Conhecê-la
Gente....esse é o penúltimo capítulo dessa história incrível!!! O próximo já vai ser o epílogo!!!
Aviso logo que vai ter muita emoção nesse capítulo e peço que fiquem calmos...dito isso, vamos lá...
Chris Reed
Respiro fundo quando ouço Ella gemer de dor, estávamos na sala de parto e como eu tinha prometido, ela estava tendo Kate antes de amanhecer.
Os médicos andam de lá para cá e olho para a janela vendo que o sol está quase nascendo, Ella deita a cabeça no meu braço e começa a chorar.
-Vamos, Ella, você está indo muito bem.- a obstetra fala animada.
-Não quero.- ela continua chorando.- Eu quero uma cesárea, eu...
-Ella, o bebê está quase me dando oi.- a calma na voz da obstetra me faz sorrir.
-Viu? Kate quer nascer.- sussurro.- Você reclamou a noite toda que eka não queria nascer...
-Eu não tenho força.- ela explica.- Não consigo empurrar.
-Consegue sim.- afasto seus cabelos.
-Ah, droga.- ela mexe a cabeça e encara a obstetra.- Ok, eu tô pronta.
-Ótimo.- os olhos da obstetra enrrugam em um sorriso.
Olho para o monitor que a enfermeira está olhando e percebi que tem uma contração vindo, Ella aperta minha mão e agarra a borda da cama.
-Assim que eu mandar.- a obstetra observa o monitor.
Ella quase quebra minha mão e começa a empurrar assim que a obstetra manda, faço pressão nas costas dela para ir para frente e levanto a cabeça tentando ver se a obstetra consegue.
-Mais uma.- fico em silêncio.- Mais uma, Ella.
Ainda chorando Ella começa a empurrar de novo e ouço o grito sofrido dela enquanto parece estar sofrendo demais. Odeio ver isso, Ella não merecia sofrer mais.
Acontece um breve silêncio e então um grito esgalamido, sorrio de orelha a orelha quando a enfermeira enrola o bebê e segura Kate para nós vermos.
-Meu Deus!- ela começa a chorar.
-Quer cortar o cordão, papai?- a obstetra pergunta rindo.
Não respondo de tanta emoção, vou até perto da minha filha e corto o cordão, acompanho ela até o bercinho onde a colocam para limpar e fazer o teste do pezinho.
Sorrio vendo as mãozinhas encolhidas e a testa franzida de Kate, ela é a menininha mais bonita que eu já vi, ainda não abriu os olhos mas sei que são azuis claros.
A enfermeira coloca Kate em um cobertor como se fosse um pacotinho e coloca em meus braços, não consigo descrever a sensação de ter uma bebê em meus braços. A minha bebê.
Me viro para mostrar para Ella e arregalo os olhos quando vejo todo aquele sangue no chão e Ella desmaiada, a médica está falando com alguém enquanto eles preparam a cama.
-Espera!- grito com raiva.- O que aconteceu?- tento ir até ela.
-Senhor, ela perdeu muito sangue.- a enfermeira me barra enquanto eles se afastam.- Faremos de tudo para deixá-la viva, mas você tem que ficar calmo.
-Calmo? Minha mulher nem conheceu a filha!- aponto para a porta com a cabeça.- Que merda aconteceu!
-Vamos descobrir, mas preciso que acompanhe a bebê até a consulta rápida no berçário.- ela pega a bebê dos meus braços e coloca no berço.- Venha comigo.
Olho para todo aquele sangue e depois para a porta, Ella estava desmaiada, ela estava tão branca quanto o lençol do hospital. Ela não tinha visto Kate.
Lágrimas descem pelos meus olhos e ouço a enfermeira chamar, não sei se fico no quarto esperando alguém vir me explicar o que aconteceu ou se vou com Kate...
Decido ir com Kate, passo pela porta e vejo as gotas de sangue fazendo um caminho, meu coração se aperta e eu não consigo respirar direito.
Ella tinha que conhecer Kate.
☘︎
Chris Reed
Minha cabeça está abaixada enquanto Kate está em meus braços, estou sentado em uma cadeira na sala de espera enquanto nino Kate.
Ela parece perceber a ausência da mãe, ela sabe que tem alguma coisa errada. Ninguém veio até aqui me atualizar, a enfermeira roda hora dizia que ainda estavam em cirurgia.
-Ela vai ficar bem.- minha mãe fala calma.
Ignoro as palavras e continuo olhando para Kate, suas perninhas se mexem e ajeito ela em meus braços delicadamente, arrancando dela um gemido de reclamação que logo é substituído pelo sono.
Ergo a cabeça e vejo a obstetra vindo na minha direção, levanto rapidamente tomando cuidado com Kate e vendo que as roupas dela estão cheias de sangue.
