Resolver
Kate Bernadi
Abro meus olhos e solto um ruído dolorido quando percebo que meu corpo não está muito bom. Tento erguer a mão e não consigo fazer nada, não consigo me mexer de verdade.
Começo a respirar mais rápido e consigo mover o dedo indicador, me esforço muito e consigo virar o corpo para cima, lágrimas já estão molhando minhas bochechas quando vejo quem está ali.
-Desculpe pela droga.- minha avó explica.- Não queria arriscar.
-Por...- minha voz quase não sai.
-O efeito vai passando.- ela acaricia meus cabelos e sorri.- Mas tem que entender algo.
Os olhos azulados dela me observam e pisco algumas vezes tentando afastar as lágrimas, não consigo acreditar que a minha própria avó me drogou até eu não conseguir mexer nada.
-Você casou com quem não era para casar.- ela acaricia minha bochecha e travo o maxilar.- Foi maculada e agora não é mais virgem, querida.
Ela olha para mim e eu olho também com mais esforço, percebo que estou com uma camisola branca que chega no meio das minhas coxas. Começo a respirar mais rápido quando vejo a porta abrir e um homem mais velho entrar.
-Não é mais a pretendente ideal.- ela faz careta.- Mas ele ainda a quer, gostou de você.
-Não...- tento falar.- Não faça...- consigo segurar o braço dela.- Não faça isso.
-Como você fez tudo errado, ele quer ver se realmente é bom antes de casar.- ela levanta e ele começa a tirar o blazer.
-Não!- consigo falar mais alto.
-Toda sua.- minha avó sai do quarto.
Meu peito treme quando ele me olha como se eu fosse um animal indefeso, ele tira as roupas e sobe em cima de mim. Começo a tremer quando sinto o cheiro de bebida e cigarro.
-Você é uma belezinha.- ele começa a subir minha camisola.- É pequena, aposto que é apertada ainda...
Consigo virar o rosto para a porta e vejo minha mão conseguir se fechar de novo enquanto ele sobe a camisola até a minha cintura, seus dedos me tocam e tenho vontade de vomitar.
-Kate!- ouço alguém gritar.- Kate?
-Dante...- sussurro conseguindo mexer uma perna.- Dante!- não grito alto o suficiente.
-Parada!- ele segura minha perna.
Viro o rosto para ele e cuspo, o homem parece sentir nojo e cai dá cama tentando limpar o rosto, me arrasto até o outro lado do colchão e consigo cair no chão também.
Apoio minhas mãos tentando me levantar e minhas pernas falham, solto um gemido de frustração e apoio meu pé no chão de novo quando vejo ele se levantando e vindo na minha direção.
-Kate!- Dante grita e percebo que está mais ofegante.
-Deixem ele entrar!- o homem sorri agarrando meu braço e me jogando na cama.- Segurem ele!
As portas abrem e Dante entra com raiva, os seguranças seguram ele e vejo seu rosto em choque quando percebe o que eu estou vestindo. Aquele homem me vira de costas e vejo algo caído entre os lençóis.
-Pare.- Dante rosna.- Pare com isso!
-Assim que você morrer, essa belezinha vai ser minha e vou poder estar nela quando quiser.- ele fala apertando minha bunda e estico a mão.
-Se você encostar nela de novo...
-Você está sozinho, Bernardi.- ele fala rindo.- Vamos ver se gosta que peguem sua mulher e a sujem.
-Não!- ele grita quando ele começa a subir minha camisola e abrir minhas pernas.- Kate, sinto muito. Kate...
Me viro e aperto o gatilho, ele cai sangrando no chão e deslizo pela cama até o chão, Dante bate o cotovelo no rosto de um deles e ergo minha mão para atirar em outro.
Quando todos estão no chão ele corre até mim, deixo ele pegar a arma e então segurar meu rosto com as duas mãos quando vejo que está chorando.
-Desculpa.- sussurra.- Desculpa...
-Tudo bem.- mexo a cabeça.- Não aconteceu nada demais, sério.
-Venha.- ele me levanta e minhas pernas parecem mais fortes.- O que você tem?
-Ela me drogou.- apoio meu braço no ombro dele.- Não sinto boa parte do corpo.
-Ok, certo.- ele tranca a porta e olha envolta.- Pietro já deve estar chegando com o pessoal...
