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🌺 Capítulo 9 - Dores do passado 🌺

Khan tem razão quando diz que não me convém circular pela cidade sem o hijabe. Na volta para o palácio recebi muitos olhares curiosos e escandalizados. Alguns reconheceram o Sultão, isso amenizou as reações.

__ Por favor, pode diminuir a velocidade? __ Sem mais suportar a dor no tornozelo, apoio a mão no muro que circula a lateral do palácio.

Khan para ao meu lado e me observa.

__ Está se sentindo mal? __ Espalma a mão grande em minhas costas. Sinto um arrepio descer pela espinha. Me afasto mancando mais ainda.

__ Não, estou bem. É só meu tornozelo. __ Tento prosseguir mesmo com a dor.

__ O que aconteceu? Se feriu?__ Puxa minha mão. Nova onda de arrepio.

Por que esse homem gosta tanto de tocar?

__ Não! __ Minha voz sai irritada quando puxo a mão.

Khan permanece parado me observando intrigado enquanto dou alguns passos a frente. Olho para trás.

__ Você não vem?

Ele estreita os olhos.

__ Está sentindo dor, mas se fazendo de forte. O que aconteceu com seu tornozelo?

Me encara de modo insistente. Desvio o olhar tentando pensar em uma história qualquer.

Não quero que saiba de meu defeito físico. Não quero que seja mais um que sente pena de mim. Talvez até cancele o contrato com a agência se descobrir que sou uma aleijada.

Me dou conta de que fiquei alguns minutos divagando. O encaro. Seus olhos azuis me pressionam. Olho para os lados tentando encontrar uma desculpa.

__ O que está escondendo?__ Tomba a cabeça se aproximando.

Dou um passo para trás.

__ Não estou escondendo nada.

__ Exijo que me conte!

Meu sangue ferve rapidamente.

__ Quem pensa que é para exigir alguma coisa?

__ Sou o Sultão, esqueceu?__ Sorri arrogante.

__ Acontece que não sou sua súdita ou adoradora, sei lá como se fala por aqui! Não tenho obrigação de dar satisfação da minha vida nem dos meus problemas!

__ Tem um problema no tornozelo? __ Noto que suas pupilas dilatam um pouco.

__ Não! __ Perco o controle. __ Não tenho problema nenhum.

Tento caminhar mais um pouco, porém a perna vacila.

__ Droga! __ Lágrimas teimosas escorrem por meu rosto. A dor me denuncia.

__ Venha. __ Khan avança em minha direção. Encosto no muro para me esquivar.

__ Não! __ Arregalo os olhos. __ O que pretende fazer?

Khan flexiona as pernas, passa os braços por trás de meus joelhos e me ergue com facilidade.

__ Pare com isso! __ Minha voz saí em um fio.

Seu rosto agora tão próximo do meu que posso sentir o mesmo perfume almiscarado que senti no dia em que estive em seu escritório.

__ Fique quieta e se segure.

__ As pessoas estão olhando assustadas.

__ Devem estar pensando que a tomei como minha concubina. Não se preocupe. Como disse, meus "adoradores" consideram minhas decisões soberanas.

Abaixo a cabeça em seu ombro para esconder o rosto.

Ouço uma risada rouca sair de sua garganta...

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__ Abram o portão para o Sultão! __ Ouço a voz de comando de um dos guardas.

Khan entra no Palácio e segue comigo em seus braços, passando pelo pátio, sobe a escadaria, atravessa um corredor inteiro até alcançar a ala do harém.

Cruza o salão, para em frente meu quarto.

__ Peça a Tomy que venha aqui com urgência. __Khan pede a um dos seguranças parado à porta.

__ Sim, senhor.

Khan entra em meu quarto, apoia o joelho na cama e me deposita com cuidado entre as almofadas. Analisa meu rosto por alguns segundos, mas se afasta. Quando penso que vai embora, noto que circula a cama. Arregalo os olhos entendendo sua intenção. Segura minha perna, afasta a calça acima do tornozelo e examina.

__ Está inchado. Como ficou assim? __ Une as sobrancelhas.

Abro a boca, mas nesse momento um homem de meia idade carregando uma pequena maleta entra no cômodo.

__ Foi aqui que solicitaram minha presença?

Ele não parece nativo de Durabi fi Alsahra. É de baixa estatura, a pele bem branca, cabelos ralos e ruivos e usa óculos. Se comunica em inglês.

