baixo, e eu vi quando fez isso, me desmontou ainda mais.

Mas não era hora para aquilo. Nós tínhamos um problema. E dos grandes.

— O treinador disse que vocês iriam para lá mais cedo. Ele conseguiu autorização. Dá pra você treinar lance livre. — Me enfiei embaixo d'água e tentei não prestar tanta atenção em seu corpo. Ou em seu olhar no meu corpo.

Jungkook não falou nada e eu me concentrei em molhar o cabelo e lavar o rosto.

Me virei de costas para pegar o sabonete e tentar me livrar um pouco da sensação dos olhos dele em mim. O fato foi que senti eles queimando minhas costas.

— Para de olhar para a minha bunda, pervertido — falei em tom baixo, não necessariamente o repreendendo.

— Não dá — foi o que ele disse.

Eu me virei e joguei água em sua direção, o escutando rir.

Trocamos de lugar e enquanto ele se molhava, eu me ensaboava. E depois o contrário. Nada mais foi dito até o fim do banho. Apenas nos olhávamos demais.

Jungkook vestiu o uniforme e, como as minhas coisas não estavam ali, eu vesti uma roupa dele. Bermuda e camisa.

A bermuda ficou até que do tamanho certo. A camisa ficou um pouco maior. As mangas passavam dos meus cotovelos e a bainha ia até o meio das minhas coxas. Não que a diferença entre Jungkook e eu fosse tão grande, o garoto apenas gostava de roupas alguns números maiores que ele.

— Até que enfim! — o treinador exclamou quando nos viu descer as escadas.

Alguns do time estavam sentados à mesa. Outros jogadores, pela sala. Outros em pé. Todos estavam tomando café da manhã.

Provavelmente os outros alunos estavam dormindo ainda.

— Eu não escutei nada. Vocês nem fizeram barulho — Yeosang soltou e o time todo riu. Teve até uns engraçadinhos que assobiaram.

— O que você está insinuando, cabeça de vento? — Jungkook perguntou, mas tinha graça em seu tom. Ele não estava falando sério.

— Não fizemos nada, seus porra — esse foi eu.

— Ih, Jeon. Até falou igual a você — outro mané disse.

— É que nós somos almas gêmeas — o demônio soltou, eu revirei os olhos e o treinador apitou.

— Vamos conversar num outro momento, certo? Jeon, vai comer. O ônibus vai sair daqui alguns minutos. O ginásio que vocês vão jogar não é tão longe, mas eu quero aquecer vocês lá. — Enquanto ele dava ordens, eu me afastei rumo ao quintal gramado.

Eu precisava achar Yoongi e trocar essa roupa.

Eu estava com tanta coisa na cabeça que nem deu tempo de comemorar o fato de eu estar de volta com o meu corpinho, mas, caralho, era muito bom!

— Aí — chamei a atenção de Hoseok quando o vi vindo na minha direção. Provavelmente para entrar na casa e se juntar ao time. — Cadê seu namorado?

— Dormindo. — Apontou para trás. — Na verde.

— Valeu. — Segurei seu braço quando ameaçou continuar. — Dá uma moral pro Jeon. — Ele franziu o cenho. — Meio que... trocamos de corpo. Ele precisa treinar arremesso livre.

— Justo hoje?! — Suspirei e assenti. — Tá. Relaxa, eu cuido dele.

Agradeci de novo e o desejei bom jogo antes de ir até a barraca verde.

Não tinha boas lembranças da última vez que acordei Min Yoongi, mas eu precisava. E consegui acordá-lo depois de várias tentativas e, depois de ser xingado pra caralho, ele enfim me ouviu.

— Não acredito que você só me acordou por causa disso — falou e enfiou a cara amassada no travesseiro. Eu tinha acabado de dizer que estava de volta no meu corpo.

— Só?! Qual é, Yoon! Foram a porra de cinco meses sendo outra pessoa. Fica feliz por mim, vai? Eu sou tão levinho. — O cutuquei na costela.

Já ouviram a expressão "cutucar onça com vara curta"? Pois é... Era eu naquele momento.

— Seu namorado vai jogar, cacete, você precisa acordar — tentei outro jeito de fazê-lo levantar. — Se você acordar agora, conseguimos ir com eles. Se não vamos com os outros alunos bem depois.

— São sete da manhã. Por que eles estão indo agora?

— Aquecer. — Deixei um tapa em seu traseiro. — Levanta. Vai tomar banho, toma café e vamos. Se não, você vai sozinho.

