-Miyuki!-gritei do alto do da escadas

Ela levantou e sorriu acenando pra mim, desci as escadas e parei na beirada do trilho. Minha sanidade, o fio fraco que sobrava dela dizia que eu não devia passar dali:

-Miyuki! Venha para cá-falei fraco apertando a alça da minha bolsa

-Neechan, vamos comprar picolé de uva esta bem?-ela sorria de forma calma os olhos grandes me encaravam, da forma que eu me lembrava. Seu vestido azul balançava ao vento junto com os cabelos escuros e apesar de estar descalça não parecia sentir frio

Algumas lagrimas desceram, estava tão frio ali que elas doeram enquanto eu concordava com a cabeça. Enquanto eu a ignorasse estaria tudo bem, mas eu não queria, não mais:

-Akio,-a voz dela estava preocupada. Me obriguei a olhar-você esta brava?

-Não! Como... como eu poderia estar brava com você-tentei forçar um sorriso

Eu não sabia se ela se referia ao dia de sua morte ao agora, mas não fazia diferença. Apertei mais forte a alça da bolsa tentando respirar enquanto fixava meus olhos nela, eu não queria que sumisse de novo:

-Ei, lembra de mim?

Soltei a bolsa e corri para abraça-la, para abraçar minha irmã que eu tanto queria ver e falar tanta coisa nos últimos 5 anos:

-Miyuki-falei enquanto a segurava forte, eu queria ser capaz de transferir o máximo de calor aquele corpinho frio-eu me lembro de você, nunca! Nunca esqueci

-Que bom-ela disse me envolvendo-vamos pra casa juntas

-Juntas-eu garanti

Lembro de ouvir meu nome ser chamado, por varias pessoas e logo após um som ensurdecedor. O metrô passava aquela hora, lembrei, podia ver sua luz, mas nada importava porque eu estava com minha irmã, eu não falharia de novo.