CAPÍTULO 8
Sou à prova de balas, nada a perder
Atire, atire
Ricocheteiam, você acerta o alvo
Atire, atire
Você me derruba, mas eu não caio
Sou de titânio
Você me derruba, mas eu não caio
Sou de titânio
Titanium — David Guetta e Sia
Depois de me recompor por tudo aquilo que passei, me sento ao lado do meu carro e suspiro aliviada por ter conseguido entrar na corrida e estar viva.
— Há rocambole nós vamos vencer essa corrida e eles finalmente vão me ver como uma corredora. Ninguém mais vai me machucar de novo, principalmente aquela Lollie.
Fecho meus olhos e apenas sinto a brisa doce se instalar em meu nariz. Escuto um coçar de garanta e quando abro os olhos, todos os outros corredores estavam a minha volta, e Lollie me olhava brava com as mão na cintura.
— Oi galera! Turu bom? — Pergunto sarcástica me levantando.
— Pensa mesmo que pode correr, S/n? — Lollie pergunta se aproximando.
— Bom meu nome já está na programação da seleção, então: Sim!
— Resposta errada! Doce S/n você não pode correr, vai estragar tudo, bugs não correm. Você é uma espécie de... — Ela para pra pensar e meu olhos começam a formar lágrimas, mas ergo minha cabeça — Bomba relógio, pode explodir a qualquer momento. Não viu a segundos a trás? Você quase explodiu tudo.
— Não é para tanto, Lollie.
— Para uma pessoa como você todo cuidado é pouco — Ela faz sinal para os outros corredores e eles vão se aproximando do meu carro.
— O que vão fazer?
— Garantir que você não participe da corrida — Eles chegam perto e começam a destruir meu carro, eram muitos, eu não podia fazer nada a não ser gritar e chorar.
Tento empurrar um deles, mas o mesmo me empurra e eu caio no chão, não tenho forças para levantar então assisto a cena no chão mesmo.
— Parem com isso. AGORA! — Escuto uma voz grave gritar, um cujo eu acho que já ouvi antes.
— Sam! — Lollie diz toda melosa.
— Deixem a garota em paz! — Eles saem de perto do carro — Destroços do carro — e vão para perto de Lollie. Eles têm medo de Sam. Dou um sorriso de canto de boca quando percebo.
— Invadiu meu jogo para defender um bug?
— Não estou defendendo ninguém. Só não acho que o que estão fazendo é certo.
— Não pode entrar no meu jogo e dar ordem, Samuel. Acha que eu esqueci do que fez comigo na noite da festa?
— Eu sinto muito pelo que fiz com você, mas não quero que leve isso para o lado pessoal, a garota não tem nada a ver.
— Você é um idiota — Ela diz dando um leve empurrão nele — Vamos pessoal — Ela chama e eles se posicionam em seus carros — E você, Docinho, não passa apenas de uma falha no sistema, não vai ser uma corredora — Abaixo a cabeça com sua afirmação. Ela pode estar certa.
Eles saem com o motor a todo vapor. Me levanto e corro para meu carro.
— Não! — Digo chorando com pequenas partes do carro em mãos — Não podiam fazer isso — Percebo o olhar do rapaz sobre mim — Tá olhando o que?
— De nada, ok!
— Obrigada! — Digo baixinho. Ele se senta ao meu lado.
— Sinto muito por isso.
— Tudo bem. Tô acostumada. Só não pensei que meu sonho seria destruído tão rápido — Respiro fundo — Você seria um ótimo carro rocambole. Aquela sua namorada é uma idiota, igual você.
— Eu te ajudo e você ainda me insulta? Em primeiro lugar: ela não é minha namorada. Segundo lugar: Quem deveria estar bravo aqui era eu, você me roubou. Se lembra disso?
— Lembro e foi o furto mais inútil que já fiz.
— Para que queria a medalha?
— Precisava dela para entrar na corrida, todos os corredores aqui ganham uma quando atravessam a linha de chegada, mas, como nunca me deixaram participar, eu não tinha. E você? Pelo que sei você também deve ter roubado de alguém, já que seu jogo não tem medalha.
— Preciso dela para salvar um amigo — Levanto meu olhar para encontrar com o dele.
— Me desculpa mesmo, se soube nunca teria tirado ela de você.
— Se tivesse me escutado por pelo menos 5 segundos saberia.
— Desculpa — Digo bem baixinho, virando o olhar para o outro lado. Ele coloca a mão em cima da minha.
— Não tem problema — Fico nervosa com tanto contado. Um que eu nunca tive. Que meu sistema entende isso como uma ameaça e um dou um tchitch. A onda de eletricidade, fraca, atingue a mão do cara alta e bonito.
— Me desculpa. Eu... — Não consigo formar mais nenhuma palavra então penso em sair correndo novamente. Alguém segura fraco em meu ombro.
— Não some de novo. Sabe como é difícil de te achar?
— Desculpa mesmo, eu não consigo controlar. Lollie tem razão, eu sou uma bomba relógio.
— Isso faz parte de você. Ok? Não deve se autodestruir desse jeito. Não ligue para o que os outros dizem.
— Como fazer isso? Quando os únicos que têm poder aqui são eles? Eu não sou nada. Nem amigos eu tenho.
— Por que não sai desse jogo? No bar Flip tem pessoas muito legais.
— Você não entende. Não dá! Bugs não podem sair dos seus jogos. Se eu pudesse já teria saído a muito tempo.
— Olha, acho que podemos nos ajudar — Olho atentamente para ele, esperando ele contínuar a falar — Você disse que quando uma corrida é ganha o vencedor recebe uma medalha, moeda sei lá. Podemos fazer um acordo, eu te ajudo a encontrar outro carro e você me dá a medalha quando ganhar a corrida.
— Por que deveria confiar em você? As pessoas do seu jogo dizem que você não é uma pessoa boa.
— Vai ter que confiar para descobrir. Vamos lá mocinha, você não tem nada a perder não é mesmo?
— Tudo bem. Tudo bem — Ele sorri.
— Aliás, qual seu nome?
— S/n Vandercandy. Muito prazer, grandão — Estendo a minha mão.
— O prazer é todo meu... Baixinha — Ele me cumprimenta sorrindo.
— Eii eu não sou tão baixa assim, você que foi feito na proporção errada.
— Ou você que tem pixels de menos.
Esse tal de Sam até que não é tão idiota como eu pensava que fosse.
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