henry é o problema
Dentro da cabana, o cheiro suave da sopa que Maria preparava pairava no ar, criando um contraste com a tensão crescente. Carol, com James no colo, finalmente deixou de rodeios.
- Ele quer ir para Hilltop. Aprender com o ferreiro." – ela concluiu, o tom direto, mas com um leve traço de hesitação.
Daryl, que estava inclinado contra a mesa, estreitou os olhos e resmungou:
- E onde isso é problema meu?" – a irritação em sua voz era clara.
Antes que Carol pudesse responder, Maria interveio, pisando no pé dele com uma firmeza inesperada.
- Daryl!" – ela o repreendeu, os olhos castanhos cravados nele.
Daryl resmungou algo inaudível, mas manteve a postura. Maria não era de confrontá-lo com frequência, mas quando fazia, ele sabia que não adiantava discutir.
James, no colo de Carol, começou a rir, como se achasse a cena a coisa mais divertida do mundo. O som inocente do bebê fez Maria sorrir, mesmo que estivesse séria. Já Henry, parado perto da porta, ficou vermelho, desconfortável com o rumo da conversa.
Carol, aproveitando o momento, decidiu apertar o cerco.
- Preciso que cuide dele. Um pedido de amiga." – a voz dela era suave, mas o olhar fixo em Daryl era firme, quase desafiador.
Daryl soltou uma risada seca, sem humor, e cruzou os braços.
- E quem cuida dos dois?" – ele rebateu, inclinando a cabeça em direção a James, que ainda ria para ele, e a Maria, que estava ocupada tentando limpar a boca do bebê com um pano.
Maria olhou para ele, surpresa com o tom defensivo. Por mais que entendesse os instintos protetores de Daryl, ela não esperava que ele fosse tão direto. Carol, por sua vez, continuou a encará-lo, sem ceder.
- Você sabe que ele precisa disso, Daryl. Henry é... diferente. E Hilltop é um lugar bom pra ele aprender e crescer." – Carol fez uma pausa, antes de acrescentar: – "E ele precisa de alguém que o mantenha no caminho certo."
- Não sou babá de moleque teimoso." – Daryl rebateu, mas havia algo mais na sua voz – um conflito interno que ele tentava esconder.
Maria, ainda limpando James, suspirou e decidiu entrar na conversa.
- Daryl, talvez... não seja tão ruim assim. Podemos ajudar. Ele só precisa de orientação, e você é bom nisso, mesmo que não admita."
- É, e quem ajuda vocês enquanto eu tô cuidando dele?" – Daryl retrucou, o tom mais baixo, mas ainda firme. Ele olhou para Maria e James, e sua expressão suavizou por um momento. – Vocês são minha prioridade."
Carol observou a interação, percebendo o quanto Daryl havia mudado desde que tinha sua própria família. Mas isso não a impediu de insistir.
- E se fosse o contrário? E se fosse James? Não iria querer que alguém o ajudasse se você não pudesse?
Daryl ficou em silêncio por alguns segundos, processando as palavras dela. Ele olhou para Henry, que evitava seu olhar, claramente desconfortável. Havia algo naquele garoto que o lembrava de si mesmo, e ele odiava admitir isso. Por fim, ele bufou, passando a mão pelos cabelos.
- Eu penso no assunto." – ele murmurou, saindo pela porta sem dizer mais nada, deixando Maria e Carol trocando olhares.
Maria sabia que ele não gostava de mudanças, mas também sabia que Daryl era um homem de bom coração. Mais cedo ou mais tarde, ele faria o que achava certo mesmo que isso significasse sair da sua zona de conforto.
um pouco mais tarde, carol queria uma resposta mais ousada de Daryl.
Daryl bufou, cruzando os braços e lançando um olhar cortante para Henry, que estava em pé perto da porta, desconfortável com o clima pesado.
- Já disse, não sou babá de moleque. – ele resmungou, a voz baixa e ríspida.
Carol estreitou os olhos, mas manteve o tom neutro:
- E se vocês fossem juntos? Você, Maria e James. Hilltop é um lugar seguro. Mais estruturado. Seria bom pra vocês também."
Daryl soltou uma risada seca, balançando a cabeça com incredulidade.
- Não vou arrastar minha família por aí só por causa de um moleque teimoso.
Henry tentou intervir, a voz hesitante:
- Ou... eu poderia ficar em Hilltop, e o Daryl só me ver durante o dia."
- Melhor ainda." – Carol murmurou, um sorriso tranquilo brincando nos lábios, claramente satisfeita com a tentativa de Henry de ajudar.
O olhar de Daryl escureceu, e Maria percebeu que ele estava pronto para explodir. Ela interveio antes que as coisas saíssem do controle.
- Que tal dar um tempo pra ele pensar primeiro?" – Maria sugeriu, sua voz gentil, mas firme. Ela sabia como acalmar Daryl quando ele ficava prestes a perder a paciência. – "Fiquem aqui alguns dias, e depois conversamos sobre isso com calma."
Enquanto falava, ela sentiu Daryl apertar levemente sua perna debaixo da mesa, um gesto que não era de ameaça, mas de busca por calma. Ele precisava se ancorar nela para não deixar sua irritação tomar conta. O toque, mesmo discreto, ajudou a relaxá-lo, e Maria retribuiu com um olhar que dizia que tudo ficaria bem.
Carol, percebendo o clima, deu um suspiro de resignação.
- Tudo bem. Ficamos por uns dias, mas não por muito tempo. Hilltop não pode esperar pra sempre."
Daryl não respondeu, mas sua postura rígida começou a relaxar. Ele sabia que a decisão não seria fácil, mas Maria havia conseguido, mais uma vez, evitar que ele explodisse. Enquanto Carol pegava James novamente no colo, brincando com ele, e Henry olhava para o chão em silêncio, Maria lançou um pequeno sorriso para Daryl.
Ele resmungou algo inaudível, mas ela sabia que ele estava começando a considerar as possibilidades, por mais que relutasse em admitir. Afinal, proteger sua família era sua prioridade mesmo que isso significasse lidar com a visita inesperada de Carol e os pedidos que ela sempre trazia consigo.
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