Eu saí dali de dentro e voltei para a casa com minha mochila nas costas. Jungkook tomava café com os outros e eu me sentei no sofá para responder as mensagens da minha mãe.

Aquele celular ainda era do Jungkook. Nós precisávamos mudar já que eu era eu de novo.

Cacete, eu ser eu era tão estranho quanto eu ser ele.

— Come um pouquinho, coração. — E aí eu senti ele sentar ao meu lado.

— Sem fome. — Digitei uma última mensagem para ela.

— Só uma mordida. — Olhei para ele e o vi me estender uma torrada.

Suspirei e peguei o pão, enfiando-o inteiro na boca.

Fronto — falei de boca cheia e ele riu.

— Você vai comigo? — Tentei engolir um pouco do que estava na minha boca para conseguir falar algo entendível.

— Por que eu não iria? — Deu de ombro. — Claro que sim.

Engoli tudo e ele continuou me olhando. E eu também o olhei porque eu estava tão acostumado a me ver que precisava me acostumar a vê-lo de fato.

Ele era tão bonito. Porra. Lindo demais.

— Será que aquele beijo lento rola agora? — Eu não esperava por isso.

Abri e fechei a boca algumas vezes antes de conseguir responder.

— Não acho que seja um bom momento. — Suspirou e enfim tirou os olhos de mim.

— Ok. Verdade. — Eu iria dizer alguma coisa, mas fui impedido pelo maldito treinador.

Tá' doido! Adoravam me interromper.

— Peguem suas coisas. Vamos para o ônibus — foi o que ele disse a todos.

— Minha mãe me mandou mensagem — falei enquanto Jungkook e eu subíamos para o quarto. — Eles já estão na estrada vindo para cá. Vão direto para o ginásio.

— Você disse a ela que... que eu não sou mais você?

— Ainda não. — Abriu a porta. — Melhor dizer isso pessoalmente.

Ele não disse nada, apenas passou a mão na bolsa de treino que estava no canto do quarto e jogou no ombro esquerdo. E eu, depois de pegar uma muda de roupa na minha mochila, troquei rapidamente a que estava comigo. Coloquei uma camisa branca e uma calça jeans, e calcei um tênis, catando a jaqueta de capitão de Jeon.

Ele sorriu quando me viu vestindo ela, mas não falou nada.

— Tenho uma coisa pra você — falei, abrindo o bolso menor da bolsa. — Era para mim, na verdade. Mas agora você é você. Então é pra você.

Ele riu e eu o acompanhei. Aquilo ainda era meio bizarro.

— Não é nada demais. É só... — Me coloquei em frente a ele e juntei um punhado do cabelo comprido que insistia em atrapalhar minha visão quando eu estava jogando, deixando o restante solto. — Só para não cair no olho.

Jungkook ficava fofo e ainda mais lindo com um pouco do cabelo preso para cima. Deus com certeza tinha seus favoritos.

— Ficou legal? — perguntou quando terminei.

Engoli em seco e desviei os olhos do "penteado" para os olhos dele.

Era os olhos dele de verdade e... Uau.

— Você está muito bonito.

Pois é, foi eu quem disse.

— Você também, querubim. É lindo. — E a desgraça do meu coração reagiu a aquilo quase que instantaneamente.

— Acho... melhor a gente ir — sugeri e limpei a garganta, quebrando o contato visual quando me direcionei à porta.

Eu desci na frente e juro que achei que Yoongi tinha voltado a dormir, mas ele estava ali ao lado de Hoseok. Com a cara de bunda, mas estava.

— Tudo bem? Está com uma cara estranha — Yoon perguntou quando cheguei perto dele.

— Suave. — Enfiei as mãos nos bolsos da jaqueta.

— Nossa, Jeon, você está um gato — ele disse quando o demônio desceu.

— Estou, não estou? Culpa do Jimin. — Revirei os olhos.

Nós fomos orientados no minuto seguinte a entrar no ônibus que estava em frente a casa. Dos alunos que não faziam parte do time só tinha Yoongi e eu. Nem mesmo os animadores de torcida estavam.

Jungkook sentou ao meu lado e os outros dois, Hoseok e Yoon, sentaram nos bancos ao lado dos nossos, na fileira do outro lado.

— Você não vai ficar decepcionado comigo se eu não conseguir, vai?

A pergunta me fez franzir o cenho e tirar os olhos da janela para olhar para ele.

