Minha
Chris Reed
Estralo meus dedos e então olho para a mesa, pego um saco plástico e começo a arrumar ele.
-Eu dei a você o dinheiro do pagamento, e você o roubou.- falo calmo.
-Eu precisava do dinheiro, Chris....
-Quando eu mando você fazer algo, você faz.- o encaro.- É simples.
-Mas...
-Sabe como me colocou em mais lençóis com a máfia russa?- pergunto.- Eles são muito sérios com dinheiro.
-Eu trabalho em dobro, eu pago tudo.- ele fala rápido.
-Não...você não pode pagar.- balanço a cabeça e fico atrás dele.- Eles me perdoaram, mas você sabe o que eu tenho que fazer...
-Não, Chris, por favor....
Coloco o saco na cabeça dele e o mesmo começa a se debater, encaro a parede de cimento e ouço a porta abrir.
Olho para o lado e John está com um envelope, com um olhar peço para alguém assumir e vou até ele.
Estendo a mão e ele coloca o envelope, abro o lacre e tiro primeiro as fotos, foram tiradas da janela do quarto dela.
Ella estava trocando de roupa e tinha uma lingerie preta, pego o outro papel e vejo que ela foi uma aluna excelente, mas que não houve faculdade depois.
Pego outro papel e vejo que tem apenas uma coisa na ficha criminal dela, quando tinha dezesseis, agressão a um policial.
-Mais alguma coisa?- pergunto colocando tudo dentro do envelope.
-Não, tudo que achamos está aí, ela não tem muitas coisas.- ele explica.
-Ótimo, leve dois para pegá-la.- abaixo o envelope.
-O que vai fazer com essa menina, Chris?- ele pergunta.
-Nada demais.- coloco o envelope na mesa.- Não vou precisar fazer nada demais.
-Ok, então.- ele coloca as mãos dentro dos bolsos.
Ele sai e me viro, vejo que já está morto e aceno com a cabeça, os homens então pegam o corpo e levam.
Passo a mão pelos cabelos e penso que falta pouco tempo para eu encontrá-la de novo, quase não dormi essa noite.
Ouço os gemidos distantes em minha cabeça e lembro da voz rouca dela, aquela garota iria ser minha, e eu não aceitaria outra resposta.
☘︎
Ella Johnson
-Por favor.- isso é humilhante.
-Não temos vagas, querida.- o dono fala enquanto faz meu café.
-Mas tem clientes esperando, isso quer dizer que não tem funcionários para todos os clientes.- sorrio com educação.
-Garota, não estamos contratando.- ele coloca o café no copo de isopor.- Pague e vá embora.
Respiro com calma e coloco o dinheiro em cima do balcão, pego meu café e tomo um grande gole enquanto saio da cafeteria.
As ruas estão bem menos movimentadas e eu paro né perguntando quando vou arranjar um emprego, acho que posso recorrer a dançarina de boate.
Coloco meus cabelos para trás e tomo mais um gole, percebo que tem dois caras enormes vindo na minha direção e tento sair da frente.
-Ella Johnson?- pergunta ele, o menor deles e mais arrumado.
O encaro e então percebo que estou encrencada, dou um sorriso meigo e então viro pronta para correr, mas não consigo fazer isso.
Me choco com um terceiro cara e ele segura meus braços, um carro então para na nossa frente e eu encaro aquele de novo.
-Espere....
Mas eles não querem nem ouvir o que eu tenho a dizer, eles passam uma faixa pela minha boca quando tento gritar e então colocam um capuz preto em mim.
Um deles me senta no carro e sinto os outros dois ficarem de cada lado meu, respiro fundo e fico queira enquanto alguém amarra minhas mãos.
Fico quieta enquanto o carro começo a se mover, engulo em seco e controlo minha respiração.
-Como está seu dia?- ele pergunta mas não sei de onde.- Ah, você não pode falar.- ele ri consigo mesmo.- Está com sorte grande, Srta.Johnson.
Bufo em uma risada e abaixo a cabeça, não consigo acreditar que ele está realmente dizendo que eu estou com sorte hoje.
Fui a vários cantos procurar emprego, não consegui achar nenhum. E agora estou dentro de um carro, sequestrada provavelmente.
Já vi muita coisa na minha vida, era só esperar, eu era boa com conversar, então o que quer que fosse, eu podia resolver.
☘︎
Chris Reed
-Onde?- pergunto quando John abre a porta.
-De nada.- ele fala sarcástico.
-John.- o encaro.
-Lá em cima, quarto principal.- ele suspira.
Dou batidinhas no ombro dele e então me dirijo até às escadas, desabotoo o blazer e vou em direção a última porta.
Toco a maçaneta e abro a porta, simplesmente sorrio quando vejo ela sentada na ponta da cama e tentando tirar a venda dos olhos.
