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Cuidado

Chris Reed

-Ella?- ouço algo estranho.

Olho para o lado e vejo que ela está tremendo, franzo as sobrancelhas e toco seu braço, está fria e suando demais, me sento rapidamente.

-Ei, Ella.- falo mais baixo.- Eu estou aqui.- sussurro em seu ouvido.

Ela continuava tremendo, então eu seguro ela em meus braços e a trago para meu colo enquanto sento na cama, ela fica encolhida em meus braços.

-Shh, vai ficar tudo bem.- beijo sua testa.- Eu estou aqui.- acaricio suas costas.

Não sei com o que ela estava sonhando, mas parecia estar bem ruim, porém não podia acordá-la, tinha medo do que podia acontecer.

Beijo seus cabelos e engulo em seco, depois de um tempo ela vai se acalmando e já está normal novamente, respiro aliviado por conta disso.

-Viu?- acaricio seu braço.- Você vai ficar bem.

☘︎

Ella Johnson

-Bom dia.- falo entrando na sala de jantar com a mesa posta para o café da manhã.

-Bom dia.- Chris me observa e estranho. Decido ignorar.

-Tudo bem?- ele pergunta e eu sento.

-Sim, por que não estaria?- pego algumas fritas e uma torrada.

-Nada demais.- ele apoia os braços na mesa e continua me olhando, coloco um pesado de mamão na boca.- Dormiu bem?

-Ok, essas perguntas estão estranhas.- abaixo o garfo.- O que houve?

Chris me observa e então olha para o garfo na minha mão, resolvo colocar ele no prato e Chris sorri achando graça.

-Você teve um pesadelo ontem.- explica.

-Não tive.- balanço a cabeça.

-Como tem certeza?- ele pergunta.

-Como você tem certeza?- levanto a sobrancelha.

-Eu tive que acalmar você, Ella.- ele explica.- Então eu acho que foi um pesadelo.

-Eu não me lembro.- falo mais baixo.- Foi ruim?

-Você estava suando e tremendo, então acho que sim.- ele parece tomar cuidado com as palavras.- Pelo visto, você não deve lembrar.

-Nunca lembro até dos sonhos, imagine dos pesadelos.- tento sorrir.

-Você está bem mesmo.- ele segura minha mão.- Eu posso conseguir qualquer coisa.

-Não quero nada, é só um pesadelo, é normal...

-Não achei normal, nunca vi alguém ter um pesadelo assim, Ella.- ele acaricia meu pulso.- Se eu puder fazer algo...

-Eu estou bem, Chris.- aperto a mão dele.- Esqueça isso.

Ele me observa por mais um tempo e assente aliviando a pressão que está fazendo nos meus dedos, eu tento sorrir.

Volto a comer as frutas e tomo um pouco do suco de laranja, o telefone de Chris começa a tocar e tento não olhar para ele tentando ver quem é.

-É John.- ele levanta.- Vou atender.

-Ok.- murmuro.

Chris levanta e beija o topo da minha cabeça enquanto levanta e abre a porta de correr que dá para a piscina.

Continuo comendo despreocupada e ouço algo parecido com bombinhas sendo jogadas no chão, franzo as sobrancelhas e Chris vira o corpo na direção.

Vejo ele levantar as sobrancelhas e então gritar no telefone, meu coração começa a bater mais rápido quando ele entra na casa e fecha a porta com força.

-Chris...

-Vamos.- ele segura meu braço e começa a me puxar.

-O que é isso?- meus olhos começam a arder.

-Não se preocupe.- ele abre uma gaveta e pega uma arma.

-Chris!- grito quando um cara aparece na nossa frente.

Ele levanta a arma e atira bem na cabeça do cara, ouvimos mais caras vindo e meu coração litreamkem está na boca.

Sinto meu corpo ser puxado e entramos em um quarto, Chris me arrasta até o closet e afasta algumas roupas com raiva.

-Você vai entrar aqui e ficar quietinha.- ele abre uma porta secreta para um lugar pequeno que cabe apenas um.

-Não, Chris...

-Não seja teimosa agora.- ele me empurra e eu entro.- Pegue isso.- ele me dá a arma que usou.

-Mas e você...

-Tem mais embaixo da cama.- ele tenta sorrir.- Fique aqui e atire se alguém se aproximar.

-Eu não sei atirar.- digo.

-Aperte o gatilho, só isso.- ele segura meu rosto.- Eu...- ele me observa.- Eu vou voltar.

Ele beija meus lábios e sinto o gosto salgado das minhas lágrimas, então ele se afasta e a porta fecha de uma vez me fazendo ficar no escuro.

Olho para a arma e minha mão está tremendo, engulo em seco e arrumo a arma na minha mão, começo a me acalmar e ouço vários tiros, vários mesmo.

Ele disse que eu estava segura, disse que ia me proteger, mas eu estava sozinha e com medo, não conseguia parar de ficar com medo casa vez que ouvia um tiro.

A porta do quarto bate e eu tremo segurando a arma com mais força, engulo em seco e ouço seus passos pelo quarto.

Cubro a boca com uma mão e minhas lágrimas fazem meu rosto arder, tento achar que ele não vai me achar, mas para mim estou respirando muito rápido.

A porta abre e alguém agarra meu tornozelo, grito com medo e ele sobe em cima de mim me virando de costas.

-A vadiazinha do Reed.- ele ri atrás de mim. Sua voz é horrível, seu cheiro é pior.

Me mexo enquanto ele começa a descer meu short e sinto seus dedos tocando minha calcinha, grito com raiva e tento alcançar a arma.

Ele tapa minha boca e eu faço a única coisa que consigo, mordo o cara e ele grita de dor se afastando, me arrasto até a arma e quando me viro dou três tiros no peito dele.

O homem cai ao meu lado com sangue na boca e me afasto de pressa dele deslizando pelo chão até encostar minhas costas na parede com brutalidade.

Vejo morto na minha frente e ajeito meu short, ele não chegou a fazer nada, mas a simples ideia de que iria fazer algo comigo era agoniante.

Me levanto e agarro a arma, se eu estiver certa tem doze tiros aqui, já foram quatro, então ainda tenho mais oito se precisar.

Minhas pernas tremem enquanto eu ando e olho para o corredor, não tem ninguém e por isso eu começo a andar lentamente, ainda muito chocada.

Engulo em seco quando desço as escadas e ouço vozes na sala de jogos, me aproximo com cuidado e a voz de Chris se ressalta.

-Seu filho da puta.- Chris fala abafado.- Eu falei que não ia ter acordo.

-E eu falei que iríamos fazer um acordo ou você morria.- um outro cara fala, a voz mais grossa.- Então, a segunda opção.

-Tente...

-Já devem ter achado sua amante, vi algumas fotos dela, é deliciosa.- ele ri.

Comprimo os lábios e abro uma brecha da porta, o tal homem está de costas para mim e Chris está atrás dele, não conseguem me ver.

-Pode deixar, eu vou tratá-la exatamente como merece.- ele murmura.- Como uma puta...

Um tiro dispara da minha arma e eu arregalo os olhos quando ele caí no chão se engasgando pelo próprio sangue.

Chris arregala os olhos e olha para o cara, então tira a arma de sua não a guardando na barra da calça com cuidado.

-Tudo bem com você?- ele se aproxima.

-Eu atire...

-Não olhe para ele.- Chris segura meu rosto e me faz encará-lo.- Ele ia atirar em mim, você me salvou.

Seus lábios encostam dos meus e logo o abraço, Chris segura minha cabeça e beija várias vezes antes de falar no meu ouvido bem baixinho:

-Vamos ter que voltar mais cedo.

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