— Você vai conseguir — eu disse. Jungkook negou com a cabeça. — Quem sou eu perto de você, Jungkook? Você joga muito. Ok, ficou alguns meses sem jogar como jogava antes, mas isso não quer dizer nada. Além do mais, o máximo que pode acontecer é a gente perder. Por que eu ficaria chateado com você se nós perdermos? — Continuou me encarando em silêncio. — O que você disse para mim no primeiro jogo vale para você também.

— E o que eu disse?

— Que não importa se vocês perderem. Você vai receber seu prêmio mesmo assim. — Nós engolimos em seco juntos.

— E qual é o meu prêmio?

— No final do jogo você vai saber. — Desviei os olhos dos seus e coloquei minha mão aberta sobre sua bermuda, com as costas virada para a coxa e a palma para cima.

Ele não hesitou antes de segurá-la e entrelaçar nossos dedos.

— Esquece o placar — pedi exatamente como ele fazia comigo, acariciando o dorso da sua mão com meu polegar. — Isso é o que menos importa no momento.

Nada foi dito depois daquilo, mas eu deitei a cabeça em seu ombro e continuei com o carinho até o ginásio.

— Meu Deus... Isso é enorme — escutei alguém dizer lá na frente.

Ainda estava vazio, logicamente. Éramos os únicos ali. Nós entramos e o time foi direto para a quadra se aquecer enquanto Yoon e eu ficamos na arquibancada, essa que, em vez de degraus feitos de concreto, era feita toda de cadeiras.

Jungkook se aqueceu porcamente e foi logo catando uma das bolas para treinar cesta. Ele errou as duas primeiras, mas acertou as outras. E Hoseok o auxiliava.

— Voltou a jogar com a canhota, Jeon? — escutei o treinador perguntar ao garoto.

Eu ri e olhei para Min, que riu também.

Fiquei prestando atenção neles e acabei perdendo a noção do tempo. Só notei que estava chegando a hora quando começaram a chegar pessoas.

As pessoas que estavam ali para torcer eram pais dos jogadores, seja da nossa ou da outra escola, e amigos. Com amigos quero dizer outros alunos das duas escolas.

Um bocado das cadeiras foram ocupadas quando eu vi meus pais. Eu havia deixado dois lugares ao meu lado marcados com a minha bolsa e a do Yoon para que eles ficassem perto de mim.

— Antes que vocês me chamem de Jeon, eu não sou o Jeon. — Minha mãe franziu o cenho de uma forma engraçada. — Eu sou o Jimin. O verdadeiro.

Ela riu e me abraçou. E depois meu pai também me abraçou.

— Ok, Jimin, o verdadeiro. Como isso aconteceu? — Dei de ombros.

— Só acordei sendo eu. Como da última vez — respondi e tirei as coisas dos acentos para eles sentarem. — Jungkook está nervosão. Torçam por ele.

Eu vi que minha mãe o procurou na quadra e meu pai esperou que ele olhasse para chamá-lo.

Nós estávamos na primeira fileira e, por um momento, achei que Jungkook apenas chegaria perto do alambrado. Mas não. Ele deu a volta. Saiu da quadra e veio até onde nós estávamos.

Ele não ficou surpreso quando minha mãe o abraçou. Muito menos quando meu pai deixou um beijo em sua testa. Mas eu sei que ele havia gostado apenas pelo sorriso fofo.

— Jimin disse que você é você agora — ela disse, arrumando o uniforme dele. — Nós vamos torcer igualmente para você.

Eu nunca achei que admitiria isso, mas: Jungkook ficava uma graça sem jeito.

— Obrigado, tia — falou todo abobalhado.

— Prefiro quando você me chama de sogra. — Eles riram e eu revirei os olhos.

Jungkook se despediu dos meus pais, mas eu o segurei quando ameaçou voltar para dentro da quadra.

— Bom jogo — o desejei e recebi um sorriso bonito.

Aquele que me deixava molinho.

— Obrigado, príncipe. — Tocou meu rosto e se inclinou na minha direção – afinal, eu ainda estava sentado –, e não me importei quando ele selou minha boca de forma delicada e demorada.

Deixou um outro beijo suave na minha testa antes de voltar para dentro da quadra.

— O que foi isso? — e foi quando minha mãe perguntou que eu lembrei que não estava sozinho.

— Um beijo na boca. Nunca viu? — foi o que respondi, cruzando os braços na altura do peito e recostando para trás.

— Olha o respeito. — Me deu um peteleco na testa. — Se você me disser que estão namorando eu te poupo o castigo.

— Não estamos namorando, mãe. Pelo amor de deus. Foi só um selinho. — Tentei manter uma expressão emburrada, mas eu queria sorrir igual a um idiota.

