15
Kenny havia ficado em sua casa por dois dias, nos quais o menino curioso lhe perguntou sobre algumas coisas sobre a igreja, os livros que havia lido e ele respondeu a todas as suas perguntas, até emprestou-lhe o livro de Romeu e Julieta para que ele termine de ler.
Robby se esforçou para garantir que a comida estivesse bem passada e
Miguel não reclamava nada, o que quer que servissem ele ficava feliz, o educaram para não ser meticuloso na hora de comer.
O Padre, vendo que a chuva tinha parado, foi dar missa como de costume, depois de terminar foi deixar a carta no correio e suspirou, caminhou até encontrar uma confeitaria, estava com saudades do cheiro e do gosto de doces, comprou saquinhos de gomas e alguns biscoitos com cobertura de chocolate.
Ele continuou andando até chegar em sua casa e viu Miguel no alto de uma escada consertando a luz da cozinha, soltou um "Jesus" em forma de sussuro e caminhou rapidamente até o local.
-Miguel! O que você está fazendo ai em cima?! Você pode se machucar!- Robby se aproximando alarmado, o Alfa sorriu para ele e desceu da escada.
- Mas padre Robby, eu estava entediado, sinto muito- Exclamou como se tivesse levado uma bronca.
- Você tem que se cuidar, se não, que explicação vou dar ao seu superior?- Ele disse com uma falsa voz de repreensão, um pouco divertido com a cara de cachorro arrependido do homem.
- O que posso fazer para que você me perdoe?- O Alfa fez a pergunta, aproximando-se, Robby ficou nervoso, o homem mais alto vestia apenas calça jeans e uma regata branca justa que dava para ver seu corpo bem trabalhado graças ao exército, o ômega não era cego, aquele homem a frente dele é atraente, ele desfez o pensamento mundano sentindo-se mal por pensar assim.
- Deixe isso de lado e venha comer comigo esses doces que eu trouxe!- Disse inocentemente mostrando-lhe o saquinho, Miguel sorriu com ternura
- Tudo por você- Comenta inconscientemente e depois desvia o olhar um pouco envergonhado
Sentou-se no sofá, depois de guardar a escada no porão da casa, já sentado se permitiu relaxar enquanto Robby conversava com ele sobre o que tinha feito na missa e como o coro soava muito bem
- Você deveria ir algum dia- Robby comenta animado que em pelo menos uma ocasião Miguel vá à missa
- Faz muito tempo que não vou à missa, a última vez que fui foi com minha mãe e minha avó- Comentou ele, se perdendo na lembrança do sorriso de sua mãe enquanto arrumava a gravata dele para que ficasse apresentável para a Igreja, ele se compromete com algo que ele deveria pedir a Robby- Padre Robby, você poderia me fazer um favor?- Ele disse fazendo olhos de cachorrinho que Robby não resistiu
- Diga-me, como posso ajudar?- Pergunta atentamente observando o Alfa pegar um chiclete e colocar na boca
- Você poderia me emprestar uma navalha, eu quero raspar minha barba- Comenta pegando o Clérigo de surpresa pelo pedido
- Ah bom, hoje eu vou cortar meu cabelo, houve um tempo que eu tinha ele comprido mas é muito difícil mantê-lo e então meu tempo não permite, podemos ir no Sr. Florean que é barbeiro - Ele propôs também comendo as gomas vendo o Alfa acenar de acordo
Eles foram à tarde, passeavam admirando as pessoas no seu cotidiano, alguns cumprimentavam-os, percorriam uma distância considerável, as pessoas adoravam inventar fofocas, às vezes não tinham respeito pela vida dos outros.
