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Demonstrar

Dante Bernadi

Viro meu corpo na cama e fico de costas para a porta, minha mente está tão cheia de coisas que fica impossível dormir sem que eu tenha pesadelos ou algo do tipo.

Primeiro tinha o mais importante, convencer Kate a se casar antes que o pessoal da avó dela viesse para reinvindicar Kate. Não podia acontece dessa forma, ninguém iria tirar Kate de mim.

Sinto uma queimação na nuca e olho por cima do ombro, vejo Kate parada na porta com um olhar me assustado. Logo me sento na cama pegando a arma.

-O que?- pergunto.

-Não é nada assim.- ela balança a cabeça.- Tem um som estranho embaixo da minha varanda.- Kate se abraça.

-As vezes acontece nos quartos do outro lado.- a observo e tento não passar os olhos pela camisola curta.- Pode dormir aqui se quiser.

-Muito bom para você, não é?- ela levanta as sobrancelhas.

-Destino, acho.- sorrio provocante.

-Que merda.- ela começa a vir.- Não consigo dormir com aquele som.

Fico parado enquanto ela puxa os lençóis e entra embaixo rapidamente, Kate gira de costas para mim e cobre o corpo até o queixo. Não é uma coisa enorme, mas pelo menos ela está ao meu lado.

Deito de novo e de barriga para cima enquanto coloco a arma embaixo do travesseiro de novo. A respiração de Kate é baixa e calma, quase não consigo perceber que ela está aqui.

Coloco os braços atrás da cabeça e encaro o teto, Kate se mexe várias vezes tentando achar uma posição, mas acho que está com o mesmo problema que o meu.

Decido arriscar alguma coisa.

-Vi seu pai hoje.- assim que falo ela se vira.

-Como assim?- seus olhos passam pelo meu rosto como se procurassem algo. Ferimentos, talvez?

-Eu quis atualizar ele sobre o que descobri.- explico.- Sobre sua avó e o que ela fez?

-O que ele falou?- ela parece surpresa com isso tudo.

-Não falei diretamente com ele, deixei uma pasta com todas as informações e dizendo que você estava bem.- observo os olhos azuis curiosos.

-Por isso que você não voltou com o rosto todo machucado.- ela bufa encarando o teto.

-Não seria eu quem iria ficar com o rosto machucado.- ainda estou observando as expressões que Kate faz.

-Acredite, seria sim.- ela passa a língua pelos lábios e aquele movimento me deixa excitado.

-O que fez hoje?- tento prolongar a conversa.

-É....- ela olha rapidamente para mim e então para a janela.- Fiquei por aí.

-Bianca me falou que iria levar você para o jardim.- informo e ela sorri.- Gostou?

-É lindo.- ela parece mais calma.- Sua mãe plantou tudo aquilo?

-Sim, é uma história bem maluca até.- balanço a cabeça e Kate se ajeita para ouvir, sorrio vendo seu olhar curioso de novo.- Ela e meu pai casaram, então logo quiseram filhos, mas minha mãe não estava conseguindo engravidar. Então ela começou a plantar um jardim para se distrair.

Explico e me atrevo a afastar uma mecha do rosto de Kate, ela acompanha meus dedos com os olhos e toco a mecha macia enquanto a afasto e tenho melhor visão do pescoço dela.

-Dois anos depois ela estava com um jardim enorme, mas ainda sem filhos.- meus dedos tocam a bochecha de Kate.- Então, um dia, ela viu que tinha uma flor diferente das outras. Não tinha como ter por que ela só tinha comprado sementes de girassóis e rosas.

Kate respira fundo quando passo meus dedos por seus lábios, sinto ela ficar tensa e me aproximo lentamente tentando deixar uma brecha para ela se afastar.

-Ela nunca me falou ou descreveu para meu pai sobre essa flor, mas o resumo é que ela correu pelas escadas e fez um teste de gravidez.

-Deu positivo.- Kate murmura e assinto.

-Por isso que Bianca fala que é mágico.- sorrio e nossos narizes se tocam.

Ela não se afasta e eu estou quase em cima dos lábios dela, não consigo me segurar e os meus lábios encostam os dela delicadamente.

Minha mão vai até sua nuca e movo meus lábios lentamente, Kate solta uma respiração irregular e sinto a mão dela no meu rosto enquanto ela também move os lábios de forma tímida.

E tudo que eu preciso. Ergo o corpo e subo em cima dela, Kate passa os braços pelos meus ombros e nossos corpos se tocam enquanto passo minha língua pelo seu lábio inferior.

Ela abre passagem e minha língua entra na sua boca, nossas língua se tocam e ela procura a minha, seis dedos entram nos meus cabelos e apertam me fazendo soltar um gemido rouco.

Sinto o corpo quente dela contra o meu e meus quadris pressionam lentamente, Kate geme contra meus lábios e eu me afasto apenas para descer por seu pescoço passando a língua por ela.

-Dante.- ela sussurra.

-Hum?- estou chegando em seus seios.

-Espera.- paro na hora e levanto a cabeça.- Eu não quero...

-Ok.- saio de cima dela e deito ao seu lado.- É melhor dormir, eu fico aqui.

Ela fica parada por um tempo e então se aproxima para beijar minha bochecha, logo depois vira de costas e se cobre novamente.

Passo a mão pelos meus cabelos e respiro fundo tentando descobrir se continuo aqui e durmo ou se vou até o banheiro e termino o trabalho.

Decido que vou ficar aqui, com ela. Pode ser a única vez em que ficamos em paz assim, então quero aproveitar todo esse tempo.

♧︎︎︎

Kate Reed

Me viro na cama e abro os olhos apenas para ver Dante dormindo, ele está com um braço atrás da cabeça enquanto o outro está apoiado em seu peito.

Observo ele respirando profundamente e percebo que está dormindo, penso em tantas coisas nesse exato momento que fico com medo dele acordar por causa disso.

Podia pegar a arma que ele guardou embaixo do travesseiro e usá-lo para sair dessa casa, mas....não consigo. Não consigo fazer isso, especialmente com ele.

Desço meus olhos e observo seu peito, ele tem o brasão da família tatuado no peito e várias outras tatuagens no braço esquerdo, mas uma me chama atenção. Uma rosa.

Ergo meus dedos e passo pela pele dele, Dante não se move e afasto a mão tocando meus lábios. Aquele beijo....eu não sabia o que pensar sobre ele.

Olho mais atentamente para Dante e percebo que tem uma tatuagem atrás de sua orelha com alguns números romanos, no escuro não consigo ver direito.

-O que você está fazendo?- ele pergunta e me assusto.

-Nada.- murmuro.

-Está olhando para mim.- ele continua com os olhos fechados.- Porquê?

-Você fica olhando para mim, eu não posso olhar para você?- pergunto.

-Se for isso, pode ficar a vontade.- ele dá um sorrisinho.- Mas se for pra ver se eu estou dormindo e pegar minha arma....

-Eu pensei nisso.- admito e ele nem mesmo abre os olhos.

-Que bom que é sincera.- ele respira fundo.- Durma, Kate.

-Não consigo, você parece uma fornalha.- explico e ele sorri mais.

-Tira a camisola, então.- provoca.

Reviro os olhos e viro de costas, Dante nem mesmo se meche e eu fecho os olhos com força, é melhor dormir mesmo, se eu ficar acordada posso fazer merda.

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