🌻30🌻
Acordo sozinha em meu quarto, não que eu esperace que o Gabo ainda estivesse ao meu lado, pois seria minimamente esquisito, não?
Me levanto para fazer minha higiene matinal, assim que termino escolho agora mais confortável uma calça moletom branca e meu moletom amarelo com estampa de Coraline.
Sinto uma dorzinha de cabeça chata, acho que estou querendo gripar. Vou descer para tomar café da manhã e tirar esse sábado para hibernar na cama.
Assim que chego na sala de jantar, Gabo e sua mãe já se encontram na mesa. Estranho o fato dele ao menos ter parado em meu quarto para ver como eu estava, mas logo lembro que ele me odeia.
Balanço a cabeça querendo expulsar esse fato dela, além do pensamento que talvez eu esteja gostando dele.
- Soube do vexame que você deu na festa da filha dos Zanetti, peço que se for para ir algum lugar que não manche a nossa reputação. - Meu olhos e boca se abrem na mesma proporção com as palavras que escuto da Virgínia.
Eu mal me sentei e estou sendo bombardeada por algo que eu não tive culpa. Ela achou o que eu me joguei dentro de uma piscina sem saber nadar? Que eu iria ficar calada para as acusações e ofensas feitas a mim?
Me ponho de pé sentindo a fome esvair por completo, não digo nada, apenas saio em direção onde durmo.
Como eu odeio esse lugar!
- Lola. - Gabo vem atrás de mim, mas não paro de andar o ignorando.
Aparentemente eu não ando tão rápido quanto pensei, pois logo sou interceptada pelo mais alto que segurava o meu pulso me impedindo de dar mais um passo que seja.
- O que foi? - Pergunto tentando não parecer grossa, mas falhando miseravelmente.
- Não... não pense tanto nas palavras da minha mãe, ela não estava lá, então não sabe o que aconteceu. - Ele diz meio afobado.
Então por que a mesma não fica calada? Penso em perguntar, mas não faço.
- Ok. - É que digo tentando me soltar dele.
- O que vai fazer agora? Você ainda não tomou café da manhã. - Gabo constata o óbvio.
- Não estou muito bem, então vou voltar para meu quarto. - Digo o que acho ser bom, talvez descansar um pouco mais fará bem.
Gabriel parece pensar no que dizer, até que algo parece se acender em sua mente.
- O que acha de assistirmos algo juntos? Vou pedir para a Nina preparar coisas gostosas para nós. - Sua oferta me faz ficar realmente surpresa.
Ele está me convidando para algo, por conta do que sua mãe fez? Isso tudo é pena?
- Não posso usar o cinema. - É uma das regras tolas da mãe dele.
- Quem falou em cinema? Tem uma TV no meu quarto. - Ele fala como se fosse óbvio, e talvez seja.
- Está me chamando para ir no seu quarto? - Minha voz sai um tom mais fina que o normal.
- Por que, algum problema? Só vamos assistir algo. - Ele parece um pouco ofendido com o que falei.
- Não acha que sua mãe vai implicar?
- Ela vai sair daqui a pouco. - Eu quase solto um suspiro de alívio, mas por educação não faço.
- Então tudo bem, eu vou. - Gabo abre um sorriso realmente empolgado.
Ele sai correndo de volta na direção de onde veio, me deixando para trás sem entender. Confesso que a empolgação dele é particularmente fofa. Resolvo me sentar no degrau da escada enquanto espero o mesmo voltar, o que não demora muito.
Ele vem com uma bandeja em mãos, o que parece ser o café da manhã.
- Como ainda não comemos, peguei o que já tinha, mas vão preparar alguns lanches e levar no meu quarto mais tarde. - Eu assinto me pondo de pé.
- Quer ajuda? - Eu ofereço, mas ele rapidamente nega.
Começamos a subir a escada e eu o sigo até a porta do tão temido quarto, o qual eu ao menos sei como é por dentro.
- Você pode abrir? - Gabo pergunta sobre a porta, aceno que sim atravessando sua frente.
