Capítulo 45: Por Que Demorou Tanto?
- Tem certeza que ele está aqui? - Beatriz praticamente gritou no meu ouvido assim que entramos na boate.
- Sim. - respondi, no mesmo tom que ela.
Quando Diego não se sentia bem ele ia para lugares barulhentos e enchia a cara.
E, como ele não estava atendendo minhas ligações, minha única opção foi ir atrás dele.
- Peter está ligando, vou atender lá fora. Boa sorte. - a ruiva disse depois de pegar seu celular.
Depois que ela saiu, eu fui procurar meu próprio namorado. Encontrei ele sentado no bar conversando com uma loira bem bonita.
Me aproximei, e quando Diego me viu, não pareceu feliz.
- Veio me tornar um homem solteiro? - perguntou, e tomou uma bebida que eu não conhecia, mas que tinha um cheiro forte.
A loira que estava com ele apenas ficou lá observando nós dois.
- Eu disse que a gente precisava conversar. - falei, sentindo que ele não ia facilitar.
- Não precisa, eu já entendi tudo, Helena. - disse, em um tom amargo. - Você não tem o mesmo sentimento que tenho por você.
- Vamos sair daqui...
Ele bateu o copo no balcão e levantou me fazendo erguer a cabeça para encarar seus olhos castanhos.
- Não. Se você veio mesmo terminar comigo, eu sei que um dia vou te agradecer muito. Mas hoje não é esse dia.
Ele se afastou e me deixou com uma loira muito curiosa.
- Por isso que eu não namoro. Namorados são emotivos demais - ela disse.
- Talvez. - murmurei, e sentei no lugar que o Diego ocupava segundos atrás.
A loira empurrou o copo que era do Diego na minha direção.
- Toma isso. É bom para aliviar a mente. - exclamou, antes de se afastar.
Eu sabia que tentar falar com o Diego de novo só iria piorar as coisas, então eu tomei a bebida que a garota desconhecida me deu e fiz uma careta logo em seguida.
- Que merda é essa? - perguntei para ninguém em especial.
- A bebida mais forte que temos. - o barman respondeu quando se aproximou.
Foi minha vez de empurrar agora o copo vazio na direção dele.
- Então eu preciso de mais um pouco dela.
- Eu tenho 20 anos e não faço ideia do que fazer da minha vida. Isso é frustrante porque minha melhor amiga já tem o futuro dela todo planejado. - falei para o barman que me contou que seu nome era Charles. - Eu acho que alguém lá em cima me odeia muito.
- Sua vida só começou agora, não fique tão desesperada. - Charles disse. - E acho que já está na hora de você parar de beber.
Ele tirou o copo da minha frente e eu não reclamei porque ele tinha razão.
- Eu vou embora. - avisei, e lembrei de uma certa ruiva.
Beatriz foi embora e nem me avisou. Coloquei a mão no meu bolso e lembrei que deixei meu celular no carro.
- Posso chamar um táxi pra você. - Charles ofereceu.
Balancei a cabeça de forma negativa piorando minha tontura.
- Não, eu mesmo chamo. - falei, tentando levantar. - Eu nunca mais vou beber.
- Sei. - Charles sorriu e eu voltei a encarar seus olhos.
- Barman e conselheiro... Você devia ganhar um extra por isso. - falei.
- Não é uma má ideia. - disse e foi atender outro cliente.
Andei até a pista de dança e acabei esbarrando na loira que me deu a bebida.
- Ei, já está indo? - perguntou, e percebi que ela estava suada de tanto dançar.
- Tô cansada e um pouquinho bêbada. - contei. - Tenho que te agradecer por isso.
Ela riu.
- Até algum dia então. - ela disse e eu me afastei caminhando até o lado de fora.
Vi meu carro estacionado na rua e fui até ele. Depois de me aproximar do automóvel e pegar as chaves, eu congelei quando ouvi uma voz falar:
- Você não acha que bebeu demais para dirigir por aí?
Virei na direção daquela voz já sentindo meu coração acelerado.
Não era possível.
- Você não está aqui. - murmurei, cogitando a ideia da minha cabeça estar tão ferrada que eu estava vendo coisa. - Não está.
Bruno estava noivo e ia casar ano que vem, então não tinha porque ele estar agora parado na minha frente.
Eu fiquei tanto tempo esperando ele aparecer nesses últimos anos que já estava ficando doida.
- Helena, larga essas chaves. - pediu enquanto me observava tentar abrir a porta do carro.
- Eu não vou dirigir. - exclamei, me sentindo uma idiota por não conseguir abrir meu próprio carro. - Só quero pegar meu celular.
Eu ia chamar um táxi e mandar uma mensagem para a Beatriz para saber porque ela foi embora sem me avisar.
Bruno começou a se aproximar como se fosse para me ajudar e eu acabei deixando as chaves escaparem da minha mão.
Ignorei elas e mantive meus olhos nele.
Por um momento eu fiquei com medo de piscar e ele sumir.
- Por que você está aqui? - perguntei, e foi quase um sussurro.
Bruno pegou as chaves do chão antes de responder:
- Não é o tipo de conversa que a gente vai ter na frente de uma boate enquanto você está claramente bêbada. - disse, em um tom que me irritou.
Ele tocou meu braço como se fosse para me levar até seu carro, e sentir seu toque depois de tanto tempo foi como levar um choque. E esse choque bagunçou ainda mais minha cabeça.
- Você não devia estar aqui. - falei, ficando mais confusa que o normal.
Comecei a andar para trás tentando me afastar dele e quem sabe ter um pensamento coerente, só que eu tinha bebido demais pra isso.
- Helena. - ele disse meu nome e tentou se aproximar, mas eu me afastei mais.
Tudo parecia um sonho e era como se eu fosse acordar a qualquer momento.
Ouvi uma buzina e virei para ver um carro vindo na minha direção.
Bruno segurou meu braço e me puxou para seus braços me tirando da rua. O carro que buzinou passou tão rápido do nosso lado que bagunçou meu cabelo.
- Tudo bem? - o loiro perguntou preocupado enquanto ainda me segurava em seus braços.
Eu ergui a cabeça e encarei seus olhos azuis caindo na real.
- Você está aqui. - falei, e me perguntei porque ele tinha demorado tanto.
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