Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 17

O restaurante estava apinhado de jovens. Um vento suave aliviava o calor da tarde. Charlotte e Sônia escolheram uma mesinha no terraço. Percorreram o cardápio e acabaram pedindo uma salada completa e chá.

— Lina parece muito feliz! — Comentou Charlotte, pensativa.

— Ela é ótima criatura e entende muito de antiguidades. Incrível é ver como ela mudou toda a trajetória da sua via assim, mas tenho que concordar, ela está realmente muito feliz.

— Lina nunca fez as coisas pela metade. Não duvido que a loja vá de vento em popa. Engraçado... Sempre pensei que ela teria um bando de filhos e um marido maravilhoso. Além de se tronar a maior pesquisadora de doenças tropicais do país. Será que está tão contente quanto aparenta?

— Parece que sim. E você, está contente?

— Ultimamente tenho pensado no passado com muita frequência.

— Há alguma razão para isso?

— Ando refletindo muito... — Charlotte hesitou, procurando exprimir-se com muito cuidado. — Mamãe, você nunca pensou em voltar a se casar?

— Não sei... Houve momentos em que achei que seria bom ter alguém para cuidar de mim. No entanto a única pessoa em que eu conseguia pensar era seu pai. Talvez se eu fosse mais jovem isso tivesse maior importância. Vivi quase trinta e cinco anos com seu pai. Mesmo que não fosse perfeito, nosso casamento teve aspectos muito positivos. E além disso, nunca pareceu um homem para me dar aquele efeito, sabe a conexão necessária para uma futuro relacionamento. Como Lina disse, tudo acaba se encaixando no seu devido lugar. Conheci muita gente interessante não posso negar. Se aparecesse a possibilidade de eu me envolver com alguém, certamente não a deixaria de lado.

— O que você faria?

— Provavelmente tentaria descobrir se existia alguma solidez nesse relacionamento ou se eu tinha suficiente energia interior para ir adiante. Na minha idade, não sei se o casamento é tão importante assim. Em todo caso, eu precisaria encontrar um homem muito especial.

— Como foi que você se sentiu após a morte de papai? — Charlotte acabava de perceber que nunca tinha feito perguntas sobre as emoções de Sônia. — Você nunca se sente sozinha, mamãe?

— A solidão pode existir até mesmo em um casamento. Um dos dois pode estar atarefado ou preocupado, e o outro sente-se excluído. Não é, porém, a mesma solidão que uma pessoa experimenta quando está completamente só. Bem, respondendo à sua pergunta: creio que senti o mesmo que você após ter perdido Arthuro. Seu sofrimento foi ainda maior, pois Marcelo também se foi... Eu vivi muito mais tempo ao lado de seu pai e não me senti tão lesada quanto você. Vocês dois eram jovens ainda, sabe querida. Confesso que tinha minhas duvidas quanto ao seu casamento, nunca achei que Arthuro fosse lhe fazer realmente feliz. Vocês mal se conheceram, noivaram, casaram e tiveram um filho. Mas então eu via o quanto estava apaixonada e deixei tudo nas mãos de Deus. Então houve o acidente e tudo mudou radicalmente da noite pro dia.

— Como é que você sabe que eu me senti assim?

— Eu me identifiquei com o seu sofrimento. Uma coisa é encarar a morte e compreendê-la num nível intelectual; outra, muito diferente, é lidar com suas próprias emoções, que nem sempre obedecem a uma lógica. Fiquei muito surpresa ao ouvi-la referir-se com tanta calma a Arthuro e Marcelo, quando conversava com Lina.

— Agora se tornou mais fácil. Posso lhe fazer mais uma pergunta, mamãe? Você alguma vez chegou a sentir que estaria traindo a memória de papai, se acaso se envolvesse com outro homem?

— Certamente isso me passou pela cabeça, mas, para ser honesta, devo dizer que jamais me preocupei. É assim que você se sente, Charlotte?

— Não tenho certeza.

— O que a está perturbando, minha filha? — Perguntou Sônia, segurando-lhe a mão. — Existe uma razão para todas essas perguntas?

— Acho que estou procurando encarar as coisas com objetividade. Encontrei alguém por quem me sinto muito atraída. É um homem muito especial e, desde que conheci Arthuro, ninguém conseguiu me atingir tanto. Sinto-me, porém, muitíssimo angustiada ao pensar que poderei voltar a sofrer.

— Meu bem, a gente não pode se fechar para as pessoas só pelo medo de ser magoada.

— É o que ele vive dizendo. Creio que ele entende como me sinto, agora que lhe falei de Arthuro.

— Que bom que você conseguiu se abrir em relação ao passado! Não existe nenhuma razão para você se precipitar. Dê tempo ao tempo e procure conhecê-lo melhor, até se sentir mais à vontade com ele.

— No momento existem algumas complicações. Ele é parente de uma paciente minha. Estamos numa situação difícil. Ele não entende que minha primeira preocupação é com a menina e que um envolvimento entre nós poderia tornar-se muito complicado.