O mundo parece temer quando ouço uma explosão, Dante me puxa para ele e parece tentar me cobrir com seu corpo. Olho para a janela e arregalo meus olhos quando vejo o fogo no portão.
-Dante.- sussurro.
Ele olha por cima do ombro e vê vários carros entrando com várias metralhadoras e tudo que eles podiam pegar, Dante sorri lentamente e então me ajeita em seus braços.
-Eles vieram.- ele sussurra.
-Puta merda...- ouço um gemido baixo e olhamos para homem.
-Fique aqui.- ele pede me encostando na parede.
Observo ele chegar nele e chutar seu rosto com força, o peito dele está sangrando mas não o bastante para que ele morra. Então Dante chuta seu rosto de novo e o ouço chorando.
-Você é um verme.- Dante fala com ódio.- Sabe o que vermes merecem?- ele o vira e aponta a arma para sua nuca.- Morrerem engasgados no sangue.
Dante atira e ele começa a tremer e a fazer sons de afogamento, fico surpresa quando um sorriso lento se forma em meus lábios e logo Dante vem me segurar de novo.
-Preciso deixar você em um lugar seguro.- ele começa a me puxar.
-E você?- pergunto enquanto ele me puxa para o closet.
-Os tiros logo vão chegar aqui.- explica.- Pietro vai me achar e vou pegar sua avó, vou guardar ela para você, ok?
-Eu quero ir...
-Kate.- ele me senta no canto do closet.- Não posso deixar nada acontecer com você...
-Dante....
-Eu volto.- ele segura meu rosto e me beija de leve.- Prometo, Kate.
-Só acabe com isso.- peço com a voz rouca.- Acabe logo com isso para que a gente possa ir para casa.
-Vou fazer isso, fiore.- ele beija minha cabeça.- Você nunca mais vai passar por nada disso.
Solto o braço dele e Dante beija minha bochecha antes de levantar e ir embora trancando o quarto. Sinto a sensibilidade voltando para meu corpo e respiro fundo cada vez mais sentindo meu corpo de volta.
Dante vai acabar com eles e então nossa vida vai voltar para o normal, eu sei que a única coisa que eu quero é paz. E minha cabeça está doendo tanto que não consigo pensar direito em nada.
Cubro o rosto e começo a pensar no que teria acontecido se Dante não gritasse meu nome, eu não empurraria o homem e a arma dele não cairia na cama e agora eu estaria sendo....
Me abraço com força e ouço o barulho de tiros, tento me levantar para ajudar e de novo eu volto ao chão, não sei o que aquela droga faz, mas eu não consigo controlar muito bem meu corpo.
Agora que eu estou começando a sentir ele, então imagino que deva demorar até eu ter um certo controle sobre ele de novo. Então a solução é ficar aqui até terminar.
♧︎︎︎
Dante Bernadi
Atiro em um homem que vem correndo na nossa direção e Pietro começa a procurar, já tomamos o domínio da casa e agora só estou procurando aquela vadia da avó de Kate.
Ninguém saiu do perímetro, todos estão bloqueando todas as saídas e ela não vai sair daqui de nenhuma forma. Pietro vai até onde tem o tapete enorme e a mesinha no meio e para.
Percebo que a mesinha está levemente fora do lugar e aponto a arma, ele mexe a cabeça e começa a tirar a mesinha, então afasta o tapete e vemos um alçapão.
Mais gente entra para ficar ao redor do alçapão e observo Pietro abrindo, sorrio lentamente quando vejo a única pessoa que deu dentro dele. Aqueles olhos azuis são familiares, achamos aquela velha.
-O que fazemos?- eles perguntam.
-Levem ela para o mesmo lugar de sempre.- guardo a arma no coldre.- Minha esposa quer falar com ela.
-Espere.- ela fala enquanto eles a pegam.- Espere! Podemos negociar!
Não falo nada enquanto ela é arrastada, ela começa a gritar que podemos negociar o acordo e que ela é praticamente da minha família já que Kate é minha esposa.
Aperto as mãos em punho e olho para cima lembrando que mandei Bruno para ficar com ela. Nunca mais queria ver Kate daquele jeito como vi hoje, nunca mais iria deixar ela ser tocada daquela forma.
-Para onde vamos agora?- Pietro fica ao meu lado.
-Para casa.- falo aliviado.- Nós vamos para casa, amigo.
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