A festa estava chata, até que, sem aviso
Vi algo diferente entrar pela porta
E eu não posso ignorar isso, preciso de mais, sim
Eu poderia simplesmente ir para o Brasil

Come to Brazil — Why don't we.

Nesses últimos dias o fliperama estava fechado para manutenção em alguns jogos, e, como eram vários que estavam dando falhas do sistema, o dono do Flipland preferiu fecha-lo todo por alguns dias.

Flipland — Nome da loja de fliperama onde se passa todos os jogos ditos nessa narrativa.

Está sendo a época mais chata do universo cibernético, os personagens dos jogos estão aproveitando para invadir os games dos outros. Para ajudar, Dean quis fazer uma festa aqui no bunker. Confesso que paguei minha língua quando disse que não estava disposto a ficar com ninguém nessa festa, mas não foi nada sério, tenho certeza que depois não vou ver mais essas personagens. E isso é bom!

Alguém bate na porta do bunker e logo Dean vai atendê-la.

— Oi, Dean — Uma moça de cabelos roxo com um pirulito na boca diz. Ah não. Corrida açucarada!

— Ei docinho! — Ele dá espaço para ela e os amigos corredores entrarem. Reviro os olhos e me levanto para sair dali — Sammy espera. Seja educado com as visitas — Com a cara fechada eu me aproximo deles.

— Oi pessoal. Posso ir agora?

— Desculpem meu irmão, ele está de mal humor. Ele também é um fofo, quando quer

— Tudo bem, Winchester! Sabemos que o mais novo não gosta muito do nosso jogo. Para mostrar que não somos tão ruins assim, trouxemos isso — Ela me entrega um pacote de bala de goma e pisca um olho para mim, me fazendo sorrir.

— Obrigado — Minhas bochechas estavam ficando vermelhas e eu decido sair o mais rápido que consigo.

Enfim, estou no melhor lugar do bunker. Novamente no terraço analisando o movimento nulo, já que todos estavam na minha casa. Abro o pacote de bala de goma e fico lendo meu livro favorito. A música lá em baixo estava alta, mas eu não me importo e continuo lendo meu livro tranquilamente.

Tiro um pouco meu foco do livro para descansar os olhos e, quando estou voltando a atenção para o livro, meus olhos passam pela máquina da corrida açucarada e percebo uma movimentação estranha. Uma pessoa, aparentemente mulher, estava sentada do meio da pista de corrida, cantarolando uma música, percebi isso pelo balanço fofo de sua cabeça, seu carro de corrida estava na sua frente e ela o pintava de... Verde. Foi ela quem roubou a tinta. Fecho meu livro e fico analisando o pincel em sua mão que passava a tinta da lata para o carro feito de rocambole. Conhecendo esse jogo, provavelmente a tinta era feita de cobertura de limão. Eu amo cobertura de limão!

A garota termina de pintar, e retira seu carro dali. Ela volta para pegar a lata de tinta, assim que pega a lata na mão, ela olha através do monitor e seus olhos se encontram com os meus, ficamos alguns segundos olhando um nos olhos do outra, até que ela desvia o olhar e sai correndo dali.

Confesso que de todas as garotas da corrida açucarada, essa foi a que mais me agradou. Não sei se é por que ela era mais fofa, ou por querer saber mais sobre sua vida. Por que será que ela não veio à festa?

Curioso, desço as escadas e procuro pelo pessoal do jogo, que estavam conversando com Dean.

— Ei gente!

— Olha quem apareceu — Lollie, a garota que havia me dado o pacote de balas de goma, diz.

Lollie — Seu nome é uma abreviatura de lollipop. Mas que de doce não tem nada. Ela é a protegida do Rei Caramelo e tudo o que ela quer, ele faz. Pode até ter personalidade forte, mas é completamente esnobe e mimada.

— Senta ai, Sam.

— Só vim fazer uma pergunta. Teve alguém do seu jogo que deixou de vir?

— Acho que não. Por que?

—É que vi uma pessoa lá e fiquei curioso.

— Deve ser falha no sistema.

— Um bug?

— Exatamente.

— Eles são bem raros.

— Sim, mas infelizmente no nosso jogo tem uma e ela é bem inconveniente.

— Entendo. Obrigado.

Ando pelo corredor, mas paro quando escuto alguém me chamar.

— Sam, espera! — Era Lollie — Por que ficou tão interessado naquela garota?

— Nada — Era tudo. Fiquei curioso por literalmente tudo o que eu não sabia.

— Não se preocupe com ela, é só uma falha, ela não vai atrapalhar nada — Ela se aproxima e beija minha bochecha, depois desce seus beijos para meu pescoço.

— Lollie, me desculpe, mas você sabe que eu tenho uma regrinha de que eu não quero me envolver com ninguém da corrida açucarada — Ela olha para mim e sorri.

— Deixa eu te fazer mudar de ideia — Então ela me beija. Envolvo-me em seu beijo e vamos caminhando, sem nos separarmos, para o quarto mais próximo.

Ela retira minha blusa, e depois me joga na cama. Ela se senta em meu colo e continuamos aquele beijo quente.
— Sam, você está ai? — Dean abre a porta — Ai meu Deus, me desculpem — Ele rapidamente fecha a porta. Com a respiração acelerada, eu percebo o que estava fazendo e fico completamente sem reação quando Lollie sorri e volta a me beijar.

— Desculpa, mas eu realmente não to afim — Me levanto, saindo dali.

Não sei por que odeio tanto a corrida açucarada, mas sei que fui um idiota deixando a garota ali, mas conhecendo ela, por ser obcecada por conseguir ficar com um de nós dois, ela provavelmente consegue pegar o Dean.

Vou dormir pensando na garota misteriosa.