Chris Reed

-Ele está preso.- Roger explica.- Não parece muito ameaçador já que matamos todos os seguranças que ainda estavam com ele.

-Não sobrou nenhum?- pergunto.

-Não. Meus caras estavam com sede de sangue, averiguaram muito bem.- Roger sorri.

-Obrigado.- pego a arma.

Acho estranho ter aquilo na minha mão, ela disse que podíamos ter armas, mas apenas se elas estivessem bem escondidas. Era só por extrema segurança.

Eu também não queria ficar andando com armas perto da minha mulher grávida. Quero ter todo o cuidado com Ella e Kate, minhas duas meninas. Nem acredito que isso está acontecendo.

Abro a porta da salinha escura, só tem uma luz fraca no centro do quarto apontando para onde Joshua está sentado em uma cadeira de ferro.

-Christopher.- ele sorri.

-Joshua.- fecho a porta e ele franze as sobrancelhas confuso.

-Cadê minha filha?- pergunta.

-Ella não é sua filha.- me aproximo.- E ela não viria aqui para ver um verme como você.

-Eu tentei fazer tudo certo.- ele respira fundo.- Mas você sabe....um acordo é um acordo.- ele me observa.- Você vai saber quando tiver filhos.

-Você não vai viver para saber disso.- destravo a arma.

-O que você fez com G?- ele parece curioso.- Um informante me falou que ele foi encontrado carbonizado.

-Eu o matei, claro.- me aproximo mais.- Porém só descobri depois o que ele fez com Ella. Como ele a marcou como gado.

-Ele queria isso desde que a conheceu.- Joshua sorri.- Já que ela era dele...

-Ela nunca foi dele.- falo furioso.- Ela nunca foi sua para que a desse.

-Não me julgue.- Joshua ri.- Não você.

-Não importa.- guardo a arma na mesa e pego a faca em cima da mesma.- Não pode fazer isso com G, vou ter que me contentar com você.

-Como assim?- ele fica mais agitado.- O que...

Rasgo a camisa de Joshua e me afasto para ver qual é o melhor para fazer isso, quero que ele sofra cada segundo que ela sofreu, quero que seja lento.

-Você vai se arrepender de ter feito isso.- a ponta da faca toca seu peito.- Vai se arrepender de ter mexido comigo.

-Chris....

Joshua começa a gritar enquanto eu começo a entalhar na pele dele, sangue começa a descer e pingar no chão enquanto desenho a inicial do meu nome.

Faço isso tão lentamente que os gritos de Joshua param e percebo que o imbecil desmaiou, finalizo o C e dou batidinhas na cabeça dele.

-Acorda, seu desgraçado.- falo com raiva.

-Eu vou matar você...- ele fala rouco.- Vou matar Ella...

-Não vai conseguir fazer isso do inferno.- pego a arma e atiro em sua perna.

Ele grita mais alto e fecho os olhos adorando o som dos gritos dele, ouço o choro dele e sua voz fina implorando para que eu não o mate.

-Por favor, eu faço tudo...

-Ella nunca vai lembrar de você de novo.- explico.- Ella nunca vai falar de você para ninguém.- minha arma encosta na testa dele.- Ella nunca vai sequer considerar você um pai.

Joshua me encara com os olhos cheios de água e vermelhos enquanto eu sorrio para ele, puxo o gatilho e Joshua cai com um impulso forte para trás.

O chão começa a se encher de sangue e eu dou outro tiro com ele já caído, preciso ter certeza de que ele não vai sobreviver. É daí que daí meu terceiro tiro.

Respiro fundo encostando meu corpo na porta e sento no chão com uma enorme sensação de alívio no meu peito. Finalmente eu e Ella podemos ficar em paz.

Não tem mais nenhum problema entre nós e a nossa felicidade. Vamos ser uma família normal, que mora em uma cidadezinha e que nunca se envolveu com a máfia ou um crime.

Claro que não dá para apagar meus resquícios na máfia, ainda vou ter que ficar atualizando eles e fazendo algumas coisas mais de longe. Mas nunca mais Ella vai sofrer assim de novo.

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Chris Reed

Subo as escadas cansado demais com a viajem de volta, não vim de mãos vazias e espero que ela fique feliz com o que trouxe, demorei muito tempo para escolher.

Passo pelo corredor escuro e vou até a porta do final, abro lentamente e vejo um montinho na cama, sorrio me aproximando com calma para não assustá-la.

Me aproximo da cama e apoio minhas mãos na cama, ela respira fundo e abre os olhos lentamente olhando para mim, sorrio quando ela dá um sorriso de orelha a orelha.

-Você voltou.- ela sussurra.

-Claro que voltei.- beijo sua testa.- Advinha o que eu trouxe?

-O que?- ela se arruma animada na cama.

-Chocolate.- levanto a barra.

-Chocolate australiano!- ela arregala os olhos.

-Gostou então.- sento na borda enquanto ela senta também.

-Amei.- ela pega da minha mão e começa a abrir.

-Como estão?- toco a barriga dela.

-Bem, ela me deixou acordada a noite inteira por causa da bexiga.- ela coloca um pedaço na boca e faz um som incrível.- Isso é incrível.

-Que bom que gostou.- sorrio a observando.

-Como foi lá?- ela fica séria.- Era ele mesmo?

-Sim.- assinto.- Ele morreu. Não tem mais ninguém para incomodar a gente, Ella.

-Graças a Deus.- ela fecha os olhos aliviada.

Seguro a nuca dela e a puxo para um abraço, ela esconde o rosto em meu peito e acaricio suas costas pela camisola fina.

Ainda não amanheceu e eu estou morto de sono, então me levanto e começo a tirar as roupas as jogando no chão, tranco a porta do quarto e deito com ela.

Nos arrumamos na cama e fico com a mão em sua barriga, adoro sentir a barriga de Ella, é a coisa mais surreal que eu poderia sentir.

-Seus pais são incríveis.- ela fala baixinho.- Fizeram o café da manhã ontem e sua mãe fez bolo, omelete...

-Ah, então adorou esses dias comigo fora.- acaricio a barriga dela.

-Não foi isso que eu disse.- ela fala rindo e segurando minha mão.- Pensei o tempo todo em você.

-Ah, é?- levanto as sobrancelhas.- Então não vai sentir falta dos bolos e omeletes?

-Vou, mas você vai fazer só pra me agradar.- ela me observa e eu sorrio.

-Você sempre está certa.- beijo sua bochecha.- Faço tudo por você.

-Que bom.- Ella suspira.- Agora dá licença, eu e Kate estamos com sono.

-Vou ficar por aqui.- nos cubro.

Ela sorri fechando os olhos e se ajeitando na cama, deito de lado e coloco minha mão em cima da sua barriga, Ella parece dormir mais facilmente quando acaricio.

Observo seu rosto e acho que não poderia ter mais sorte no mundo, tive que errar muito para poder encontrar Ella, mas talvez se não tivesse acontecido tudo que aconteceu....eu não tivesse conhecido Ella.

Só sabia que eu passar o resto da minha vida com Ella, e eu estava muito tranquilo em saber que isso iria acontecer.