Prólogo
— MADRE, tem um bebê na porta! — gritou o mais alto que pode, ainda assim, sua voz de menino de apenas 5 anos foi sufocada pela forte rajada de chuva e trovões que caia sobre a cidade naquela noite de domingo.
O bebê molhado na caixa de sapatos de alguma marca qualquer chorava cada vez mais alto, estava tão assustada com o barulho a sua volta que seus gritos agonizantes eram ouvidos por todo o corredor.
— MADRE... — gritou ainda mais desesperado — ELE VAI SE AFOGAR, Madre — seus olhos enxergaram a imensidão assustada do pequeno ser na sua frente, quando então desistiu de chamar a mulher que não o ouvia.
Em um ato desesperado ou de coragem, abaixou-se e com todo cuidado levantou o bebê da pequena caixa de papal que logo rasgaria pela quantidade de água nela.
— Está tudo bem, vou cuidar de você, eu prometo! Não precisa ter medo.
Naquele momento uma luz causada pelo forte raio no céu, acompanhado do manto barulhento de água e o mais alto trovão da noite inundou os corredores do orfanato, como se os céus acabasse de selar aquela promessa em sete chaves.
— Alex, meu Deus, mandei ir para o quarto com os outros meninos — Diz a irmã Francisca preocupada com o menino, o menino chega mais perto do campo de visão da irmã que apressa seus passos
— Mas... — tenta explicar que, à caminho do quarto a bola de Joel escapou-lhe da mão e que tentou pegar para acalentar o menino tristonho, mas o choro do bebê de frente a porta o parou.
— Mas nada, Francisca, estou sempre a dizer-lhe que Alex é um menino problemático, mimas-lhe muito — diz a irmã Cátia mal humorada como sempre, sem prestar atenção à irmã, Alex olha para o bebê no seu colo que agora sorri para ele, e puxa seus cabelos enrolados em perfeitos cachos
— Não se preocupe, vou protegê-la da irmã Cátia também, ela está sempre aos gritos — confidencia para o bebê no seu colo que emite um som estranho para o menino como se de certa forma o entendesse
— Era só o que faltava, você pegou um bebê do berçário, menino? — se vira para a irmã Francisca que o olha atentamente com habitual ternura no olhar
— Irmã, eu encontrei ele na porta, estava chorando em uma caixinha na chuva. — Habituadas com o cenário as irmãs aproximaram-se ainda mais do menino
— Dê-me — irmã Cátia tentou pegar-lhe a criança, o menino o manteve pressionado em seus pequenos braços para protegê-lo da irmã Cátia. Diante a hesitação de Alex, Francisca abaixa-se para receber o bebê que parecia devidamente entretido com os cabelos do garoto
— Posso segura-la, Alex? — a voz terna acompanhada do sorriso gentil da irmã Francisca, a única que o menino confiava para entregar-lhe seu pequeno ser, acena a cabeça positivo e entrega-lhe o bebê — que linda.
" Linda?" Pensou
— Como sabe que é uma menina? — A irmã sorriu para ele.
— Fácil, olha ela veste um vestido rosa de borboletinhas — o menino sorri porque fazia sentido, estranho não ter reparado as roupas da menininha — Bem, é melhor seca-lá antes que fique resfriada — resfriado é ruim o mesmo sabia disso pois já tivera passado por forte resfriado há um tempo atrás e lembra-se perfeitamente de como sentia sua cabeça doer e o corpo arder em febre
— Ela ficará bem? — Pergunta rápido demais, com os olhinhos instigares presos à irmã
— Claro querido. — Manteve seu olhar fixo no rosto da madre para que pudesse descobrir a mentira camuflada em sua voz e sorriso caloroso que a mesma sempre tinha no rosto quando se dirigia a eles , mas nada, sua voz era a mesma, sem desviar o olhar, sem piscar vezes seguidas os olhos e sem pausas longas como os adultos faziam quando estivessem a mentir. Então sorriu porque sua pequena amiga ficaria bem nos braços da irmã Francisca.
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