Chris Reed

Estava vestindo minhas roupas enquanto Ella estava no banheiro escovando os dentes.

Assim que terminei de vestir as calças, sentei na cama e comecei arrumar minha camisa enquanto olhava para ela querendo ficar mais por ali.

Ella estava com uma camisola de seda rosinha claro estilo blusa e short, e aquele short era curto demais, quase parecia uma calcinha.

Deixo a blusa abotoada até o meio e me levanto indo até ela, respiro fundo e entro no banheiro ficando atrás dela.

-Achei que tinha dito que tinha uma reunião hoje.- ela se curva roçando a bunda no meu pau e sorrio vendo ela cuspir e lavar a boca.

-Bem, eu sou o dono da empresa, posso me atrasar.- falo enquanto ela vira para mim e apoia suas mãos na pia.

-Pode, mas não deve.- ela murmura.

-É que eu estou com um probleminha com a camisa.- falo com calma.- Os botões...

-Ah, sim.- ela começa a abotoar.- É importante? Essa reunião?

-Fechamento de um contrato, já está tudo feito, só faltam as assinaturas.- explico e ela assente.

Não me contenho e afasto os cabelos dela e passo meu dedão por seus lábios, ela sorri mordendo meu dedo e terminando de abotoar minha camisa.

-Quer um beijinho de boa sorte?- ela se aproxima.

-Talvez mais para baixo.- mordo o lábio dela.

-Que tal mais tarde?- ela passa os braços pelos meus ombros.- Pra comemorar...

-Era tudo que eu queria.- acaricio a lombar dela.- Mas meus pais vão passar uma semana aqui.

-Ah.- ela parece decepcionada.- Claro, vai bancar o casamento perfeito?- ela se afasta.

-Ella...

-Não, eu entendo.- ela sorri.- Pode ir.

-Talvez fique fora por uma semana.- falo mais sério.

-Ok.- ela respira fundo e cruza os braços.

-Não fique com raiva.- toco o queixo dela com o indicador e o subo.- Por favor, não fique com raiva de mim.

-Não estou.- ela me encara.- Só é injusto.

-O que?- faço ela se aproximar.

-Por que ela não quer se separar de você?- ela pergunta.- Vocês dois não tem mais nada, tem?

-Não, não temos.- balanço a cabeça.- Mas eu estou dando um jeito.

-Chris....

-Eu vou dar um jeito, Ella.- a observo.- Você confia em mim?- ela fica calada.- Confia.

-Sim.- ela suspira.

-Eu e Leila não temos nada, não temos nada há muito tempo, estou tentando o divórcio há anos.- estamos bem próximos.- E quando eu conseguir esse divórcio, você e eu vamos viajar.

-Viajar?- ela levanta as sobrancelhas.

-Você decide.- beijo de leve os lábios dela.- Qualquer canto.

-Ok.- ela sorri quando dou outro selinho.

-Que tal você sair com sua amiga ou fazer compras?- acaricio a bunda dela.- Você adora fazer compras.

-Certo.- ela sorri.

A beijo de novo e ela desce a mão pelos meus braços, meu corpo inteiro arrepia quando as mãos dela puxam o cós da minha calça e ela começa a abrir meu cinto.

-Pra dar sorte.- ela fica de joelhos.

☘︎

Ella Johnson

Apoio meu corpo no balcão e dou o cartão, olho distraída para a mulher do caixa e depois para a mão dela, vejo um anel de namoro.

Fico me perguntando se isso realmente vai para algum canto, se der a amante dele realmente vai me levar para algum canto como penso.

Coloco a senha rapidamente e percebo que deveria começar a tentar achar um emprego mesmo assim, ter minha própria independência.

-Aqui, obrigada pela escolha.- ela sorri dando a sacola.

-Obrigada.- sorrio.

Pego a sacola e começo a sair da loja, um dos seguranças se oferece e sorrio agradecendo enquanto ele pega a sacola.

Cruzo meus braços e fico andando pelo shopping, pensar que ele está com a mulher....me faz ficar horrível.

E me sinto horrível, mas não por ele ter uma mulher, uma esposa, mas sim por ele estar com ela quando tínhamos tanta coisa...

E eu me sentia ainda mais horrível, passo a mão pelo meu rosto e tento aceitar que fui eu mesma quem me meteu nisso, e agora tenho que aguentar.

De alguma forma eu sabia que não tinha mais como sair disso, não tinha mais como sair de perto de Chris, e eu não queria.

Meu celular começa a tocar e pego ele dentro da bolsa, vejo que é Daphne e logo atendo tendo um pouco de esperanças.

"-Onde você está?- ela pergunta fala calma.

-No shopping, andando um pouco.- olho envolta.

-Ah, o novo papai deu uma mesada para você?- ela ri e eu sorrio.

-Posso ir para aí? Assistir um filme como nos velhos tempos?- pergunto esperançosa.

-Claro, é sua casa também.- ela parece feliz.

-Ótimo."

Guardo o celular e olho para o segurança, ele sabe que é por que vamos embora e logo estamos no estacionamento.

Abro o portamalas e ele coloca as sacolas lá, eu fecho e então vejo ele indo para o carro preto que sempre me segue.

-Eu só vou para a minha amiga.- explico.- Precisa me seguir até lá?

-Vou ficar lá embaixo, não vou incomodar, senhorita.- ele sorri educado.

-Pode tirar uma folga, não precisa....

-Sem querer ofender, Srta.Johnson, mas eu só recebo ordens do Sr.Reed.- ele abre a porta.- Estou logo atrás de você.

-Ok, então.- entro no carro.

Dou a partida e coloco minha bolsa no banco ao lado, respiro fundo e sinto o conforto do banco de couro.

Aquele carro era perfeito, a cor, os assentos, o sistema, a direção...eu estava apaixonada por um carro, era incrível isso.

Não estava incomodada com o segurança, só ficava me perguntando para que precisava de um segurança.

Talvez da próxima vez perguntasse para Chris o por que eu precisava de segurança vinte e quatro horas por dia.

Agora estava mais feliz em não ficar sozinha por que iria para Daphne, mas ainda estava sentindo uma falta estranha de Chris.

Só nos conhecíamos há uma semana e já estava com tanta saudade dele, era idiotice, eu sabia, mas não podia me conter, eu estava com saudades dele.

☘︎

Chris Reed

-Você está todo amassado.- Leila começa a se aproximar.

-Eu faço isso.- arrumo o blazer.

-Só não quero que eles pensam que eu não estou cuidando de você...

-Você não está, e seria bem mais fácil se você assinasse o divórcio...

-Já conversamos sobre isso.- ela me encara.- Eu não vou assinar isso....

A porta abre e encaro a minha mãe, ela sempre foi muito ameaçadora para quem não a conhecia direito.

Os cabelos prateados estavam presos em um coque atrás da cabeça e os olhos azuis claros eram audaciosos, nem parecia ter a idade que tinha.

Meu pai chega logo atrás dela com uma roupa formal e o chapéu em cima dos poucos cabelos grisalhos que tem na cabeça, seus olhos são azuis mais escuros e mais calorosos.

-Bem, Leila, não vai pedir para nos ajudarem com as malas?- ela pergunta.

Minha mãe nunca gostou de Leila, ela também me avisou, até meu pai que não era de se intrometer tinha avisado para mim.

E eu idiota....

-Claro.- Leila sorri.- Está de mau humor, não é, Elise?

-Me chame de Sra.Reed.- ela fala grossa.

Vai começar a semana mais longa da minha vida, ainda mais longe de Ella...isso aqui vai ser bem difícil.