— Na minha época, pegar na mão já significava que estavam namorando — meu pai soltou e eu não consegui mais manter o bico, rindo junto com Yoongi.

— Credo. Bando de velho — falei.

— Hoseok só me pediu em namoro depois de inúmeras transas. — Ri de novo.

— Você nem vem com gracinha que nós transamos sim antes do pedido de namoro — minha mãe virou para o meu pai e disse.

— Ninguém precisava saber disso, amor — ele murmurou.

— Vou falar com a vovó que você desvirtuou a filha dela antes do casamento — comentei e o vi espremer os olhos na minha direção.

— Eu não era virgem quando conheci seu pai. — Abri a boca, fingindo surpresa.

— Uhmm... A vovó vai adorar saber disso — soltei como quem não quer nada.

— Abre o bico e você nem precisa mais voltar para casa.

Enquanto isso, Yoongi desgramava a rir ao meu lado.

— Ok, ok. Vamos parar com esse assunto porque o jogo do mozão vai começar — ele disse e ficou de pé. — Vai, Hoseooooooook!

Aquilo arrancou risadas tanto dos meus pais, quanto dos pais do Hobi e assustou o coitado do Jooheon – irmãozinho dele –, esses últimos que estavam sentados do outro lado de Yoongi.

Nem tinha começado e ele já estava gritando. Eu tampei o rosto, fingindo que nem conhecia, e vi entre meus dedos Hoseok soprar um beijo na direção do meu melhor amigo.

Essas porras se mereciam, puta merda.

Procurei Jungkook e o achei um pouco mais afastado, de cabeça baixa e olhos fechados. A forma que ele mexia a boca me fez crer que estava orando.

Era... fofo. Demais.

Exatamente como nos outros jogos, o capitão quem ficou no meio para competir pela posse de bola no início da partida. No caso, Jungkook.

Diferente de mim no primeiro jogo, Jungkook conseguiu jogar a bola para o lado aliado e conseguimos a posse. Só aí já foi uma gritaria infernal, principalmente de Yoon e da minha mãe.

Nunca vi minha mãe gritar tanto.

Mas não tiro sua razão. Aquele jogo foi tenso pra caralho.

Nós estávamos perdendo por mais de vinte pontos. Dois do nosso time sofreram falta e se machucaram, tendo que ser substituídos. O outro time estava pegando pesado demais.

Jungkook sofreu mais faltas do que posso contar e quase não conseguia tocar na bola sem levar uma trombada do time adversário. Provavelmente eles sabiam que Jeon jogava pra cacete.

— Eu vou descer o sopapo em todo mundo — escutei Yoongi resmungar ao meu lado.

Estávamos na metade do quarto, e último, tempo e Jackson quem havia sido segurado pelo braço enquanto tentava avançar com a bola, sofrendo uma falta.

— Jogos de basquete costumam ser tão violentos assim? — minha mãe questionou a mim.

— Não. Eles estão apelando — falei, vendo Jackson ganhar dois lances livres. Cada um valia um ponto.

— Deveríamos fazer alguma coisa?

— Acho que a única coisa que dá para fazer é torcer para que ninguém se machuque de verdade.

Ele acertou os dois arremessos e a encarada que Jungkook deu na direção do garoto que fez a falta em Jackson me fez acreditar que se fizesse de novo, teria consequências. A questão era que o punhado do cabelo que estava preso no topo da cabeça dele o dava um ar mais fofo e menos ameaçador. Mas, mesmo assim, sua raiva era notória.

Por que ele tinha que ser tão bonito? Não fazia sentido.

Eu suspirei e joguei meu cabelo para trás, me abraçando mais a jaqueta de Jungkook que me cobria.

Com o relógio ainda parado, eu vi Jeon sussurrar para os outros quatro jogadores, que assentiam ao que lhes era orientado.

Capitão é como um segundo técnico. Quando o relógio estava parado, por uma falta ou algo assim, capitães poderiam armar jogadas e conversar com os outros do time. Eu sabia que Jungkook estava pensando em algo. O fato era que só tínhamos três minutos e vinte pontos de diferença. E um bando de cavalos que estavam ali para foder todo mundo. Quero dizer, o time adversário.

Wooyoung – armador do nosso time – jogou a bola e eu soube que jogada ele tinha escolhido quando correu de uma lateral a outra.

Era a maldita última jogada que o treinador passou.

Aquela jogada era impossível de entender olhando de dentro da quadra. Nós demoramos uns dois treinos inteiros para conseguir executá-la e, na moral, era sinistra de genial.