Assim que abro posso ver que o quarto dele parcialmente as paredes pintadas de preto, possui alguns quadros e discos de vinil nas mesmas, existe uma mesinha de estudo e sua cama de casal, duas portas decoradas com dó fotos ambas devem para o banheiro e para o closet, possui também no canto perto da porta de correr que dá para varanda, a qual está coberta por uma cortina preta fina, um violão e um guitarra postas em seus apoiadores.
O Gabo é realmente um músico.
- O que devemos assistir? - Ele perguntou pondo a bandeja em cima da cama.
Faz tanto tempo que assisti televisão que ao menos sei o que está passando de bom na mesma.
- Não sei. - É o que respondo sentando sem ser convidada na beirada da cama.
Pego um dos pãezinhos e começo a comer, mesmo não estando com tanta fome.
- O que acha da maratonar-mos uma série? - Eu assinto esperando ele ligar a TV que fica na parede de frente a cama, junto a uma prateleira de livros que fica ao seu adorno.
Eu adoraria ter um para ler, outra coisa que não faço a um bom tempo aqui, se não for contar os livros didáticos.
Gabo passa um bom tempo na escolha, sempre me perguntando qual eu preferia enquanto comíamos o café da manhã que ele trouxe.
Decidimos por uma que instigou a nós dois, a mesma parece contar a história de uma garotinha que tem super poderes e parece ter fugido de algum lugar, ela possui cabelos raspados e pelo trailer sangra pelo nariz.
- Vou pôr aqui. - Ele pega a bandeja que agora está apenas com os utensílios e põe na sua mesinha de estudos.
Gabo liga o ar-condicionado e tira os sapatos para subir mais na cama encostando as costas na cabeceira da mesma, ele me chama para fazer o mesmo, hesito um pouco para fazer mas o faço. Tiro meus chinelos e vou sentar ao lado do moreno, o frio começa a apertar então quase que automaticamente me cubro com as cobertas agora bagunçadas da cama.
Ficamos assim por um bom tempo vidrados na tela, comentando algo uma hora outra até sermos interrompidas por Gina que trás um lanche para nós dois, ela pergunta se vamos almoçar e diz que já passou da hora mas nós negamos, Gabo pede para mesma apenas nos chamar para jantar se caso não tivéssemos lá embaixo na hora.
Ele trouxe uma porção de sanduíches naturais, fatias de bolo e algumas besteiras como salgadinho e chocolate.
Eu pego um dos sanduíches e começo a devorar junto com o refrigerante em lata que veio, talvez hoje não seja um dia tão saudável assim.
- Você já leu todos? - Me refiro aos livros na estante à nossa frente.
- Acho que sim, se não li foi porque ganhei de presente e não me interessei muito. - Acho que entendi.
- Sinto falta de ler. - Resmungo lendo alguns títulos dos dele.
Ele tem sagas incríveis, algumas que sempre tive vontade de ler mas não tive a oportunidade, Haru me contou que consigo ler alguns online mas ainda não paramos para ela me ensinar a como fazer.
- Quer algum emprestado? - Meu olhos se arregalaram em surpresa, mas logo tento disfarçar.
- Se eu fosse você não emprestaria os meus livros para quem eu odeio. - Digo em uma forma humorada, mas que pela cara dele não cai tão bem. - Estou brincando, não precisa ficar assim, não precisa me emprestar.
- Você se sente mal por isso? - Ele perguntou baixo demais, quase que não o escuto.
- Por você não emprestar? - Pergunto confusa.
- Não, pelo o que eu disse em te odiar? - Questiona no mesmo tom de antes.
- Bom, não é bem a coisa mais legal do mundo, eu adoraria que você me considerasse um amiga algum dia assim como eu já te considero, mas tudo bem. - Digo sentindo uma pontadinha no peito.
Não está tudo bem, não quando acho que estou gostando dele de verdade.
Gabo não fala nada voltando a prestar a atenção na série, o clima fica estranho por um tempo mas logo descontraímos novamente.
- Lola. - Ele me chama como sempre antes de falar o que quer, vejo que lá fora já está escuro, o que mostra que faz horas que estamos aqui.
Claro que nesse meio tempo, fomos ao banheiro, respondemos nossos amigos por mensagens, tomamos água, mas basicamente foi um breve hibernar acordados.
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