— Depende de como você lida com a situação. Claro que as coisas se complicariam se você perdesse de vista a sua prioridade que, no momento, é a paciente.

— Sabe, mamãe, não quero perder minha objetividade.

— Isso virá automaticamente, se você colocar o bem-estar de sua paciente acima do relacionamento com esse homem, não acha?

— Sem dúvida. Você sempre encara as coisas com tanta serenidade...

— São anos de prática, querida.

— Talvez você devesse voltar a exercer a profissão!

— Nem pensar! Amo a minha vida de aposentada. Estou curtindo e muito a minha vida agora. Você diz que esse homem é excepcional, mas o mesmo afirmo a seu respeito. Sinto-me muito orgulhosa de você, minha filha, e de tudo o que realizou.

— Obrigada, mamãe. — Disse Charlotte, muito emocionada.

— Este garçom bem que poderia se apressar! Estou morrendo de fome! — Observou Sônia, sorrindo.

O almoço foi muito agradável e Sônia mencionou os vários lugares que pretendia conhecer, antes que o verão chegasse ao fim. Recordaram também as férias que haviam passado juntas. Mais tarde Charlotte levou sua mãe para casa e não aceitou o convite para entrar, pois ainda pretendia lavar alguma roupa.

Assim que Charlotte entrou em casa, pôs os pacotes em cima de uma cadeira e ligou a secretária eletrônica, para saber se havia recados. Anne telefonara duas vezes.

Imediatamente ela ligou para a casa de Dante e foi a própria menina quem atendeu.

— Anne, aqui é Charlotte.

— Olá, Charlotte. Sabe que me mudei do meu quarto hoje?

— Mudar? Você o arrumou não é mesmo? Pois seu tio Dante apareceu por aqui e me contou. E como foi?

— Tudo bem, mas eu decidi me mudar mesmo, meu novo quarto ficou tão diferente, vazio... Você não quer vir dar uma espiada?

— Hoje?

— Por quê? É muito tarde?

— Bem... acho que não... E seu tio, por onde anda?

— Não está aqui. Teve que ir trabalhar. Você não pode vir um pouquinho? Preciso de ajuda e ideias para começar a nova decoração dele.

Havia naquele pedido mais do que um simples desejo de mostrar o quarto. Anne precisava de aprovação.

— Chegarei daqui a quinze minutos. — Prometeu Charlotte.

— Ótimo! — A menina ficou bem mais animada.

Quando estava para sair, Charlotte se lembrou da observação de Anne, ao dizer que seu novo quarto tinha ficado diferente e vazio. Sorrindo, abriu um dos pacotes e dele tirou o canecão de vidro com o unicórnio. Quando Charlotte chegou, Anne correu ao seu encontro.

— Você chegou em dez minutos! Contei no relógio. Parabéns pela pontualidade, como diria minha professora de etiqueta!

— E como vai indo na escola?

— Tudo bem. Daqui a uma semana começam as férias de verão. Tio Dante disse que talvez eu possa ir passar alguns dias no acampamento da escola, Aline também vai e acabou me convencendo a ir. Lá tem um rio, vamos andar a cavalo e fazer excursões a pé.

— Acho que vai ser divertido!

— É, tirando os tais passeios a pé... Mas Aline me disse que vai me ensinar muitas coisas diferentes, então... Bem, aceitei!

Anne abriu a porta do quarto e Charlotte entrou. A mudança era surpreendente. As estantes já não estavam mais repletas de objetos e havia poucos bichos de pelúcia que não tinham sido levados para o quarto mais ao fundo do corredor, eles estavam sobre uma cadeira, num canto do quarto. Apenas três retratos permaneciam, um deles o de Dante e Sloan quando meninos.

— É uma diferença e tanto! — Comentou Charlotte. — Está tudo na mais perfeita ordem!

— Foi o que a Sra. Addams disse. Eu quis este quarto pois ele tem uma cor mais de adulto não acha, gosto de lilás e aquelas fores azuis e suas folhas minúsculas me chamam a atenção.

— Hoje fui fazer compras e trouxe uma coisa que ficará muito bonita no parapeito

de sua janela — Disse Charlotte, abrindo a bolsa e entregando o caneco a Anne.

— Que jóia! — Exclamou a menina. Segurou o presente com todo o cuidado e o colocou junto à janela. A luz da tarde filtrou-se através do vidro, iluminando o unicórnio e pondo reflexos cor-de-rosa no assoalho.

— Obrigada, Charlotte! Vai ficar muito legal junto dos meus novos livros de fantasia. Aline me deu um box completo de histórias de vampiro e lobisomens. — Disse Anne, abraçando-a.

— Não há de quê, Anne. Achei que você merecia um prêmio.

— Por que um prêmio? — Disse Dante, entrando no quarto.