__ Adrielle está sentindo muita dor e seu tornozelo está inchado. __ Quem responde é Khan.

__ Vamos dar uma olhada nisso.

Tomy se aproxima. Khan se afasta, mas não sai do quarto. Se encosta na parede e cruza os braços. Estranhamente, sinto-me aliviada por isso.

__ Olá. Sou Thomas Radffil. Atuo como médico em Durab fi Alsahra. Sou inglês e fui contratado pelo Sultão. Fiquei sabendo que tinha uma brasileira no Palácio. É um prazer conhecê-la. __ Se apresenta enquanto coloca luvas.

__ Aceno apenas a cabeça. __ A dor não me permite fazer mais do que isso.

__ Vamos examinar seu tornozelo. Com licença.

Tomas me fez perguntas básicas que logo revelam a causa de minha dor. Seu jeito profissional me passou tranquilidade e confiança. Porém fui obrigada a contar como adquiri o trauma na perna e isso trouxe à tona lembranças do acidente e fatos que prefiro deixar escondidos em um lugar esquecido na memória.

__ Sabe que não pode forçar o tornozelo. Não devia caminhar tanto assim.

Aceno a cabeça e olho de lado. Khan nos observa atento.

__ Quais remédios toma para aliviar a dor? Não os tomou hoje?__ Tomas questiona.

__ Não os tenho aqui comigo.

__ Está me dizendo que está a quase uma semana sem tomar os medicamentos?

__ A companhia aérea perdeu minha bagagem. Consegui novos medicamentos nos Emirados, porém foram adulterados por indivíduos que mentiram dizendo que queriam me ajudar. Quando acordei já estava aqui.

Antes que Tomas se pronuncie, ouço Khan espraguejar em sua língua.

__ Aquele irresponsável me paga.__ Finalmente Khan parece entender a gravidade dos atos do irmão.

__ A que ponto o ser humano chegou. Brincando com a saúde dos outros. __ Tomas acena a cabeça em forma de crítica.

__ Dê-me os nomes dos medicamentos. Pedirei que providenciem imediatamente. __ Khan estende a mão para pegar o receituário feito por Tomas e sai do quarto feito um furacão...

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A medida que as horas foram passando, a dor e o inchaço local aliviaram com o repouso e o efeito do anti-inflamatório e do analgésico receitado pelo doutor Radffil.

Aiyra ficou boa parte do tempo comigo, até que em algum momento adormeci e ela saiu silenciosamente do quarto.

Faço pequenos movimentos para me certificar que tenho condições de levantar e tomar um banho. Após alguns minutos com os pés na água quente da banheira, sinto-me totalmente renovada.

Noto que já escureceu lá fora. Sinto meu estômago reclamar de fome, então resolvo sair e procurar algo na cozinha do palácio. Na certa, Aiyra foi descansar mais cedo e esqueceu de me trazer algo para comer.

Visto uma blusinha de seda que faz conjunto com a calça do mesmo tecido de cintura baixa. Faço uma careta para minha imagem no espelho grande do banheiro. As vezes me sinto uma ridícula usando as roupas exóticas que providenciaram para mim.

Mas que outra escolha tenho? É isso ou andar nua por aí! Aqueles incompetentes até hoje não mandaram notícia de minha bagagem. Ligo quase todos os dias para a companhia aérea cobrando uma solução.

Caminho descalço pelo grande salão do harém. Pelo avanço da hora acredito que as cozinheiras já devam ter encerrado o serviço. Atravesso o corredor e desço um lance de escada no sentido norte do castelo. Entro pela porta dupla de madeira onde vi movimento de duas mulheres no dia em que tentei fugir.

Para minha surpresa, a cozinha é enorme, moderna e bem equipada. Realmente parece que o serviço por aqui já foi encerrado. Sinto-me constrangida em mexer na dispensa e nas geladeiras em busca de algo para comer, então pego apenas uma maçã na fruteira e caminho pelo ambiente enquanto saboreio a fruta.

Um som de água corrente me deixa alerta. Olho ao redor, caminho até uma outra porta dupla que não sei onde vai dar.

Esse lugar é cheio de passagens e ambientes secretos.

Com as duas mãos destranco a porta e saio em uma espécie de varanda que liga o palácio a outro jardim. Deslumbro uma pequena cascata artificial, fonte do som de água corrente que ouvi. Perco o fôlego com a visão do céu estrelado que se encontra ao longe com as areias do deserto.