-O que aconteceu?- pergunto.
-Houve uma hemorragia no útero de Ella.- a médica explica.- Depois que a bebê nasceu o útero dela não parou de sangrar e ela entrou em um quadro anêmico.
-Você vai falar logo ou vai ficar enrolando?- pergunto com raiva.- Cadê a minha mulher?
-Ela...- a médica respira fundo e olha para a bebê.- Ela está estável.- logo olha para mim.
-Puta merda, por que você fez todo esse suspense?- não contenho meu alívio.- Quando eu posso ver ela?
-Ela ainda está sedada.- explica.- Logo vai poder vê-la, porém não vai poder amamentar a bebê.
-Ella queria amamentar...
-Ela não vai poder.- a obstetra fala séria.- Está muito fraca e não é aconselhável. Mas tem a fórmula...
-Ok.- eu travo o maxilar.- Não posso nem ficar no quarto?
-Ela precisa de todo o descanso antes da anestesia passar.- a médica explica.- O bebê tem que voltar para o berçário e você tem descansar, Sr.Reed.
-Não...
-A doutora está certa.- minha mãe toca meu ombro.- Vamos levar a bebê para o berçário e você descansa um pouco.
Fico calado, discutir com a minha mãe é a mesma coisa que falar com a parede, então começo a andar lentamente até o berçário e Kate dá um sorrisinho leve.
E é isso que me faz ter esperança. O sorriso de Kate.
☘︎
Ella Johnson
Meus olhos se abrem e sinto que minha boca está seca, olho para o lado sentindo minha cabeça pesada e logo gemo com a dor que se espalha pelo meu corpo.
-Ella?- ouço a voz de Chris.
-Eu...- falo rouca.
-A médica falou que estaria com a boca seca.- ele enche um copo de água.- Tome.
Tomo a água pelo canudo e o encaro, ele parece cansado demais, não sei por quanto tempo eu dormi, não sei o que aconteceu e não sei...
-Kate...
-Está ótima, ela é a mais bonita de todos os bebês no berçário.- ele fala orgulhoso e sorrio.
-Quanto tempo?- pergunto.
-Você dormiu por umas oito horas.- ele olha no relógio.- Ainda está meio desnorteada, não é?
-Sim.- assinto levemente e isso já me faz ficar com dor.- Espera.- olho para ele de novo.- Oito horas? Eu preciso amamentar Kate...
-Ela tomou a fórmula.- ele fala lentamente.
-Não...- lágrimas enchem os meus olhos.- Eu queria...
-Eu sei, meu amor.- ele acaricia meus cabelos.- Mas você está fraquinha...
-Como ela vai saber que eu sou a mãe dela se eu não amamentar?- falo fininho e ele franze as sobrancelhas.- Chris....
-Ela vai saber que você é a mãe dela.- ele sorri calmo.- Que tal eu pegar ela no berçário para você ver?
-Uma ótima ideia.- a médica entra.- Como você está, Ella?
-Com dor.- falo triste.- Eu já posso ver minha filha?
-Claro, mas não pode segurá-la.- ela fala.- A sua incisão está frágil ainda.
-Eu não posso segurar minha filha?- uma lágrima desce pela minha bochecha.
-Eu seguro pra você.- Chris fala rapidamente.- Assim é bom?
Assinto e ele vira para sair do quarto quando a enfermeira entra com o bercinho, a obstetra sai silenciosamente, sorrio chorando ao ver os bracinhos procurando por algo, Kate faz um ruído irritado e Chris a pega.
Ele ajeita Kate em seus braços e chega bem perto de mim, começo a chorar de felicidade enquanto ela mexe a boquinha e abre os olhinhos azulados.
Rio levantando a mão e passando meus dedos pela barriguinha dela, sinto o cheiro de bebê daqui e minhas bochechas doem de tanto sorrir.
-Ela parece com você.- ele fala baixinho.
-Ela é linda.- sussurro.
-Kate, essa é a mamãe.- ele aponta para mim com o queixo e Kate faz um som fofo.- Viu? Ela reconhece você.
-Oi, Kate.- minha voz treme.- Oi, florzinha.
Passo meus dedos pela mãozinha dela e olho para Chris, ele está olhando para mim com lágrimas nos olhos, levo a mão até o rosto dele e acaricio sua bochecha.
As lágrimas de Chris molham meus dedos e sorrio quando Kate geme por atenção, Chris ri e eu olho novamente para minha filha. Ela é linda.
Respiro aliviada, achei que fosse morrer quando desmaiei depois do parto, mas agora eu conhecia minha filha e sabia que tinha uma família.
Eu tinha uma família agora.
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