— Veja só o que Charlotte trouxe para mim! Assim poderia tomar meus sucos e ler ao mesmo tempo.

— Que bonito! E a que se deve esta visita inesperada? — Ele perguntou, voltando-se para Charlotte.

— Telefonei para ela e pedi que viesse me ver. — Disse Anne com certa timidez.

— Espero que o fato de vir aqui não lhe tenha causado nenhum transtorno.

Charlotte sorriu para aliviar a ansiedade de Anne.

— De modo algum! — Declarou.

— Acho que acabaríamos nos encontrando de qualquer maneira. Sabe que a vi hoje à tarde? Se soubesse que iria aparecer no bairro onde estou construindo um prédio eu a teria convidado para visitar a obra. Vi seu carro parado no farol.

— Vai ficar uma beleza! — Disse Charlotte, sentindo-se muito pouco à vontade. — Não tinha certeza se você se encontrava por lá. Também vi seu carro.

.— Já que está aqui, por que não fica para o jantar?

— Oh, sim! Fique, Charlotte, por favor! — Insistiu Anne.

— Não quero ser indelicada, mas...

— Não é minha intenção forçá-la, a menos que você tenha outros planos... A Sra. Addams porá um lugar a mais na mesa. Diga que ficará...

O convite era feito com carinho e Charlotte não tinha como; recusar. A verdade é que não sentia a menor vontade de ir para casa e comer sozinha. Ficou muito perturbada, ao perceber isso. Durante os dois últimos anos a solidão não a incomodava nem um pouco.

Agora, muitas coisas pareciam estar mudando. Seu pequeno mundo era seguro, sem complicações, emoções ou... compromissos. Vivia num vácuo emocional, conforme Dante afirmara. Acaso se refugiara numa realidade ilusória, acreditando ser feliz? Como poderia se contentar, quando o simples fato de se encontrar ao lado de Dante a enchia de prazer e de expectativas? Sentia-se como a borboleta que sai do casulo e descobre que o mundo não era nada daquilo que imaginava.

— Ficarei para o jantar então... — Disse finalmente.

— Vou avisar a Sra. Addams! — Declarou Anne.

Assim que Anne se retirou, Dante aproximou-se e acariciou com ternura o rosto de Charlotte.

— Que bom que você aceitou ficar! Há muito tempo não via Anne tão feliz. Sabe que ele me fez comprar um enxoval completo nas cores lilás para o seu novo quarto.

Charlotte sentiu-se confusa. Anne seria a verdadeira razão que o levara a convidá-la para jantar? A dúvida se dissipou no momento em que seus olhares se cruzaram. Dante tinha tamanha expressão de afeto que ela mal conseguiu respirar.

— O que faremos, Charlotte? O que acontecerá quando Anne superar seus problemas?

— Ela ainda tem um longo caminho a percorrer...

— Eu sei, mas chegará o dia em que a única razão para nos vermos será o desejo que nos atrai. Sei muito bem o que quero. E você?

— A esta altura de minha vida, estou tentando evitar tudo aquilo que possa me deixar confusa.

— Não estou sendo um anfitrião muito gentil, não é mesmo? Bombardeio você com perguntas, exijo revelações profundas quando, na verdade, deveria estar lhe servindo vinho... Um aperitivo antes do nosso jantar.

— Prefiro cerveja.

— Quanto mais a conheço, mais fico intrigado! — Confessou Dante. — Cerveja!

— Quem haveria de imaginar que uma mulher tão sofisticada consentiria em levar aos lábios uma bebida tão popular! Aliás, devo dizer que os lábios são muito belos...

— Pois então aceitarei o vinho. Não quero ofender sua sensibilidade.

— Você jamais conseguiria me ofender...

Charlotte retribuiu o sorriso de Dante e ele foi buscar uma garrafa de cerveja na geladeira.

Nesse meio tempo Anne voltou e Charlotte perguntou o que a garota faria com o seu quarto antigo e todas as coisas que estavam lá.

— Decidi deixar tudo no quarto para quando a filha do tio Dante nascer! Afirmou firmemente.

— O que? Dante perguntou se assustando.

— Lógico tio Dante. Logo irá se casar, sua esposa vai vir morar conosco e logo terei uma irmã para cuidar. Então nada mais lógico do que dar tudo o que eu mais gosto para ela. Não acham? Indagou Anne olhando para o tio e depois para Charlotte.

— E quem disse que eu vou me casar? Indagou o tio em tom de brincadeira.

— Claro que vai. Eu tive um sonho, só não me recordo o rosto de sua noiva. Mas ela me prometeu que eu escolheria o nome de sua filha.

— Minha pequena sobrinha realmente tem uma imaginação muito fértil! Não acha Charlotte?

Charlotte apenas sorriu e viu Anne cruzar os braços fazendo um biquinho muito engraçado.

— Tudo tem seu tempo... Resmungou Anne indo para a sala de jantar.

2308 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro