Haru entrou em surto depois que confessei que estou gostando do Gabo, ela me fez tantas perguntas que até fiquei zonza.

Perguntas como: quando comecei a gostar dele, como é está gostando da cara mais popular da escola, e o que vou fazer.

O que eu vou fazer?

O Gabo não gosta de mim, e ninguém além de mim e ele parece perceber isso, pois a minha melhor amiga não para de tagarelar o quanto vamos ser um casal perfeito namorando de verdade, já que para o resto do mundo já namoramos.

Agora estamos aqui nos arrumando para ir ao colégio, e eu estou estranhamente nervosa como se algo ruim fosse acontecer, não que eu seja uma sensitiva só deve ser a minha ansiedade mesmo.

- Combinou? - Olho para a coreana que mostra a combinação das roupas.

Ele veste uma calça cargo preta, um croped azul de crochê junto a sua tão aclamada bandana da mesma cor, nos pés ele usa um coturno.

- Você está linda. - A elogio terminando de arrumar a boina preta que trouxe para usar junto com a jardineira preta, uma camisa de botões de manga curta, de fundo amarelo com florezinhas de várias cores.

- Você também, bebezinha. - Haru me abraça totalmente animada em plena às sete da manhã.

Quem acorda feliz já perdeu todos os parafusos da cabeça.

Tomamos café com as mães dela, e assim que terminamos uma delas nos leva, especificamente a senhora Yuna, para a escola.

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Todos na escola parecem ter esquecido um pouco da festa da Valentina, até porque o assunto da vez parecia ser uma garota do primeiro ano que está grávida de um dos garotos do terceiro ano.

Isso é o que dá de não termos uma boa educação sexual, em casa e na escola, esse pudor e pensamento retrógrado deveria ser deixado para trás.

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- Está tudo bem? - Gabo me tira dos devaneios que a minha cabeça estava.

Já estamos na mansão dos pais deles, aliás acabamos de chegar depois de um dia de falatórios sobre gravidez na adolescência. Até mesmo uma professora de biologia quebrou as regras puritana da escola para nós explicar sobre preservativos e tudo que envolve sexo sem proteção.

- Estou bem, só pensativa. - Vejo que ele assentiu, enquanto toma a minha mochila de minha mãos.

Gabo vem fazendo isso frequentemente, sempre que chegamos ele leva a minha mochila até o meu quarto como se fosse muito pesada para mim. Sim, eu poderia reclamar e mostrar o meu lado feminista de ser, mas uma coisa que eu aprendi com a minha vó é que somos feministas não burras, se o homem que fazer deixe ele fazer. Estamos lutando por equidade, não para termos problemas do coração se estressado com um possível falso cavalheirismo.

Nem tudo é girassóis.

Quando estamos prestes a chegar na escada somos interrompidos por um chamado feito por Virginia.

- Algum problema? - O filho dela pergunta quando voltamos para a sala de estar.

- O meu final de semana foi péssimo, pois escutei sobre o que você fez na casa dos Zanetti. - A mais velha parece esta possessa comigo, pois ela me olha começando a diferir tais palavras na minha direção. - Eu deixei você ir para a casa da sua amiguinha, porque já não aguentava mais olhar para essa sua cara de songa monga. - Ela se aproxima de mim cuspindo ofensas.

- Mãe? - Gabo a chama, mas a mesma não parece escutá-lo.

Eu apenas me encontro paralisada enquanto ele parece pensar em como me matar.

- Então hoje eu descobri que você está seduzindo o meu filho, enquanto espalha por aí que estão namorando. - Pisco algumas vezes tentando absorver o que ela disse.

Mas foi ela quem deixou que os boatos se espalhassem quando não retrucou o anúncio que foi feito no baile das flores, ela ao menos pareceu se importar e agora está aqui surtando.

- Mãe, chega! - Gabo fica em minha frente. - Não ver o que está dizendo? - Ele parece extremamente irritado, mas não levanta a voz.

- Ela... - O mais alto a interrompe.

- Não, mãe, a Lola não fez nada, nunca fez. - Eu seguro o seu braço em um pedido mundo para que ele pare de discutir, mas de nada adianta, Gabriel parece não está pensando mais nas consequência. - A senhora só ver o pior das pessoas, quando o pior está está em você. Antes dela chegar aqui você já estava enchendo a minha cabeça de coisas ruins sobre ela e a mãe dela, mas ao conhecer ambas vi que você estava e está completamente errada.

- Olha aqui garotoz eu sou a sua mãe, me respeite. - Virgínia grita histérica.

Mais um pouco estarei sem tímpanos.

- Eu estou respeitando, não estou gritando, não estou xingando só estou falando que você está errada em pré julgar as pessoas sem conhecê-las além de me manipular para fazer o mesmo. - Gabo passa o dedos entre os fios negros. - A única coisa que eu te peço mãe, é que pare de ser fútil e não fique medindo as pessoas pelo que elas tem.

- Você não vai defender essa gente dentro da minha casa, seu fedelho!- Céus ela não ver o quanto isso é errado.

- Ótimo, pois eu já estava de saída. - Ao dizer isso ele me segura pelo pulso e saiu me puxando mansão a fora.

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O senhor Jarbas se encontrava do lado de fora da casa, Gabo logo deu ordens para que ele nos levasse para a mesma sorveteira que fui quando conheci Leon.

Confesso que quase pedi para irmos para outro lugar, mas o Gabo se encontra tão transtornado que deixo que me leve para onde quiser.

Chegamos no lugar citado antes, depois de alguns minutos. Não soltamos a mão um do outro um segundo sequer, isso pareceu acalmar o moreno enquanto estávamos no carro.

Nos sentamos no mesmo banco de couro de vermelho, uma ao lado do outro sem ainda me soltar, fazemos nossos pedidos e é quando Gabo se põe a falar depois que a garçonete saiu.

- Desculpa ter te arrastado assim, foi rude da minha parte, mas se eu ficasse lá escutando as coisas horríveis que a minha mãe estava dizendo acho que seria pior. - Ele me olha bem nos fundo dos olhos, vejo a  agonia dele, a vergonha,  mas acima de tudo a tristeza.

- Está tudo bem, sairmos para espalhar um pouco. - Ele assentiu apertando a minha que ainda segurava, como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

- Ela me manipulou tanto que se não fosse você, eu ainda seria o mesmo babaca egocêntrico de antes. - Ele suspirou parecendo entalado com tudo. - Eu não te odeio Lola, talvez eu nunca tenha te odiado, mas foram tantas coisas enfiadas em minha cabeça que estender esse semente horrível pra você. - Gabo segura as minhas duas mãos, me arrumo mais em meu lugar para fitá-lo melhor de frente. - Me desculpa por tudo, que eu disse e fiz você passar, você não merecia o que eu fiz.

- Já passou, confesso que me chateia muito com suas atitudes e palavras, que queria ser sua amiga enquanto achava que você me odiava. - Ele põe uma mecha de cabelo meu para trás da orelha.

- Eu não quero ser seu amigo. - Tento me afastar dele, mas ele me mantém no lugar. - Não quero ser seu, porque gosto de você, Lola.

Meu coração erra as batidas quando sinto ele se aproximar mais, pondo as mãos dele vai até o em meu rosto, quando sinto a respiração dele contra meus lábios.

Mas nem tudo é girassóis.