Chris Reed

-É sábado.- lembro.

-É, mas ela quer passar o dia comigo.- Ella fala indo de um lado para o outro.

-Eu também quero.- guardo a escova e lavo a boca.

-Eu sei.- ela faz bico.- Mas ela ia ficar perturbando a gente.- Ella tira a blusa e pega outra com mangas para testar.

-Fácil. A gente vai pra um hotel.- sorrio e ela ri.

Observo a blusa roxa escuro de mangas compridas, marca muito bem a cintura e os seios dela, e é exatamente por isso que já quero tirar.

-Você quer mesmo ficar sozinho comigo.- ela se aproxima.

-Você não imagina.- apoio meu corpo na pia e fico de frente para ela.

-Eu volto logo.- ela passa os braços pelos meus ombros.- Só algumas horinhas no shopping.

-Sei.- falo enquanto ela beija meu pescoço.

-Não fica triste.- ela fica na ponta dos pés e beija embaixo da minha orelha.

-Impossível com você fazendo isso.- minhas mãos vão até a cintura dela.

-Vai passear.- ela sussurra.- Sei lá, sai com o John.

-Acho que vou pra empresa.- desço as mãos até suas pernas.- Resolver algumas coisas.

-Ok.- ela fala abafada contra meu pescoço ainda, sinto sua língua fazer uma linha até meu peito.

-Vou me vestir.- levanto ela do chão e a coloco na pia.

-Vou ajudar você.- ela começa a descer uma das mãos.

-Ella! Vamos!- Nora bate na porta.

-Que merda.- ela bufa.

-Calma.- sorrio a colocando no chão.

-Queria ficar com você.- ela beija minha bochecha.- Odeio tanta gente assim se metendo.

-Eu também, baby, mas é melhor ir antes que sua mãe entre e me veja só de cueca.- sorrio e ela fica vermelha de raiva.

-Outro.- ela me beija de novo e sorrio.- Ah, um aviso.

-O que?- pergunto enquanto ela pega a bolsa da Gucci e o sobretudo preto.

-É....- ela tenta sorrir.- Meu pai vem jantar aqui hoje.

E antes mesmo que ela possa terminar já está fechando a porta, pisco absorvendo a notícia e percebendo que Ella armou pra mim com essas carícias.

Passo a mão pelo cabelo e bufo com raiva, agora eu ia ter que aguentar a mãe e o pai dela, provavelmente o G se ele quisesse que me provocar.

☘︎

Ella Johnson

-Nossa, bruxinha, você literalmente me magoou.- ela fala enquanto andamos.

-Mãe, você não atende quando eu ligo e só fala comigo quando quer algo.- falo enquanto vejo algumas botas.

-Falaria com você se disesse que está transando com um bilionário.- ela fala cruzando os braços.

-Claro que falaria.- balanço a cabeça e a atendente vem até mim.

Falo com ela sobre o número da bota, ela logo vai pegar meu número e eu sento no banquinho de couro tirando meus saltos, minha mãe olha envolta.

-Agora você compra Gucci, Chanel, Ralph Lauren...e eu continuo com roupas baratas.- minha mãe fala dramática.

-Mãe, eu trabalho, tenho meu dinheiro.- espero as botas.- E você disse que estava namorando com um cara.

-Larguei tudo quando soube que você estava com um bilionário.- ela fala de modo e bufo.

-Não pedi pra você largar.- as botas chegam e agradeço.

São pretas e de couro, estava querendo uma dessas há um mês quando Brenna avisou que iam lançar, e elas cabiam perfeitamente.

Digo que vou levar e minha mãe bufa por que eu não vou levar nada para ela, pego o cartão e os olhos dela brilham por causa disso.

-Você é uma filha bem desnaturada.- ela cruza os braços.

-Não, você não pode falar isso.- a encaro.- Eu sempre fiz tudo para você quando achava que ia tomar um jeito. Não tenho culpa se desisti de você.

-Você podia só me comprar algumas coisinhas.- ela fala e eu guardo o cartão.

-O que, por exemplo?- pergunto.

-Bem...algumas roupas...um carro...- arregalo os olhos.- Um apartamento...

