2. Henrique e Ela
Título original: Encontro Inesperado
O dia estava agradável para caminhar na beira do mar, e assim que acordaram, Madson e Laura colocaram seus biquínis, tangas e tudo mais e desceram a rua tranquila até as areias nuas da praia dos Corais.
Ao chegarem lá perceberam um grupo de sungas e shorts, todos sem camisa, um paraíso para as duas amigas solteiras. Eram bombeiros em treinamento para salva vidas.
Assim que Henrique as viu se aproximando com certo interesse, logo apresentou o projeto de bombeiros para aquele verão e perguntou se gostariam de falar sobre o que seria o projeto para os moradores, sendo ela uma porta voz do bairro. Depois de analisar bem o comandante, só de sunga Box, com aquele corpo atlético e o bronze perfeito em sua pele naquele início de verão, Madson não conseguiu recusar. Jogou uma piscadela para a amiga e seguiu o líder dos bombeiros até a frente do grupo.
Ela começou falando da importância que um salva vidas tem para os moradores e turistas e ressaltou a necessidade de ter pelo menos um nas praias, e comentou sobre a vez que foi salva por um salva vidas no verão passado.
Todos ficaram maravilhados com seu relato, inclusive sua amiga que ouvia atentamente, pois não estava com ela quando aconteceu e Madson nunca falou muito.
As meninas se despediram da turma para sua caminhada matinal, e desejaram boa sorte na seletiva que estava para acontecer. Ela sentiu mais garra e determinação nos olhos dos meninos depois do seu relato de sobrevivente, passando para eles a importância do trabalho, e assim eles caíram na água, onde ela quase se foi.
Foi quando ela mirando o mar refletido pelo sol quase como naquela manhã de trinta de dezembro de dois mil e quinze, começou a relembrar o que aconteceu, como se ela estivesse revivendo aquele dia e aquelas lembranças.
Enquanto Laura tirava selfies tranquilamente, Henrique olhava Madson de longe enquanto cuidava de seu cronômetro no pulso. Logo percebeu que tinha algo de errado com a garota, que se mexia de um jeito estranho enquanto olhava o mar, de costas para ele e Laura, que continuava distraída. Tentou se conter, mas relutante foi verificar se a moça precisava de ajuda.
Ele chegou perto o suficiente para perceber que a inspiração não estava normal, ela tinha problemas para respirar, seu rosto tinha uma coloração estranha, logo ele entendeu o que estava acontecendo, quase. Ele começou a chamar pelo nome da garota e quando ela não respondeu, ele segurou seus braços que estavam paralelamente ao lado do seu corpo e começou a gritar coisas do tipo "volte para a realidade" e chamou seu nome novamente, então ela "acordou", voltou a respirar com um suspiro longo e agoniante e caiu de joelhos aos prantos. Sua amiga ouviu alguma coisa, procurando pela agitação correu até eles.
— Mas o que aconteceu aqui? — Laura perguntou assustava e Madson ainda choramingava baixinho.
— Eu não sei ao certo o nome do estresse pós-traumático, mas é quando uma vítima de alguma situação traumática revive o episódio, como se tivesse lá. As sensações, cheiros, tudo vem à tona é como um pesadelo, mas pior.
— Acho que não foi muito bom ela contar sobre sua experiência — a amiga disse se ajoelhando para abraçar Madson e entendendo o que se passou com ela.
— Não, não foi, ela ativou o gatilho dessa memória que se intensificou depois — ele disse com convicção.
— Eu estou aqui — Laura disse baixinho para a amiga e Henrique sentou- se ao lado dela em silêncio.
— Obrigada — a moça conseguiu dizer com a voz embargada, ela se forçava a falar. Doía fazer isso.
— Nós vamos para casa agora, Comandante, muito obrigada pela ajuda.
— Tudo bem, sempre é um prazer poder ajudar. Podem me chamar de Henrique — ele diz sinceramente, e pede o contato para poder ligar depois e saber como Madson estava.
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Algumas horas depois o treinamento e seletiva dos salva vidas da pequena cidade Solariella, o comandante Henrique se despede dos seus pupilos e caminha apressadamente até seu carro estacionado na rua da praia, perto da casa se salva vida.
Quase meio dia e sol a pino daquele início de verão tropical, ele entra no carro já abaixando os vidros para refrescar o veículo, enquanto isso ele mandava mensagem para o telefone de Laura.
Henrique estava com receio desse contato, mas ele sentia que precisava saber como a garota estava. Ele não sabia bem ao certo como fazer, mas ele sentia no dever de tomar alguma iniciativa.
Laura que não é boba e percebera os olhares da amiga para o bombeiro, fez o que qualquer melhor amiga faria, disse a Henrique que ela estava melhor, e que ela adoraria ver ele e agradecer o gesto de solidariedade pessoalmente e em melhores condições. Nessas palavras. Madson protestou a intromissão da amiga, mas deu um sorriso tímido ao ler a resposta de Henrique no celular da amiga: "te encontro às 18 horas, você gosta de sushi?".
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Na hora marcada Henrique buzina em frente à casa dos pais de Madson, e ela em menos de um minuto apareceu.
— Então moça, você mora aqui ou está passando a temporada? — ele pergunta depois de se cumprimentarem e partirem rumo ao restaurante japonês no centro da cidade.
— Eu estou passando a temporada, mas a casa é nossa, e pretendo me mudar para cá.
— É um ótimo lugar para se viver, o clima é agradável, a qualidade de vida é muito boa, você vai gostar. — ele responde enquanto manobra em frente ao restaurante.
Madson sente algo familiar nele, e logo o desconforto e ansiedade vão embora com a brisa fresca. E Henrique sente aquele sentimento de proteção só aumentar.
Estaria ele se apaixonando?
Ela o corresponderia?
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