Dou um passo para fora. Meus pés descalços pisam o azulejo molhado ao redor de uma grande piscina decorada com lajotas azuis. Dou um salto para trás quando sou surpreendida por alguém que emerge da piscina.

Khan apoia os dois braços musculosos na borda da piscina e impulsiona o corpo para fora.

__ Que susto!__ Dou mais alguns passos para trás.

Seus movimentos parecem de um modelo profissional. Sacode a cabeça para tirar o excesso de água dos cabelos deixando-os arrepiados, passa os dedos algumas vezes arrumando-os com displicência. Gotas escorrem por todo o corpo trajado somente por uma sunga de banho preta. Ergue a cabeça e me encara.

__ Adrielle? O que faz aqui? Está melhor? __ Khan estica o braço e puxa uma toalha de uma cadeira.

__ Eu, eu, sim. __ Tenho dificuldade de me concentrar com a visão de Khan se secando em minha frente.

Noto que tem uma tatuagem na parte interior do bíceps. Parece uma águia alçando voo.

__ A dor passou? __ Para o que está fazendo e me observa curioso.

__ Sim. Senti fome.

Meus Deus! Estou falando feito uma retardada! Preciso sair daqui!

__ Mas já comi uma maçã. Desculpe por interromper seu, seu...banho. Vou voltar para o quarto. Boa noite. __ Giro nos calcanhares e começo a sair.

__ Espere! __ Sua voz autoritária me irrita, mas viro de volta.

__ O que foi.

__ Sente-se. Precisamos conversar.

__ Acho que está tarde para isso.__ Simulo um bocejo. __ Estou ficando com sono. Deixe para amanhã.

__ Sente-se Adrielle! Deixe de ser mentirosa. Não está com sono algum. Dormiu o suficiente a tarde.

__ Olha como fala! Acha que porque é o Sultão desse lugar pode falar com as pessoas desse modo?!

__ Deixe de dizer besteiras. Não penso nada disso. Sente-se e fique quieta.

__ É um grosso sabia?__ Sento na cadeira que me oferece.

__ Hum, hum.__ Khan veste um roupão azul royal e senta a minha frente. __ E você é a única criatura sem noção que tem coragem de falar assim comigo.

Perco novamente o foco reparando como a cor do roupão combina com a cor de seus olhos vidrados.

__ Não quero conversar.__ Tento levantar. Ele segura meu pulso e me encara. Volto a sentar.

__ Algumas coisas ficaram sem explicação hoje a tarde.

__ Não falo sobre isso. __ Desvio o olhar.

__ Por que não?__ Tomba a cabeça de lado.

Fico em silêncio. Mordo o canto da boca com força. Sacudo uma das pernas. Khan presta atenção em cada reação minha. Isso me deixa mais tensa.

__ Por que tentou esconder sua enfermidade?

__ Já disse que não gosto de tocar nesse assunto. __ Cravo as unhas nas palmas das mãos.

Ele também nota.

__ Por quê?

__ Porque dói, droga!__ Aumento o tom da voz.__ Esse problema no tornozelo é resultado de um acidente que sofri há alguns anos. Já disse que não gosto de tocar nesse assunto.

__ Tudo bem.__ Finalmente Khan parece entender a delicadeza do assunto.__ Ao menos o responsável está preso?

Trás o corpo para frente. Ficando perto demais.

__ Não. __ Minha respiração acelera com as imagens do acidente se repetindo em minha mente.

__ O desgraçado ficou impune?__ Se surpreende.

__ Não. Ele morreu.

Khan me encara como se tentasse ler meus pensamentos. Suas sobrancelhas se unem depois de algum tempo.

__ Você o amava.__ Parece surpreso com a própria conclusão.

__ Não!__ Levanto em um salto. __ Ele era um desgraçado! E se eu tivesse ouvido os conselhos de minha mãe e minha irmã, não teria caído nas mãos daquele desgraçado e do pai dele.

__ Como assim? O que eles fizeram?__ Khan segura novamente meu pulso.

__ Solte-me.__ Puxo com força. __ Vocês homens são todos uns monstros!

Disparo pela varanda. Entro pela cozinha alcançando a escadaria que me levará de volta ao único refúgio que tenho no momento, meu quarto no castelo...

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