-Não sou eu quem sou a bilionária aqui, mãe.- falo com raiva e ela abre a boca.- Muito menos vou pedir para Chris.

-Ele nem vai sentir esse dinheiro.- ela sussurra quando pego a sacola.

-Chris não é um banco.- o defendo.- Pare de querer arrancar dinheiro, ele não vai dar de qualquer forma....

-Então não tem jeito...- ela suspira.- Você tem que engravidar.

-Ah, puta merda, mãe.- começamos a andar pelo shopping.

-Se ele cansar de você...precisa de uma precaução.- ela segura meu braço.- Está tomando anticoncepcional?

-Mãe...

-Está?- ela pergunta.

-Estou.- bufo. Contra Nora Johnson não se consegue ficar muito tempo sem responder uma pergunta.

-Pare de tomar.- ela fala baixinho.- Fure algumas camisinhas...

-Ok, parou.- fico na frente dela.- Eu realmente queria aproveitar o dia no shopping, por que você me obrigou.- sorrio com raiva.- Então eu vou comprar várias roupas e coisas. Para mim. E você fica quieta.

-Sei que é nova, mas nem precisa criar a criança, é só contratar uma babá.- ela fala calma.- Só pra se ele quiser se separar, você ter uma pensão...

-Parou, mãe!- falo alto e algumas pessoas olham para nós.- Chris e eu não vamos ter nenhum filho agora.

-Você está sendo burra, Ella.- ela continua me seguindo.

-Eu tenho como me manter agora com o emprego.- explico.- E acho que Chris e eu não vamos nos separar.- informo.

-Ah, coitada.- ela ri.- Quando você começar a perder a surpresa ou a magia...

-Meu Deus.- olho para cima pedindo ajuda.

-Eu li as matérias, Ella, ele traiu a esposa com você.- ela explica.- E agora ela está morta.

Paro de repente e minha mãe parece ficar animada por eu ter essa reação, cruzo os braços tentando ficar o mais normal possível.

-Ele é envolvido com algo, não?- pergunta.

Ela sabia reconhecer, o meu pai tinha sido um deles, algo devia ter dado errado já que ela não estava agora arrancando dinheiro dele por mim.

-Não, não está.- minto.- E é sério, se não calar a boca...eu vou deixar você aqui.

Ela começa a falar como eu sou uma filha ruim e ingrata, apenas ignoro e compro minhas coisas e algumas outras para Chris.

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Chris Reed

-Sogro e sogra.- John ri.

-Não é engraçado.- falo tomando a cerveja.

Estamos no cinema da casa, ele chegou perguntando se eu precisava de companhia, Ella deve ter mandado mensagem para ele.

Nádia estava arrumando as coisas do jantar, e eu só conseguia pensar que eu estava fudido demais hoje a noite, estava começando a me preparar.

-É um pouco.- ele sorri.- Aposto que não esperava isso quando a conheceu.

-Não esperava nada disso.- admito.

-Se arrependeu?- ele parece curioso.

-Não.- bebo mais um pouco.- Conhecer Ella foi...uma salvação.

-Que bom ver você todo apaixonado.- ele sorri.- Na verdade, queria apresentar alguém pra vocês...

-Eu não estou apaixonado.- murmuro.

-Claro que está, Chris.- John me observa.- Você faz da terra um inferno por essa menina.- ele fala.- Isso é estar apaixonado.

-Não é.- falo com raiva.

-Acredite no que quiser.- ele balança os ombros.

-Eu não estou apaixonado por Ella.- me levanto.

-Não, só estão morando juntos, dormindo juntos, jantando com os sogros e em breve vão passar o Natal com sua família lá em Londres, estou errado?- ele sorri para mim.

-Você é um idiota, John.- vou até a saída.

-Não é um xingamento!- ele grita.

Eu não estou apaixonado por Ella, tinha quebrado regras demais do começo, não podia quebrar justamente essa, não queria quebrar essa.

Já tínhamos passado por muita coisa, eu queria só ficar com ela, sem compromisso ou nada planejado para o futuro.

Apenas eu e ela.