Ella percebe que tem alguém e abaixa as mãos, fecho a porta atrás de mim e giro a tranca para não ter surpresas.
-Seja lá quem for, isso não foi legal.- ela fala.- Eu soco com força.
-Aposto que sim.- falo calmo e ela fica calada.- Lembra de mim, Ella?
-Se tirar essa venda pode ser mais fácil.- ela fala em tom arredio.
-Ninguém me dá ordens.- ouço uma cadeira de rodinhas e sento na frente dela.
-Soa como todos os outros.- ela mexe os ombros.- O que quer de mim?
-Você.- falo simples e ela abre a boca.
Ela então levanta rapidamente e seguro a cintura dela, a faço sentar de novo e ela bufa fazendo bico.
Sorrio percebendo que aquela garota é muito mais do que eu esperava, então eu tento ser o mais direto.
-Pense nas coisas que mais deseja.- falo baixo e me aproximo do ouvido dela.- Eu posso dar elas a você.
-De novo, soa como todos os outros.- ela balança a cabeça.- Como foi saber se realmente pode me dar o que eu quero?
Gostei dela, uma garantia é sempre melhor e ela é inteligente para saber que é isso que tem que perguntar primeiro.
-Por sorte eu vou dar algo que vai fazer você repensar sua pergunta.- desço meus olhos pelo seu pescoço e vejo sinais pelo seu pescoço.
-O que?- ela pergunta.
Tiro a venda dos olhos dela e ela abre bem os olhos e olha envolta, sorrio quando olha para mim de novo e encaro os olhos azulados.
-Esse apartamento.- explico.
Ela olha envolta de novo e então para a janela, Ella volta a olhar para mim e então me observa dos pés a cabeça.
Percebo tarde demais que não tirei a aliança, ela foca os olhos e parece ficar um pouco mais pálida.
-Você é casado.- ela afirma.
-Sim.- falo a verdade.
-Ah, meu deus, eu sou uma destruidora de famílias.- ela arregala os olhos.
-Não destruiu nada que já não estivesse destruído.- balanço a cabeça.- Meu casamento é uma merda.
-Então por que....
-Por que não me separei?- levanto as sobrancelhas.- Pergunte para minha esposa, adoraria saber também.
-Eu não posso fazer isso.- ela começa a levantar e pressiono seu ombro para baixo.
-Pense no que vai ganhar.- aproximo meus lábios dos dela.- Já viajou? Posso comprar uma passagem para onde quiser.- ela me observa.- Estou disposto a dar tudo a você, Ella.
Também encaro seus olhos e de perto percebo que tem algumas pintinhas marrom claras, nunca tinha visto nada assim.
-Mas preciso de algo em troca, é simples.- afasto o cabelo dela.- Preciso ter você. Preciso que seja minha.
Ela fecha os olhos e abaixa a cabeça, meus lábios tocam em sua testa e levo minha mão até sua nuca enquanto espero.
-Não vai precisar se preocupar com nada, por que eu vou cuidar de tudo.- sussurro contra a testa dela.- Eu vou cuidar de você.
Ela suspira e então....
-Promete?- ela pergunta.
-Tudo que você quiser, tudo que pedir, vai ser seu.- falo rapidamente.- Vai estar sob meus cuidados.
-E tudo que eu preciso fazer...
-É ser minha.- balanço a cabeça.
-Ok, então.- ela fala baixo e eu espero.- Eu sou sua.
Sorrio e então ela ergue a cabeça, meus lábios tocam os dela e lembro que John está lá embaixo me esperando.
-Definiremos algumas regras mais tarde.- explico.- Por agora pode se acostumar com o novo apartamento.
-E minhas mãos?- ela pergunta as erguendo.
Desfaço o laço e me levanto indo até a porta, olho una última vez para ela e fecho a porta atrás de mim.
Foi mais fácil do que eu imaginava, isso queria dizer que ela também sentiu a mesma coisa que eu.
John levanta do sofá do apartamento que eu não havia as um tempo e eu olho envolta percebendo que ainda tem um pouco de poeira.
-Contrate uma empregada.- explico.- De preferência que cozinhe também.
-Quantos seguranças?- ele pergunta.
-Seis, dois na portaria, dois fora e dois seguindo ela de longe.- começo a ir até a porta.
-Você vai mesmo fazer isso?- ele pergunta sem julgamentos.
-Eu já fiz.- abro a porta.
-Você quer mais alguma coisa?- ele entra no elevador comigo.
-Quero um cartão, sem limites, no meu nome, discreto.- o encaro.- Ok?
-Ok, deixe comigo.- ele aperta o térreo.- Ela parece legal.- ele fala para descontrair.
-Vamos ver.- encosto meu corpo no elevador e apenas espero.
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