Eles demoraram a entender como funcionava e quando fizeram isso Jungkook pediu para trocar as posições, mas manteve a jogada apenas para enganá-los mais um pouco. E aí quando eles entenderam que estavam sendo feitos de trouxa várias vezes seguidas, Jungkook mudou essa jogada para outra.

Eu só sei que quando faltavam apenas trinta segundos para acabar, ainda estávamos perdendo por cinco pontos.

96x91.

— Acho que eu vou botar um ovo — escutei meu pai dizer.

— Eu também — Min disse ao meu lado.

Enquanto isso, eu apertava cada vez mais a jaqueta em meus dedos e quase nem piscava direito. Eu estava inquieto. Assistir era mais tenso que jogar.

— Eu vou lá — anunciei já me levantando.

A partida começou e eu apertei o passo para passar para o lado de dentro, escondido já que, provavelmente, não poderia estar fazendo aquilo, e aí eu caminhei pelos reservas até o treinador, que comemorou a cesta de dois pontos que Hoseok fez. Faltavam quinze segundos para acabar. Nós precisávamos fazer uma de três para, pelo menos, empatar.

— O que você está fazendo aqui, moleque? — o treinador perguntou quando viu que eu estava ao lado dele.

— Me segurando para não deitar todo mundo na porrada — fui sincero.

— Eu também. — Eu teria rido se não estivesse tenso.

Eu vi Jungkook correr e atravessar a quadra quicando a bola em cinco segundos, desviando de todo mundo. E vi quando ele pulou, de fora do garrafão para tentar fazer a maldita cesta de três pontos.

Só que seguraram a porra da camisa dele.

Aquilo era uma falta. O fato era que era a quarta falta daquele mesmo cara que derrubou Jackson e vários outros do time. Era uma falta convencional.

Deixa eu explicar.

No basquete, cada jogador pode levar quatro faltas convencionais (contato físico) e duas técnicas (desrespeito, má comportamento e coisas do gênero).

Aquele abestado tomou a quarta convencional. Logo, aquele abestado foi expulso.

— Até que enfim, caralho! — escutei Yoongi gritar.

Jungkook sofreu uma falta na tentativa de três pontos. Logo, ele ganhou um lance livre de três arremessos. Cada um vale um ponto. Se ele acertar todos, empatamos. E ainda temos alguns segundos para fazer mais uma cesta, nem que seja de um ponto, para ganhar.

O relógio parado nos 10 segundos deixava tudo ainda mais tenso. O tempo não contava nos lances livres, o que era muito bom.

— É a chance dele — escutei o treinador dizer, provavelmente para mim. — Tem um olheiro aqui. Eu não avisei porque sabia que todo mundo ficaria nervoso, mas... Ele está avaliando os garotos. Indiquei Jungkook e ele está de olho nele. — Tirei os olhos da quadra e olhei para ele. — Jungkook jogou muito bem hoje.

— E o que acontece se esse cara gostar dele? — questionei.

— Já ouviu falar em NBA? — Assenti. — Ele vai começar de baixo, mas vai. Esse cara vai levar ele pra NBA.

Obviamente eu estava surpreso. E chocado. Mas meu raciocínio foi quebrado quando escutei gritos. Jungkook havia acertado a primeira cesta.

E a segunda.

E a terceira.

E aí o relógio voltou a contar.

Com dez segundos se pode fazer muita coisa. Como, por exemplo, o recorde mundial de Usain Bolt que correu 100 metros em nove 9,69 segundos; piscar incontáveis vezes; escrever o alfabeto; beber um copo de água cheio se você estiver com muita sede e, o mais foda, tomar a bola do time adversário, atravessar uma quadra inteira, fazer uma enterrada linda e conseguir a vitória para uma escola pública no meio do nada em Busan.

Em dez fucking segundos.

Não foi Jungkook quem fez o ponto da vitória, mas ele deu assistência. Quem fez a enterrada, na verdade, foi Hoseok.

E, caralho... Eu nunca gritei tanto como na comemoração daquilo.

Enquanto o outro time se lamentava, os reservas da nossa escola e o treinador corriam para abraçar e pular em todo mundo.

A adrenalina pregou meus pés nos chão, então eu só consegui sair do lugar quando a euforia passou um pouco, me esgueirando pelos caras suados a fim de achar o meu.

Jungkook sorriu quando me viu e o meu sorriso foi instantâneo. No segundo seguinte eu tinha meus braços em volta do seu pescoço e os dele me abraçando pela cintura, me erguendo minimamente do chão.

Nós havíamos conseguido.

— Eu sabia que você ia ganhar, Nochu. — Ele soprou um riso e me devolveu ao chão, e eu afrouxei os braços para conseguir ver o rosto bonito dele.

— Cadê o meu prêmio? — Foi a minha vez de rir. — Eu joguei pensando nesse maldito prêmio o jogo inteiro.

— É mesmo? — Assentiu. — Mas você nem sabe o que é.

— Sei que vai ser incrível. — Revirei os olhos.

Ele iria dizer mais alguma coisa, provavelmente para me questionar se eu tinha realmente pensado em algo para premiá-lo ou era apenas brincadeira, mas foi impedido.

Não pelo treinador. Não pela minha mãe. Não pela minha professora de balé. Nem por ninguém dali. Ele foi interrompido pela minha boca que estava, naquele momento, grudada na sua.

Sinceridade? Não era apenas um selinho.

Colei nossas bocas, segurei seu rosto pela lateral com todo o cuidado do mundo e pedi passagem. Naquele momento eu estava, enfim, sentindo o gosto do beijo de Jungkook. Aquele que ele me prometeu: o lento e demorado.

Senti minha cintura ser apertada por seus dedos e sua boca se encaixar certinho na minha ao que inclinou a cabeça. A forma suave e intensa que sua língua deslizava e roçava na minha me causava arrepios. Eu poderia facilmente comparar aquilo a nossa dança. Ambas sincronizadas, se encaixavam perfeitamente e tinham uma química impressionante.

Exatamente como Jungkook e eu dançando.

Me puxou mais contra o seu corpo e senti meu lábio inferior ser sugado com força quando ameacei findar o ósculo. Soprei uma risada nasal e me deixei ser beijado outra vez, escorregando meus dedos do seu rosto para os fios úmidos da sua nuca, enroscando-os ali.

Na moral, que maldito beijo gostoso!

Só que, desta vez, nós fomos interrompidos de verdade.

Alguém pigarreou e nós nos afastamos rapidamente. Olhamos juntos para o cara bem mais alto que nós dois e que não parecia ser mais velho que o treinador.

Passei a ponta do polegar sobre minha boca de forma discreta, a fim de tirar o excesso de saliva, e o cumprimentei junto de Jeon.

Pelo terno sabia que era um cara importante. Talvez o tal olheiro da NBA.

— Eu vou... voltar para lá — anunciei, sorrindo uma última vez para Jungkook antes de os deixar sozinhos.

Falei rapidamente com Hoseok, o parabenizando pela enterrada linda, e pisei no pé do abestado que deu falta em todo mundo.

— Ah, desculpa — pedi, o vendo me olhar com o maxilar trincado e a testa franzida.

Eu era pequeno para aquele cara, então resolvi meter o pé dali antes que desse bosta. Mas eu já me sentia vingado.

— E agora? Vai me dizer que aquilo foi só um selinho? — Meus pais estavam exatamente no mesmo lugar.

— É claro que foi só um selinho. Você está vendo coisas, mãe. — Juro que tentei contar o sorriso.

Mas não consegui.

Eu estava feliz. Eu estava extasiado. Eu estava eufórico.

— A gente ia lá, mas aquele homem bonito chegou — meu pai comentou.

— Daqui a pouco ele vem. — Olhei para onde Jungkook estava e vi que, além dele, Hoseok também estava junto.

Apenas os três conversavam.

Yoongi voltou para a arquibancada e o ginásio foi esvaziando aos poucos até chegar num momento que só tinham alguns pais e os alunos da nossa escola, incluindo o time.

— Será que seu treinador deixa vocês comerem com a gente só por algumas horas? — meu pai perguntou a mim.

— Acho que sim.

— Você vem com a gente, Yoongi? — minha mãe desta vez.

— Foi mal, tia. Vou comemorar a vitória com o meu namorado de outra forma. — O tom malicioso já respondeu por ele.

— Meu deus, vocês só fodem? — questionei, vendo o pai do ruivo arregalar os olhos.

Eu tinha em mente que não eram todas as pessoas que falavam abertamente sobre sexo, então acabavam se assustando quando escutavam as conversas com meus pais ou amigos. Mas eu não me importava tanto.

Era sexo, velho. Não um assassinato.

— Não. A gente faz amor também — revirei os olhos.

— Haja cu.

Minutos depois daquilo, Hoseok e Jungkook finalmente vieram em nossa direção. Yoongi pulou no pescoço do namorado e Jeon foi abraçado pela minha mãe e depois pelo meu pai, sendo parabenizado por ambos.

— E aí? O que ele queria? — Yoon perguntou.

— Era uma proposta de jogo — Hoseok respondeu, dando atenção aos pais e ao irmãozinho também.

— É para jogar num time estrangeiro — Jungkook completou. — Temos até o final do mês que vem para dar a resposta.

— Fico feliz por vocês — falei aos dois.

— É. Vocês jogaram pra caralho! — Yoon me seguiu, sendo convocado pelos sogros para tirar uma foto ao lado do filho.

Os pais do ruivo amavam Yoongi.

— E você dois, vão pedir ao treinador para almoçarem com a gente. Devolvemos vocês inteiros.

Não foi difícil convencê-lo. Ele estava de bom humor. Mas nos fez prometer que estaríamos de volta antes das três da tarde. Disse que nós iríamos comemorar. Nós voltaríamos para a cidade apenas amanhã de tarde.

— Estamos comemorando duas coisas hoje — minha mãe soltou enquanto a gente caminhava em direção ao carro, esse que estava estacionado perto do ônibus que viemos.

— Qual é a outra? — perguntei.

— Quando chegarmos lá nós falamos — meu pai completou.

Eu franzi o cenho e olhei para Jungkook, que deu de ombros com a mesma expressão de confusão que a minha.

Dentro do carro, no banco de trás, eu sentei na janela e Jungkook sentou no meio apenas para ficar perto de mim.

Obviamente eu não me importei.

Ele passou o braço esquerdo sobre meus ombros e eu deixei minha mão sobre sua coxa – ambos devidamente de cinto, vale ressaltar.

— Menino Jeon — meu pai o chamou quando parou no sinal fechado e eu vi que nos olhava pelo retrovisor.

— Sim?

— Temos que ter uma conversa. — Meu pai sério era estranho.

— Sobre o que exatamente?

— Suas intenções com o meu filho, é claro. Antes a gente brincava, agora estou falando sério.

— Pai, pelo amor de deus. — Passei uma das mãos no rosto, suspirando.

— Sem problema — foi a resposta do demônio. Parecia aliviado. — Eu achei que você ia me expulsar da casa de vocês.

Aquilo arrancou risadas dos meus pais.

— Que isso, Jungkook. Nós adoramos você — ele disse.

— Você pode continuar morando lá o tempo que quiser. É sua casa também — minha mãe completou.

— Olha lá, não digam isso a menos que estejam falando sério. Eu sou um menino carente. Se eu grudar, não solto mais.

— Isso eu tenho que concordar — falei e rimos juntos.

— Estamos falando sério. A casa é sua. Já conversamos sobre isso, não foi?

Eu sorri para a janela e acariciei a coxa de Jungkook quando ele assentiu.

Nada mais depois daquilo foi dito. Meus pais apenas comentavam sobre alguma coisa aleatória de vez em quando, mas nada de mais.

Eu não conhecia nada daquele lugar, mas era tudo muito bonito. Era a primeira vez que eu estava na capital depois de grande.

Meus pais que escolheram o lugar que iríamos almoçar. Era um restaurante bonito e inteiramente feito de madeira. Tinha mesas postas no interior e ao ar livre. Era bastante aconchegante.

— Jungkook faz aniversário semana que vem, não é? — minha mãe comentou quando sentamos à mesa.

Do lado de fora porque era muito mais descolado.

A mesa era de seis lugares, a única que estava ali fora desocupada. Meu pai sentou à minha frente, minha mãe ao lado direito dele, Jungkook na frente dela e ao meu lado esquerdo e eu, obviamente, na frente do meu pai. Exatamente como nos jantares e cafés-da-manhã em casa. As duas cadeiras das extremidades estavam vazias. Minha mãe usou para deixar a bolsa dela ali.

— Uhum — ele confirmou.

— Você tem algo contra comemorações ou podemos fazer alguma coisa? — O questionamento dela me fez rir baixo.

— Adoro festas — foi a resposta dele, que fez minha mãe bater palmas.

— Ótimo. Eu também.

O garçom apareceu no segundo seguinte com os cardápios. E então disse que voltaria em alguns minutos para anotar os pedidos.

— Vocês não vão mesmo dizer qual é o outro motivo pelo qual estamos comemorando? — perguntei, vendo as opções de pratos.

— Acho melhor deixar as comidas chegarem — foi o que minha mãe disse.

Estavam me deixando curioso. Odiava ficar curioso.

— Hm... Só tem dois pratos vegetarianos... Interessante — Jungkook soltou quase que irônico.