Quando eles estavam na frente da barbearia Miguel se sentiu ansioso tocando sua barba crescida, aquelas velhas inseguranças queriam aparecer, Robby percebeu e colocou a mão no ombro do Alfa querendo confortá-lo
- Tenho certeza que você é um homem atraente com ou sem barba- Ele deu algumas palavras de encorajamento em voz baixa, como se soubesse o que queria dizer. O moreno estava pensando naquele momento, ele se sentiu ousado em dizer
- Eu gostaria de ter certeza disso também, mas vamos ver o que acontece- Exclama abrindo a porta para que o ômega passasse primeiro e depois ele, fechando a porta do estabelecimento
O barbeiro deu um sorriso ao padre Keene, encantado com sua presença, Miguel olhou para a ação um pouco irritado, mas se dedicou a olhar para os utensílios comuns de corte de cabelo como se fossem muito interessantes
- É o homem na minha frente o soldado que estava ferido?- Pergunta o Sr. Florean, um beta de cerca de quarenta anos dando uma olhada rápida no Alfa que olhava curiosamente para o creme de barbear
- Sim, Sr. Florean, está tarde ele veio comigo para que possa raspar sua barba- Robby fala vendo o beta balançar a cabeça levemente e convidando-os a se sentar para que ele possa aparar o cabelo do sacerdote.
- E se eu cortasse? Ficaria mais estilizado- O Senhor Florean sugeriu vendo Miguel acenar com a cabeça
- Sim, você é o especialista- Ele comenta olhando no espelho o reflexo do ômega sentado prestes a cortar o cabelo que cresceu um pouco desde a última vez que ele foi a sua casa
Embora a curiosidade de Robby fosse muito para saber como seria Miguel sem barba, ele respeitou a decisão que ele tomou, então ele se concentrou no som da tesoura contra seu cabelo.
Cerca de vinte minutos depois estava limpo de pelinhos que o pudessem incomodar e com o cabelo bem aparado e bem penteado, agora era a vez do Miguel, foi rápido, nada trabalhoso para o homem experiente no ramo de fazer as pessoas ficarem bem.
Quando terminou com seus clientes, Robby pegou sua carteira para pagar a conta.
-Quanto lhe devo?- Pergunta tirando algumas notas da carteira
- Padre Keene! Não é nada! Como eu poderia cobrar de você? Estou honrado em atendê-lo- Disse o beta rejeitando o dinheiro rapidamente
- De jeito nenhum Sr. Florean, você fez um trabalho e eu tenho o dever de lhe pagar, Por favor, considere isso como um ato de amor da minha parte- Robby agarrou a mão do velho e colocou as notas na palma da mão e fechou a mão
- Obrigado Padre Keene, nem precisava se dar ao trabalho - Exclamou, vendo que as notas que tinha na mão valiam mais do que o seu serviço, ele tentou devolver o troco, mas o olhar do Padre impediu-o de estender a mão
- É seu, tenha um bom dia Sr. Florean, desejo-lhe muitas bênçãos e saúde a sua família- Exclama Robby se virando para sair do local, Miguel olhou para a ação um pouco surpreso com o ocorrido mas ainda com um aceno de mão se despediu do barbeiro
Os dois caminharam pela calçada da rua, Miguel olhou de soslaio para Robby, o corte caiu bem nele
- Eu sei que está olhando para mim Tenente, quer me dizer uma coisa?- Aquilo pegou o Alfa de surpresa, corando por ter sido descoberto em flagrante
- O corte de cabelo... Te favorece...- Ele murmurou envergonhado desviando o olhar, Robby corou ao sentir que o sangue subiu para suas bochechas
-Obrigado, Tenente- Ele sussurrou e continuou andando até parar de repente, fazendo com que seu companheiro fizesse o mesmo- Você quer ir ver o parque?
- Ver? Ah sim claro, já me falta um pouco de sol e ar por estar trancado- Comenta feliz seguindo o mais baixo
O lugar era simples, havia poucas crianças brincando enquanto seus pais as observavam, os olhares de alguns se sentiram mais aliviados quando viram o Padre que tanto desejavam estar ali sentado em um banco junto com outro homem que sabiam ser o soldado que havia sido ferido e estava hospedado na casa do primeiro, a notícia corria mais rápido que o vento.
- Sinto muito se você quase não pôde sair, as múltiplas atividades que eu faço não consegui ter tempo para lhe mostrar a cidade- Robby se desculpou enquanto observava as crianças brincarem
-Tudo bem, eu entendo, não é como se eu pudesse sair muito- Comenta vendo um casal de crianças brincando de esconde-esconde
Tudo naquele momento parecia confortável, Miguel teve a louca e fantasiosa idéia de como seria ter um filho só dele...
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