Eu nunca tive uma semana tão corrida e esquisita comessa que se passou.

Bom eu fui para escola na terça-feira pois eu me sentia bem depois da febre que tive, o mais esquisito foi o Gabo pergunta todas as vezes que teve uma oportunidade se eu estava sentindo algo.

Claro que teve gente que notou o comportamento anormal dele, Nick e Haru que são meus amigos mais próximos, uma garota da nossa turma perguntou se tinha acontecido algo comigo no dia anterior pro Gabo está tão protetor, isso mesmo meus amores, a menina interpretou como proteção a loucura do mais alto, eu como uma boa atriz apenas me fingi de boba e que não tinha percebido.

O resto da semana ele ficou tranquilo, apesar de ficar mais comigo e o casal inseparável, do que com os amiguinhos deles, pela forma que a Valentina nos olhava ela não gostou do que via, mas eu não cheguei a me importar o suficiente.

Eu tive minha primeira aula de fotografia que com toda certeza foi a melhor aula do mundo, eu já me apaixonei por cada técnica dada pelo professor. Gabriel realmente me emprestou a câmera dele, o que me ajudou mais na hora das aulas. Também fui nas de teatro, a mesma que mesmo com uma semana apenas está me ajudando a ficar mais desinibida.

A pior parte dessa semana que passou foi ter o olhar assustador de Leon sobre mim, eu sempre o pegava olhando em minha direção, o mesmo ao menos disfarçava dando os sorrisos cafajestes todas as vezes que via que eu tinha percebido.

Uma coisa que me deixou reflexiva e um pouco triste nesses últimos dias, é o fato do Gabo me odiar, isso vem me incomodando tanto que não sei mais o que fazer.

Se ele me odeia por que não se mantém afastado?

Jogo esses pensamentos para depois, pois agora estou aqui em uma ligação com Haru que está tentando me convencer a ir em um parque de diversões que está na cidade.

"Vamos, por favor." Ela praticamente implora mais uma vez.

Antes que eu diga mais um não alguém bate em minha porta, e mesmo com protestos da minha amiga eu desligo a ligação. Vou atender a porta dando de cara com um Gabo vestido de pijama, fofo, todo descabelado.

- A Haru falou com você sobre o parque? - Ele pergunta e eu assinto confusa. - Eu estava falando com o Nick e ele me convenceu a ir, mas não quero pagar de vela. - Ele coça a nuca olhando para os próprios pés.

- Está dizendo para eu ir? - Ele assente. - Então você me deve um sorvete, agora até amanhã. - Informo a ele que apenas faz um gesto de sim com a cabeça.

- Amanhã pedimos ao seu pai, assim não saímos encrencados por sairmos sem falar, ok? - Eu me sinto melhor assim.

🌻🌻🌻

Pela manhã de domingo durante o café da manhã, eu e o Gabriel resolvemos que era uma ótima hora para pedir.

No caso maravilhosa, pois a senhora Borges viajou com a mãe do Nick esse final de semana.

- Pai, eu e a Lola podemos ir a um parque de diversão com nossos amigos, hoje? - Gabo rapidamente pergunta assim estávamos quase terminando de comer.

- Claro, qualquer coisa posso ir buscar vocês. - Nós assentimos, pela primeira vez na vida nos olhando com olhares cúmplices, como se fossemos amigos. - Cuide da Lola, da última vez que ela saiu a noite ficou doente e a sua mãe não vai gostar de ver você como ficou. - Gabo a arregala os olhos, enquanto eu estreito os meus.

- Como assim? - Pergunto curiosa.

- O Gabo ficou super preocupado com você...

- Pai! - Um chamado alarmante do filho dele não o faz parar de falar.

- Mas a Virgínia achou que ele também poderia ficar doente, se ele cuidasse de você como queria. - Doutor Miguel explana tudo.

- Pai! - Mais um chamado de Gabo, dessa vez o mais velho se cala, mas não contém um risinho.

OK, isso foi estranho.

🌻🌻🌻

Quando começo a me arrumar já são um pouco mais que três da tarde, na verdade me encontro sem saber o que exatamente vestir.

Quando estou quase desistindo de escolher, tirando peça por peça na sorte, sou chamada por Gabriel. Ainda de roupão, sem pudor algum, até porque não estou mostrando nada de mais.

- Oi. - É o que falo assim que abro a porta.

O mais alto parece que paralisou por uns segundos, vejo seus olhos escuros deslizar dos meus pés até o meu rosto, bom, acho que ele nunca viu ninguém de roupão.

- É... bom... - Ele tenta falar, mas só gagueja.

- Gabriel, eu tenho que me arrumar, agradeceria se você fosse mais rápido. - Digo, lançando um sorrisinho para ele.

- Foi mal. - É o que apenas diz, então faço um gesto de mão para que o mesmo continue a falar. - Eu trouxe pra você. - Vejo ele tirar a camiseta que eu gostei no shopping, a qual ele comprou e usou na segunda passada.

- Mas você usou. - Constato em voz alta.

- Mas eu lavei, e pensei que você fosse gostar de usar ela hoje. - Ele se defende.

- Você sabe que não vou recusar, não é? - O mesmo assente esticando o braço com o tecido na mão, o qual eu pego. - Bom, vou me arrumar já desço. - Ele apenas acena que sim e sai em direção ao próprio quarto.

Em poucos segundos penso no que vestir, junto a camiseta escolhe um short jeans meio folgado, ponho a blusa para dentro do mesmo, pego meu tênis all star amarelo, bouquet da mesma cor, e por fim a minha jaqueta amarela para ocasiões especiais.

🌻🌻🌻

O parque de diversões é muito mais bonito e grande do que imaginei. O Doutor Miguel que trouxe eu e o filho, assim como vem nos buscar.

- O que vamos fazer? - Pergunto me sentindo particularmente eufórica.

- Vamos em algum brinquedo, pegar o pique da coisa. - Haru fala transmitindo mil vezes mais alegria que eu.

Então nós quatro começamos a ir em direção a um que parece um barco gigante, tenho quase certeza que é assustador de tão alto que vai.

- Vou pedir a Haru em namoro hoje. - Nick me conta assim que ela vai comprar os ingressos na bilheteria do brinquedo.

- Onde? - Perguntou abrindo um sorriso.

Antes que ele responda, Gabo praticamente empurra o loiro ficando entre nós dois, reviro os olhos para não dar um tapa no mais alto.

Logo Haru volta então vamos para fila, que é especialmente rápida. Por sorte ou não, as pontas do barça estavam vazias então o casal de quase namorados resolveram que era uma ótima ideia nos separarmos e ir dois em cada ponta, o caso deles em um e eu o Gabriel em outra, tentei protestar, mas de nada adiantou.

Adrenalina e o frio na barriga que dá, só me fazia gritar a todos os pulmões, o moreno também fazia o mesmo ao meu lado pareciamos dois malucos que estavam prestes a morrer. Em determinado momento segurei a mão dele e a levei para cima junto com a minha, foi nesse momento que gritamos mais alto enquanto apertamos nossos dedos.

Por fim a barca para, então começamos a sair e assim que saímos do brinquedo as pessoas resolvem se amontoar em nossa frente, nos impedindo de chegar até nossos amigos que acabam sumindo.

- Cuidado. - Escuto o moreno dizer me puxando, acabo me chocando contra ele, melhor ir contra o mesmo do que pelo cara de quase dois metros e que parece pesar muito.

Mas e agora? Onde estão os outros dois?