— Desculpa. Esse é o restaurante mais perto que inclui pratos vegetarianos. Até pesquisamos mais, mas são bem mais longes.

Ah meus pais eram muito fofos. Escutar aquilo fez tanto Jungkook quanto eu sorrir.

— Obrigado por se preocuparem com isso — Jungkook agradeceu, todo bobo.

— Você pede um e eu o outro. E aí a gente experimenta os dois, beleza? — falei para ele, que me olhou.

— Ji, você não precisa mais fazer isso. Pode voltar a comer... carne. — Por um momento eu tinha esquecido disso.

Eu não precisava mais ser vegetariano por ele.

Mordi o canto da boca e voltei o olhar para o cardápio.

— Eu gosto de ser vegetariano — murmurei. — Não sinto falta de carne. Na verdade, depois daquele documentário que nós assistimos, eu não sinto vontade nenhuma de comer carne.

E foi aí que eu notei que eu havia parado de ser vegetariano por causa dele há muito tempo. Eu havia me tornado por mim mesmo. Porque eu mesmo queria parar.

— Sério? — Ele parecia surpreso.

— Uhum. — Olhei para ele, o pegando com um sorriso... orgulhoso?

— Porra... Você é minha alma gêmea pra caralho. — E voltou a olhar o cardápio. — Ok. Eu fico com o de cima.

Balancei a cabeça de um lado para o outro e pulei para a parte de bebidas.

— Tem batata frita separado — meu pai comentou, olhando para o cardápio. — Pega uma porção para vocês.

O garçom apareceu, anotou tudo e se foi. E enquanto a comida não vinha, nós conversamos sobre coisas aleatórias.

— Ok. Antes de comer eu queria dizer o porquê estamos comemorando hoje — minha mãe começou quando a comida foi posta em nossa mesa. — Certamente pela vitória do Kookie. E do Jimin também porque ele também jogou muito bem. — Soprei um riso. — E por uma outra coisa... — Pegou a bolsa e futucou dentro até tirar de lá uma caixinha pequena com um lacinho branco em cima.

Ela sorriu e colocou a caixinha na mesa, bem na nossa frente.

Eu franzi o cenho e olhei para Jungkook, que tinha a mesma cara que a minha.

— O que é isso? — questionei.

— Abram. Juntos — meu pai orientou, extremamente empolgado. A última vez que eu o vi assim... eu tinha doze anos e me apresentei pela primeira vez, sozinho, em nome da minha escola de dança. Ele ficou exatamente assim quando desci do palco depois da apresentação.

Olhei para Jungkook de novo e ele me olhou desta vez, dando de ombros.

— Tá — disse e segurou a parte de baixo da caixinha. Como era de tampa, eu apenas segurei a parte de cima e a puxei devagar.

De imediato eu fiquei sem entender porque caralhos tinha um par de sapatinhos de bebê ali dentro. Juro que demorei para raciocinar.

— Eu fiquei pensando numa resposta para aquela pergunta que você me fez uma vez, lembra? — ela perguntou a mim. — Eu conversei com seu pai e... parei de tomar remédio.

— É sério? — Jungkook perguntou. — Quero dizer... vocês...?

— Estamos grávidos! — meu pai soltou, todo sorridente.

— Então quer dizer que... — comecei e olhei mais uma vez para os sapatinhos fofos, voltando a olhar para eles. — Que pais realmente transam? Não é meme?

— Porra, Park Jimin — minha mãe soltou, mas riu mesmo assim. Junto dos outros dois.

Eu ri e fiquei de pé, dando a volta na mesa para abraçá-la.

— Eu estou feliz, mãe — disse à ela.

Enquanto isso, Jungkook abraçava meu pai. E depois vice-versa.

Minha mãe estava grávida, caralho!

— Agora sim podemos comer — meu pai anunciou depois que nos sentamos de novo.

— De quanto tempo? — Jungkook perguntou.

— Vai fazer três semanas.

— Eu não acredito que o papai dá a bunda e é a mamãe que engravida. — Fingi decepção, tirando risadas dos três.

Misericórdia — Jungkook e minha mãe soltaram juntos.

— Eu não dei a bunda, beleza? — meu pai se defendeu.

— Graças a deus — falei, mas ri também.

Depois daquilo nós comemos. Eu filei a comida de Jungkook e ele filou a minha, como combinado. Rachamos a porção de batatas fritas e conversamos sobre coisas aleatórias.

Aquele dia eu tinha certeza que nós quatro estávamos felizes.

Felizes simultaneamente.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro